Obrigado D. Afonso Henriques

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123go

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« Responder #45 em: Junho 23, 2009, 02:56:55 am »
Citação de: "inlin3"
A contada pelo outro lado, também é isso mesmo, uma versão...

A mais aceita é a que encontra na maioria dos livros de historia escritos em qualquer língua...

Então vamos cruzar as diversas versões e reescrever a história, porque a que é mais aceite é bastante incompleta e parcial.



Citação de: "inlin3"

O que você ainda não percebeu é que se não tivessem sido os infames Portugueses, você hoje não existiria, e se existisse estaria algures na amazona a falar um qualquer dialecto indígena... Se por outro lado não fossem os Portugueses e tivessem sido os Holandeses, ou Espanhóis... Bem estaria a falar holandês ou castelhano... Quanto à actualidade do pais, olhe para a América do sul e veja qual a grande potencia económica... olhe que fala Português...


LOL, você é que está a chamá-los de infâmes e a formar juízos de valor, eu estou apenas a cingir-me aos factos e muitos desses comportamentos eram normais na época o humanismo veio muito depois.

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123go

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« Responder #46 em: Junho 23, 2009, 03:02:26 am »
Citação de: "inlin3"
Citação de: "123go"
O comércio das especiarias, monopolizado pelas cidades italianas e desenvolvidas do Mediterrâneo, prejudicava os restantes países do continente. A razão era muito simples: os produtos eram vendidos por um preço muito alto e, quem acabasse com os intermediários obteria lucros fabulosos.

A necessidade de quebrar esse monopólio passou a ser uma questão de sobrevivência para uma economia monetária, o numerário era insuficiente para as monarquias e para um comércio em plena expansão.

Era preciso, com urgência, encontrar ouro. Como diversas lendas colocassem grandes tesouros na África e na Ásia, os europeus sonhavam em se apossar dessas fortunas.

Além da necessidade de conseguir ouro, a Europa encontrava-se apertada entre o mar e os turcos, o caminho para o oriente estava fechado para os europeus.

Portugal, por sua posição geográfica, lançou-se ao mar mais cedo.  


Havia outro motivo: as condições eram precárias para as actividades agrícolas em Portugal, razão pela qual a sua população tinha que tirar o alimento do mar.

Pescando, os Portugueses afastaram-se do litoral, atingindo a Terra Nova, rica em bacalhau, salmão etc. Aos poucos, os portugueses foram aperfeiçoando os seus navios.

Para justificar a sua expansão, os portugueses alegaram a defesa do cristianismo.

Tinham como divisa "A difusão da Igreja de Cristo e a conversão dos infiéis", dando a impressão de que se tratava de uma nova cruzada.

Acontece que o objetivo era real outro bem diferente: a busca desesperada pelo ouro.

A finalidade da expansão europeia era, tão somente, a busca de riquezas.

E mais: durante o processo de colonização no continente americano, portugueses, espanhóis, franceses, holandeses e ingleses igualaram-se no vandalismo.

Contrariando, assim, os princípios cristãos que diziam defender... A evangelização dos gentios se resumia apenas ao trabalho dos missionários.

Os colonos, contudo, procuravam explorar os nativos, realizando às vezes, verdadeiros massacres.

Falso, Falso, Falso, Falso!

Não sabe do que fala, pura e simplesmente é ignorante. Chega a contradizer-se! E dizer bboseiras históricas.


As causas e origens da conquista de Ceuta:

Causas geoeconómicas: a situação geográfica de Ceuta permitia controlar a entrada e saída do estreito de Gibraltar, dos navios que vinham do Atlântico para o Mediterrâneo e vice-versa.

Religiosas: expandir a fé cristã, aumentar os territórios onde existia o Cristianismo

Sociais: as classes sociais mais abastadas tinham vários interesses nesta conquista - a nobreza queria terras, honras e rendas; o clero queria expandir a fé cristã; e a burguesia queria novos produtos e mercados.

Económicas: Portugal tinha falta de trigo, ouro, especiarias. Conquistando a Praça de Ceuta iriamos conquistar uma cidade onde afluiam os produtos orientais vindos da Índia pelas Rotas Caravaneiras do Sahara e traziam ouro, especiarias, etc. Nos arredores de Ceuta existia uma grande produção de trigo.

Políticas: o aumento da importância do reino de Portugal no quadro das monarquias da Península Ibérica, estabelecendo em Ceuta o ponto mais oriental da reconquista cristã a realizar por Portugal no Norte de África.


São Jorge da Mina

Remonta ao estabelecimento de uma feitoria portuguesa em 1482, com o intuito de controlar e defender o comércio do ouro e a navegação dos portugueses na região.

Rapidamente, a Mina tornou-se o principal estabelecimento português em África, fonte do abastecimento de ouro que se tornara o motor da economia nacional até se iniciar o ciclo da Índia após 1498.


Ganhou fama internacional e despertou a cobiça dos europeus, nomeadamente dos Reis Católicos, que só cessaram as pressões para se apossarem da região com o Tratado de Alcáçovas, no qual reconheciam a Portugal o domínio a sul das Canárias.

Porém, ao longo do século XVI, ataques de piratas franceses aos navios portugueses no regresso da Mina começaram a suceder-se, para além de tentativas de tráfico do ouro na Mina.

Ciclo do ouro


Quando chegaram ao Brasil os primeiros exploradores, procuravam o ouro e metais preciosos que na altura abundavam em várias zonas do Brasil, com o intuito de vender à corte e à nobreza do seu país, ao início,as excursões pioneiras no litoral e interior do país não trouxeram muitos resultados,os colonos e pioneiros só encontravam solo fértil e indios a quem não davam importância.

