Sivispacem escreveu:
Bom... na minha modesta opinião é uma pequena parte...
Por MLU entende-se um significativo conjunto de melhorias feitas num dado momento (e que normalmente incluem uma passagem prolongada em doca seca). Incluem a modernização do sistema propulsor (se necessário), radares e equipamentos de detecção, sistemas de comunicação e gestão de informação (reformulaçao do CIC, por exemplo), armamento (pois está claro), sistemas de gestão de informação (imagino que as dezenas de PC's e etc estejam a ficar ultrapassados nalguns casos), etc.
É nisso precisamente que consiste um MLU.
No caso das Vdg, parece-me de considerar a introdução de ESSM, de novos radares, de Data Link 16, de novos meios de protecção assimétrica, a par, claro está, das necessárias obras de modernização/reparação do navio
Se a Marinha conseguisse desbloquear verbas para o que menciona, era o suficiente para uma efectiva modernização dos três navios.
Um MLU não é feito obrigatoriamente, de uma só vez ou em todos os equipamentos.
Um MLU pode ser só um projecto, que será repartido por várias acções que aproveitando as acções de Manutenção Planeada, seria efectuado gradualmente.
No entanto um MLU pode ser provocado por várias razões sendo a primária velhice, e a segunda monetária.
Por tradição na Armada nenhuma delas é aplicada (my opinion), exemplo FF Pereira da Silva (casco Excelente, produção Tuga), mas que foram abatidas por já não haver material para a propulsão, os noruegueses, simplesmente substituiram as caldeiras e turbinas por diesel, mudaram radares e restante, e usaram-nas por mais 20 anos até comprarem 5 F300, versão norueguesa das F100 espanholas (é verdade aqueles atrasados fizeram isso). Não nos podemos esquecer, que antes de se comprarem as KD, eram para vir umas coisas chamadas Perry e que só tinham mais 20 anos.
Tambem é verdade que podemos optar por uma situação tipo Holanda, em que se vende material na altura do MLU, para se comprar mais moderno, ou devia dizer construir, pois, quando se constroi, é preferivel vender moderno e construir mais moderno de modo a manter uma industria ,(é mais ou menos como os bancos, que quando ganhavam milhões deviam ser privados, mas que agora deve ter o estado como parceiro para manter a economia em movimento ou serão os lucros).
Tambem temos o problema da culpa solteira, exemplo manutenção da actual esquadra, para a qual não foi feito nenhum estudo com a evolução do custo de manutenção, em que se chega a um ponto que economicamente é mais viavel a substituição do que a reparação, que geralmente provocamente um MLU juntamente com a restauração do valor militar do equipamento.
Está um artigo excelente sobre isto no Jornal "TAKE OFF", em que explica detalhadamente os problemas colocados pela gestão de uma "frota" (no caso aviões mas que facilmente se adapta a outros meios) envelhecida e algumas soluções possiveis na optica do custo/eficacia.
Outro exemplo da não evolução, hoje em dia mais de 70% da manutenção industrial faz-se atravês da monitorização de parametros de funcionamento que sendo cariz preventivo, permite intervir de modo correctivo, impedindo que toda a cadeia sofra consequências ao evitar a quebra de um componente, que geralmente vai provocar uma cascata de avarias, já existe uma coisa parecida na marinha chamada singrar mas que se apoia essencialmente no historial (isto é o que ne foi dito, alguem que corrija), quando no mercado civil existem sistemas computorizados com um preço relativamente baixo (na ordem de milhares de euros, mas que raramente ultrapassam as duas dezenas) que conseguem monitorizar integralmente uma instalação (propulsão, por exemplo), permitindo intervir por antecipação. O exemplo máximo são os motores das VDG que apresentam uma taxa elevada de avarias por se levarem as situações ao limite.
Mas quando se vão apurar culpas, .........., nunca é ninguem.
Ou então tenta-se sempre a culpa do material (que por acaso muitas vezes é usado), por não se terem comprado os sobressalentes.
Enfim desabafos de quem sofre na pele, isto.