Artilharia do Exército

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Red Baron

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Re: Artilharia do Exército
« Responder #420 em: Abril 13, 2020, 03:50:01 pm »
É preferível usar os velhos Unimog não blindados, para os quais não há substituto à vista... Numa perspectiva de QRF, creio que fosse preferível um par de L-ATV por BF do que um Unimog "despido". Pelo menos no caso dos Light Gun.

Não percebo muito de artilharia, mas a artilharia rebocada não costuma estar a quilómetros da frente de combate?
 

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dc

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Re: Artilharia do Exército
« Responder #421 em: Abril 13, 2020, 04:03:57 pm »
Depende do cenário, mas num mundo de guerra assimétrica, pode haver cenários em que a deslocação para entrada ou retirada de posição possa ser feita em território hostil. Por exemplo até os Archer que são AP e cujo óbus tem muito mais alcance que as 105 mm, é igualmente blindado. Noutros países rebocam-se peças de artilharia com recurso a camiões ou outros veículos blindados. Nós por cá é que continuamos como no Ultramar.
 

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tenente

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Re: Artilharia do Exército
« Responder #422 em: Abril 13, 2020, 07:34:21 pm »
É preferível usar os velhos Unimog não blindados, para os quais não há substituto à vista... Numa perspectiva de QRF, creio que fosse preferível um par de L-ATV por BF do que um Unimog "despido". Pelo menos no caso dos Light Gun.

Não percebo muito de artilharia, mas a artilharia rebocada não costuma estar a quilómetros da frente de combate?

Claro que deve estar muito atrás da primeira linha se assim não fosse como conseguia apoiar as unidades de manobra ???

Abraços
Quando um Povo/Governo não Respeita as Suas FFAA, Não Respeita a Sua História nem se Respeita a Si Próprio  !!
 

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tenente

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Re: Artilharia do Exército
« Responder #423 em: Abril 13, 2020, 07:35:57 pm »
Depende do cenário, mas num mundo de guerra assimétrica, pode haver cenários em que a deslocação para entrada ou retirada de posição possa ser feita em território hostil. Por exemplo até os Archer que são AP e cujo óbus tem muito mais alcance que as 105 mm, é igualmente blindado. Noutros países rebocam-se peças de artilharia com recurso a camiões ou outros veículos blindados. Nós por cá é que continuamos como no Ultramar.

Mas qual cenário dc, clarifica lá esse cenário para eu aprender .
Guerra assimétrica diz-me lá o que isso de guerra assimétrica, para uma sub-unidade de artilharia em campanha ??

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dc

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Re: Artilharia do Exército
« Responder #424 em: Abril 13, 2020, 08:33:35 pm »
Como não sabes o que é guerra assimétrica? Nem parece teu... Então o que sucede no Iraque, Afeganistão e até RCA é o quê, guerra convencional? Nestes casos, consegues definir onde é a linha da frente, quando nem consegues definir quem é ou de onde vem o inimigo? E quando a linha da frente avança, e tens de mover a artilharia para uma nova posição de tiro, qualquer possível resistência que haja no caminho, vai deixar passar a nossa artilharia?

E atenção que falei apenas na chance do L-ATV vir a rebocar obuses por falta de algo melhor para a função, e numa altura em que se fala de 250 destes veículos e ainda ninguém percebeu para onde irão e em que contexto serão usados. Certamente estes veículos não serão para passear na base.
 

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tenente

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Re: Artilharia do Exército
« Responder #425 em: Abril 13, 2020, 09:30:26 pm »
Ok eu até vou colocar o teu post inicial dc:

Depende do cenário, mas num mundo de guerra assimétrica, pode haver cenários em que a deslocação para entrada ou retirada de posição possa ser feita em território hostil. Por exemplo até os Archer que são AP e cujo óbus tem muito mais alcance que as 105 mm, é igualmente blindado. Noutros países rebocam-se peças de artilharia com recurso a camiões ou outros veículos blindados. Nós por cá é que continuamos como no Ultramar.

