Afinal nem tudo está assim tão caro

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ricardonunes

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Afinal nem tudo está assim tão caro
« em: Novembro 23, 2006, 10:25:37 pm »
Droga/UE: Portugal tem o haxixe mais barato da Europa e a Noruega o mais caro

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Portugal é o país da União Europeia onde a ca nnabis é mais barata, à média de 2,3 euros por grama, longe dos 12 euros pratica dos na Noruega, ou dos cinco a dez mencionados na maioria dos Estados.

De acordo com o relatório anual do Observatório Europeu da Droga e da T oxicodependência (OEDT), hoje divulgado em Bruxelas, "embora os preços da droga revelem uma tendência global decrescente em toda a Europa, registam-se variações consideráveis entre os vários países".

"Embora, em regra, a maioria dos países tenha comunicado preços para a resina de cannabis entre cinco e 10 euros por grama, podem encontrar-se preços d e apenas 2,3 euros/grama em Portugal e superiores a 12 euros na Noruega", revela o OEDT, que pela primeira vez inclui no seu relatório anual uma análise das ten dências entre 1999 e 2004 dos preços de venda de drogas nas ruas europeias.

O "Relatório Anual sobre a Evolução do Fenómeno da Droga na Europa", qu e contém dados de 25 Estados-membros, da Noruega, Bulgária, Roménia e Turquia, i ndica que "o preço de venda de drogas ilícitas nas ruas da Europa baixou nos últ imos cinco anos e é provável que as drogas estejam agora mais baratas do que nun ca, em toda a Europa".

Este estudo é o primeiro do género realizado a nível europeu.

Em toda a Europa, no período em estudo, os preços da resina de cannabis (vulgo haxixe) baixaram 19 por cento (%), o da cannabis herbácea 12%, da cocaín a 22% e da heroína castanha 45%, bem como o das anfetaminas (menos 20%) e do ecs tasy (menos 47%) baixaram em toda a Europa.

Todos os preços foram indexados à inflação para uma avaliação mais prec isa dos valores "reais", explica o OEDT.

A agência europeia de informação sobre droga, sedeada em Lisboa, explic a que "os preços das drogas podem ser influenciados por diversos factores, nomea damente as flutuações da oferta, o grau de pureza, o tipo de produto e as quanti dades transaccionadas".

"A análise dos preços torna-se ainda mais difícil devido à natureza ocu lta do mercado de drogas ilícitas e às variações nacionais em termos de qualidad e dos dados e de métodos utilizados na recolha dos mesmos", indica o documento.

O OEDT refere que os dados actuais não revelam qualquer relação directa entre a baixa dos preços das drogas e a flutuação ou tendência de aumento das a preensões de droga, no mesmo período de cinco anos, nem uma relação imediata ent re o preço e os níveis globais de consumo das drogas.

Contudo, a panorâmica hoje apresentada oferece uma base sólida para imp ortantes trabalhos futuros a realizar pelo Observatório e pelos Estados-Membros da UE visando uma melhor compreensão da dinâmica do mercado europeu de drogas il ícitas e a avaliação do impacto das medidas de redução da oferta e da procura.

Os preços da forma mais comum de heroína (a heroína castanha) do Sudoes te Asiático variavam entre 12 euros por grama na Turquia e os 141 euros por gram a na Suécia.

Comentando os dados hoje apresentados, o presidente do OEDT, Marcel Rei men, sublinhou: "O preço é apenas um de muitos factores que influenciam a decisã o das pessoas de consumir drogas e, presentemente, não encontramos uma relação i mediata entre os níveis gerais de consumo e o preço das drogas ao nível da rua.

"No entanto, não podemos deixar de sentir preocupação por, em toda a Eu ropa, as drogas estarem a ficar mais baratas em termos reais", disse, acentuando que "se isto significar que as pessoas com tendência para consumir drogas as co nsumirão mais, o custo final do consumo de droga em termos de cuidados de saúde e de danos causados às nossas comunidades poderá ser considerável." O relatório da agência europeia dá também conta de um aumento das apreensões e da produção d e heroína consumida na Europa, que é maioritariamente produzida no Afeganistão, que continua a ser o principal fornecedor mundial de ópio ilícito (estimado em 4 .100 toneladas - 89 por cento da produção do ópio ilícito).

Os últimos dados da agência das Nações Unidas para a droga (UNODC) esti mam que os recentes aumentos da produção significam que a oferta mundial poderá já ser superior à procura mundial.

Em 2004, estima-se que 46.000 apreensões europeias permitiram apreender 19 toneladas de heroína, um aumento superior a 10% em relação ao volume apreend ido em 2003, adianta o OEDT.

