LPD- Navio Polivalente Logístico

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Re: LPD- Navio Polivalente Logístico
« Responder #5355 em: Março 05, 2023, 12:30:31 pm »
Também depende do número de VLS que os XO possam levar. Já procurei mas não encontro essa info em lado nenhum.
 

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Re: LPD- Navio Polivalente Logístico
« Responder #5356 em: Março 05, 2023, 01:56:21 pm »
Do que se tem visto, os desenhos apresentados mostra sempre 8 VLS. É possível que arranjem forma de expandir esta capacidade para 16. O que não se sabe mesmo, é se poderiam ser Mk-41 Strike Length, que são obrigatórios para qualquer outra coisa que vá para lá de defesa própria com ESSM e o SM-2 sem o booster. AA de maior alcance, BMD, LRASM e/ou Tomahawk, já exigem o Strike Length.

Claro que existiria a possibilidade de conseguir instalar uns Mk-57, por exemplo, num dos lados do hangar. Mas isto só mesmo perguntando ao fabricante para saber se é possível. E é claro que, se de alguma forma cada navio pudesse levar 16 Mk-41 Strike Length, abrir-se-iam muitas mais possibilidades.

De qualquer das formas, devia-se olhar para os XO, da mesma forma que os dinamarqueses olham para as suas Absalon. Navios de combate modernos, mas que representam o "Low" num misto Hi-Low.
 
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Re: LPD- Navio Polivalente Logístico
« Responder #5357 em: Março 05, 2023, 05:59:20 pm »
Relativamente à questão do Navio de Apoio Logístico, não posso fazer grandes comentários sobre as questões que se levantam da comparação entre os meios portugueses e os meios dos espanhóis, porquanto, o orçamento de defesa da Espanha foi no ano de 2021 de €11,500 milhões de Euros, quando no mesmo ano, o orçamento português foi de €2,480 milhões, portanto, a Espanha gastou quase cinco vezes mais que nós, o que se compreende pela dimensão.

As comparações com os meios americanos, também não fazem para mim grande sentido. A nossa realidade e as nossas necessidades nada têm a ver com esses países. O fato de os chineses priorizarem o afundamento de LPD's americanos não me parece ter grande importância no nosso caso a não ser que nos preparemos para retomar Macau.

Também devo confessar que  não sei o que é um XO.
Não posso fazer análises sobre conceitos, e sobre navios que não existem, ou que apenas existem em papel, sendo que não sei (e aparentemente ninguém sabe) qual será a doutrina de utilização.


Os países com costa possuem marinhas, e a portuguesa tem já uns aninhos, remontando ao tempo em que no ocidente da Europa, eramos, com Castela e com a França, o único país com marinha permanente.

Durante a II guerra mundial, o país ficou quase que isolado do mundo, porque dependiamos da Inglaterra para tudo e a Inglaterra estava em guerra. A nossa capacidade para transportar o que quer que fosse era quase nula e nessa altura foi construido um navio petroleiro, o Sam Brás, que agora chamamos de AOR, que é basicamente um reabastecedor de esquadra.

O Sam Brás, foi substituido pelo Bérrio, um navio britânico, classificado segundo a Janes (Janes Fighting Ships 1989-90) como AOL ou pequeno navio reabastecedor.
O Green Rover, foi desenhado para transportar combustível e reabastecer navios em andamento.

Ou seja, foi um navio desenhado para apoiar uma esquadra de vários navios em deslocações longas de um ponto para o outro.

O Bérrio, foi uma compra de ocasião. Os navios tinham sido colocados na reserva britanica, mas naquela situação em que podem voltar ao serviço em até 30 dias, pelo que podia ser transferido com facilidade.

O Bérrio, nunca foi utilizado na função para a qual foi construido, mas independentemente disto, um seu substituto, é aparentemente essencial para termos uma marinha, que só o vai utilizar, se enviarmos uma esqudra  para reconsquistar Macau.

Os numeros são importantes …

Aparentemente sim … mas...
No entanto, nos dias de hoje, com apenas dois submarinos, numa força que chegou a incluir quatro (embora apenas durante alguns anos) temos mais capacidade que alguma vez tivemos.

A marinha portuguesa, considerando que as corvetas eram designadas com o numeral precedido do “F” e eram classificadas como pequenas fragatas (A Janes do mesmo ano, refere-as como fragatas),  no final da guerra fria, possuia catorze fragatas, e mais três em construção (as Vasco da Gama).

Hoje, com um terço do número, se todas as fragatas estivessem operacionais, teriamos, uma capacidade militar muito superior ao que tinhamos no passado.
(não é preciso falar no estado atual das coisas, eu sei qual ele é, e creio que todos aqui já perceberam).

Ou seja... A capacidade de uma força naval, não está diretamente dependente do número de navios, mas sim das suas capacidades.
Isto aplica-se nos navios de topo, mas não tanto nos meios de vigilância e patrulha, onde a tecnologia acaba por não ser capaz de resolver o problema da extensão das águas da ZEE e da enorme costa portuguesa.

Daqui resulta que, um país precisa na prática de duas marinhas, complementares onde for possível, mas que têm funções distintas.
Em muitos casos, a opção é desenvolver uma Guarda Costeira, com poder total sobre as águas jurisdicionais da ZEE, as águas territoriais, as águas fluviais e a eventualmente até à gestão e administração dos portos.

A NATO

Portugal está incorporado numa aliança militar defensiva, que tem por base o Atlântico.

Ao contrário do passado, em que os países tentavam desenvolver forças militares capazes de responder a todo o tipo de ameaça, a Aliança Atlântica, permite aos países desenvolver principalmente um numero de vetores, em que as suas capacidades podem ser aproveitadas por todos.

