Não há nada de estranho: a Força Aérea Portuguesa planeava ter duas Esquadras de Combate com 20 aeronaves cada, porém vários factores determinaram que a nível de custos e eficiência o melhor seriam duas Esquadras com quinze aparelhos cada, logo 30 aparelhos, mais bem equipados. E dado o F-16 em Portugal ter "apenas" 22 anos de serviço face aos quase 40 de alguns dos nossos parceiros europeus, será uma aeronave que continuará a operar pelo menos por mais uma dezena de anos, sendo sucessivamente actualizada e modernizada.
Em meados da próxima década terá forçosamente de se ter já em vista o seu substituto, mas até lá há ainda bastante vida útil nas aeronaves para continuarem a servir o país, mesmo naquelas adquiridas em segunda-mão no final da década de 90 e que passaram, por exemplo, pelo programas Falcon Up/Falcon Star aquando da sua modernização para a versão MLU. Ter 30 aparelhos é o mínimo exigível, veja-se por exemplo o caso da Dinamarca que tem uma frota de dimensões similares e nem por isso deixa de cumprir com qualquer missão que lhe seja incumbida, seja na Europa ou na luta contra o autoproclamado Estado Islâmico.
Além disso Portugal, sendo membro fundador da NATO e pertencendo à União Europeia, não necessita de manter ninguém alinhado. Já é parte integrante de organizações que se alinharam mutuamente quer a nível de Defesa (NATO), quer a nível económico e social (CEE/UE). Tratou-se de um negócio oportuno entre dois Estados soberanos - um que queria vender material militar a mais, outro que queria comprar -, nada mais do que isso, e com um retorno financeiro ainda respeitável. "A win-win situation" como dizem na língua inglesa.