Referendo sobre independência da SérviaMontenegrinos votaram em massa e ultrapassaram largamente a barreira dos 50 por cento 21.05.2006 - 19h18 AFP Os montenegrinos votaram em massa no referendo sobre a independência face à Sérvia, ultrapassando largamente a barreira dos 50 por cento estipulada pela União Europeia para o considerar válido. Às 19h30 locais (17h30 de Lisboa), a taxa de participação estava em 84,1 por cento, quando faltava hora e meia para o fecho das urnas.Podiam votar 485 mil eleitores e não foi registado qualquer incidente de monta. As autoridades receavam eventuais querelas entre apoiantes da independência e apoiantes da união com a Sérvia.Foram mobilizados cerca de três mil observadores estrangeiros e locais para acompanhar as eleições. As sondagens davam uma vitória de 56 por cento aos partidários da independência. Mas este resultado seria uma vitória tangencial face aos 55 por cento que a UE decidiu como limiar de validade do resultado expresso – o que não tem precedente na Europa.
Por 56,3 por cento dos votosMontenegro escolheu a independência 21.05.2006 - 22h18 AFP, PUBLICO.PT O Montenegro escolheu o fim da união com a Sérvia, num referendo que deu à facção independentista 56,3 por cento dos votos, segundo as primeiras projecções não oficiais. Na capital, Podgorica, já há festejos nas ruas.Estes resultados, avançados pela organização não governamental Centro para as Eleições Livres e Democracia (CESID), são mais do que suficientes para a validação de Montenegro enquanto Estado independente. A exigência era a obtenção de 55 por cento dos votos.A independência, se for confirmada oficialmente, vai significar a criação de um novo pequeno Estado na região balcânica e o fim da Jugoslávia, cujas outras repúblicas – Eslovénia, Croácia, Bósnia, Macedónia – já se separaram durante a década de 90.Esta noite, os habitantes de Podgorica (antiga Titogrado) já começaram a festejar nas ruas com foguetes e fogo-de-artifício. Centenas de pessoas reuniram-se em frente ao edifício do Governo montenegrino, enquanto outras centenas esperam no seu interior mais informações, prestadas pelos líderes independentistas.O Montenegro (com 650 mil habitantes) e a Sérvia formaram em 2003, sobre as ruínas da Jugoslávia, uma união flexível, dando a Podgorica uma autonomia total com um Governo, um Parlamento e uma moeda (euro).
Montenegro: 55,5% a favor da independência - OficialA independência do Montenegro em relação à Sérvia foi apoiada por 55,5% dos votantes, de acordo com os resultados oficiais completos hoje anunciados pela Comissão para o Referendo.O presidente da Comissão, o diplomata eslovaco Frantisek Lipka, indicou que os membros do bloco favorável à manutenção do Estado comum com a Sérvia não votaram a favor dos resultados definitivos anunciados.Lipka precisou ter sido necessário utilizar o seu voto decisório para validar os resultados definitivos do referendo.«Tendo em conta que nenhuma queixa chegou ao Tribunal Constitucional do Montenegro, estavam reunidas as condições para anunciar os resultados definitivos», disse Lipka numa conferência de imprensa.As queixas apresentadas pelo bloco unionista foram rejeitadas, indicou. A coligação montenegrina favorável à manutenção da união com a Sérvia apresentou 241 queixas na quinta-feira passada, notando contudo que não deporia queixas junto do Tribunal Constitucional do Montenegro.Segundo os resultados completos, o «sim» à independência obteve 55,5% dos votos e o «não» 44,5%.A taxa de participação foi de 86,5% dos 484.718 eleitores inscritos.O voto independentista venceu assim com uma percentagem ligeiramente superior ao limiar de 55%, fixado pela União Europeia - uma regra rígida e sem precedentes na Europa.Lipka adiantou que o parlamento do Montenegro deverá reunir-se provavelmente sábado para «constatar o resultado do referendo».O parlamento montenegrino tem, no máximo, 15 dias para proclamar a independência após o anúncio dos resultados definitivos.A independência do Montenegro significa, não só o surgimento de um novo Estado, mas também o fim da Jugoslávia, de que quatro outras repúblicas (Eslovénia, Croácia, Bósnia e Macedónia) se separaram durante as guerras dos anos 1990 nos Balcãs.Diário Digital / Lusa31-05-2006 14:41:00
