Lobby para salvar a Hermenegildo Capelo (F 481)

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Rui Elias

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Ainda sobre a preservação do património:
« Responder #30 em: Junho 08, 2004, 10:04:38 am »
Temos em museu, integrada no Museu de Marinha, e desse modo funcionando como polo, a Fragata D. Fernando II e Glória.

Última fragata construída na Índia e o último navio da chamada "Carreira das Índias" que teve uma vida atribulada, já que apesar de segura e resistente, não possuia a agilidade e manobrabilidade que se exigia a um navio militar da segunda metade do século XIX, que foi navio-prisão fundeado no Tejo e que foi parcialmente destruída por motivos de incêndio.
 
Por ocasião da Expo'98 foi reconstruída para ser exposta na Expo.

Está actualmente integrada no Museu de Marinha, recebendo visitas de público em geral e de escolas, em visitas guiadas.
 
Actualmente não tem condições para navegar à vela autonomamente, já que a mastreação está "trancada", mas se se decidir pô-lo a navegar, a intervenção é de pouca monta, mas constou-me que por razões de segurança, seria necessário acrescentar-lhe um motor auxiliar, o que estragaria o conjunto e a integridade do navio.
 
As visitas têm sido poucas, e o Museu de Marinha está a preparar um folheto de divulgação nomeadamente para as escolas da área de Lisboa.

É pena a sua localização actual que se situa na doca de Alcântara, parcialmente escondida no meio de carregueiros e outros navios mercantes, num local que lhe tira a prestígio e não dignifica o valor de um navio integralmente recuperado, no que constituiu uma glória das oficinas de reparação portuguesa, e que representa igualmente uma glória da arqueologia e investigação histórica.

Esteve após a Expo'98 no Cais da Marinha junto do Terreiro do Paço, mas fontes do CEMA disseram que as correntes fortes naquele local prejudicavam a estrutura do navio tendo sido rebocado para o Alfeite, onde permaneceu uns meses, até ser atracado no local actual.

E é pena que a Marinha se tenha que sujeitar aos ditames da Administração do Porto de Lisboa para poder ter esta coroa da Marinha Portuguesa do século XIX em local tão pouco nobre e que desse modo atrai poucos visitantes.

Seria talvez altura de entrar em negociações com a APL e com a Parque-Expo para a estacionar permanentemente e em condições de segurança junto do Parque das Nações, para onde poderia ser acompanhada por um outro navio (o NRP Hermenegildo Capelo, como já sugeriu um outro colega deste forum), que seria recuperado e musealizado, bem como um submarino Albacora (o que já está desactivado parecia-me bem), para que assim se constituísse um pólo do Museu de Marinha num local que prestigiasse o nosso passado e nossa Armada.

Essa experiência não é nova já que a Câmara de Viana do Castelo recuperou e musealizou o Gil Eanes último navio-hospital e reabastecedor das frotas pesqueiras na Terra Nova, que estava aparentemente condenado à sucata.

Um desafio a colocar ao Governo e ao CEMA.
 

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lf2a

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« Responder #31 em: Junho 08, 2004, 10:57:30 am »
Caro Dremanu,
Compreendo o seu raciocínio quando afirma que: a escolher um navio da Armada para transformar em museu que se escolha um navio fabricado em Portugal. Mas embora compreenda esse pensamento, sou obrigado a discordar, uma vez que a meu ver mais importante do que ONDE o navio foi fabricado é, como alguêm já disse anteriormente, QUEM esse navio serviu e QUEM nele serviu. Para mim qualquer navio que tenha afixada na sua ponte a divisa "A Patria honrai, que a Patria vos contempla" é elegível para continuar a servir o País como museu.

Cumptos,
lf2a
 

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« Responder #32 em: Junho 08, 2004, 11:54:58 am »
Citar
mais importante do que ONDE o navio foi fabricado é, como alguêm já disse anteriormente, QUEM esse navio serviu e QUEM nele serviu. Para mim qualquer navio que tenha afixada na sua ponte a divisa "A Patria honrai, que a Patria vos contempla" é elegível para continuar a servir o País como museu.



 :G-beer2:

Apoiado 200%!!!!!!!   :D
"[Os portugueses são]um povo tão dócil e tão bem amestrado que até merecia estar no Jardim Zoológico"
-Dom Januário Torgal Ferreira, Bispo das Forças Armadas
 

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emarques

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« Responder #33 em: Junho 08, 2004, 02:45:04 pm »
Mas se se tiver que escolher entre dois navios que serviram a pátria em muitas ocasiões, e um deles foi desenhado em Portugal e o outro não, porque é que se vai escolher o que não foi? Ou seja, se se pusesse a hipótese de musealizar um navio, e a escolha fosse entre uma João Coutinho e a Hermenegildo Capelo, porquê escolher a segunda? Penso que é essa a questão a que é preciso responder, porque duvido muito que a armada esteja disposta a musealizar uma unidade de cada classe que sai de serviço. Não tardava muito e tinham mais museus que unidades activas.
Ai que eco que há aqui!
Que eco é?
É o eco que há cá.
Há cá eco, é?!
Há cá eco, há.
 

