Acho que nos estamos a esquecer de uma coisa bastante importante.
Logo a seguir à saída de Durão Barroso, houve várias hipóteses para um governo com uma personalidade do PSD, como primeiro ministro que fosse reconhecidamente capaz.
Havia várias personalidades, como Manuela Ferreira Leite, por exemplo. Mas parece que Manuela Ferreira Leite não aprecia Paulo Portas e o “não apreço” é mútuo. Portanto a estabilidade estaria comprometida. Essa é a razão da solução “Santana Lopes”.
Parece que nos esquecemos que o presidente, pensando exactamente na estabilidade governativa, aceitou a ideia “Santana Lopes” exactamente porque ele era capaz de coabitar com o PP e com Paulo Portas.
Outra personalidade, não sería aceite e iniciaria uma guerra entre PSD e PP e acabaría com a coligação. Santana Lopes foiu uma forma de garantir a coligação. Mas se por um lado, garantiu a coligação PSD-PP acabou fazendo tanto disparate, que uma parte do próprio PSD deixou de apoiar Santana Lopes.
Portanto, no fim, o problema principal, reside no facto de nós, os cidadãos, não termos sido capazes de produzir uma maioria parlamentar. Há uma maioria, mas é uma maioria de coligação e, essa maioria de coligação, depende dos humores dos políticos de dois partidos que competem um com o outro por votos.
Se hoje, houvesse uma maioria de um só partido, a situação seria diferente. Aliás, há quatro meses, provavelmente Santana Lopes nunca teria sido empossado, porque o PSD, livre para escolher, sem o PP, teria optado por uma equipa diferente, em vez de ter sido encostado à parede por Santana Lopes e a sua “entourage” com a afirmação de “Ou eu ou o demónio”.
Sinceramente se o PSD apresentar Pedro Santana Lopes, tenho dúvidas de que ultrapasse os 30% dos votos. No entanto, tudo depende de quem ganhar o concurso “Quinta das Celebridades”.
Cumprimentos