Caiu o governo de Santana Lopes

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Spectral

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« Responder #30 em: Dezembro 02, 2004, 06:08:28 pm »
Citação de: "Luso"
Quero alguém que fale curto e grosso.


Sempre se podia ir buscar o Alberto João, não era ? :mrgreen:  :mrgreen:
I hope that you accept Nature as It is - absurd.

R.P. Feynman
 

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alfsapt

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« Responder #31 em: Dezembro 02, 2004, 07:20:35 pm »
Citação de: "Ricardo Nunes"
Não considero Marcelo Rebelo de Sousa um bom primeiro ministro em potencial. Considero-o um homem de direito ( sem ofensa João ), inteligente mas que fala fala fala mais do que aquilo que trabalha. Posso estar enganado.

alfsapt, nunca quis desprestigiar o PP e muito menos Paulo Portas ( que considero ter sido o melhor ministro da defesa que tivemos nas últimas décadas ) tal como não pretendo desprestigiar todos os ministros populares que, à excepção de Celeste Cardona, foram todos bastante competentes nas suas funções.
Contudo considero que toda a lógica do PP gira à voltar do seu líder Paulo Portas, daí o meu comentário sem qualquer intenção depreciativa. Gostaria que isto ficasse bem claro.
Paulo Portas é, no seu essencial, o próprio carisma do partido a que pertence. É a sua cara. É impossível dissociar o PP de Paulo Portas.

Cumprimentos,


Fica então a sua correcção. Tinha entendido a sua Análise como depreciativa porque considero depreciativo "o partido girar à volta do seu líder"... mas afinal não é o que procuram para o PSD?!

Permitam-me um esclarecimento: nunca gostei do PP pessoa nem desgosto muito do PP Partido e nunca "torci" por um ou por outro,
mas o PP Ministério foi para mim do melhor que se viu e se fez nesta Terra e neste Mar.

Mas bons ou maus, figuras ou figurinos, neste "vale tudo" não tem sido a telegenia o que mais conta? Viva o Marketing.
"Se serviste a patria e ela te foi ingrata, tu fizestes o que devias, ela o que costuma."
Padre Antonio Vieira
 

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Luso

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« Responder #32 em: Dezembro 02, 2004, 08:44:14 pm »
Citação de: "Spectral"
Sempre se podia ir buscar o Alberto João, não era ? :mrgreen:  :wink:

Mas já não tenho paciência para muitas palhaçadas...
Ai de ti Lusitânia, que dominarás em todas as nações...
 

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Jorge Pereira

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Dúvidas
« Responder #33 em: Dezembro 03, 2004, 03:43:44 am »
Não consigo ainda perceber os motivos que levaram ao Sr. Presidente da República a dissolver a Assembleia da Republica.

Passados 2 dias, ainda ninguém sabe os reais motivos de tal acto. Só temos assistido a uma série de especulações, interpretações e extrapolações do pensamento de uma pessoa que como máxima figura do Estado e para evitar especulações que corroem a confiança da sociedade nas suas instituições, já deveria ter a muito tempo explicado os motivos que o levaram a tomar tal decisão.

Partindo do principio que a sua decisão se baseou nos últimos acontecimentos que abalaram o Governo, como foram algumas contradições entre alguns membros do mesmo, os comentários mais ou menos infelizes de outros, ou a saída do Ministro Henrique Chaves e as suas criticas ao Primeiro-Ministro na “celebre carta” e aplicando um critério de comparação, nenhum Governo no mundo industrializado duraria mais de 6 meses.

Se aplicarmos isso a realidade portuguesa basta recuar poucos anos e ver aquilo que foram os últimos meses do Governo do Eng. Guterres.

Estou-me a lembrar de episódios como a saída do Dr. Maria Carrilho e as suas bombásticas criticas ao Eng. Guterres, ou a saída da Dra. Manuela Arcanjo do também Governo do Eng. Guterres e as suas declarações demolidoras em directo para rádios e televisões do que ela pensava do então Primeiro-Ministro.

Por tais factos o Governo foi demitido (Governo que só tinha uma maioria simples no parlamento) pelo Presidente da República? A resposta é não.

Mesmo quando o Eng. Guterres se demitiu como Primeiro-Ministro, o Presidente Sampaio convidou o PS a formar Governo, mesmo carecendo este de uma maioria no Parlamento.

É bom lembrar que o Dr. Santana Lopes só tinha 4 meses no Governo (Governo este que foi empossado pelo Presidente Sampaio 4 meses antes), um Governo que não teve tempo de preparar como gostaria e deveria, ao invés de outros que tiveram anos e nas quais as situações acima descritas se sucediam frequentemente.


A situação económica também não deverá ter sido. Estamos em um período de recuperação a nível nacional e Europeu que embora ainda fazendo-se sentir algumas sequelas da recessão que atravessamos a pouco tempo, como o desemprego e o congelamento de salários na função pública, o Governo preparava-se para pela primeira vez em dois anos dar aumentos moderados na função pública, nas pensões e reduzir o IRS, tentando em simultâneo manter controlado o “deficit orçamental”.

