RECENCEAMENTO MILITAR DEVE SER OBRIGATÓRIO ?

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Rui Elias

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RECENCEAMENTO MILITAR DEVE SER OBRIGATÓRIO ?
« em: Fevereiro 27, 2006, 02:16:24 pm »
A Direcção Geral de Pessoal e Recrutamento do Ministério da Defesa Nacional publicou novamente cartazes que foram afixados em lugares públicos, indicando que os jovens (rapazes) que perfaçam 18 anos ao longo de 2006 terão que se recensear, bastando para isso dirigir-se à Câmara Municipal da área de residência.

Acrescenta o cartaz que para as raparigas esse recenceamento é voluntário.

Uma vez que o SMO deixou de ser obrigatório, compreender-se-ia essa obrigatoriedade do recenceamento militar, caso houvesse um caso de emergência nacional que obrigase a uma mobilização para as "armas".

Mas já se compreende menos que estando os 3 ramos das FA's abertos ao sexo feminino, o recenceamento militar das raparigas seja voluntário.

Se esse estado de mobilização geral de rapazes fosse necessário perante um cenário de emergência, não seria mais simples e rápido se o MDN recorresse simplesmente aos cadernos eleitorais (já que o recenseamento eleitoral é obrigatório para quem faça os 18 anos)?

O que me dizem os colegas desta continuação do recenceamento militar obrigatório, só para rapazes, findo o SMO?
 

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Marauder

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« Responder #1 em: Fevereiro 27, 2006, 06:51:29 pm »
Penso que sim, para estimação das reservas que as FA possam ter em caso de conflicto. Embora a probabilidade de serem efectivamente chamados seja reduzido (a não ser que haja uma all-out war com outra nação, que é dificil de acontecer), deve-se fazer.
   É sempre aconselhavel ao estado saber quantos homens e mulheres têm que possam servir nas FA em caso de conflicto.
 

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PereiraMarques

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Re: RECENCEAMENTO MILITAR DEVE SER OBRIGATÓRIO ?
« Responder #2 em: Fevereiro 27, 2006, 07:27:04 pm »
Citação de: "Rui Elias"
não seria mais simples e rápido se o MDN recorresse simplesmente aos cadernos eleitorais (já que o recenseamento eleitoral é obrigatório para quem faça os 18 anos)?


Obrigatório? E qual é a penalização para quem não fizer o recenseamento eleitoral? Há um percentagem significativa de jovens (5%, 10%?) que desinteressados pela política nunca se chegam a recensear...

Cumprimentos
B. Pereira Marques
 

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Leonidas

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« Responder #3 em: Fevereiro 28, 2006, 04:00:42 am »
Saudações guerreias.

Para dizer a verdade, acho que o recenciamento deveria ser obrigatório para ambos os sexos e não só existir a obrigaóriedade exclusiva para todos os mancebos (adoro esta palavra é tão viril  :D ) do sexo masculino.

Atrevo-me ainda ir mais longe. O serviço militar obrigatório nunca deveria ter sido extinto. Deveria sim ser reformulado, mas nunca, nunca, extinguido.

Citação de: "P.Marques"
Obrigatório? E qual é a penalização para quem não fizer o recenseamento eleitoral? Há um percentagem significativa de jovens (5%, 10%?) que desinteressados pela política nunca se chegam a recensear...


Olhe que os objetores de consciencia, esses... Esses têm mais de politica do que se pode imaginar. Mas claro é só um exemplo. Em relação aos outros, caso não se recenciarem, mais tarde ou mais cedo, terão a GNR a bater-lhes á porta, se não for mesmo a Policia Militar.

Cumprimentos
 

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PereiraMarques

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« Responder #4 em: Fevereiro 28, 2006, 07:10:30 pm »
Rui Elias escreveu:
Citar
não seria mais simples e rápido se o MDN recorresse simplesmente aos cadernos eleitorais (já que o recenseamento eleitoral é obrigatório para quem faça os 18 anos)?


Eu estava a falar do recenseamento eleitoral e a mostrar as "fragilidades" do recenseamento eleitoral em poder substituir o recenseamento militar...

O que diz, reforça precisamente a minha linha de raciocínio, quem não cumpre o recenseamento eleitoral nunca foi penalizado, quem não cumpre o recenseamento militar sempre foi penalizado...

