Caro papatango, compreendo os seus motivos, mas ao fazer este raciocinio tento por-me do lado do atacante..que atacaria de surpresa tentando anular assim em horas as nossas forças...e pareçe-me que o logico e prudente é investir na arma submarina.
Claro que o ideal seria ter uma combinação de todos estes meios, mas ...os €€ são escassos e há que fazer
As coisas nunca são assim tão simples.
Nenhum país tem capacidade para de um momento para o outro fazer um ataque de surpresa. Não é minimamente realista.
Aliás, de surpresa, garanto-lhe que até nós temos capacidade para ocupar a Espanha em 48 horas.
Bastava mandar militares dentro de autocarros de turismo, disfarçados, tanques disfarçados em camiões de carga, numa manhã de Sexta-Feira.
Durante a noite de Sexta para Sábado, com 24 a 36 tanques e infantaria de apoio, despejados nas principais baseas aéreas espanholas, poderiam destruir os aviões espanhois no solo e com artilharia transportada (de surpresa) para algumas bases navais, desarticulariamos os espanhois completamente. Apanhávamos 80% da tropa espanhola de fim de semana, e com a operaçõa teriamos o ar para os nossos F-16 acabarem com os focos de resistência.
Sem aeronaves, com os principais navios destruidos e com as bases aéreas e principais centros de comunicaçoes destruidos, bye bye Espanha.
Agora, diga-me, este cenário é impossivel?
Ser impossível não é. A facilidade que quer nós quer os espanhóis temos de viajar, torna qualquer destes cenários possível. Outra coisa é se será realista. E como é obvio, este cenário é absolutamente irrealista.
Nós não podemos fazer isso, porque somos uma democracia, e numa democracia, há regras e leis a respeitar, que tornam as acções militares em acções ilegais. A mesma coisa acontece com os espanhóis.
Os nossos cenários, devem considerar sempre que qualquer conflito, a ocorrer seria sempre precedido por uma escalada de acontecimentos.
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A possibilidade de termos apenas uma marinha de NPO's e de submarinos (6) pode parecer apetecivel, mas retiraria a Portugal qualquer palavra em termos de organizações internacionais.
Ou seja, ficariamos como no tempo de Salazar, orgulhosamente sós, defendidos por seis submarinos, comprados na Alemanha, e fora do sistema internacional de alianças que desde há séculos nos serve de escudo.
Para continuarmos a ser parte desse sistema, precisamos de capacidade para defender as nossas águas e as águas adjacentes, nomeadamente aquelas da área dos Açores, pois quem controlar os Açores tem capacidade para cortar parte do comércio internacional.
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Se a,manhã a Alqaeda, armar um ou dois cargueiros, e lhes colocar misseis anti-tanque, além de lhe instalar uma peça de 76mm, por exemplo, o que é que nós temos contra uma ameaça desse tipo?
Os NPO's são navios para combater ameaças à economia, contrabando, mas podem não estar suficiente armados contra ameaças terroristas um pouco mais artilhadas.
Isto pode parecer delirio, mas é por isto que os americanos decidiram manter algumas fragatas Perry, retirando-lhes os misseis e mantendo o canhão de 76mm e o respectivo director de tiro.
As coisas são normalmente mais complicadas que o que parecem.
E as opções que parecem boas, para um cenário, deixam de o ser quando temos que responder a cenários múltiplos.
A nossa capacidade de resposta a esses cenários variados, depende da nossa capacidade oceânica, e não é assegurada pelos NPO's, pelo menos da forma que estão(estarão) armados.
Cumprimentos