De acordo com o director executivo do OEDT, Wolfgang Gotz, "a heroína j á não está na moda e, em geral, a população de consumidores problemáticos que re correm aos serviços de tratamento e assistência está a envelhecer".

"Porém, a natureza epidémica dos problemas de droga ensinou-nos que pod erá acontecer que uma nova geração de jovens se torne vulnerável ao consumo de h eroína e, por isso, não podemos ignorar os perigos suscitados por um excedente c ada vez maior de heroína no mercado mundial de drogas ilícitas".

No que se refere à cocaína, o OEDT revela um aumento da produção mundia l e uma diversificação das rotas de importação.

O documento estima que, em 2004, a produção mundial de cocaína aumentou para cerca de 687 toneladas, sendo a Colômbia (56%), o Peru (28%) e a Bolívia ( 16%) os principais países fornecedores.

A maior parte da cocaína apreendida na Europa entra no continente vinda da América do Sul, ou através de países da América Central ou das Caraíbas, emb ora os países africanos estejam a ser cada vez mais utilizados como rotas de trâ nsito alternativas.

Dados preliminares indicam que em 2004 foram apreendidas cerca de 74 to neladas de cocaína na Europa, a maior parte em países ocidentais.

A Península Ibérica continua a ser uma importante porta de entrada para a cocaína, tendo mais de metade dessas 74 toneladas sido apreendida em Espanha ou Portugal. A quantidade de cocaína apreendida em Portugal aumentou para mais d o dobro entre 2003 e 2004 (de 3.017 quilos para 7.423 quilos).

Em 2004, a Espanha foi responsável por cerca de metade do número total de apreensões e também, por grande diferença, pelos maiores volumes de droga apr eendida (33.135 kg).

A cocaína mantém um consumo "historicamente elevado, mas com grandes va riações a nível europeu".

O OEDT calcula que cerca de 10 milhões de europeus (mais de 3% dos adul tos com idades compreendidas entre 15 e 64 anos) já consumiram cocaína, sendo pr ovável que aproximadamente 3,5 milhões a tenham consumido no último ano (1%).

Em valores absolutos, a cocaína já ocupa na Europa o segundo lugar como droga ilícita mais consumida, a seguir à cannabis e ligeiramente acima das anfe taminas e do ecstasy.

O OEDT está preocupado com a sub-notificação de muitas mortes relaciona das com o consumo de cocaína e com o facto de essa droga poder agravar os proble mas cardiovasculares.

No que se refere às mortes relacionadas com o consumo de droga em geral , o Observatório considera que a "tendência decrescente poderá estar a enfraquec er".

Nos seus dois últimos relatórios anuais, o OEDT registou uma diminuição constante das mortes por intoxicação aguda relacionada com o consumo de droga, a partir de 2000 - 2001 (6%), 2001 - 2002 (13%) e 2002 - 2003 (7%), possivelment e devido a um maior acesso ao tratamento e às medidas de redução dos danos, bem como a uma menor prevalência do consumo problemático de droga.

No relatório hoje apresentado, todavia, o Observatório adverte para os "indicadores preocupantes" de que esta tendência decrescente, desde 2000, no núm ero de mortes relacionadas com o consumo de droga possa estar a enfraquecer, já que nos dados disponíveis para 2003 - 2004 o número de mortes notificadas aument ou três por cento.

"Ainda é cedo para avaliar se estas pequenas alterações prenunciam uma mudança a longo prazo", afirma o Observatório, mas é preocupante que 13 dos 19 p aíses que comunicaram dados tenham registado algum aumento.

Na Europa, são anualmente notificadas, em média, 7.000 a 8.000 mortes r elacionadas com o consumo de droga.


http://acorianooriental.sapo.pt/noticia ... &nid=97056
Potius mori quam foedari
 

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Cabeça de Martelo

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« Responder #1 em: Novembro 23, 2006, 10:28:10 pm »
É por não pagarem Iva... :twisted:
7. Todos os animais são iguais mas alguns são mais iguais que os outros.

 

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ricardonunes

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« Responder #2 em: Novembro 23, 2006, 10:32:30 pm »
Citação de: "Cabeça de Martelo"
É por não pagarem Iva... :twisted:
Potius mori quam foedari
 

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Luso

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« Responder #3 em: Novembro 23, 2006, 11:20:09 pm »
Ora aqui está um exemplo de vantagens competitivas. Em vez de pães e camisas temos bacalhau e haxixe.
Vislumbro um negócio florescente.
A bem do bolinho de bacalhau e do Bloquista Norueguês.
Ai de ti Lusitânia, que dominarás em todas as nações...
 