Também é bom lembrar os custos que uma campanha eleitoral e umas eleições implicam para a economia do país.

Problemas com a capacidade do Governo legislar e aplicar o seu programa de Governo também não. Este Governo possuía uma maioria estável e coesa no Parlamento que lhe permitia aprovar sem sobressaltos qualquer diploma que ali apresentasse.

Alias, este Governo teve a coragem de em dois anos avançar com mais reformas que outros não fizeram em seis, uma das quais, a chamada Lei do Arrendamento, tão necessária para evitar a degradação dos nossos centros urbanos, irá ficar sem efeito pela dissolução da AR.

Então quais foram os motivos? Uma interpretação abstracta saída sabe-se lá de onde que alega que o Governo não tem condições para garantir a estabilidade governativa?

Se estas dúvidas não forem dissipadas as pessoas começarão a pensar que tudo foi uma jogada política para o Sr. Presidente da República colocar no Governo o partido socialista (que muito recentemente mudou a sua direcção política) e dando um sinal preocupante à sociedade e aos agentes económicos de que de agora em diante um Governo mesmo com uma maioria estável no parlamento pode ser derrubado por uma interpretação abstracta e arbitrária daquilo que é estabilidade.
Um dos primeiros erros do mundo moderno é presumir, profunda e tacitamente, que as coisas passadas se tornaram impossíveis.

Gilbert Chesterton, in 'O Que Há de Errado com o Mundo'






Cumprimentos
 

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alfsapt

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« Responder #34 em: Dezembro 03, 2004, 11:04:33 am »
É o figurino do costume. O Homem faz o lugar: ora passeia por aqui e por ali ora aprova ou chumba projectos de lei, e agora aqui vai disto. Amanhem-se. Faz-se a festa de nova partida para a corrida aos poleiros.
Enfim é o jogo das cadeiras.

Entretanto o que realmente interessa, as questões de fundo, as reformas da Função Pública, do sistema de Saúde para não falar no aqui tão conhecido cumprimento da LPM... ignoram-se, suspendem-se, adiam-se.
Ainda alguém se lembrará de quantificar a factura deste adiamento.

Adia-se um País enquanto passa a novela da Justiça com protagonistas a precisarem de ser salvos. Mas afinal é isto o que realmente importa?
São os comentadores de televisão, os artigos de opinião de versáteis jornalistas ou os ministros mais apupados, demissionários ou simplesmente arrogantes? Não. Para mal dos nossos filhos, nem isto faz a diferença. Importa sim se pago portagem e se sou aumentado.
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JoseMFernandes

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« Responder #35 em: Dezembro 03, 2004, 12:14:46 pm »
Nao posso deixar de concordar  em boa parte com as opinioes e analises expressas neste forum, no qual me parece existir um certo consenso.
Permito-me fazer apenas algumas achegas pessoais.
Como referiu ALFSAPT, o essencial seria levar para a frente as reformas essenciais para sairmos deste atoleiro em que nos encontramos, reformas que serao contudo  muito gravosas e extremamente penalizadoras em termos eleitorais.Nesse aspecto, defendo, e julgo que a maior parte nao me acompanhara neste ponto, que o ideal seria a formaçao de um bloco alargado ( eventualmente uma reediçao mais efectiva do Bloco Central dos anos 80, que permitiu aceder a Uniao Europeia) baseado no PS + PSD, com um programa bem definido, incluindo acordo informal com o P.R, com  medidas calendarizadas e descriminadas, a fim de efectuar as transformaçoes que a sociedade portuguesa necessita, mas que seriam dificilmente levadas a pratica por um  unico partido, mesmo com maioria absoluta(dificilmente o que se encontraria na oposiçao escaparia a tentaçao de tirar proveitos a seu favor).Lembro-me que quando da saida de Guterres, o economista Ernani Lopes tinha sugerido isso mesmo.Resta saber se os politicos que temos neste momento seriam capazes de dar esse passo, e por uma vez, porem realmente o interesse do pais acima do partido.
 

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Luso

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« Responder #36 em: Dezembro 03, 2004, 07:14:08 pm »
Depois de um dia numa aula de mestrado sobre inovação e transferência avançada de tecnologia, em que o professor dissertou um pouco sobre a realidade económica, cultural e política portuguesa, a ideia que resta é: - estamos lixados!
Ai de ti Lusitânia, que dominarás em todas as nações...
 

