Iberismo e a dissolução de Portugal: ameaça real

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« Responder #90 em: Maio 06, 2006, 02:43:46 pm »
Citação de: "Azraael"
Citação de: "C. E. Borges"
No «sub-império» eventualmente federado Peninsular, como é que se chama a Capital ?
A questao e' que nao tem porque existir (necessariamente) um "sub-imperio peninsular". E a mim tanto se me da que seja Lisboa, Madrid, Braga ou Badajoz...


O que é que alguém que diz isto faz no "Fórum Defesa"...
Ai de ti Lusitânia, que dominarás em todas as nações...
 

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« Responder #91 em: Maio 06, 2006, 02:45:41 pm »
Citação de: "emarques"
Agora que fala nisso... Eu sempre achei que quem é do F.C. Porto não é bom português (nem bom chefe de família). s1x2x
Ai de ti Lusitânia, que dominarás em todas as nações...
 

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Luso

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« Responder #92 em: Maio 06, 2006, 02:55:27 pm »
Citar
Chega de ilusões!

Iberismo, da forma como é discutido actualmente, somente significa um projecto estratégico económico, tal como o é a União Europeia até á data. O Reino Unido pertence á União Europeia, e também á Commonwealth.

Chega de ilusões: pois também são as palavras que lhe deixo.

Citar
Uma cooperação interessante seria um Grupo de Países Ibero-Americanos, englobando também os Palops para estreitamento de relações comerciais, e se se conseguisse convencer a Itália ,Grécia a aderir tanto melhor.  Quanto mais o centro de poder se desviar para o Sul, mais Portugal tem a ganhar com isso.  E até para acções concertadas na UE, senão continua esta novela do eixo Franco-Alemão a ditar os destinos da Europa.

Ainda acusa os outros de ilusões?
 :mrgreen:

Citar
Tenho notado que alguns Lisboetas com quem contactei pessoalmente têm um certo complexo de inferioridade em relação a Madrid. Este sentimento no Porto é inexistente.

Dados estatísticos?
Eu vivo próximo do Porto, tenho família nessa cidade e em Matosinhos, Braga, etc e são bem portugueses que se orgulham do facto.

Citar
Da minha parte desejo todo o sucesso a Espanha. E que ajude a quebrar um certo mito, criado por propaganda, de que os Latinos são seres genéticamente/culturalmente inferiores.


Deviamos era tratar da nossa vidinha e estar pouco preocupadas com o que os outros pensam de nós. A começar por nos darmos ao respeito como nação.
Ai de ti Lusitânia, que dominarás em todas as nações...
 

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papatango

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« Responder #93 em: Maio 06, 2006, 03:21:44 pm »
Caro Augusto Bizarro.

Você faz-me lembrar os viajantes dos Blogs, referidos pelo Pacheco Pereira num dos seus últimos comentários.

Esse tipo de “viajante” dedica-se a um tipo de comentário engraçado, que não pretende demonstrar nada de novo, com uma argumentação baseada na apresentação de eventuais contradições do raciocínio.

Ou seja:
Se eu afirmo que os portugueses foram sempre práticos, você não contesta a afirmação, apenas faz um comentário sobre o Drake no final do século XVI, como se o seu comentário de alguma forma contradissesse em algum ponto o que eu referi.
Tem para isso naturalmente o apoio da WIKI para suportar os seus pontos de vista.
A Wikipedia, aliás é extremamente interessante e útil. Antes a Wiklipedia que nada, e tem a vantagem dos links, cujos não existem para os livros.

Este tipo de argumentação e discussão na Internet tem o problema de tornar complicada a contra-argumentação, porque a sub-divisão dos textos, que muitas vezes torna as respostas difíceis de entender, também torna difícil o raciocínio, mas tentemos:

= = = =
A título de curiosidade:
O ocorrido entre 1588 e 1590, decorre da participação portuguesa na “Armada Invencivel”. A defesa de Lisboa, é essencialmente feita por tropas italianas e tudescas (alemãs).
Por acaso até nem há grandes números de portugueses sob o comando castelhano, e evidentemente, o país está ainda a tentar recuperar do declínio que se seguiu ao desastre de Alcacer Quibir.