Os tipos de impostos cobrados pela metrópole sobre a colônia eram:

    * O quinto: era retirado um quinto do ouro extraído do Brasil e era mandado para Portugal.

    * A derrama: a colônia tinha que enviar 1.500 kg de ouro para Portugal anualmente; caso contrário, o ouro era retirado à força ou era dado bens até chegar a quantia que faltava.

    * A capitação: era cobrado esse imposto sobre cada escravo que trabalhava nas minas.

A partir de 1693 as atenções centraram-se na Capitania do Espírito Santo, na região que ficaria conhecida como Minas Gerais, onde bandeirantes paulistas haviam descoberto ouro. As primeiras descobertas importantes na serra de Sabarabuçu e o início da exploração nas regiões auríferas (Minas Gerais, Mato Grosso e Goiás) provocaram uma verdadeira "corrida do ouro", com grande afluxo migratório para estas regiões. Em 1696 foi fundada a povoação se tornou a vila de Minas Gerais em 1711, novo centro económico da colónia, com rápido povoamento e alguns conflitos.

Este Ciclo do Ouro permitiu a criação de um mercado interno e atraiu uma grande quantidade de imigrantes. A população cresceu 750% entre 1650 a 1770. A população de Minas Gerais rapidamente se tornou a maior do Brasil, contribuindo para o povoamento do interior. 78% desta população era formada por negros e mestiços, destacando-se também os cristãos-novos vindos do norte de Portugal e das Ilhas dos Açores e Madeira, importantes no comércio colonial nos povoados em volta de Ouro Preto e Mariana.

A corrida ao ouro aumentou consideravelmente as receitas da coroa, que cobrava um quinto de todo o minério extraído, o que passou a ser conhecido como "o quinto". Os desvios e o tráfico eram frequentes, pelo que instituiu toda uma burocracia de controlo.

Na correspondência do embaixador francês em Lisboa, Rouillé, há a primeira menção ao ouro chegado na frota em 1697 - 115,2 quilos. Faltam elementos para julgar o ouro entrado no Reino de 1698 a 1703, mas Godinho sem citar a fonte menciona, em 1699, 725 quilos e, em 1701, 1.785 quilos. A produção aurífera terá passado de 2 toneladas por ano em 1701 para 14 toneladas nos anos 1750, mas depois começou a declinar fortemente até se esgotar antes do fim do século. O ouro ultrapassou em lucro os outros produtos do comércio e permitiu a prosperidade do Rio de Janeiro. A importância económica do Brasil para Portugal, teria levado D. João IV a referir-se ao Brasil como a "vaca leiteira do Reino".

No final da década de 1720, descobriram-se também diamante e outras gemas preciosas. O ouro abundante nos ribeirões esgotou-se e passou a ser mais penosamente buscado em veios dentro da terra, com as condições de vida dos escravizados na região mineira particularmente difíceis. Apareceram metais preciosos em Goiás e no Mato Grosso, no século XVIII.

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123go

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« Responder #47 em: Junho 23, 2009, 03:05:49 am »
Citação de: "Cabeça de Martelo"
Citação de: "123go"
Afonso de Albuquerque tentou por meio do casamento de portugueses com mulheres indígenas criar uma raça luso-indiana que fosse fiel à coroa Portuguesa, isso aconteceu em outros territórios como cabo-verde e São Tomé que eram ilhas desabitadas e devido ao clima ser agreste para o europeu se tentou colonizar o território com povos mestiços, uma vez que também havia falta de homens.

Isto chama-se Eugenia.

Todos os países europeus que tiveram colónias tiveram famílias mestiças e se misturaram isso não é algo genuínamente português ou algo único de especial importância e que nos deveríamos de orgulhar.

Portugal também levou alguns Guanches para a Madeira como escravos.

Diga-me um outro povo europeu que tenha feito o mesmo.

Um exemplo.

Burgher people

The Burghers are an Eurasian ethnic group, historically from Sri Lanka, consisting for the most part of male-line descendants of European colonists from the 16th to 20th centuries (Portuguese, Dutch, German and British) and local women, with some minorities of Swedish, Norwegian, French and Irish.


Citação de: "Cabeça de Martelo"

 Já agora eugenia costuma ser o melhoramento da "raça" na busca de uma raça pura, certo?! Ora o que os Portugueses fizeram foi o oposto, misturaram-se com os povos dos 4 cantos do mundo.

Não a pureza racial fazia parte do projecto eugénico do III Reich.

Há vários tipos de Eugenia, que foram concretizados em diversas regiões do globo.

Eugenia é um termo cunhado em 1883 por Francis Galton (1822-1911), significando "bem nascido".

Galton definiu eugenia como o estudo dos agentes sob o controle social que podem melhorar ou empobrecer as qualidades raciais das futuras gerações seja física ou mentalmente.

Citação de: "Cabeça de Martelo"
E uma última questão, falou de violações e criminosos (eu digo que houve estas duas situações), mas neste caso as indianas casavam de boa vontade, certo?

Eu lembro-me de ler um texto na escola em que uma indiana gabava os portugueses como maridos, até porque não tinha que se deixar queimar viva depois de ele morrer.


Em princípio os Portugueses casariam com mulheres indígenas  cristianizadas.

Se era de boa vontade ou não é difícil de dizer cada caso seria um caso, algumas seriam viúvas que perderam o marido na guerra outras não, mas naquela época as mulheres seriam mais humildes e submissas, principalmente as orientais.

