E fico espantado: a estratégia não deve ser definida pelo governo, logo à partida e estar até definida pelo partido antes das eleições?
Mais tarde é que podem vir uns especialistas limar as arestas mas posteriormente?
Não é a estratégia, afinal, a política que só aos políticos cabe?
As politicas do país, devem ser definidas pelo governo, no que respeita às formas de atingir objectivos a que um governo se propõe.
As questões da Defesa Nacional tendem a ser mais abrangentes, e devem por isso incluir as ideias dos vários quadrantes políticos.
A politica externa e de defesa nacional, devem ser seguidas com o maior consenso possível.
Creio que o que o ministro quer é uma reflexão que possa justificar decisões na política de defesa.
Exemplo de perguntas que o ministro colocará para reflexão:
Qual é o papel de Portugal no Atlântico norte?
As respostas e as conclusões, podem servir para justificar e suportar decisões de compra ou não compra de armamentos.
A compra dos submarinos por exemplo:
O conceito estratégico de defesa, mas também a forma como os militares portugueses e a marinha se vêm, levou a concluir que o país precisa de submarinos.
Ora, porque é que Portugal precisa de submarinos, se estamos na NATO, e ao nosso lado temos a Espanha que sempre teve ao longo do século XX uma marinha muito superior à nossa?
Fará sentido que na União Europeia, gastemos esse dinheiro para comprar submarinos?
Ou haverá rezões objectivas que justifiquem o gasto?
São estas questões que devem ser reflectidas.
Nós já temos aqui discutido esse temas, embora infelizmente a participação de espanhóis acabe sempre inquinando a discussão.
É absolutamente impossível considerar os vectores que devem servir de referência à segurança nacional, sem discutir coisas como a nossa função no atlântico norte, as vantagens estratégicas do território português, a nossa posição face à Espanha, ou como se deve gastar dinheiro para que o país tenha capacidade de se projectar através das Forças Armadas.
Creio que a iniciativa é válida.
Agora se as conclusões servirão para alguma coisa, isso é outra coisa.