As tropas do rei, demonstraram aliás a sua completa incapacidade. Tratava-se de soldados “aboletados” que eram sustentados  em grande medida pelo povo, e eram por isso odiados. As tropas "Espanholas", ou tropas do rei, para ser mais correcto,  que eram constituídas por italianos e tudescos (alemães), não passavam de uma ralé mal vestida, ineficiente e comandada por um Castelhano orgulhoso, mas completamente incompetente do ponto de vista militar. Salvaram-se porque estavam atrás das muralhas.
Na realidade são as tropas do Duque de Bragança que derrotam os ingleses, e derrotam os ingleses porque o Duque odeia o D. Antonio (Prior da Ordem do Crato) e teme que este tome o poder e se torne rei.
É aliás por isso que a Casa de Bragança, se coloca à margem do processo sucessório durante a crise dinástica, não hostilizando Filipe, e garantindo um lugar ao Sol.
O comportamento dos dois Duques de Bragança, (Pai e Filho) permite acreditar que estes se consideravam como uma espécie de reserva dinástica, e não só para o reino de Portugal.

Em 1640, com a separação da Catalunha, a Coroa dos Habsburgos entra num processo de “apodrecimento”, que acabou por lhe ser fatal. E é por isso que em 1640 os Braganças aceitam chefiar o processo da restauração da monarquia portuguesa.

Ao contrário do que nos diz caro Augusto Bizarro, o caso de Drake, vem apenas afirmar o que eu disse. Nós sempre fomos um povo prático, e aceitámos uma dinastia estrangeira, quando considerámos que isso tinha vantagens. Infelizmente foi um risco que quase foi fatal.
= = =

Citação de: "Augusto Bizarro"
Isso do espírito prático tem dois lados. É certo que os Caçadores Portugueses combatiam em formação irregular (o que não foi própriamente uma inovação), também há vários oficiais que dizem que os soldados portugueses eram bem mais disciplinados, precisamente por estarem a defender a sua terra. os soldados ingleses que vieram ajudar,eram indisciplinados, e também ajudaram a saquear e a destruir propriedade portuguesa.
Portanto, o elogio para o pobrezinho, condescendente, ás vezes esconde outra realidade.

A verdade é que o grosso dos estragos foi provocado pela constante guerrilha espanhola. A "ajuda" dos Ingleses apenas acelerou a guerra, já que por essa altura, Napoleão estava prestes a perder o seu Grand Armée na Rússia. Os Franceses estavam condenados á partida.


Os soldados, quaisquer soldados, longe de casa, são indisciplinados e os ingleses os portugueses ou os catangueses não são diferentes. O que é diferente é a qualidade de comando.
Devo dizer que a qualidade das forças portuguesas não se deveu apenas ao comando inglês, mas sim ao facto de dentro das forças portuguesas se ter corrido com grande quantidade de oficiais velhos e ineficientes, substituindo-os por oficiais jovens.

A importância das guerrilhas espanholas, foi considerável, e longe de mim retirar algum do mérito que tiveram, mas meu caro amigo, você deve ter andado a ler algum historiador espanhol... :mrgreen:

A guerrilha espanhola era inconveniente, irritante (como o são todas as guerrilhas), mas as “tropas” em si eram completamente ineficientes. Os espanhóis nunca tiveram capacidade para enfrentar os franceses e sempre que o fizeram, foram completamente esmagados.

A verdade objectiva, é que sem o exército aliado, anglo-português - que realmente enfrentou o grosso do poderoso do exército francês – os espanhóis continuariam a ser esmagados, e a morrer (embora corajosamente, não há qualquer duvida) sem obter qualquer vitória.

O grande poder dos exército francês sempre foi a artilharia, e não se podia utilizar a artilharia contra guerrilhas espanholas, por isso, foram os portugueses e os ingleses que realmente derrotaram os franceses. Sem capacidade para vencer no campo de batalha, onde teoricamente teriam vantagem, com vias de comunicação atacadas pelos espanhóis os franceses entenderam que tinham perdido.

Depois da derrota na Rússia, a França continuou a ser grande e poderosa. Napoleão não foi derrotado na Rússia, foi derrotado na península ibérica. Foi o próprio Napoleão que o reconheceu.