Presumo que concorda que a engenharia social dos casamentos arranjados e decretados pela lei não são naturais e criam alguma infelicidade entre os casais, por exemplo se saísse amanhã uma lei a dizer que todos os homens portugueses se tinham que casar com  mulheres chinesas haveria muita gente que não iria ficar contente com a ideia.

Mas já faltou mais.

http://www.brusselsjournal.com/node/3764

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123go

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« Responder #48 em: Junho 23, 2009, 03:59:45 am »
Citação de: "TOMSK"
Fico feliz por ver que a missão marxista e revisionista trazida aqui por um pobre coitado foi rapidamente combatida e repelida pelos nossos membros mais leais...de qualquer das formas, nestes assuntos da colonização portuguesa é sempre obrigatório trazer a opinião do nosso "colega", o Tenente-Coronel Brandão Ferreira ( :P )

Você é que é um pobre coitado que não sabe o que é ser marxista e não tem nada melhor para fazer num fim-de-semana que fazer ataques pessoais num fórum e não sabe debater ideias.

Você é tão fraco e ridículo que até dá pena.



Citar
"Os portugueses tinham um modelo político e estratégico baseado em três pilares: o religioso, o comercial e o militar. O terceiro era suporte imprescendível dos outros dois, mas apenas se aplicava em autodefesa, salvo em relação ao Islão, por este se encontrar em guerra com a cristandade. Este modelo serviu, devidamente adaptado, a todos os povos com os quais os portugueses contactaram: selvagens, semicivilizados e, ou civilizados. E tão diferentes como as quatro partes do mundo onde chegaram.
A capacidade  de adaptação dos portugueses a todas as situações é, pois, uma constante.

Aí o colega esqueceu-se convenientemente desta história.

O Ceilão Português, atual Sri Lanka, foi território de Portugal durante 153 anos. Foi o único caso em que os portugueses tentaram uma conquista territorial efectiva no Índico, ao estilo do Império Espanhol nas Américas, não se limitando às fortalezas e feitorias costeiras.

Primeiramente os Portugueses assinaram um tratado com o reino de Cota. O Ceilão Português foi estabelecido pela ocupação de Kotte e a conquista de reinos Cingaleses circundantes. Em 1565 a capital do Ceilão Português foi transferida de Kotte para Colombo.

Entretanto a introdução do Cristianismo pelos Portugueses gerou atritos com o povo Cingalês. A seu tempo, os Cingaleses, na sua luta por libertação, procuraram apoio no Império Holandês . Inicialmente o Império Holandês chegou a acordo com o reino de Candea. Porém, após o colapso da economia Ibérica, em 1627, a Guerra Luso-Holandesa acabou com a conquista das colónias Portuguesas da Ásia pelos Holandeses. Apesar disso, ainda hoje restam elementos culturais no Sri Lanka desse período.


Citação de: "TOMSK"
Feitos  os primeiros contactos, logo começava de imediato a acção evangelizadora. Os portugueses não usavam tanto o método das conversões em massa ou à força, mas mais o dom da palavra e a persuasão. Na maioria dos casos, os membros do clero e das ordens religiosas integravam-se nas diferentes comunidades indígenas, estudavam a sua língua, os usos e costumes e, a pouco e pouco, iam passando a doutrina cristã.
Não há memória de portugueses entretidos a destruírem povos ou culturas.

Os índios vivem na maior das misérias e à mercê dos colonos. Logo nos primeiros sermões ataca violentamente a licenciosidade dos costumes e o odioso regime da escravatura que, lá de longe, denuncia ao rei. Tenta incursões no interior, as entradas no sertão, para proteger os indígenas e os negros que começam a vir de África. Consegue apenas a animosidade e o ódio das autoridades oficiais e dos colonos. De nada adiantam os relatórios para Lisboa narrando os crimes que presencia. Mas, com a energia de ferro que sempre caracterizou o seu corpo frágil e enfermiço, desenvolve uma enorme actividade procurando minorar o sofrimento dos mais infelizes, visita os presos, funda um hospital, reparte a sua alimentação, catequiza, fulmina o vício e a luxúria.

É prodigiosa a acção de Vieira e dos jesuítas até 1661. Visitador e superior de todas as missões, o padre está em permanente viagem pelo interior do Brasil. Foi o tempo, como ele diz, mais feliz da sua vida. Será também, no termo, o período mais difícil e perigoso. A evangelização dos índios e a sua protecção ocupam-no completamente - quase, porque algumas horas lhe sobram para iniciar a publicação dos seus sermões, agora por sugestão da própria Companhia de Jesus.

Os rancores dos colonos e roceiros dirigem-se contra os jesuítas, entre os quais Vieira é o mais combativo e enérgico. Um novo governador, nomeado após a morte do rei, vem substituir André Vidal. Com ele as relações pioram. O padre agrava o conflito. Perante a enorme massa de negros e negras que desembarcam na Baía para serem submetidos à escravidão, Vieira não se cala. Durante um mês prega todos os dias (são os sermões conhecidos como Rosa Mística, do Rosário) abordando o tema da escravatura.

Os jesuítas são acusados de obstar ao desenvolvimento económico do Brasil.Os ódios atingem o auge. Em Maio de 1661, os colonos do Maranhão assaltam a Companhia de Jesus e, logo a seguir, acontece o mesmo com a casa dos membros da Ordem em Belém. É aí que, no momento, está António Vieira. Entre insultos e agressões os jesuítas são aprisionados em várias embarcações, reduzidos à miséria e à fome.