AUnião Europeia (UE) "respeitará inteiramente, sem dúvida nenhuma, os resultados do referendo" no Montenegro, realizado no domingo, que se traduziram em 55,4% dos votos a favor da independência. A garantia surgiu, ontem, pela voz de Javier Solana, Alto Representante da UE para a Política Externa. E a Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE) considerou que a consulta popular respeitou as normas internacionais.Próximo passo: a atribuição de um novo mandato à Comissão Europeia pelos 25 estados membros possibilitando-lhe negociar com o Montenegro a solo, e não juntamente com a Sérvia. Este cenário foi já admitido, ontem, pelo porta-voz da Comissão, Amadeu Altafaj. Isto após Podgorica se afirmar "refém" da união com Belgrado pelo facto de as anteriores negociações com a UE terem sido suspensas, no início do mês, por ainda não ter sido entregue ao Tribunal Penal Internacional (TPI) o general sérvio Ratko Mladic.O primeiro-ministro montenegrino e o principal rosto do campo independentista reforçou, ontem, a vontade de Podgorica integrar a UE e a NATO. "O Montenegro é um novo Estado independente, um novo membro da ONU que pretende, no mais curto período de tempo, tornar-se membro em plenitude da comunidade dos povos europeus", declarou Milo Djukanovic.Esse objectivo, dizem alguns observadores, poderá, porém, demorar a concretizar-se, atendendo à crise institucional na UE e às divergências sobre futuros alargamentos. Outros registam que o facto de se tratar de um microestado poderá, em contrapartida, não ser um problema, citando anteriores exemplos bem sucedidos, como a Eslovénia e a Estónia."Pela vontade dos seus cidadãos, o Montenegro restabeleceu a independência", regozijou-se Djukanovic, referindo-se implicitamente ao período entre 1878 e 1918, anos em que, respectivamente, a independência foi reconhecida no Congresso de Berlim e perdida por via da integração no Reino da Jugoslávia."Compensar" de alguma forma a Sérvia, num ano particularmente difícil da sua História, poderá ser também uma opção da UE, até para não acicatar os ânimos dos sérvios do Montenegro (um terço dos 650 mil habitantes) e dos que entendem que, assistindo impávida ao fim da ex-Jugoslávia, a UE "prepara-se para criar nos Balcãs um espaço onde nada pode ser feito sem a sua mediação". Entre estes conta-se Borislav Milosevic, irmão do antigo presidente sérvio.Saudada pela Bósnia-Herzgovina, Eslovénia, Macedónia e Croácia, esta independência isola Belgrado e pode abrir feridas. "É como se, em vida, nos separassem a carne dos ossos", lamentava uma cidadã unionista. Neste cenário de grande tensão, "o mais perigoso seria Belgrado reagir de forma emotiva", admitiu o ministro dos Direitos Humanos sérvio, Rasim Ljajic, enquanto o das Finanças, Mjladjan Dinkic, garantia: "A Sérvia manterá boas relações de vizinhança com o Montenegro e esperamos ter uma cooperação regional com todos os nossos outros vizinhos."
Não é a OCDE - Organização para a Cooperação e Desenvolvimento na Europa, que normalmente fiscaliza as eleições, é a OSCE - Organização para a Segurança e Cooperação na Europa, e a OSCE fiscalizou o referendo no Montenegro e não encontrou problemas, assim como a União Europeia...aliás se houve-se algum indício razoável de fraude, os Sérvios e os Russos não começariam logo a estrebuchar?