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Luso

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« Responder #37 em: Dezembro 03, 2004, 07:18:03 pm »
Já agora...

de http://grandelojadoqueijolimiano.blogspot.com/

"Jorge Sampaio, a mais alta figura da nação, o mesmo que despediu Santana por incompetência, esqueceu-se de avisar a segunda figura do Estado, e Presidente da Assembleia da República, de que ia dissolver essa mesma Assembleia da República. Um exemplo de competência e profissionalismo já se vê. E se eu um destes dias muito realisticamente dizia que não havia tempo nem condições para correr com Santana do PSD e ir o PSD a votos com um candidato e um programa decentes, espero, sinceramente, que muito em breve não tenha de chegar à conclusão, também eu, que concordando em abstracto com a decisão de Sampaio, de provocar a queda desta legislatura, ter que reconhecer que ela se veio a verificar errada porque Sampaio, o tal que é o mais alto magistrado da nação, não tem, também ele, estaleca nem sentido de estado para aguentar o barco, e o País, até as legislativas. Isto quando se pode avizinhar, e Sampaio tem obrigação de o saber, a campanha eleitoral mais torpe, caceteira, suja e terrorista de que há memória, e se tal ocorrer, sê-lo-á, única e exclusivamente, por culpa do actual inquilino de Belém, que pelos seus silêncios, gaffes e omissões tal propiciará... Assim, ou Jorge Sampaio emenda rapidamente a mão ou provará de uma vez por todas que, na hora da verdade, não é afinal melhor que o Dr. Lopes. Porque em Política o que parece é."
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Tiger22

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« Responder #38 em: Dezembro 03, 2004, 07:18:30 pm »
Será que os portugueses andam a dormir?

1. «O Presidente da República só pode demitir o Governo quando tal se torne necessário para assegurar o regular funcionamento das instituições democráticas, ouvido o Conselho de Estado.» (Artigo 195, 2)

 2. «Dissolver a Assembleia da República, observado o disposto no artigo 172.º, ouvidos os partidos nela representados e o Conselho de Estado» (Artigo 133, e)

 3. As funções do Primeiro-Ministro iniciam-se com a sua posse e cessam com a sua exoneração pelo Presidente da República. (Artigo 186, 1 e seguintes)

Será que a Constituição foi alterada e ninguém deu por nada?

Ninguém se importa com este golpe de estado?

Vivemos numa monarquia do Golfo Pérsico?

 :?:  :?:  :?:  :?:  :?:
"you're either with us, or you're with the terrorists."
 
-George W. Bush-
 

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JNSA

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« Responder #39 em: Dezembro 03, 2004, 07:35:43 pm »
Será que o Tiger22 sabe alguma coisa que eu não sei? Ou que de resto, nenhum constitucionalista deste país sabe? Ou será que é só problema de interpretação?... :conf:
 

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Tiger22

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« Responder #40 em: Dezembro 03, 2004, 07:36:58 pm »
Citação de: "SIC"
O presidente da Assembleia da República, Mota Amaral, admitiu hoje que o Chefe de Estado não o informou sobre a dissolução do Parlamento por "puro esquecimento". Após a audiência com o Presidente da República, Mota Amaral acrescentou que essa situação "é perfeitamente admissível".
 

Como se inicia o processo para a destituição de um Presidente incompetente? :roll:
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JNSA

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« Responder #41 em: Dezembro 03, 2004, 07:44:56 pm »
Citação de: "Tiger22"
Citação de: "SIC"
O presidente da Assembleia da República, Mota Amaral, admitiu hoje que o Chefe de Estado não o informou sobre a dissolução do Parlamento por "puro esquecimento". Após a audiência com o Presidente da República, Mota Amaral acrescentou que essa situação "é perfeitamente admissível".
 

Como se inicia o processo para a destituição de um Presidente incompetente? :roll:


Por essa ordem de ideias, não se pode realizar mais nenhum acto oficial que possa pôr em causa as acções das empresas cotadas em bolsa...

Pergunto-me quem é que está a fazer propaganda agora... :?
 

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Tiger22

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« Responder #42 em: Dezembro 03, 2004, 07:58:26 pm »
Não é propaganda é a realidade.

Não se importa das consequências que isto traz para o país?

Acha bem o silêncio do Presidente?

E quais são os motivos?

Uma maioria no parlamento não significa nada?

Claro que para quem só pensa no poder pelo poder sem pensar no país vale tudo…
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ACabral

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« Responder #43 em: Dezembro 03, 2004, 08:47:36 pm »
Penso que o Presidente cometeu erros inacreditáveis que os partidos da coligação poderão aproveitar para “virar o feitiço contra o feiticeiro”.
Nesta altura parece-me obvio que a única intenção do Presidente da República foi dar uma mão ao PS para subir ao poder.
Neste momento e após esta “trapalhada” do Presidente, tenho as minhas dúvidas que o PS consiga ganhar as próximas eleições. O povo não é estúpido.
 

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Luso

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« Responder #44 em: Dezembro 03, 2004, 09:58:14 pm »
"Neste momento e após esta “trapalhada” do Presidente, tenho as minhas dúvidas que o PS consiga ganhar as próximas eleições. O povo não é estúpido."

Será?
(Guterres, Sampaio, Durão... os presidentes de Câmara, etc, etc)

Será que o Santana vai mesmo a votos?? :shock:
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