Os amotinados decidem expulsá-los do território brasileiro. Em Setembro de 1661, todos os religiosos, incluindo Vieira, são postos na nau Sacramento e enviados para Lisboa.


Citação de: "TOMSK"
E nem no auge da Inquisição a acção do Santo Oficío se fez sentir muito fora da parte europeia de Portugal [/b](com alguam excepção para a Inquisição de Goa) dado que se dirigia primeiramente contra o judaísmo. A conversão do rei do Congo, logo a seguir à chegada de Diogo Cão, pode ser considerado paradigma da nossa acção.

    No Brasil

           Os tribunais do "Santo" Ofício nunca se estabeleceram oficialmente em terras brasileiras, entretanto os clérigos que aqui residiam foram investidos de poderes inquisitoriais. Os vigários eram responsáveis por observar a população local, relatando comportamentos suspeitos e recolhendo denúncias, enquanto os bispos tinham poderes para efetuar prisões, confiscar bens e enviar suspeitos para julgamento em Lisboa. Adicionalmente, os inquisidores-mores enviaram visitadores ao Brasil, que fiscalizariam os costumes das gentes dessa terra e se o proceder do clero local frente a elas era fiel às ordens da Metrópole.

    Os primeiros 25 brasileiros, judaizantes, condenados pela Inquisição foram:

    ALCOFORADA, Ana

    ANTUNES, Heitor

    ANTUNES, Beatriz

    COSTA, Ana da

    COSTA, Brites da

    DIAS, Manoel Espinosa

    DUARTE, Paula

    GONÇALVES, Diogo Laso

    FAVELLA, Catarina

    FERNANDES, Beatriz

    FONTES, Diogo

    FRANCO, Lopez Matheus

    LOPEZ, Diogo

    LOPEZ, Guiomar

    MAIA, Salvador da

    MENDES, Henrique

    MIRANDA, Antônio Félix de

    NUNES, João

    ROIZ, Ana

    SOUZA, João Pereira

    SOUZA, Beatriz de

    TEIXEIRA, Bento

    TEIXEIRA, Diogo

    ULHOA, André Lopes


           A Inquisição atuou no Brasil especialmente nas áreas de maior prosperidade econômica. A primeira visitação foi à Bahia, de 1591 a 1593, seguindo para Pernambuco, onde permaneceu de 1593 a 1595. Em 1618, ocorreu a segunda visitação ao Brasil, permanecendo o visitador na Bahia de 11 de setembro de 1618 a 26 de janeiro de 1619, tendo havido 134 denúncias, sendo 94 delas contra judaizantes. O último brasileiro condenado à morte pela inquisição foi morto no auto-de-fé de 20 de outubro de 1748, em Lisboa.

    * Numa entrevista ao Jornal do Brasil, a historiadora e professora aposentada da USP, Anita Novinsky, questionada sobre os motivos de estudar sobre a Inquisição no Brasil, respondeu:
      "(...) Um deles, do meu interesse como professora de história, é simples: foi um fenômeno omitido e esquecido pela historiografia tradicional. Nós tivemos um Tribunal do Santo Ofício, que atuou no Brasil durante 285 anos, sobre o qual não conhecemos nada. E a Inquisição ibérica tem uma especificidade, não é exatamente igual à medieval. Ela foi criada exclusivamente por causa da questão judaica, enquanto a medieval, do resto da Europa, era por causa de heresias dentro da própria Igreja Católica."
    * Calcula-se que, dos processos da Inquisição Portuguesa, 80% foram contra cristãos novos.

Citação de: "TOMSK"
O cristianismo que levámos estava, por outro lado, eivado de lusitanidade e oferecia a salvação de todas as pessoas, sem distinção de cor, raça, ou nascimento. Todos eram chamados a serem filhos de Deus, desde que fosse esse o seu desejo de ascenção e de resgate. O facto de os portugueses, em muitas ocasiões, oferecerem armas como presentes aos dignatários que contactavam é a prova mais eloquente, entre outras, das boas intenções portuguesas. O facto de os portugueses (ao contrário de todos os outros povos europeus) terem instalado desde muito cedo arsenais, fundições e estaleiros em pontos avançados dos seus dominíos é prova da confiança que tinham nas populações dos locais onde se radicavam, da visão superior em termos estratégicos de que dispunham, da sua auto-confiança e motivação e, ainda, da sua vontade de ficar.

Os portugueses deram-se e misturaram o seu sangue com todas as gentes que contactaram. Se é certo que em muitos casos essas ligações tiveram causa natural ou de volúpia, também é certo que não eram, de um modo geral, renegadas pelos próprios nem o Estado as condenava ou a Igreja as verberava, tentando, outrossim, enquadrá-las no sacramento do casamento, E foi Afonso de Albuquerque, que se saiba, a incentivar os casamentos mistos, já lá vão quinhentos anos. Não se pode dizer que os portugueses tenham acordado para esta realidade tardiamente ou copiado outros.

Os portugueses não se limitaram, portanto, a "coexistir".
Conviveram, e essa é uma maneira superior de entender as relações entre os povos. O corolário lógico de tudo isto é a oferta e a assilmilação da própria orgânica nacional. Ou seja, Portugal ofereceu-se a si próprio a todos os povos com quem contactou, dando-lhes os seus elementos constituitivos mais vitais: sangue, família, sociedade, nação. É este o "segredo" da acção portuguesa no mundo, que muitos teimam em não entender, e do qual os próprios portugueses se deixaram afastar.

(..)