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pedro

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« Responder #4 em: Novembro 24, 2006, 10:19:24 pm »
E que tal o modelo holandes???
Cumprimentos
 

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JoseMFernandes

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« Responder #5 em: Novembro 26, 2006, 04:40:56 pm »
Citação de: "pedro"
E que tal o modelo holandes???
Cumprimentos


...para Portugal ?... poderia discutir-se.Mas na verdade esse 'modelo holandês' nao teve força para  atravessar as fronteiras imediatas(Bélgica, Alemanha ).Por diversas razões, suponho que mais na prática  que culturalmente; aliás a Bélgica tem leis extremamente inovadoras em matéria de eutanásia, aborto ou casamentos 'homo' por exemplo, mas nunca ouvi nenhum seu político com real responsabilidade a defender essa via ( e recordo que mesmo olhando em conjunto as suas políticas, se trata de um país ainda  mais 'católico' que Portugal p.ex., logo mais conservador, em contraponto com a esmagadora maioria dos 'sem religião' e 'protestantes' batavos cujas ideias em geral são bem  mais 'abertas' aos problemas da sociedade...).
De resto alguma razão haverá para que o controle dos comboios Amesterdão-Antuérpia+Bruxelas que tomo regularmente ( e o mesmo se poderia dizer das vias terrestres ou maritimas) sejam objecto de fiscalizações tao apertadas especialmente na zona neerlandesa.Num breve inquérito pessoal, nenhum dos meus colegas holandeses  defende a actual politica e muito menos a sua exportação (bem como os seus governantes recentes e actuais como o nosso conhecido 'Harry Potter') mesmo que  realisticamente a considerem uma medida provisoria indispensavel dadas as características geopoliticas e humanas da sua nação ( ou melhor pais, pois os Paises-Baixos dificilmente serao uma nação no original sentido da palavra).
Portugal com 'coffee-shops'? As mudanças que se estão efectuando actualmente ao  nível  de consumos e tipo de drogas talvez apenas fizessem adiar ou esconder  por breves instantes( e com enormes custos) o encontro com a realidade de sempre...(ou nem isso (!) apenas mais umas vagas receitas para o 'fisco' mas sem resultados positivos no consumo).
Mas honestamente nao sei se haverá solução efectiva para o problema de consumo de drogas, 'duras' ou não, ...talvez tenhamos que nos habituar e conviver com  elas,...  tentando reduzir as suas piores consequências...!
Cumprimentos
« Última modificação: Novembro 26, 2006, 05:14:27 pm por JoseMFernandes »
 

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pedro

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« Responder #6 em: Novembro 26, 2006, 05:03:35 pm »
Pois ai e que esta a questao.
Cumprimentos
 

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komet

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« Responder #7 em: Novembro 26, 2006, 05:19:21 pm »
Seria cómico o modelo holandes, tendo em conta que Portugal É uma das grandes portas do trafico de droga da Europa... facilitaria a vida aos dealers... o consumo por toda a Europa aumentaria em flecha, inversamente proporcional aos preços...
"History is always written by who wins the war..."
 

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Get_It

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« Responder #8 em: Novembro 30, 2006, 02:47:24 pm »
Citação de: "komet"
Seria cómico o modelo holandes, tendo em conta que Portugal É uma das grandes portas do trafico de droga da Europa... facilitaria a vida aos dealers... o consumo por toda a Europa aumentaria em flecha, inversamente proporcional aos preços...

Olhem que talvez não fosse assim tão mau. Pelo menos a legalização de Marijuana não seria assim tão mau. Porquê? Muito simples, acabei de ver o episódio War on Drugs do Penn and Teller: Bullshit!, e após verificar algumas das afirmações dos especialistas deles sobre a marijuana não procurar danos, pensei, se Portugal legaliza-se a marijuana, imaginem só nos espanhóis que atravessariam a fronteira e nos europeus que viriam a Portugal só para poderem receber tratamento de marijuana medicinal ou simplesmente fumar uma passa.

Cumprimentos,
:snip: :snip: :Tanque:
 

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Doctor Z

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« Responder #9 em: Novembro 30, 2006, 05:27:27 pm »
Mas traria também ainda mais banditismo ...  :roll:
Blog Olivença é Portugal
"Se és Alentejano, Deus te abençoe...se não
és, Deus te perdoe" (Frase escrita num azulejo
patente ao público no museu do castelo de
Olivença).

:XpõFERENS./
 

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« Responder #10 em: Novembro 30, 2006, 07:09:30 pm »
Trataria? Como?

Cumprimentos,
:snip: :snip: :Tanque: