FEB - 60 Anos*- Castelo é Brasileiro
"Estou no Cume" TC Franklin - Regimento Sampaio
17h50min - 21 Fev 1945
Havia duas determinação dos combatentes pelo Monte Castelo: a dos alemães em mante-lo e dos brasileiros em conquistá-lo.
Os alemães vinham reforçando as posições, já há três meses, inclusive deslocando tropas para reforçar as suas linhas defensivas. Após o fracasso de 12 de Dezembro de 1944, ficou claro para o General Mascarenhas de Morais, de que um ataque para ser efetivo, teria de contar com todos os efetivos da 1ªDIE ( Divisão de Infantaria Expedicionária).
O plano foi aceito na reunião preparatória, de 16 de fevereiro de 1945, que o general Crittenberger coordenou, com os membros do IV Corpo Americano. O Gen. Mascarenhas, via assim o seu pleito ser aceito pelo IV Corpo. Nessa reunião participou, o então TC Humberto de Alencar Castello Branco, como seu S3 (oficial de da Seção de Operações).
A 10ª Div Montanha Americana, situada à esquerda, atacaria o Belvedere, e os três regimentos da 1ª DIE. atacariam o Monte Castelo. Coube ao 1º Regimento de Infantaria ( O Sampaio - do Rio de Janeiro), o esforço principal contra o Monte Castelo.
O Ataque
O ataque teve início na hora prevista : seis da manhã. O Batalhão Uzeda, avançou pela esquerda, o Batalhão Franklin (TC Emilio Rodrigues Franklin) seguiu na direção frontal , enquanto o Batalhão Sizeno Sarmento aguardava, nas posições avançadas que ocupara durante a noite, o momento de juntar-se aos outros dois.
O plano previa que os brasileiros deveriam chegar à crista do Monte Castelo, no mais tardar, às 18 horas. Ou seja 1 hora mais tarde do que os americanos tivessem conquistado o Monte Della Torracia, pela 10ª Div de Montanha. Porque era convicção agora, ao IV Corpo, que o o Castelo só poderia ser tomado se o Monte Della Torracia também o fosse.
O resultado é que quando às 17h 30 min os primeiros soldados brasileiros do 3º Batalhão ( TC Franklin), alcançaram o cume do Monte Castelo os americanos da 10ª Divisão de Montanha ainda não tinham conseguido quebrar a resistência alemã.
Os norte-americanos só alcançariam seu objetivo noite adentro, quando os brasileiros de há muito já tinham completado a sua missão e começavam a ocupar, na crista de Monte Castelo, as privilegiadas trincheiras e as formidáveis casamatas recém abandonadas pelos alemães.
Uma Vitória do Conjunto Brasileiro
"Além da perfeita coordenação entre os três Batalhões do Regimento Sampaio, um outro fator igualmente preponderante , contribuiu para a grande vitória naquele 21 de fevereiro. Refiro-me a atuação da Artilharia Divisionária, sob o comando do general Cordeiro de Farias, cuja concentração de fogo , entre as 16 e 17 horas daquele dia, transformou o cume do Castelo na imagem viva do vulcão em atividade. Os primeiros prisioneiros alemães feitos então pelos "pracinhas", surpreendidos ainda nas casamatas do Castelo, mostravam, com seu olhar esgazeado e o completo descontrole nervoso, o que havia significado para eles o implacável bombardeio de nossa artilharia." Joel Silveira
O 1º ELO ( Esquadrilha de Ligação e Observação) foi fundamental na regulagem e precisão de tiro da Artilharia Divisionária. Os teco-teco (Piper Cub) pilotados por um oficial da FAB e com um oficial do Exército na tarefa de repassar as informações para a Artilharia Divisionária.
E finalmente o 1º Grupo de Aviação de Caça também operou em Monte Castelo, no dia 21 de fevereiro de 1945
"Com a conquista de Monte Castelo, com esse sedento feito, a FEB saldou um dos seus mais sérios compromissos na Itália, pelos aspectos morais que encerrava. O Monte Castelo já não era mais um simples objetivo a conquistar, mas um desafio a enfrentar e uma vingança a executar , cujo desfecho ou seria a consagração apoteótica ou a ruína acabrunhadora." Cel. Manoel Thomaz Castello Branco
Exatamente há 60 anos atrás.