Mas teriam os portugueses estado isentos de erros ou pecados durante todos estes séculos? Efectivamente, não estiveram.
Mas nunca o pecado perdeu o seu nome para assumir outro qualquer.
E as consciências, por vezes obnubiladas, nunca o esqueceram. O mal nunca se arvorou em bem; o pecado nunca teve coragem para se transformar em sistema; a injustiça nunca se confundiu com a equidade e houve sempre quem tivesse coragem nas atitudes e chamasse nomes às coisas e hipocrisia à hipocrisia. E se alguns, no campo individual, assassinaram, maltrataram e roubaram  outros seres humanos, nunca a pesada mão da justiça os deixou de perseguir, nem o Estado decretou leis iníquas ou princípios imorais.

Nestas coisas é preciso fazer-se notar que os actos praticados em determinada época terão de ser analisados à luz dos conceitos morais dessa época, e não das actuais."


Por falar em baboseiras...

Mais opiniões e interpretações romanceadas do seu colega.

http://www.youtube.com/watch?v=irfX_8BRVNc

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Luso

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« Responder #49 em: Junho 23, 2009, 09:53:57 am »
123, você contua a fazer-se de desentendido e continua na sua senda provocatória.
Nunca nenhum de nós disse que fomos santos e que estivemos imunes a disparates. Todos assumimos isso sem problemas.
Mas comparativamente com os outros, que a propaganda cultural tanto enaltece - não fomos de certeza.
Você deve ser daqueles que tem raiva da sua situação actual e culpa-nos, portugueses, da sua situação, apesar de vocês serem independentes há quase 200 anos. E como os holandeses são mais ricos e desenvolvidos económicamente que nós (civilizacionalmente isso já começa a ser outra história), você prefere , como outros seus conterrâneos, lamentar-se e desresponsabilizar-se pela vossa própria sorte.
- "Get a life"!

Amigos, à falta de mão firme, ignore-se.
Ai de ti Lusitânia, que dominarás em todas as nações...
 

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Lancero

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« Responder #50 em: Junho 23, 2009, 03:10:45 pm »
Quem é este 123go?
"Portugal civilizou a Ásia, a África e a América. Falta civilizar a Europa"

Respeito
 

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Daniel

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« Responder #51 em: Junho 23, 2009, 03:24:44 pm »
Gostava de saber o que é que este senhor 123go, nos quer provar ou mostrar com estes seus postes, ou será que é mais um frustrado, volto a dizer o que disse hà uns tempos atrás, tem alguns que se querem fazer de bonzinhos defendendo a causa dos outros, hora no Brasil se hà alguém que tem o direito de se defender são os índios, pois esses sim foram maltratados, ainda hoje no Brasil os índios sofrem maus tratos pelos própios brasileiros, simplesmente ignorados da sociedade, é fácil falar, como alguém disse, tem alguns brasileiros que preferiam ser colonizados por ingleses ou até holandeses, tudo menos portugueses, com isto digo tudo, é bom ver como as pessoas não sabem dar valor aquilo que têm e a aquilo que são.
 

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Luso

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« Responder #52 em: Junho 23, 2009, 03:59:22 pm »
Citação de: "Daniel"
pessoas não sabem dar valor aquilo que têm e a aquilo que são.


Sucintamente, é isso mesmo.
Ai de ti Lusitânia, que dominarás em todas as nações...
 

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papatango

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« Responder #53 em: Junho 23, 2009, 10:23:15 pm »
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Não a pureza racial fazia parte do projecto eugénico do III Reich.
Há vários tipos de Eugenia, que foram concretizados em diversas regiões do globo.
Eugenia é um termo cunhado em 1883 por Francis Galton (1822-1911), significando "bem nascido".
Galton definiu eugenia como o estudo dos agentes sob o controle social que podem melhorar ou empobrecer as qualidades raciais das futuras gerações seja física ou mentalmente.

A pureza racial fazia parte do projecto eugénico do III Reich, que foi praticamente importado e baseado nas leis anglo-saxonicas postas em prática pelo Império Britânico e também pelos Estados Unidos durante as primeiras décadas do século. Nos Estados Unidos foram proibidos os casamentos entre brancos e mulatos ou orientais, ainda Hitler não tinha chegado ao poder.

Hitler era um anglófilo assumido e aquilo que Hitler mais respeitava na Inglaterra era a sua política racista. Hitler considerava que era o facto de terem mantido a raça pura que justificava e explicava o sucesso do Império Britânico.


- - - -


Citar
Citar
Diga-me um outro povo europeu que tenha feito o mesmo.


Um exemplo.

Burgher people

The Burghers are an Eurasian ethnic group, historically from Sri Lanka, consisting for the most part of male-line descendants of European colonists from the 16th to 20th centuries (Portuguese, Dutch, German and British) and local women, with some minorities of Swedish, Norwegian, French and Irish.

Meu caro 123go…
O termo «Desonestidade intelectual diz-lhe alguma coisa ? »

A minha experiência, resultado da necessidade, levou-me a contactar com muitas empresas indianas. É comum encontrar pessoas com o nome de Vijay Silva, Robert Susa/Sousa ou Hari Martins (conheço alguns). Garanto-lhe que nunca encontrei nenhum Hassan Vanderwoort nem nenhum Batan Ericsson.

Os nomes de origem portuguesa são incrivelmente comuns na Índia e no Sri-Lanka. Bastaria procurar na Internet por nomes de vítimas do último Tsunami, para se dar de caras com este facto.
Por cada 100 nomes com Silva, Santos ou Martins, você talvez encontre algum holandês. Digo talvez, porque não conheço nenhum. Falha minha concerteza…


Citar
Em princípio os Portugueses casariam com mulheres indígenas cristianizadas.

