Confesso que no inicio achei a opção de abandonar a encomenda do Airbus A400-M uma ideia interessante. Inicialmente considerando o custo dos aparelhos e também a redução do numero de aparelhos de 6 para apenas 3.
Mas confesso, que efectuando uma re-análise em face da situação e verificando todo o precurso e os nossos objectivos estratégicos, não sei se posso continuar a dizer que foi uma boa ideia.
O A400M é de facto apenas um projecto. No entanto são um avião com a assinatura daquele que é o maior fabricante de aviões do mundo, empresa que se prepara para lançar no mercado, o maior avião de passageiros que alguma vez voou, o Airbus A-380.
Duvidar da capacidade da Airbus para fazer o avião, não faz sentido.
Ao mesmo tempo, o A400-M (que pode caregar 37.000 Kg) tem quase o dobro da capacidade de carga de um Hercules C-130H ou C-130J (notar que o C-130J leva 800 Kg a mais que o C-130H, chegando aos 19.958 Kg)
Em termos de autonomia, um A400-M tem a mesma de um C-130J carregado, ou seja, cerca de 3.000 Km, mas o A400-M leva quase o dobro do peso.
Portanto, um A400-M pode levar a mesma coisa que um C-130J mas muito mais longe (até 6.400 Km para o Airbus, 3.000 Km para o Hercules).
Isto para não falar nas velocidades de cruzeiro 580Km/H do C130-J contra 820 Km/H do A400-M, que permitem por exemplo fazer a diferença se algum dia tivessemos necessidade de chegar por exemplo a S. Tomé, via Cabo-Verde.
A outra grande razão da preferência pelo A400-M chama-se ALENIA G222 ou CASA C295.
Todos nos estamos a esquecer de que os AVIOCAR são aviõezinhos que teriam tido um enorme efeito em África, mas que quando acbou a guerra, se tornaram pouco uteis. O ALENIA G222, o tal que utiliza os mesmos motores dos C-130, tem uma capacidade de carga muito, mas muito superior á de um AVIOCAR (2800Kg para o AVIOCAR e 9.400 Kg no G222).
Ou seja, com C-295 ou G-222, a Força Aére pode substituir os C-130 em muitas das suas missões, porque em grande numero de casos os C-130 estão sobre-dimensionados.
No caso de termos G-222, alguma vez precisavamos de mandar Hercules para a Bosnia ou mesmo para o Iraque ?
Um G-222 pode transportar até 50 militares e o apoio logístico pode perfeitamente ser feito por este tipo de avião que ainda por cima pode aterrar em pistas diminutas se for necessário. Além disso tem uma velocidade de cruzeiro idêntica á do C-130J.
Portanto, 3 unidades do A400-M, dariam á Força Aérea uma capacidade que não tem, nem vai ter com os futuros C-130J e 10 ou 12 unidades do C-295 pou G-222. podiam substituir com vantagem os C-130 nas missões onde estes estão sobre-dimensionados (Lembro a proposito que um AVIOCAR não chega aos Açores sem que lhe coloquem um tanque de combustível na cabine, enquanto que um G222 pode ir e voltar).
Acho que a questão do C-17, não se coloca, dado a sua operação ser demasiado cara.
Cumprimentos