Existem inumeros exemplares de armas ligeiras que foram regulamentares do nosso Exército e que de acordo com a Lei em vigor, são armas obsoletas, não carecendo por isso de nenhuma formalidade especial no que diz respeito a licenças e manifestos. Falo por exemplo das Snider e das Westley Richards que abundam nas unidades militares e que muitas vezes não são tratadas com o respeito que exige o património histórico. Sendo armas obsoletas, porque não permitir a sua comercialização por parte de armeiros? A ser feito, seria abrir uma porta para o mercado das armas tão já debilitado e que tem levado duros golpes levando ao encerramento de muitos estabelecimentos de comércio de armas. Estas armas de que falo, existem em grandes quantidades ainda, apesar de num passado recente muitas terem sido vendidas aos EUA e Reino Unido, onde fazem as delicias de coleccionadores. Assim, assiste-se à saida de território nacional, de artefactos que fazem parte da nossa historia, sendo que, enquanto não são vendidas ao estrangeiro ou simplesmente destruidas, estão a degradar-se em depósitos por essas unidades fora. Porque não possibilitar a sua comercialização para que os interessados as preservem, porque é que um americano pode ter uma Snider "portuguesa" comprada num armeiro por uma bagatela e um cidadão português tem de "suar as estopinhas" para obter uma.
A mesma coisa relativamente a munição portuguesa, que no passado era vendida ao estrangeiro para uso civil. E outros exemplos poderiam ser dados.É MUITO TRISTE VISITAR UMA UNIDADE MILITAR, E, NA SUA ZONA NOBRE, ENCONTRAR EM SITUAÇÃO DE DEGRADAÇÃO EMINENTE TODO UM CONJUNTO DE ARMAS, SEM QUE NINGUÉM, ( OU QUASE NINGUEM) SE IMPORTE COM ISSO. ARMAS QUE NÃO SÓ TÊM VALOR HISTORICO, COMO MUITAS ESTÃO COTADAS EM "ALTA" NOS MERCADOS DE COLECCIONÁVEIS.