Segundo consta a União Europeia nao estaria própriamente entusiasmada com a possibilidade da independência (oficialmente mantém-se reservada), provávelmente tendo em conta a fragmentação ja existente na regiao.
Recordemos que da ex-Iugoslávia se formaram, para além da Sérvia-Montenegro: a Croácia, a Eslovénia, a Bósnia e a Macedónia, depois de lutas sangrentas ao longo dos anos 90.A Sérvia está indiscutívelmente contra a opção independentista, tanto mais que se encontra envolvida em negociações sobre o futuro do Kosovo, onde a maioria albanesa reclama independência.
Sondagens de hà um mês e meio atrás, apontavam para 43% favoráveis a independencia, 31 % pela união com a Sérvia e 24 % de indecisos, num país de 650 000 habitantes (com forte comunidade a viver na Sérvia).Para ser concretizada a independência a União Europeia sugeriu, e os politicos locais acabaram por aceitar, o limite mínimo de 55% a favor da independência e desde que a participaçao ao voto seja de pelo menos metade dos 466 000 eleitores inscritos, considerando como valores necessários para dar 'legitimidade ao processo' segundo o enviado europeu.
O actual governo montenegrino, favorável à independência e desejando uma rápida adesão à UE, preferia porém um nível de votantes mais baixo, pois receia que o sistema proposto acabe por favorecer a oposição (unionista com a Sérvia).
O Montenegro que partilha com a Sérvia a religiao(ortodoxa) e a língua, dispõe de uma forte autonomia (já utiliza o euro como moeda, e dispõe de sistema aduaneiro próprio) e óbviamente está interessado num mais rápido e forte desenvolvimento económico que segundo o governo em exercício é 'atrasado' devido às ineficazes instituições comuns com Belgrado, bem como aos problemas que esta ainda vem arrastando com a comunidade internacional (caso dos fugitivos ao Tribunal I. de Haia).
Para complicar a situação os nacionalistas 'sérvio-montenegrinos' ameaçaram já de, caso a facção independentista vença, formar uma regiao separada ligada à Sérvia.Tal bastou para que a União Europeia enviasse representantes para a zona, a fim de 'acalmar' a situação.Os 'independentistas', como disse atrás, também não gostaram da 'imposição' pela UE de um limite minimo a 55% de votantes a validarem a independencia, argumentando (e com certa lógica) que se pode criar uma situação em que a minoria sobreporia a maioria e distorcendo também o valor de 'um eleitor=uma voz'.
Esperemos que tudo se resolva em paz, mas infelizmente existem condições para que um resultado 'cerrado' venha a 'incendiar' toda aquela zona que tanto precisa de estabilidade e progresso.
Cumprimentos