Cumprimentos
B. Pereira Marques
 

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TOMKAT

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« Responder #5 em: Fevereiro 28, 2006, 07:40:25 pm »
Acho que se deve manter o recenseamento militar obrigatório.

Como disse o Pereira Marques, o recenseamento eleitoral, apesar de obrigatório, muita gente não o cumpre.

Além disso é uma forma de lembrar aos jovens de 18 anos que o serviço militar pode voltar a ser obrigatório.
Hoje não o é, mas em qualquer momento poderá voltar a ser.
O recrutamento geral poderá voltar a acontecer, e um jovem ao fazer o seu recenceamento militar, manterá uma ligação, ainda que mínima, à instituição militar.

O recenceamento eleitoral tem uma conotação apenas política.
IMPROVISAR, LUSITANA PAIXÃO.....
ALEA JACTA EST.....
«O meu ideal político é a democracia, para que cada homem seja respeitado como indivíduo e nenhum venerado»... Albert Einstein
 

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Rui Elias

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« Responder #6 em: Outubro 04, 2006, 10:56:49 am »
Citar
RECENCEAMENTO OBRIGATÓRIO PARA AS MULHERES?

O recenseamento militar, actualmente obrigatório apenas para os cidadãos de sexo masculino que completam os 18 anos de idade, poderá passar a ser imposto às mulheres. A ideia foi ontem apresentada à comissão parlamentar de Defesa, pelo director-geral de Pessoal e Recrutamento Militar do Ministério da Defesa, Alberto Coelho, segundo apurou o CM.


 Mulheres representam 21% dos militares em regime de contrato
 
 
 
“Considerando que a Defesa Nacional é direito e dever de todos os cidadãos, impõe-se a extensão deste dever militar [comparência no Dia da Defesa Nacional e posterior recenseamento militar] às mulheres”, pode ler-se no documento entregue ontem por Alberto Coelho aos deputados, ao qual o CM teve acesso.

Mas o objectivo a longo prazo é colocar um ponto final no recenseamento militar, com o Estado a substituir os cidadãos nesse dever. Como? Através do cruzamento de dados com outros serviços, o Ministério ficará a saber quem são os jovens disponíveis para ingressar as Forças Armadas, caso seja necessário convocá-los.

Desta forma, os portugueses deixarão ainda de ter de informar, até completarem 35 anos de idade, o Ministério da Defesa, sempre que mudem, por exemplo, de morada.

Com o fim do serviço militar obrigatório, o Governo pretende agora alargar a rede de recepção de candidatura de ingresso nas Forças Armadas. Centros de Emprego e Formação Profissional, lojas Ponto Já do Instituto Português da Juventude e as Lojas do Cidadão, serão alguns dos locais onde os jovens interessados poderão apresentar a candidatura.

Alberto Coelho assegurou ainda na comissão parlamentar que “o paradigma do voluntariado está a desenvolver-se em moldes manifestamente positivos e satisfatórios”. E adiantou a intenção do Ministério em criar um Sistema de Orientação Profissional, para acompanhar os jovens que ingressam nas fileiras até à sua saída no campo da sua formação profissional.

Isto para garantir a empregabilidade após terminarem o serviço militar (um ano em caso de regime voluntário e entre dois a seis se for em regime de contrato).

MULHERES

As Forças Armadas têm actualmente 4301 mulheres em regimes de voluntariado e contrato. O que representa 21 por cento do total de efectivos: 21 892. A maioria (66 por cento) das mulheres presta serviço no Exército.

DESEMPREGADOS

Até Abril deste ano, apenas cinco de um total de 400 candidaturas registadas pelo Exército junto dos Centros de Emprego foram incorporadas. No ano passado, das 954 candidaturas de cidadãos desempregados 25 por cento foram aceites.

DIA DA DEFESA

Entre 2 de Outubro e 7 de Maio, Exército, Marinha e Força Aérea vão desenvolver acções de divulgação das Forças Armadas junto de cerca de 70 mil jovens.

________________________

Ana Patrícia Dias / http://www.correiomanha.pt/noticia
 

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Azraael

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Re: RECENCEAMENTO MILITAR DEVE SER OBRIGATÓRIO ?
« Responder #7 em: Outubro 04, 2006, 01:10:29 pm »
Citação de: "Rui Elias"
O que me dizem os colegas desta continuação do recenceamento militar obrigatório, só para rapazes, findo o SMO?