Mas qual cenário dc, clarifica lá esse cenário para eu aprender .
Guerra assimétrica diz-me lá o que isso de guerra assimétrica, para uma sub-unidade de artilharia em campanha ??

Como não sabes o que é guerra assimétrica? Nem parece teu... Então o que sucede no Iraque, Afeganistão e até RCA é o quê, guerra convencional? Nestes casos, consegues definir onde é a linha da frente, quando nem consegues definir quem é ou de onde vem o inimigo? E quando a linha da frente avança, e tens de mover a artilharia para uma nova posição de tiro, qualquer possível resistência que haja no caminho, vai deixar passar a nossa artilharia?

E atenção que falei apenas na chance do L-ATV vir a rebocar obuses por falta de algo melhor para a função, e numa altura em que se fala de 250 destes veículos e ainda ninguém percebeu para onde irão e em que contexto serão usados. Certamente estes veículos não serão para passear na base.

E agora a resposta.
Guerra assimétrica, bom,...……. o que existe são conflitos/guerras de caracter ou chamadas de convencionais, como referes e como é que te esqueceste que também existem as não convencionais ou subversivas ou de guerrilha que é o caso que referes.

Caro amigo, em Moçambique e restantes ex colónias portuguesas o que se passou foram frentes de combate de guerras não convencionais e, nessas frentes também possuiamos sub-unidades de artilharia colocadas em zonas estratégicas principalmente onde poderiam flagelar os corredores de infiltração dos grupos de turras, ou as suas picadas por onde se efectuavam os seus abastecimentos de armas e munições, ou em zonas de importância económica muito relevante, por exemplo o caso da barragem de Caborabassa, para se poder dar apoio de fogos ás nossas forças quando em operações de contra insurreição/infiltração.

AS sub-unidades de artilharia em guerras não convencionais não andam de um lado para o outro para serem colocadas no terreno de modo a apoiar os GC, ou as forças de combate, esse apoio é dado directamente, pela Força Aérea CAS, ou em termos de reforço dos GC que estão a operar no terreno contra os grupos de turras.

Num conflito não convencional as unidades de artilharia, não devem ser reposicionadas no terreno pois como a frente de combate é altamente flutuante, onde hoje é seguro estar amanha poderá não ser e, os exércitos não se podem dar ao luxo de perder os apoios de fogos previamente instalados no terreno, isso de dizeres E quando a linha da frente avança, e tens de mover a artilharia para uma nova posição de tiro, qualquer possível resistência que haja no caminho, vai deixar passar a nossa artilharia? estás-te a contradizer, mas então sabes onde fica a linha da frente para mudares uma bataria de posição ??
Francamente dc, eu é que não esperava isto de ti.

Existem inúmeros exemplos do que estou a referir os melhores prendem-se com a BushWar entre as forças de defesa da Rhodésia e os grupos pro-independentistas da altura o RLI, os Saints e o RAR, são os dois melhores exemplos de sempre de tais operações anti turra e podes ter a certeza que as unidades de artilharia Rhodesianas nunca fora utilizadas nestas operações.

PS: eu sabia e sei o que é a  pseudo guerra assimétrica, um lindo nome para substituir guerra não convencional/subversiva, estive entre 1969 a 1974, com o meu falecido pai no Mato, não em combate claro, com os GC paraquedistas que ele chefiou e com os Fuzos das bases de Metangula, Maniamba e Meponda e bem vi a utilidade das poucas subunidades de artilharia fixas no terreno.

Abraços
« Última modificação: Abril 13, 2020, 09:44:05 pm por tenente »
Quando um Povo/Governo não Respeita as Suas FFAA, Não Respeita a Sua História nem se Respeita a Si Próprio  !!
 