Quanto às chantagens caro Augusto Bizarro, parece esquecer-se de que também os Franceses nos chantagearam, chegando ao ponto de invadir o país e tentar sequestrar a família real.
Esquece-se Augusto Bizarro, de que ao contrário dos ingleses, os Franceses prepararam a divisão de Portugal aos bocados e a sua repartição entre várias famílias europeias.
Até o criminoso e prostituto do Godoy ( o mesmo de Olivença ) tinha direito a um bocado de Portugal.
Chantagem, por chantagem, prefiro a dos ingleses, à dos Massenas, Loisons e afins.
Ainda hoje há nos museus franceses milhares de peças de arte sacra roubadas pela soldadesca francesa quando passou por Portugal. Comparativamente com a soldadesca criminosa dos franceses os ingleses não passaram de meninos de coro, embora evidentemente não tenham sido santos, como é óbvio.

Do meu ponto de vista, qualquer comparação, colocando ao mesmo nível os Hispano-Franceses, que nos invadiram e os Ingleses que nos apoiaram só pode decorrer de uma completa desonestidade intelectual, e de muita leitura de livros de História do Herculano e do Oliveira Martins, os Saramagos da segunda metade do século XIX, promovidos pela onda iberista, do fim desse século.

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                 end
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Dividi os comentários para tornar mais simples o entendimento
É muito mais fácil enganar uma pessoa, que explicar-lhe que foi enganada ...
 

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papatango

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« Responder #94 em: Maio 06, 2006, 03:44:33 pm »
= = = = = =
Continuação
= = = = = =

Citar
Claro, e o nosso Rei D. Afonso V também teve esse sonho, de criar um país que se regesse pelas regras, usos, língua e costumes, dos Portugueses!
Só que depois aconteceu a Batalha de Toro, e o seu descendente D. João II, teve a visão de prosseguir as expedições além mar, em vez de perder tempo com guerras intermináveis.
Eu quando falo na questão dos usos e costumes de Castela, refiro-me aos planos do Conde-Duque de Olivares,  você refere-se a que documento especificamente?
Quando foi colocada em discussão a criação da "EspaNHa", com um rei português, ficou absolutamente CLARO COMO ÁGUA que o rei garantia aos nobres castelhanos a manutenção da identidade de Castela como parte da Coroa de Portugal, Castela e Leão.

Além disso, o facto de haver reis portugueses com pretensões ao domínio peninsular, altera em alguma coisa a realidade?
Seria tão absurdo uma península dominada pelos portugueses como uma península dominada pelos castelhanos.Hoje teríamos uma quantidade de castelhanos a dizer que queriam a independência, porque no passado tinha havido um país chamado Castela e que tinha direito à sua identidade própria, o que obviamente seria verdade.

= = = = =

Citar
Mas eu compreendo a obsessão por Aljubarrota
Mas qual obsessão com Aljubarrota?
Não há nenhuma obsessão com a questão de Aljubarrota, a não ser na cabeça dos iberistas que vêm na batalha uma demonstração irritante de que estão errados.
Caro Augusto Bizarro, desculpe mas você está a confundir tudo.

A violência da guerra, é a que é.
Veja que eu nunca critiquei os espanhóis, os franceses, os ingleses ou quaisquer outros por serem violentos nos actos das batalhas. A violência é inerente aos conflitos militares e isto é um fórum sobre questões militares.

Os portugueses foram tão violentos como outros foram, no entanto, a verdade é que o que ficou escrito após a chegada dos holandeses, é que os indús e mesmo os muçulmanos acusavam os holandeses de serem muito piores que os portugueses (mas estamos-nos a afastar enormemente da questão ibérista, chegando quase à India)

= = = = =

Citação de: "Agusto Bizarro"
Citação de: "papatango"
Portanto, enquanto que o Federalismo é muito mais parecido com o império romano, em que as características de cada provincia de Roma eram mantidas, o ibérismo tem na sua genese um desejo imperial uniformizador, que implica a nossa destruição como país, porque a nossa
existência entra em contradição com os designios do império.


Que disparate. nem sei se tem noção do que acaba de escrever.

Eu acho que quem não tem a noção sobre o que acaba de escrever não sou eu. :mrgreen:

Tente entender:

O Império Romano é um império que se estabelece com base no dominio dos Roma, mas não é um imperio de romanos.
Ele é um império de cidadãos romanos, onde você pode ascender à condição de Cidadão de Roma, se obedecer ao imperador e cumprir uma quantidade de quesitos, entre os quais se encontra lutar pelo império.