Nao faz qualquer sentido, ainda mais sendo apenas para rapazes. Se o objectivo e' apenas:

Citação de: "Marauder"
Penso que sim, para estimação das reservas que as FA possam ter em caso de conflicto.

basta ir aos registos civis ver quem nasceu e foi registado entre 18-35 anos atras e ainda se encontra vivo e dentro do pais, coisa que cada vez e' mais facil fazer com a progressiva informatizacao do sistema. (Argumentos semelhantes podem ser usados na questao do recenceamento eleitoral, apesar de neste caso ser ligeiramente mais complexo visto ser necessario saber a morada actual de cada cidadao, o que tambem nao sera dficil).

Citação de: "TOMKAT"
O recrutamento geral poderá voltar a acontecer, e um jovem ao fazer o seu recenceamento militar, manterá uma ligação, ainda que mínima, à instituição militar.


O retrocesso para o SMO nao me parece que faca muito sentido. Como e' que se pode pedir a alguem que ponha a vida em risco a defender algo que essa pessoa nao julga valer a pena ou simplesmente nao quer defender (caso contrario ter-se-ia dado como voluntario)? "Defensores" a forca nao me parece que tenham muito sucesso, excepto talvez na "estrategia" russa de carne para canhao. :twisted:
 

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Marauder

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Re: RECENCEAMENTO MILITAR DEVE SER OBRIGATÓRIO ?
« Responder #8 em: Outubro 04, 2006, 02:24:14 pm »
Citação de: "Azraael"
Citação de: "Marauder"
Penso que sim, para estimação das reservas que as FA possam ter em caso de conflicto.

basta ir aos registos civis ver quem nasceu e foi registado entre 18-35 anos atras e ainda se encontra vivo e dentro do pais, coisa que cada vez e' mais facil fazer com a progressiva informatizacao do sistema. (Argumentos semelhantes podem ser usados na questao do recenceamento eleitoral, apesar de neste caso ser ligeiramente mais complexo visto ser necessario saber a morada actual de cada cidadao, o que tambem nao sera dficil).


Desde que esses registos a consultar estejam completos, isto é, com informações relativas ao estado de saúde, deficiencias motoras ou mentais, estou completamente de acordo.

Aliás, em certa forma essa medida (cruzamento de dados) seria mais eficaz. Porque o registo é feito num determinado periodo da nossa vida, e pode acontecer um problema a posteriori. Com o recenseamento militar, essa informação não chega ao Ministerio da Defesa, mas com o simples cruzamento de dados de outros registos civis, médicos, etc, haverá uma melhor eficiencia na estimação dessa capacidade de mobilização de recursos humanos.

Cumprimentos
 

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TOMKAT

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Re: RECENCEAMENTO MILITAR DEVE SER OBRIGATÓRIO ?
« Responder #9 em: Outubro 05, 2006, 12:38:26 am »
Citação de: "Azraael"
Citação de: "TOMKAT"
O recrutamento geral poderá voltar a acontecer, e um jovem ao fazer o seu recenceamento militar, manterá uma ligação, ainda que mínima, à instituição militar.

O retrocesso para o SMO nao me parece que faca muito sentido. Como e' que se pode pedir a alguem que ponha a vida em risco a defender algo que essa pessoa nao julga valer a pena ou simplesmente nao quer defender (caso contrario ter-se-ia dado como voluntario)? "Defensores" a forca nao me parece que tenham muito sucesso, excepto talvez na "estrategia" russa de carne para canhao. :twisted:


Citando-me a mim mesmo... "O recrutamento geral poderá voltar a acontecer, e um jovem ao fazer o seu recenceamento militar, manterá uma ligação, ainda que mínima, à instituição militar"...

Além disso a hipótese de mobilização geral em caso de conflito é legalmente admitida pelas leis portuguesas, pelo que faz todo o sentido admitir a hipotética situação de um retorno ao SMO, situação pouco provável nos dias de hoje, mas o que hoje é verdade, amanhã é mentira.