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zawevo

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Re: Artilharia do Exército
« Responder #426 em: Abril 14, 2020, 04:44:12 pm »
Só para completar o que o Tenente disse:
Em Angola haviam dois Grupos de Artilharia de campanha. O GAC1 em Luanda com a área de atuação predominantemente no norte e o GAC 2 em Nova Lisboa com a área de atuação no leste.
Fui de artilharia e estive colocado no GAC 2. Este Grupo tinha 4 baterias as BTR 521, 522, 523, e 524 salvo erro (Já passaram 48 anos). As BTR 521 e 524 eram respetivamente a CCS e de instrução A BTR 523 era a operacional e estava no Grupo com material 10.5 de origem alemã (ainda tinham a suástica gravas no cano e culatra).; A BTR 522 também operacional estava destacada no Luso (ZML) e operava com obuses 8.8 https://en.wikipedia.org/wiki/Ordnance_QF_25-pounder. Esta tinha destacado em Teixeira de Sousa um pelotão de bocas de fogo 2 obuses 8.8 com  1 alferes, 2 furriéis e 10 praças desde o ataque no Natal à vila (não me recordo da data). Estavam no quartel local e tinham a poucos quilómetros um local de tiro onde poderiam bater possíveis caminhos de infiltração. Em 1973 houve um ataque com mísseis Katyusha https://pt.wikipedia.org/wiki/Katyusha a Mussuma felizmente sem consequências. Na altura o Cmdt da ZML era o Gen. Bettencourt Rodrigues e para responder  só tinha os obuses 8.8 da BTR 522 do Luso que já estava desfalcada de um pelotão. Decidiu enviar para Mussuma um pelotão de BF (2 obuses) para fortalecer a defesa do posto militar  aí sedeado. Devo dizer que o alcance máximo do tiro era de 12 Km mal dava para atingir a fronteira com a Zambia que distava cerca de 9 Km.
Este relambório todo é só para dizer que as BF NUNCA eram deslocadas dos seus espaldões. A sua função era fazer tiro defensivo e intimidar. Também devo dizer que do Luso até Mussuma demoramos 2 dias sendo as BF e respetivas cheleiras rebocadas por Berliet e quando chegamos a Mussuma ao fim da tarde as BF foram imediatamente colocadas em posição e anunciamos a nossa presença com uma salva de 8 a 10 tiros apontados genericamente para a Zambia. Ainda hoje não sabemos o que aconteceu mas posso dizer que nunca mais houve ataques com misseis por parte dos turras.

https://www.dropbox.com/s/08w9f42dmeflgnx/digitalizar0070.jpg?dl=0

https://www.dropbox.com/s/08w9f42dmeflgnx/digitalizar0070.jpg?dl=0
« Última modificação: Abril 14, 2020, 05:23:10 pm por zawevo »
 
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tenente

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Re: Artilharia do Exército
« Responder #427 em: Abril 14, 2020, 04:48:33 pm »
Só para completar o que o Tenente disse:
Em Angola haviam dois Grupos de Artilharia de campanha. O GAC1 em Luanda com a área de atuação predominantemente no norte e o GAC 2 em Nova Lisboa com a área de atuação no leste.
Fui de artilharia e estive colocado no GAC 2. Este Grupo tinha 4 baterias as BTR 521, 522, 523, e 524 salvo erro (Já passaram 48 anos). As BTR 521 e 524 eram respetivamente a CCS e de instrução A BTR 523 era a operacional e estava no Grupo com material 10.5 de origem alemã (ainda tinham a suástica gravas no cano e culatra).; A BTR 522 também operacional estava destacada no Luso (ZML) e operava com obuses 8.8 https://en.wikipedia.org/wiki/Ordnance_QF_25-pounder. Esta tinha destacado em Teixeira de Sousa um pelotão de bocas de fogo 2 obuses 8.8 com  1 alferes, 2 furriéis e 10 praças desde o ataque no Natal à vila (não me recordo da data). Estavam no quartel local e tinham a poucos quilómetros um local de tiro onde poderiam bater possíveis caminhos de infiltração. Em 1973 houve um ataque com mísseis Katyusha https://pt.wikipedia.org/wiki/Katyusha a Mussuma felizmente sem consequências. Na altura o Cmdt da ZML era o Gen. Bettencourt Rodrigues e para responder  só tinha os obuses 8.8 da BTR 522 do Luso que já estava desfalcada de um pelotão. Decidiu enviar para Mussuma um pelotão de BF (2 obuses) para fortalecer a defesa do posto militar  aí sedeado. Devo dizer que o alcance máximo do tiro era de 12 Km mal dava para atingir a fronteira com a Zambia que distava cerca de 9 Km.
Este relambório todo é só para dizer que as BF NUNCA eram deslocadas dos seus espaldões. A sua função era fazer tiro defensivo e intimidar. Também devo dizer que do Luso até Mussuma demoramos 2 dias sendo as BF e respetivas cheleiras rebocadas por Berliet e quando chegamos a Mussuma ao fim da tarde as BF foram imediatamente colocadas em posição e anunciamos a nossa presença com uma salva de 8 a 10 tiros apontados genericamente para a Zambia. Ainda hoje não sabemos o que aconteceu mas posso dizer que nunca mais houve ataques com misseis por parte dos turras.

