Não é seguro que um avião do tipo do F-16 não consiga de facto abater um míssil TOMAHAWK se o detectar. Outra coisa é dizer que os F-16 conseguiriam atingidos quase todos. Os TOMAHAWK seriam utilizados preferencialmente para atacar os nossos radares, de longo alcance e provavelmente fariam um ataque combinado, desde vários pontos diferentes. A probabilidade de os F-16 evitarem um ataque de TOMAHAWK é nula.
As fragatas no Tejo, são uma arma utilizável para a defesa aérea. Não são fragatas de defesa de área, mas têm que servir como tal. Os mísseis SM-1 serão de facto, se instalados nas fragatas Perry, a melhor defesa anti-aérea que teremos. Uma fragata Perry será importante para a defesa anti-aérea.
Outra coisa é dizer que as fragatas Perry podem ser utilizadas para defender uma cidade de mísseis TOMAHAWK. O SM-1 pode atacar aviões, mas não mísseis.
Além disso, os nossos radares não estão em Lisboa. Outra coisa interessante, é a aquisição de radares espanhóis para a defesa anti-aérea. Esses radares não são fixos, o que é uma vantagem. Claro que a desvantagem é serem espanhóis. Não acredito que o fabricante não tenha desenvolvido meios para detecta-los e coloca-los fora de acção.
Quanto à questão dos mísseis, a aquisição de qualquer equipamento por um exército de um país vizinho, deve ser equacionada pelas nossas forças armadas. É uma questão de lógica. Devemos estar preparados para qualquer eventualidade. Se não fosse para isso, então acabávamos com as Forças Armadas, porque não serviriam para nada. Se a guerra fosse previsível, fazia-se como antigamente:
“- Olha parece que para o ano vai haver uma guerra…”
“ – Então toca a fazer um exército … “
Hoje, as ameaças são tão imprevisíveis que se torna impossível não ter umas forças armadas.
O discurso de que “Os Espanhóis já compraram Portugal” é partilhado por dois grupos de extremistas:
1 – Os extremistas pró castelhanos, que querem viver com mais subsídios e roubar o contribuinte do país vizinho, da mesma maneira que nos rouba a nós.
2 – Os extremistas anti-castelhanos, que vêm na Espanha ou em Castela, todos os males do mundo, achando que só há espanhóis bons no cemitério, e que agitam a tomada da economia, como uma invasão que é preciso recusar.
O engraçado, é que mesmo o grupo -1- não gosta dos castelhanos. Apenas quer ganhar dinheiro com eles.
No fim, como em todos os casos, nem tanto ao mar nem tanto à terra. Os perigos estão bastante longe do exagero do “já compraram tudo”, A verdade é que a própria economia espanhola, e as empresas espanholas também são elas próprias tomadas pelo capital estrangeiro. Para cumulo, a industria de defesa, está hoje nas mãos dos Franceses e dos Americanos.
Isto não quer obviamente dizer que não existam dentro de Espanha extremistas que acreditam numa unificação Ibérica, baseada em mentiras históricas, vendidas como verdades por toda a Espanha nos tempos de Franco. O problema existe tanto mais, quanto há dentro da Espanha um movimento descentralizador. Uma reacção violenta a esse movimento descentralizador, por parte da velha Castela imperial (que apenas foi adormecida, não morreu), poderá envolver Portugal. Poderá, se não for mais que certo para essa Castela, que envolver Portugal, pode ser perigoso.
Acima de tudo, meus senhores, ponham uma coisa na cabeça:
As forças armadas não estão equipadas como deveriam, mas do lado de lá da fronteira, continuam a contar com elas, porque mesmo que sejam apenas quatro ou cinco vespas soltas, ninguém gosta de ser picado.
Portugal está para os espanhois como a RDA estava para a RFA (só lhes veio foi dar despesas...
Desculpe lá P-44, mas essa foi de muito mau gosto. Principalmente porque quem não gostar muito de História, e é uma das disciplinas em que os alunos têm mais problemas, alguém pode acreditar nisso. Como é obvio, uma coisa nada tem a ver com a outra. Nós nunca fizemos parte de Castela, nem fomos uma sua região.
Acreditar ou veicular essa ideia é perigoso, porque se destina a apoiar as mentiras históricas do Estado Castelhano.
cumprimentos