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« Responder #34 em: Junho 08, 2004, 02:47:50 pm »
<---------Eu preferia a Hermenegildo Capelo, mas isto sou eu... :(
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Rui Elias

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« Responder #35 em: Junho 08, 2004, 02:52:41 pm »
Julgo que a ideia não é musealizar uma unidade de cada classe mas ter uma mostra mínima a juntar à D. FernandoII.

Julgo que com uma fragata da classe João Belo, uma corveta Baptista de Andrade e um submarino Albacora, a que mais tarde se juntasse Creoula, já teríamos um motivo de interesse para as escolas e para as famílias visitarem esse polo.

A Escola de Marinharia da Armada jé tem alguma experiência nesses ateliers para jovens.

O que seria necessário era dar inter-actividade, organizar ateliers para os alunos, porque o tempo dos museus estáticos já passou.

Daí a minha sugestão de um protocolo com o IPM.
 

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emarques

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« Responder #36 em: Junho 08, 2004, 03:07:13 pm »
Citar
Julgo que com uma fragata da classe João Belo, uma corveta Baptista de Andrade e um submarino Albacora, a que mais tarde se juntasse Creoula, já teríamos um motivo de interesse para as escolas e para as famílias visitarem esse polo.


Bem, um museu desses seria realmente interessante, mas isso é quase um exemplar de cada classe (das grandes ;)) a abater ao serviço... Eram tantos museus como fragatas, se sempre recebermos duas OHP.
Ai que eco que há aqui!
Que eco é?
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dremanu

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« Responder #37 em: Junho 08, 2004, 04:16:27 pm »
Eu faço das palavras do emarques as minhas. A questão não é se vale ou não a pena ter um museu, porque vale, mas sim que tipo de museu, e com que finalidade.

Quanto à Fragata D. Fernando II e Glória, tenho um ideia de como se poderia aproveitar um espaço que lhe desse maior relevância. Acho que deveria se utilizar o "tanque", ou "piscina" que se encontra perto do monumento aos descobridores, abrir um canal para o tejo, e aprofundar a profundidade do mesmo para que se permanentemente pudesse por ali esta fragata histórica.



Creio que se incorporava perfeitamente em todo o contexto paisagístico dessa área. Fica perto do monumento aos descobridores, é perto do museu da marinha, e é lugar que é visitado por milhares e milhares de pessoas o ano inteiro. Seria bem mais fácil atrair pessoas para visitar a fragata, visto que estaria bem perto de um dos lugares mais visitados em Lisboa. Quem sabe, desta forma, ganhava-se dinheiro suficiente para manter a fragata.
"Esta é a ditosa pátria minha amada."
 

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JLRC

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« Responder #38 em: Junho 09, 2004, 12:20:12 am »
Citação de: "dremanu"
.Quanto à Fragata D. Fernando II e Glória, tenho um ideia de como se poderia aproveitar um espaço que lhe desse maior relevância. Acho que deveria se utilizar o "tanque", ou "piscina" que se encontra perto do monumento aos descobridores, abrir um canal para o tejo, e aprofundar a profundidade do mesmo para que se permanentemente pudesse por ali esta fragata histórica.


Concordo 100% consigo, penso que a sua ideia é brilhante. É um sítio óptimo para a D. Fernando II e Glória. A Victory, em Londres, também está numa doca, em exposição.

Cumprimentos

JLRC
 

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« Responder #39 em: Junho 09, 2004, 10:00:56 am »
Plenamente de acordo!!!!!

 :D
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Rui Elias

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« Responder #40 em: Junho 09, 2004, 10:31:50 am »
Caro DREMANU:

Julgo que a zona de Belem, palo enquadramento paisagístico, quer pelo local que está ligado ao mar e à expansão marítima é sem dúvida a melhor, para além de ficar próxima do actual Museu de Marinha.

Julgo que o tanque a que se refere é o espelho de água.

Mas quer do lado poente do Padrão, quer entre este (atrás do pavilhão abandonado da Exposição do Mundo Português de 1940) e a Torre de Belém há docas com iates que poderiam ser reconvertidas e adptadas para receber esses navios.

Não sei se uma fragata caberia nesse espaço mas seria um caso a estudar e a adaptar.

Outra hipótese seria a zona do Parque das Nações, mas julgo que Belém é melhor, pelo simbolismo do local.
 

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dremanu

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« Responder #41 em: Julho 07, 2004, 04:36:28 pm »
Reconhecem esta?

"Esta é a ditosa pátria minha amada."
 

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« Responder #42 em: Julho 07, 2004, 04:45:47 pm »
É a "D.Fernando II e Glória", nesta foto atracada na doca da Marinha junto ao Terreiro do Paço, mas que actualmente, por exigência (?) da APL, se encontra na Doca de Alcantâra.

(devia era estar em Belém, em frente ao Museu de Marinha) :evil:
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NotePad

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« Responder #43 em: Julho 07, 2004, 05:13:28 pm »
...
« Última modificação: Fevereiro 25, 2007, 05:11:49 am por NotePad »
 

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Luso

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« Responder #44 em: Julho 07, 2004, 06:07:46 pm »
Afundem a Hermenegildo Capelo a tiro, ao largo do Algarve para recife artificial.
Não haverá por aí umas granaditas de 100mm a ficar fora de prazo?

Já agora, é uma pena que a D. Fernando e Glória tenha aquela... bandeira.
Se fosse a azul e branca...  :roll:
Ai de ti Lusitânia, que dominarás em todas as nações...