A Rússia não precisa de ter uma grande capacidade naval no Atlântico Sul, basta que seja a suficiente para "chatear", e obrigar os EUA a dividirem-se em dois TOs bastante distintos (Pacífico e Atlântico) e múltiplos sub-TOs (Mediterrâneo, MO, Caraíbas, Mar do Norte, possivelmente Báltico).
Em qualquer conflito naval, as forças dos países intervenientes vão sempre dividir-se entre vários grupos, o que pretendo dizer é que a Russia não tem capacidade efectiva para perturbar os americanos, que têm mais com o que se preocupar.
Já existiram bases soviéticas em São Tomé, que deveriam permitir apoiar submarinos soviéticos. Estariam lá cubanos, soviéticos e angolanos, mas não tenho notícia de que alguma vez tenham realmente sido de alguma utilidade.
A situação atual, deve ser olhada tendo em consideração a situação corrente.
Os russos são oportunistas e esta oportunidade apareceu, eles aproveitaram.
O problema do oportunismo russo, é que como é inesperado, demora muito tempo desde o acordo assinado, até que qualquer coisa palpavel apareça.
Esta questão também tem que ser olhada à vista do problema na Africa sub-sahariana, onde o objetivo a atingir é o urânio francês, mas ao mesmo tempo não pode deixar de ser analisado olhando para a realidade politica de São Tomé, os problemas com o orçamento de 2024, não aceite pelo FMI.
O próprio MLSTP diz que ninguém sabia de nenhum acordo com os russos, pelo que aqui há provavelmente também, algum dirigente São tomensa muito ingénuo, o que nunca pode deixar de ser considerado.
A somar a isto tudo, há a situação de Angola. Para desenvolver os caminhos de ferro, os angolanos viraram-se para a América e não para a China. A marinha de Angola, aparentemente vai comprar navios de guerra de projeto francês, equipados com armas francesas, motores alemães, radares americanos e tudo montado nos Emirados Árabes Unidos.
Os russos fazem o que podem, mas não têm pernas para dar saltos e São Tomé, fica muito, muito longe.