Roma, não era, nunca foi e nunca quis ser uma nação uniforme. Os Romanos sempre forma extremamente liberais nas questões religiosas e linguisticas, Grande parte do império adorava os deuses romanos e sacrificava aos deuses romanos, mas era autorizada a fazer sacrifícios e adorar os seus próprios deuses. (Esa politica só acaba quando é introduzido o cristianismo como religião oficial do império, já no periodo de decadência).

O império tinha uma língua franca, o Latim, mas ela nunca foi imposta, e essa é a razão de existirem tantas linguas latinas, enquanto o latim propriamente dito pura e simplesmente se extinguiu.

A União Europeia, nos seus aspectos federais não tem absolutamente mais nenhum modelo que não seja o do império romano, cuja reconstrução tem sido uma tentativa de inúmeros lideres ao longo de séculos e séculos.

Carlos Magno, tentou reconstruir o império, da mesma forma que o tentou recontruir Carlos V.
A esse império europeu (de que nós fizemos parte entre 1580 e 1640 e a que os tontos dos nazionalistas espanhóis/castelhanos chamam império espanhol), está subjacente a ideia de um governo central, mas com a manutenção da identidade de cada uma das parcelas do império. É por isso, que Portugal reconhecia como casa reinante a Dinastia dos Habsburgos, mas mantinha-se (como se manteve) separado tanto de Castela, como da Flandres, como de Nápoles, como da Sicília, como de Aragão, como do Franche-Compté, como de Navarra.
(É porque a coroa Austríaca dos Habsburgos manteve a autonomia dos seus vários reinos, que os portugueses expulsam os ingleses em 1589. Mas quando o Império, se quer transformar em Nação, destruindo a nossa identidade, os portugueses acabam com a união.)

Ao contrário, o problema Castelhano (que começa quando a Coroa dos Habsburgos entra em colapso e os castelhanos se recusam a aceitar que de facto o império tinha pés de barro) decorre da necessidade que eles tiveram de construir uma nação, à imagem de Castela, destruindo tudo o que não fosse castelhano, para evitar que o que restava dos Habsburgos, caísse vitima das inevitáveis contradições étnicas, que ainda hoje afectam a Espanha, e colocam em perigo a sua existência futura como estado.

A ideia castelhana da Nação Espanhola ou Ibérica (Até 1715, Espanha e Ibéria querem dizer exactamente a mesma coisa)  central e intolerante do ponto de vista étnico, é totalmente oposta  ao conceito do império Romano (Federação de nações com o mesmo líder, mas separadas), e totalmente oposta ao conceito vigente durante o dominio dos primeiros reis Habsburgos.

Espero ter explicado a diferença, e talvez o conceito não seja assim tão diparatado. Talvez o Augusto Bizarro entenda, que eu tenho SEMPRE uma noção muito precisa do que estou a dizer.
Não tenho dúvidas, quanto a esta questão. O que posso é estar enganado, se eventualmente alguém me provar que há factos que eu desconheço que me demonstrem que a minha tese não é válida.

= = = = =


Citação de: "Augusto Bizarro"
Qual a probabilidade da Capital de Portugal ser mudada para Viseu ou para Bragança? O Receo do Iberismo, como união política de Portugal e Espanha, é uma infantilidade. Quase tão infantil como debater a Invasão de Olivença. As pessoas deviam meter na cabeça uma coisa, Portugal não é uma super-potência, nem sequer uma potência, nem sequer uma micro-potência. Portugal É a ausência de potência.

Caro Augusto Bizarro, não quero que leve a mal as minhas apreciações, mas eu já li as versões da História de Portugal, que suportam o seu ponto de vista, e por isso, não deixo de ler com interesse, embora (desculpe-me) com uma certa dose de humor aquilo que nos diz.

A sua visão de Portugal parte de um principio errado desde o inicio e que é influênciado pela visão do Portugal do século XIX, transportada para o Portugal do inicio do século XXI.:

Você parte do principio de que aquilo a que você chama povos latinos, são inferiores aos povos do norte.
Este não é um preconceito português, é apenas um preconceito de origem Espanhola/Castelhana, que nunca aceitou a realidade, de que o império espanhol de facto nunca existiu, e foi apenas uma agremiação de estados, que num determinado ponto da história aceitaram ter o mesmo rei. Esse “império” não foi destruido pelos ingleses ou pelos povos do norte, ele acabou, porque caiu vítima das suas contradições internas, mas os espanhóis nunca aceitaram que foram eles os culpados da decadência do império, e não os ingleses. Os ibéristas portugueses, aderiram em massa a esse ponto de vista esapanhol/castelhano, que desculpa os proprios erros, com a "maldade" da Pérfida Albion.

Os espanhóis, nunca ultrapassaram o trauma, e a Espanha castelhana, continua com ele, tendo naturalmente os iberistas/espanholistas entre os quais incluo Herculano e Oliveira Martins, ganho o mesmo tique anti-inglês.

Saramago, do alto do seu iberismo doentio, na sua “Jangada de Pedra” faz mesmo alusão a esse mundo separado, quando Gibraltar se separa do resto da península, como que lhe voltando as costas deixando a rocha no meio do Atlântico.

Considerando à partida que os latinos são inferiores, você imediatamente conclui, que sendo inferiores, a única possibilidade que temos, é a de nos aliarmos a outros latinos, igualmente inferiores, mas que passariam a ser mais fortes se unidos.

Da mesma maneira que os iberistas mais enrustidos, você afirma que Portugal não é nem super-potência, nem potência nem nada, e que é uma não-potência.Esta é a justificação primeira e única para a destruição de Portugal, pois se não somos nada nem ninguém, então devemos juntarmos ao resto dos inferiores, para passarmos a ser melhores.

A afirmação de que Portugal não existe (que é aliás a nota tónica da visão castelhana da peninsula) é o primeiro passo, para explicar a necessidade de criar o tal estado ibérico, de pessoas inferiores, que se juntam para serem capazes de resistir aos do norte.

Ou seja, você afirma que o Ibérismo é infantil, mas afirma, ao dizer que Portugal não é nada, que a única solução é de facto o ibérismo. (não é possível qualquer outra interpretação dessas palavras).

Como é óbvio, caro Augusto Bizarro, eu não posso estar mais contra esse ponto de vista.
Primeiro porque não considero os povos do norte como superiores, embora reconheça que a sua forma de organização do estado e da sociedade é muito mais eficiente que a nossa.

Depois, lembro que na história da peninsula, os periodos de maior crescimento foram sempre aqueles em que os quatro ou cinco principais países ibéricos comcorreram entre si.
As uniões ibéricas, ao contrario do que prometiam, ditaram sempre morte, guerras, fome, repressão e decadência.

Citar
Primeiro preocupemo-nos em como tornar Portugal poderoso, e depois logo se resolve o resto. Tudo com o catálogo do Mercedes na mão,a escolher as opções, quando nem dinheiro temos para comprar uma lambreta.

Estou de acordo, mas, não é com ideias iberistas que alguma vez isso vai acontecer. Prova-o a História, para quem tiver a coragem de a interpretar, em vez de desistir a deitar-se indolentemente nas mãos de um qualquer governo estrangeiro.

Todo o argumentário iberista, é uma confusão de teorias que se tornam absolutamente anacrónicas, quando muitos dos países do norte da Europa, são na sua maioria  países pequenos, e mesmo mais pequenos que Portugal, e quando existem tensões fortíssimas que defendem mesmo o fim do Estado Espanhol como o conhecemos.

= = = =

O grande perigo augusto Bizarro, não é a invasão militar espanhola, que só está na cabeça de quem não lê a totalidade dos textos e se limita a ler o que está em negrito, perdendo na maioria dos casos a noção do contexto.

O grande perigo, são os desistentes, os desiludidos, os “Vencidos da Vida (entre os quais estavam Guerra Junqueiro, Eça de Queiroz e Oliveira Martins)  do século XXI ”

Aqueles que, como em  1385, em 1580, em 1890, acharam que Portugal tinha chegado ao fim e de que não valia a pena fazer nada.

Os desiludidos são um perigo, são as pessoas que, incapazes de aguentar a pressão se suicidam, e em termos políticos a União Ibérica, é objectivamente o suicídio de um país.
O iberismo é a “ideologia” dos que se consideram inferiores, e olham para a Espanha como uma muleta, e pela muleta estão dispostos a pagar. O preço será a nossa independência. Foi assim em 1580, será assim no futuro, se não estivermos atentos.

O iberismo é um perigo mortal, absolutamente real, como se vê pelas situações de prostituição como as de Pina Moura, ou as deste recente caso do Mário (iberista-aguardenteiro) Lino.
A prostituição dos políticos e das elites (palavras que não são minhas mas do próprio Oliveira Martins) , é um dos primeiros sintomas do perigo, e afirmar que ele não existe é um absurdo, porque os casos de prostituição política são absolutamente óbvios. Estão por toda a parte, e só não os vê quem for cego, ou então quem olha para o lado e assobia, a fingir que não vê.

Os iberistas e os suicidas são no entanto um perigo que podemos vencer.
Felizmente a História tem provado sempre que o fim afinal não chegou.

Cumprimentos
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emarques

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« Responder #95 em: Maio 06, 2006, 05:07:29 pm »
Citação de: "papatango"
Citar
A verdade é que o grosso dos estragos foi provocado pela constante guerrilha espanhola. A "ajuda" dos Ingleses apenas acelerou a guerra, já que por essa altura, Napoleão estava prestes a perder o seu Grand Armée na Rússia. Os Franceses estavam condenados á partida.
A importância das guerrilhas espanholas, foi considerável, e longe de mim retirar algum do mérito que tiveram, mas meu caro amigo, você deve ter andado a ler algum historiador espanhol... :mrgreen:

A guerrilha espanhola era inconveniente, irritante (como o são todas as guerrilhas), mas as “tropas” em si eram completamente ineficientes. Os espanhóis nunca tiveram capacidade para enfrentar os franceses e sempre que o fizeram, foram completamente esmagados.

A verdade objectiva, é que sem o exército aliado, anglo-português - que realmente enfrentou o grosso do poderoso do exército francês – os espanhóis continuariam a ser esmagados, e a morrer (embora corajosamente, não há qualquer duvida) sem obter qualquer vitória.

O grande poder dos exército francês sempre foi a artilharia, e não se podia utilizar a artilharia contra guerrilhas espanholas, por isso, foram os portugueses e os ingleses que realmente derrotaram os franceses. Sem capacidade para vencer no campo de batalha, onde teoricamente teriam vantagem, com vias de comunicação atacadas pelos espanhóis os franceses entenderam que tinham perdido.

Bailén.

Mas concordo com a ideia geral, sem o exército regular luso-britânico (às vezes luso-britânico-espanhol) as guerrilhas não derrotariam os franceses. Mas o exército aliado também não teria derrotado os franceses sem as guerrilhas, que garantiam que o exército francês só controlava a área onde se encontrava. E isso em Espanha e Portugal. Uma das razões para a capitulação de Junot terá sido a falta de notícias de Loison, que as guerrilhas e milícias portuguesas mantinham incomunicável em Almeida.
Ai que eco que há aqui!
Que eco é?
É o eco que há cá.
Há cá eco, é?!
Há cá eco, há.
 

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papatango

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« Responder #96 em: Maio 06, 2006, 06:09:04 pm »
emarques ->
Como se trata de uma questão relativa à guerra peninsular, coloquei o meu comentário aqui:
http://www.forumdefesa.com/forum/viewtopic.php?p=43751#43751
É muito mais fácil enganar uma pessoa, que explicar-lhe que foi enganada ...
 

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sierra002

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« Responder #97 em: Maio 06, 2006, 08:59:32 pm »
Citar
Espero ter explicado a diferença, e talvez o conceito não seja assim tão diparatado. Talvez o Augusto Bizarro entenda, que eu tenho SEMPRE uma noção muito precisa do que estou a dizer.

Patango no sabe de historia, y menos, de la de España.

Citar
Os espanhóis -Durante la invasión napoleonica- nunca tiveram capacidade para enfrentar os franceses e sempre que o fizeram, foram completamente esmagados


Pues no señor, el ejercito español fue capaz de enfrentarse solo a los franceses y vencerles mas de una vez.

Mi favorita, la batalla de Bailen, donde el general Castaños rinde a Dupont.

Aqui el cuadro mostrando el momento del encuentro por Casado de Alisal. Observese el detalle de que el lado español no aparece ninguna bandera que no fuera española.



Texto sobre la batalla. Es del MDE español, para que no se hable de la Wikipedia.

http://www.ejercito.mde.es/ihycm/revist ... rvello.htm


De nuevo pido una sanción para Papatango, entre otras cosas, para que este foro deje de ser el cachondeo de los foros de defensa.
 