Se era de boa vontade ou não é difícil de dizer cada caso seria um caso, algumas seriam viúvas que perderam o marido na guerra outras não, mas naquela época as mulheres seriam mais humildes e submissas, principalmente as orientais.
Presumo que concorda que a engenharia social dos casamentos arranjados e decretados pela lei não são naturais e criam alguma infelicidade entre os casais, por exemplo se saísse amanhã uma lei a dizer que todos os homens portugueses se tinham que casar com mulheres chinesas haveria muita gente que não iria ficar contente com a ideia.


Para sua informação, os casamentos não tinham necessariamente o objectivo de cruzar a raça. Eles têm uma explicação muito diferente.
Tem a ver com o Dote que os indianos ricos davam quando casavam as filhas.
Os portugueses eram menos exigente que os locais, e o dinheiro do Dote dava para ficar rico.

Mas para os hindus havia um interesse enorme que também se explica com a religião. No século XVI, a navegação era considerada uma actividade impura que só os intocáveis podiam praticar. Por isso, a alta sociedade Hindu não podia navegar e é por isso que os árabes controlavam o comércio no Indico.

Ao estabelecerem laços matrimoniais com os portugueses as famílias hindus, associavam-se pelo casamento a pessoas com estatuto elevado mas que podiam navegar, sem incorrer em qualquer violação ou indignidade.

É por isso que você encontra os nomes portugueses entre as famílias das castas superiores da sociedade indiana.


Cumprimentos
É muito mais fácil enganar uma pessoa, que explicar-lhe que foi enganada ...
 

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inlin3

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« Responder #54 em: Junho 23, 2009, 11:05:35 pm »
Realmente tenho pouca paciência para anormais... 1, 2, 3 e cá está ele outra vez.... :roll:
 

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123go

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« Responder #55 em: Junho 26, 2009, 05:41:15 pm »
Citação de: "papatango"
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Não a pureza racial fazia parte do projecto eugénico do III Reich.
Há vários tipos de Eugenia, que foram concretizados em diversas regiões do globo.
Eugenia é um termo cunhado em 1883 por Francis Galton (1822-1911), significando "bem nascido".
Galton definiu eugenia como o estudo dos agentes sob o controle social que podem melhorar ou empobrecer as qualidades raciais das futuras gerações seja física ou mentalmente.

A pureza racial fazia parte do projecto eugénico do III Reich, que foi praticamente importado e baseado nas leis anglo-saxonicas postas em prática pelo Império Britânico e também pelos Estados Unidos durante as primeiras décadas do século. Nos Estados Unidos foram proibidos os casamentos entre brancos e mulatos ou orientais, ainda Hitler não tinha chegado ao poder.

Hitler era um anglófilo assumido e aquilo que Hitler mais respeitava na Inglaterra era a sua política racista. Hitler considerava que era o facto de terem mantido a raça pura que justificava e explicava o sucesso do Império Britânico.


Nazism and the British Empire

Hitler admired the British Empire. Racist theories were developed by British intellectuals in the 19th century to control the Indian people and other "savages." These methods were often copied by the Nazis.

Similarly, in his early years Hitler also greatly admired the United States of America.

In Mein Kampf, he praised the United States for its anti-immigration laws. According to Hitler, America was a successful nation because it kept itself "pure" of "lesser races."

However as war approached, his view of the United States became more negative and he believed that Germany would have an easy victory over the United States precisely because the United States in his later estimation had become a mongrel nation.


Citação de: "papatango"
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Diga-me um outro povo europeu que tenha feito o mesmo.


Um exemplo.

Burgher people

The Burghers are an Eurasian ethnic group, historically from Sri Lanka, consisting for the most part of male-line descendants of European colonists from the 16th to 20th centuries (Portuguese, Dutch, German and British) and local women, with some minorities of Swedish, Norwegian, French and Irish.

Meu caro 123go…
O termo «Desonestidade intelectual diz-lhe alguma coisa ? »

A minha experiência, resultado da necessidade, levou-me a contactar com muitas empresas indianas. É comum encontrar pessoas com o nome de Vijay Silva, Robert Susa/Sousa ou Hari Martins (conheço alguns). Garanto-lhe que nunca encontrei nenhum Hassan Vanderwoort nem nenhum Batan Ericsson.

Os nomes de origem portuguesa são incrivelmente comuns na Índia e no Sri-Lanka. Bastaria procurar na Internet por nomes de vítimas do último Tsunami, para se dar de caras com este facto.
Por cada 100 nomes com Silva, Santos ou Martins, você talvez encontre algum holandês. Digo talvez, porque não conheço nenhum. Falha minha concerteza…

Lá porque não conhece não quer dizer que não exista.

In the census of 1981, the Burgher population of Sri Lanka was enumerated at 39,374 persons, about one percent. The highest concentration of Burghers is in Colombo (0.72%) and Gampaha (0.5%). There are also similar, significant communities in Trincomalee and Batticaloa, with an estimated population of 20,000.

Burgher descendants are spread far and wide into many communities throughout the world. Families with surnames such as Furnandes (a variety of Portuguese Fernandes), Mirano and Vandort are of Dutch ancestry.


E já que esta thread começou com um post acerca de anti-espanholismos retardados:


http://en.wikipedia.org/wiki/Filipinos_ ... sh_descent

http://www.armada15001900.net/THE%20PHI ... IELAGO.htm


Citação de: "papatango"

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Em princípio os Portugueses casariam com mulheres indígenas cristianizadas.

