Espanha ajuda a apagar fogos
Autarca de Barcelos diz que os meios aéreos «chegaram tarde». Governo garante que os aviões são ineficazes em fogos violentos. As chamas já consumiram dois mil hectares de floresta
O Serviço Nacional de Bombeiros pediu ajuda a Espanha para combater o fogo que lavra em Fragoso, Barcelos, há 48 horas.
Em declarações à Lusa, o Comandante do Serviço Nacional de Bombeiros, Joaquim Leitão, admitiu que só na madrugada de hoje as autoridades portuguesas perceberam que precisavam da ajuda de meios aéreos espanhóis para controlar este incêndio.
«Considerávamos que durante a madrugada do dia de hoje a situação estar ia resolvida», disse o segundo comandante do Serviço nacional de Bombeiros e protecção civil (SNBPC), explicando que depois de feita a avaliação as autoridades se aperceberam de que eram precisos meios aéreos espanhóis.
De acordo com o responsável, um dos aviões Canadairs já está em Portugal, aguardando-se a chegada do segundo.
«Temos de tirar a ideia de que os meios aéreos são sempre a solução do problema», afirmou.
O fogo, que deflagrou no início da tarde de Domingo, já consumiu dois mil hectares floresta e ultrapassou o limite do concelho, tendo chegado a Viana do Castelo.
As chamas, que se estendem por 14 freguesias, estão agora a ser combatidas por 249 bombeiros apoiados por 72 viaturas, um helicóptero bombardeiro, bem como por um aerotanque pesado e quatro máquinas de rasto.
O combate a este incêndio tem sido dificultado ao longo dos dois últimos dias pelas condições climáticas, favoráveis a reacendimentos e dispersão do fogo por várias frentes e pelo terreno acidentado, que dificulta o acesso a homens e máquinas.
Meios aéreos ineficazes em fogos violentos
O secretário de Estado da Administração Interna respondeu hoje a críticas à ausência de meios aéreos, segunda-feira, no combate ao fogo de Fragoso, com a ineficácia deste recurso quando as chamas são muito violentas.
«Os aviões são muito importantes apenas no começo do fogo», disse aos jornalistas o secretário de Estado, Ascenso Simões, que hoje se deslocou a Fragoso, onde foi confrontado com uma manifestação de protesto da população pela intervenção tardia dos meios aéreos.
O secretário de Estado referiu que «o incêndio foi controlado no domingo ao fim da tarde pelos bombeiros e reacendeu-se, de forma violenta durante a noite, pelo que os meios aéreos, com a força das chamas, nada poderiam fazer».
Segundo o secretário de Estado, «a estratégia de combate a fogos passa pelos meios aéreos apenas no caso de a sua actuação ser capaz de extinguir o fogo antes que ele assuma grandes dimensões».
«Quando as chamas atingem grande altura, consumindo árvores e arbustos, o uso de aviões ou helicópteros apenas despende dinheiro ao país, nada resolvendo em termos de controlo do incêndio», declarou.
Ascenso Simões frisou que a água lançada a partir do ar tem, ainda, o risco de destruição de habitações.
Autarca critica planeamento do combate em Barcelos
O presidente da Junta de Freguesia de Fragoso, Leonel Vila-Chã, disse ao PortugalDiário que «deveriam ter sido chamados meios aéreos logo no domingo, não era agora, que já ardeu tudo».
O autarca referiu que já arderam mil hectares de floresta, tendo estado em risco várias habitações e escolas, e mostrou-se convicto de que os danos poderiam ter sido bem menores, casos os meios aéreos tivessem entrado imediatamente em acção.
Um helicóptero, também pedido a Espanha, chegou esta manhã.
Leonel Vila-Chã, elogiou o trabalho dos «muitos» bombeiros que têm estado no combate às chamas, que lavram há quase 24 horas, mas realça que «já estão a ficar cansados». Muitos populares também têm tentado controlar o fogo.
Incêndio florestal em Viseu e Vila Nova de Poiares
Deflagrou esta tarde, por volta das 15 horas, na localidade de Gumiei, Viseu, um incêndio florestal. No combate às chamas estão 44 bombeiros, com 11 viaturas e dois helicópteros.
Em Lagar da Rosa, Vila Nova de Poiares, um fogo florestal mobiliza 22 bombeiros, com seis veículos e um helicóptero.
fonte: http://www.portugaldiario.iol.pt/noticia.php?id=692232&div_id=Isto é só o começo de uma
trágicomédia que se repete de ano para ano.
Trágica porque a tragédia dos incêndios continua sem solução à vista.
Comédia porque os políticos que nos governam continuam a brincar connosco.
Só a 1 de Julho todos os meios aéreos propragandeados pelo governo estarão disponíveis.
Parece que a época oficial de incêndios só começa a 1 de Julho,.. até lá tudo o que acontecer são "pequenas fogueiras"...
No primeiro dia do incêndio de Barcelos o, suponho, comandante operacional dos bombeiros no terreno, afirmava que os meios aéreos não eram necessários, que o incêndio estava controlado.
2 dias depois, com o incêndio por controlar, apareceram os meios aéreos, como o avião espanhol do costume, e o incêndio foi extinto.
Depois aparece um secretário de estado a afirmar que os meios aéreos só são eficazes no início do combate ao incêndio, quando no início do fogo outro responsável dizia que não eram necessários...
Ontem quando se assistia à destruição de uma área reflorestada de um grande incêndio à 20 anos, o nosso/vosso primeiro fazia uma conveniente passeata com criancinhas nas margens do Douro "preocupadíssimo" com o ambiente deste país, numa grande representação para a fotografia, quando na fotografia ao lado a casa ardia.
Políticos e responsáveis do combate a incêndios?... "Vade retro santanaz"!!!