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« Responder #98 em: Maio 07, 2006, 02:23:23 am »
Enfim, bom, pintores há muitos.
Do lado de lá veja-se o «gozo alarve» a propósito de um Ministro que o PR já devia ter feito demitir, depressa e sem apelo nem agravo ...


http://www.militar.org.ua/phpBB2/viewto ... ;start=160
 

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« Responder #99 em: Maio 07, 2006, 01:43:30 pm »
En en el enlace dado hablan de nosotros:

Citar
tertuliano
Sargento Primero



Registrado: 28 Ene 2006
Mensajes: 159


 Publicado: Vie May 05, 2006 1:43 pm    Asunto:    

--------------------------------------------------------------------------------
 
Es bueno que se hable portugues en este foro. Le da internacionalidad y un diferente punto de vista. La dificultad para entender algunas palabras queda compensada. Me he pasado por el foro portugues y allí los portugueses no se quejan de los que escriben en español, salvo algun xenofobo que lo hay.

Aprendamos de eso.

¿Sabeis que allí hay un forista portugues al que se lleva meses pidiendo que lo sancionen por saltarse las reglas del foro (racismo, xenofobia e insultos a otro país que suele ser España) y no solo no lo sancionan sino que lo han hecho moderador? Ese foro es un poco termundista.
 
 

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papatango

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« Responder #100 em: Maio 07, 2006, 02:07:52 pm »
Interessante.

Especialmente, por se tratar de comentários feitos num fórum, onde a pessoa visada não se pode defender.

Tipico das ditaduras.

Qualquer critica a Portugal ou aos portugueses vinda de um fórum gerido por  defensores do criminoso de La Habana, é uma honra.
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« Responder #101 em: Maio 07, 2006, 07:33:28 pm »
Realmente tens que ser castigado, PT... :wink:
Ai de ti Lusitânia, que dominarás em todas as nações...
 

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« Responder #102 em: Maio 07, 2006, 07:57:25 pm »
Citação de: "Luso"
Citação de: "Azraael"
Citação de: "C. E. Borges"
No «sub-império» eventualmente federado Peninsular, como é que se chama a Capital ?
A questao e' que nao tem porque existir (necessariamente) um "sub-imperio peninsular". E a mim tanto se me da que seja Lisboa, Madrid, Braga ou Badajoz...
O que é que alguém que diz isto faz no "Fórum Defesa"...

O mesmo que fazem nacionalistas, monarquicos, republicanos, fascistas, salazaristas, nazis, comunistas, anti-castelhanos, castelhanos, etc... troca e discute ideias com os restantes membros.
 

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« Responder #103 em: Maio 07, 2006, 08:26:49 pm »
Citação de: "Azraael"
Citação de: "Luso"
Citação de: "Azraael"
Citação de: "C. E. Borges"
No «sub-império» eventualmente federado Peninsular, como é que se chama a Capital ?
A questao e' que nao tem porque existir (necessariamente) um "sub-imperio peninsular". E a mim tanto se me da que seja Lisboa, Madrid, Braga ou Badajoz...
O que é que alguém que diz isto faz no "Fórum Defesa"...
O mesmo que fazem nacionalistas, monarquicos, republicanos, fascistas, salazaristas, nazis, comunistas, anti-castelhanos, castelhanos, etc... troca e discute ideias com os restantes membros.


Lamento, mas há ideias que AQUI não se devem discutir sob o risco de desvirtuar a "alma" do fórum, ou a ideia base que lhe  dá razão de ser que é sobretudo a Defesa de Portugal, o que implica não questionar coisas óbvias como a permanência da Capital no... território português.
E ainda para mais fazê-lo com uma leveza surpreendente.
Ai de ti Lusitânia, que dominarás em todas as nações...
 

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Azraael

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« Responder #104 em: Maio 07, 2006, 08:36:10 pm »
Citação de: "Luso"
Lamento, mas há ideias que AQUI não se devem discutir sob o risco de desvirtuar a "alma" do fórum, ou a ideia base lhe lhe dá razão de ser que é sobretudo a Defesa de Portugal, o que implica não questionar coisas óbvias como a permanência da Capital no... território português.
E ainda para mais fazê-lo com uma leveza surpreendente.

Estava-me a referir, como bem sabes, a capital de um hipotetico estado resultante da uniao entre Portugal e Espanha, logo, nao teria porque ser, necessariamente, em territorio Portugues (apesar de o poder ser, obviamente).