Se era de boa vontade ou não é difícil de dizer cada caso seria um caso, algumas seriam viúvas que perderam o marido na guerra outras não, mas naquela época as mulheres seriam mais humildes e submissas, principalmente as orientais.
Presumo que concorda que a engenharia social dos casamentos arranjados e decretados pela lei não são naturais e criam alguma infelicidade entre os casais, por exemplo se saísse amanhã uma lei a dizer que todos os homens portugueses se tinham que casar com mulheres chinesas haveria muita gente que não iria ficar contente com a ideia.

Para sua informação, os casamentos não tinham necessariamente o objectivo de cruzar a raça. Eles têm uma explicação muito diferente.
Tem a ver com o Dote que os indianos ricos davam quando casavam as filhas.
Os portugueses eram menos exigente que os locais, e o dinheiro do Dote dava para ficar rico.

Mas para os hindus havia um interesse enorme que também se explica com a religião. No século XVI, a navegação era considerada uma actividade impura que só os intocáveis podiam praticar. Por isso, a alta sociedade Hindu não podia navegar e é por isso que os árabes controlavam o comércio no Indico.

Ao estabelecerem laços matrimoniais com os portugueses as famílias hindus, associavam-se pelo casamento a pessoas com estatuto elevado mas que podiam navegar, sem incorrer em qualquer violação ou indignidade.

É por isso que você encontra os nomes portugueses entre as famílias das castas superiores da sociedade indiana.


Cumprimentos


SINOPSE

Durante 450 anos Goa fez parte do império colonial português, de costas voltadas para o resto da Índia.

Os goeses foram forçados a engenhar todos os dias um novo acordo entre resistência e rendição.

A memória da cultura portuguesa sobrevive em Goa e revela-se todos os dias nos detalhes da vida quotidiana. Mas confronta-se à vitalidade da cultura hindu, nunca enfraquecida, presente por toda a parte.

Pátria Incerta olha para um aspecto da colonização de que nunca ninguém fala: o génio que o povo colonizado revela ao produzir uma síntese civilizacional própria.

FICHA TÉCNICA

REALIZAÇÃO Inês Gonçalves e Vasco Pimentel
IMAGEM Inês Gonçalves
SOM Vasco Pimentel
MONTAGEM Vasco Pimentel e Vanessa Pimentel
PRODUÇÃO Filmes do Tejo II — Maria João Mayer e François D’Artemare
LÍNGUAS Português / Inglês
FORMATO 16:9 / 52’ / 2006 / Cor
PÁTRIA INCERTA – DE INÊS GONÇALVES E VASCO PIMENTEL – PRODUÇÃO FILMES DO TEJO II 5
Inês e Vasco, a imagem e o som.

No cruzamento destes dois modos de captar a realidade se constrói uma visão de Goa: só assim poderia construir um documentário tão belo sobre uma realidade tão paradoxal. Onde o cruzamento de culturas se sente sob a pele de Goa, nas ruas, nos mercados, em cada casa. Onde o hinduísmo ou o catolicismo não se distinguem do facto essencial: são todos goeses, fazem parte da Índia, mas a pátria é incerta nas suas almas.

Um filme com tempo para ver e ouvir, que deixa Goa contar a sua versão da história.

Como foram a Goa?

Vasco Pimentel — Partimos sem dinheiro, com uma câmara mini DV, um tripé, um gravador digital e um microfone estereofónico — e partimos para Goa.

Como conseguiram uma qualidade de imagem e som tão grande?

Vasco — Não fizemos o comum numa equipa de documentário: andar a imagem atrás do som e o som atrás da imagem. Chegávamos a uma procissão, a uma festa (e há sempre festas todos os dias) e não nos víamos mais — a Inês ia fazer as imagens dela e eu ia captar os melhores sons. Recolhemos matéria-prima de uma forma muito pessoal, recolhendo o melhor de som e imagem que cada quotidiano dava.


Havia um ponto de partida?

Vasco — No meu caso, que foi o primeiro embate com Goa, qualquer ideia preconcebida foi dinamitada à chegada àquela realidade, novas emoções, novas impressões. A Inês já conhecia Goa, era quem punha um pouco de  tempero na minha febre.
Não fomos com um plano estruturado, não fomos provar nada. Pensámos foi aprofundar o que está por baixo desta superfície surpreendente que está à vista em Goa, vamos
filmá-la sem analisar e tão paradoxal, rica e intensa como ela é.
A filmagem é, claro, uma camada da matéria de que são feitos os filmes, o processo de interrogação, de perplexidade e de entendimento daquela realidade continuou até ao último dia da montagem, onde voltámos a pôr em causa tudo o que filmámos. E agora o que é que fazemos com as cinquenta, oitenta, horas que filmámos?
Será que bate certo? Queremos que bata certo?

Quando deixaram Goa tinham ideia que era este filme que iam fazer?

Inês Gonçalves — Sim, em parte, havia umas quantas questões que colocávamos às pessoas e eram sempre as mesmas. O filme não tem uma estrutura muito definida mas havia algumas coisas que sabíamos que estariam lá:
esta síntese de cultura entre o hinduísmo e o catolicismo, como é que foram as conversões, como é que se fala ainda português na Índia, como é que aquela comunidade pequena (são 30% da população de Goa) tem uma influência tão grande, sobretudo a religião católica.

Vasco — Isto que a Inês conta e também o seu contrário: como é que a mais fervorosa comunidade católica que eu já vi, com uma grande influência portuguesa, é ao mesmo tempo intensamente indiana — vivem segundo estruturas ancestrais absolutamente hindus.

A cultura portuguesa foi simplesmente incorporada
na própria cultura indiana?