Zawevo, os 10,5 que referes são os então denominados,  " rodas de carroça ", ou o " K ", como era conhecido, da Krupp, excelentes BF, que em 79 ainda fiz fogo com elas em Vendas Novas, ano em que foram substituídas pelos 101, americanos.








Obrigado pelo teu relato é sempre bom relembramos esses anos, de que muita gente se esquece que aconteceram.

Abraços e protege-te
« Última modificação: Abril 14, 2020, 05:00:51 pm por tenente »
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Re: Artilharia do Exército
« Responder #428 em: Abril 14, 2020, 05:24:42 pm »
Tenente
Eram exactamente esses. Pesados e com as rodas muito finas um pesadelo para andar nas picadas.

Desenfia-te dos virus.
 

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Cabeça de Martelo

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Re: Artilharia do Exército
« Responder #429 em: Abril 15, 2020, 04:06:09 pm »
E não se fala mais nisso! c56x1 :mrgreen:

Humvee Hawkeye




Citar
Os Humvee da AM General continuam a ser a viatura blindada ligeira mais produzida em todo o mundo e que em mais conflitos participou. É uma plataforma muito polivalente com um sem número de configurações que aqui se apresenta com um canhão de 105mm Soft Recoil.

 :arrow: https://www.amgeneral.com/wp-content/uploads/2019/12/Humvee-Hawkeye-2019.pdf
7. Todos os animais são iguais mas alguns são mais iguais que os outros.

 

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Stalker79

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Re: Artilharia do Exército
« Responder #430 em: Abril 15, 2020, 04:26:33 pm »
Bem, ao menos é bastante movél...  Não sei quanto ao resto.
 :-P
 

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dc

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Re: Artilharia do Exército
« Responder #431 em: Abril 18, 2020, 09:37:12 pm »
Eu quando falei no Ultramar, não me referia à guerra em concreto, mas sim ao tipo de veículos usados, comparando com os actuais, que tantos anos depois, não são muito diferentes. Hoje ainda usamos uma frota de veículos envelhecida, sujeita a avarias, falta de peças, motorizações antiquadas e em alguns casos com consumos elevados para o tipo de veículo e completamente desprotegidos.

Neste tópico o tema é artilharia mas a utilidade de viaturas logísticas minimamente blindadas também se podia aplicar, por exemplo, no transporte de água, comida, combustível e munições para sustentar as primeiras linhas, sejam elas ofensivas ou defensivas. Uma maior capacidade de protecção desta componente não fazia mal a ninguém.
 
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Get_It

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dc

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Re: Artilharia do Exército
« Responder #433 em: Abril 19, 2020, 12:16:55 pm »
Os Merlin podem fazer o mesmo com os Light Gun e para os M-777 caso os tivéssemos. Até um Blackhawk pode ser usado para esse fim.

É esta a razão de em parte preferir o M-777 para substituir o M-114.
 

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typhonman

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Re: Artilharia do Exército
« Responder #434 em: Abril 19, 2020, 12:25:43 pm »
Pelo blog 360 do VB, Portugal pretende adquirir esses obuses, os M-777 155 mm.