A História prova-nos que não há situações imutáveis ("o mundo é feito de mudança"), e uma das lições mais básicas dessa mesma História é que mais vale prevenir que remediar, acrescentando-se o facto de que por norma uma "pessoa não julga valer a pena ou simplesmente não quer defender " quando não se sente em risco de perder algo. Quando há o risco de se perder algo de importante, até o mais pacifista dos mortais se transforma. Há sempre excepções, é claro, mas as excepções só confirmam a regra.
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Azraael

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Re: RECENCEAMENTO MILITAR DEVE SER OBRIGATÓRIO ?
« Responder #10 em: Outubro 05, 2006, 12:49:22 am »
Citação de: "TOMKAT"
acrescentando-se o facto de que por norma uma "pessoa não julga valer a pena ou simplesmente não quer defender " quando não se sente em risco de perder algo. Quando há o risco de se perder algo de importante, até o mais pacifista dos mortais se transforma. Há sempre excepções, é claro, mas as excepções só confirmam a regra.
Seguindo o teu raciocinio, assim que as pessoas sentirem que correm o risco de perderem algo que considerem importante (em consequencia de o pais perder uma qualquer guerra) rapidamente farao fila em frente aos postos de voluntariado, excusando assim a necessidade de "voluntarios a forca". Caso nao o facam, e' pk nao julgam que haja necessidade para tal, logo, como podes justificar uma guerra que ninguem considera necessaria? Resumindo, o SMO ou e' desnecessario (por haver voluntarios suficientes), ou contraproducente (levando a fugidas do pais para evitar ser voluntario a forca)... Como e' que podes obrigar alguem a por a risco em vida em defesa de algo que nao quer defender?
 

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Get_It

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« Responder #11 em: Outubro 06, 2006, 03:23:20 am »
Coloco aqui também uma hiperligação para um artigo (com um excelente título) do Correio da Manhã relacionado com o artigo "Mulheres obrigadas ao recenseamento": PORTAS QUER MULHERES. :lol:

Cumprimentos,
:snip: :snip: :Tanque:
 

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Rui Elias

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« Responder #12 em: Março 09, 2007, 12:05:35 pm »
Recuperei este tópico, porque há novidades em relação a esta matéria:


Citar
Recenseamento militar obrigatório para as mulheres

Manuel Carlos Freire / http://dn.sapo.pt/2007/03/09/nacional/
   
 
Citar
O Governo decidiu estender às mulheres o carácter obrigatório do recenseamento militar a partir deste ano, anunciou ontem o ministro da Defesa.

"Está na hora de acabar com essa discriminação" relativamente aos homens, afirmou Nuno Severiano Teixeira, no final do almoço com que as Forças Armadas assinalaram, na messe de oficiais de Caxias, Lisboa, o Dia Internacional da Mulher.

O fim do serviço militar obrigatório, em 2004, e a criação do chamado Dia da Defesa Nacional - em que estão obrigados a participar todos os jovens recenseados - mantiveram o carácter obrigatório do recenseamento para os homens e tornaram voluntário o das mulheres.

Severiano Teixeira adiantou haver outras mudanças nesse processo, que até aqui obrigava os rapazes aos 18 anos a inscrever-se nas autarquias ("dar o nome") para que as Forças Armadas conhecessem em permanência o universo potencial de homens a chamar em caso de mobilização para as fileiras em caso de guerra.

Assim, e no âmbito do chamado Simplex (modernização administrativa), irão acabar as deslocações dos jovens às câmaras municipais: o processo passa a ser feito via Internet, com o Ministério da Justiça a transferir automaticamente para o Ministério da Defesa os dados relativos a todos os cidadãos no momento em que façam 18 anos. Numa segunda fase será feita a revisão da Lei do Serviço Militar para aí incluir a referida obrigatoriedade do recenseamento para as mulheres.

O governante participou na cerimónia da messe de Caxias somente no final do almoço. Um evento paradoxal: a política vigente na instituição castrense é de afirmação sistemática, pelas chefias, de que não há mulheres nas Forças Armadas, apenas militares. Isso ficou, aliás, expresso nas palavras com que o general Mendonça da Luz, director do Serviço de Pessoal, fez o brinde final ao Dia da Mulher: "Às militares [dos três ramos] que circunstancialmente são mulheres."
 

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Artic Fusion

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« Responder #13 em: Março 09, 2007, 01:07:13 pm »
Fiz o meu este ano. :D
 

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Yosy

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« Responder #14 em: Março 10, 2007, 04:02:11 pm »
Acho bem. Está na Constituição que defender a Pátria é o direito e dever de todos os portugueses, não só dos homens.

Agora, POR FAVOR, acabem com aquela estupidez gritante que obrigar os miudos a irem ao Dia da Defesa Nacional. É uma parvoíce.