Inês — Sim, mais na forma do que propriamente em coisas muito profundas. É um Portugal “Júlio Dinis”, já não existe.

Vasco — O que descobrimos foi que as conversões foram feitas por obrigação e incentivos: na estrutura hindu a posse da terra é o mais importante e pertence à casta brâmane, a casta superior.
Os portugueses, espertos, como na Índia não resultava a política de miscigenação (uma indiana, orgulhosa da sua casta, nunca iria casar com aqueles barbudos comedores de porcos) pegaram na coisa mais sensível: a estratificação e a posse da terra. Só um católico é que pode herdar, isto é, ou os teus filhos se convertem ou não herdam! Ou seja, eles converteram-se para poderem manter exactamente tudo na mesma.

Mas como até ao século XVI, Goa estava sempre a ser conquistada e invadida por todos os povos da região, os portugueses eram só mais uns — só com o tempo se aperceberam que os portugueses não iam embora. Os católicos, como é evidente, transformaram-se numa classe dominante e daí vem o sentido de superioridade cultural face aos hindus — mas na origem não foi assim.

Aquele senhor católico diz: como posso admirar os meus antepassados que ficaram e se converteram à nova religião.

Inês — Na Índia não existe a palavra religião como coisa autónoma, a religião é tudo.
É uma forma de vida, o dia-a-dia, a família.
E em Goa falar das conversões é um tema incómodo, mas eu já sabia que era essencial para perceber aquela realidade.


http://www.ciberduvidas.com/articles.php?rid=350

http://www.jornalinside.com/noticias.php?nid=5166

Para além de conquistar todas as cidades que considerasse com valor estratégico para o domínio português, Afonso de Albuquerque seguiu, ao mesmo tempo, uma política de miscigenação, estimulando o casamento das indianas com os seus soldados e marinheiros, que depois ficavam a servir na administração do território.

Assim, formaria uma nova geração luso-indiana que seria incapaz, no futuro, de expulsar do território a ascendência portuguesa.

http://viajandonotempo.blogs.sapo.pt/7622.html

http://historia-portugal.blogspot.com/2 ... que-o.html

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123go

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« Responder #56 em: Junho 26, 2009, 05:50:11 pm »
Citação de: "Daniel"
Gostava de saber o que é que este senhor 123go, nos quer provar ou mostrar com estes seus postes, ou será que é mais um frustrado, volto a dizer o que disse hà uns tempos atrás, tem alguns que se querem fazer de bonzinhos defendendo a causa dos outros, hora no Brasil se hà alguém que tem o direito de se defender são os índios, pois esses sim foram maltratados, ainda hoje no Brasil os índios sofrem maus tratos pelos própios brasileiros, simplesmente ignorados da sociedade, é fácil falar, como alguém disse, tem alguns brasileiros que preferiam ser colonizados por ingleses ou até holandeses, tudo menos portugueses, com isto digo tudo, é bom ver como as pessoas não sabem dar valor aquilo que têm e a aquilo que são.


O Brasil e outros territórios do Império português não foram colonizados na sua grande maioria por Portugueses.

Foram colonizados por "Portugueses".

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Daniel

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« Responder #57 em: Junho 26, 2009, 08:55:05 pm »
123go
Citar
O Brasil e outros territórios do Império português não foram colonizados na sua grande maioria por Portugueses.

Foram colonizados por "Portugueses".

 De verdade que já li mil vezes querendo etender esse seu comentário, e não consegui. c34x
 

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papatango

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« Responder #58 em: Junho 26, 2009, 11:07:24 pm »
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Durante 450 anos Goa fez parte do império colonial português, de costas voltadas para o resto da Índia.

Os goeses foram forçados a engenhar todos os dias um novo acordo entre resistência e rendição.

A memória da cultura portuguesa sobrevive em Goa e revela-se todos os dias nos detalhes da vida quotidiana. Mas confronta-se à vitalidade da cultura hindu, nunca enfraquecida, presente por toda a parte.
A afirmação é no mínimo patética.

Em primeiro lugar, Goa nunca poderia ter sobrevivido voltada de costas para a Índia. Era um território demasiado pequeno para isso. Depois, Goa fazia fronteira com um dos reinos da India. Esses reinos eram independentes e depois da queda dos Mughal, os britânicos transformaram-se na entidade que tutelava todo o território.

Quererá você (ou o texto) dizer que Portugal estava de costas voltadas para o Império Britânico ?
Tem ideia da barbaridade que isto implica ? :shock:  :roll:
É muito mais fácil enganar uma pessoa, que explicar-lhe que foi enganada ...
 

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FoxTroop

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« Responder #59 em: Junho 27, 2009, 12:08:03 am »
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O Brasil e outros territórios do Império português não foram colonizados na sua grande maioria por Portugueses.

Foram colonizados por "Portugueses"


Pois, está bem..... Leve lá a bicicleta, mas olhe que eu fico com o selim.

Se está desgostoso com a sua herança histórica, que liga a sua nação de forma indelével a Portugal e às suas gestas, azar. Pode sempre emigrar para um dos países que tanto admira. Certamente que por lá terão muito gosto em o receber.

Querer comparar as acções dos "Portugueses" com as de outros povos colonizadores só mesmo na sua cabeça. Mas o que é certo é que o Brasil, que é a maior potência no hemisfério sul, é uma herança portuguesa, assim como os países mais pujantes em África (tirando o triste caso da Guiné).

E também é certo que tantos os indianos como os cingaleses mostram com orgulho os seus apelidos portugueses e continuam a passa-los para os filhos.

Fique bem e tome Eno que isso passa.