Os holandeses deixaram de fabricar submarinos, mas os seus navios de superfície são de topo,  os suecos deixaram-se da ideia de fabricar tanques, mas a sua artilharia é de topo, os alemães não têm uma fábrica de aeronaves local, mas os seus submarinos são os convencionais mais sofisticados e os seus tanques, os melhores do mundo.

Os exemplos são vários.
Exemplos que demonstram, que a Europa será mais forte se, cada um dos seus membros contribuir não com um pouco de tudo, mas com alguma coisa que de facto conte

Esta ideia, choca completamente com a ideia de que Portugal necessita de um numero de fragatas e navios que não sabemos exactamente para que servem, mas que, pelo seu número, nunca vão ser navios importantes no contexto da aliança. Poderão servir para "fazer número", como as nossas gloriosas catorze fragatas mas apenas isso.

A ideia de uma marinha com cinco coisas que flutuam e que não sabemos o que são, mais um navio reabastecedor de esquadra, para os desembarques que vamos fazer na China, mais um navio Ferrie Boat, para fingir que temos um navio logístico, é a ideia de uma marinha não da década de 1990, mas sim da década de 1960, quando o país se preparava para a guerra em África.

Essa opção foi feita à medida para uma marinha velha, que não quer saber da sua função para nada.

Temos cinco fragatas, com cinco lugares de capitão de fragata, então temos que substitui-las uma por uma, para garantir que vai continuar a haver pelo menos cinco lugares …
o glorioso AOR, não servia para nada, mas ainda assim precisamos dele, porque sim … precisa ser substituido, para evitar mudanças na estrutura do pessoal.

O Navio Logístico, poderia servir para operações anfíbias por parte do exército ?
Aqui D'Elrey que os fuzos coitados, vão morrer de fome e vai acontecer a mesma coisa que com os paraquedistas, quando sairam da Força Aérea para o Exército.

A listinha da antiguidade
Os oficiais, e também os sargentos nas forças armadas, têm normalmente uma listinha guardada na secretária. Essa listinha tem nomes. Os nomes das pessoas que estão imediatamente antes deles em antiguidade, e que eles vão substituir, quando algum se reformar, ou então, tiver a infelicidade de morrer.

Eu lembro-me de os ver frente ao Diario da Republica, a discutir as nomeações, as passagens à disponibilidade, ou as promoções, tendo sempre em atenção, a antiguidade, e como estava a saúde deste e a saúde daquele, sempre a pensar, que se morresse, coitado... mas eu subia um degrau na escada.

Esta mentalidade não desapareceu. E opõe-se aguerridamente a qualquer alteração na estrutura, que possa por em causa a listinha.
Nada será mais desastroso para a carreira, que de um momento para o outro, já não haver objetivo  para subir, não porque morreu um camarada mais velho, mas porque alguém se lembrou de demolir a escada.


O conceito de uma marinha com dois navios do tipo fragata, é completamente disruptivo, no verdadeiro sentido da palavra.

Dois navios com capacidade de defesa aérea, nos seus três vetores, que pode servir como um dos principais meios navais de uma força da NATO.
Seriam a nossa participação em caso de necessidade. Uma participação que pelo seu valor teria sempre que ser considerada.
E em termos politicos, isso é importante.

Depois há o escalão seguinte. Navios que possam efetivamente defender as águas da mais provavel ameaça futura, os submarinos. E não estou a pensar nos russos, estou a pensar nos chineses.
Esses navios deveriam ser corvetas, com capacidade anti-submarina eficaz, tendo também alguma capacidade para se defender, como uma peça de 76 ou 57mm e ou um sistema de defesa contra ameaças aéreas próximas.
Precisa no entanto ser capaz de perseguir um navio submerso.
Isto coloca os atuais NPO's literalmente fora da corrida.

Um submarino nuclear de ataque, pode atingir velocidades de quase 30 nós submerso. Se uma corveta não o consegue perseguir … nem vale a pena começar.

A estes meios, adiciona-se naturalmente um navio com capacidade logística, que possa ser utilizado no ambito de operações da NATO. Tal só poderia ocorrer neste ambito, já que este tipo de operações necessita proteção adicional, que sozinha a marinha portuguesa não tem nem nunca vai ter.

É muito mais fácil enganar uma pessoa, que explicar-lhe que foi enganada ...
 
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Re: LPD- Navio Polivalente Logístico
« Responder #5358 em: Março 05, 2023, 06:08:37 pm »
Navio de Apoio Logístico

A marinha identificou há muito tempo esta necessidade e o grande problema, é que embora relativamente barato, o navio nunca chegou a ser construido.

A questão de se é um LPD ou não também nunca foi determinada. O Landing Platform Dock, é polivalente, como o seria um Landing Helicopter Dock - LHD.
A opção pelo LPD, resulta de ser o mais pequeno e o mais barato e mais adequado às nossas possibilidades.

Para haver um navio do tipo, ele é suposto ser POLIVALENTE, o que implica ter várias funções e para isso tem que ser mais complexo, ainda que os navios da classe “Enforcer” tenham em média uma centena de militares de guarnição.

Um navio do tipo, poderá ter utilização militar, ser utilizado em conjunto com países da NATO, ao mesmo tempo que, em tempo de paz e no caso de necessidades humanitárias, pode ser empregue rapidamente, porque se trata de um navio que é suposto estar ao serviço.

De entre as suas valências estaria a capacidade para ser utilizado como hospital para emergências. Esta capacidade, é útil tanto em operações militares, em operações de manutenção de paz, ou como resposta a emergências humanitárias.

Tem capacidade para operações com forças helitransportadas, e naturalmente capacidade para evacuação médica.

Não há nenhum meio que possa fazer o mesmo, a não ser outro meio polivalente. Polivamente quer dizer exatamente isto. Capacidade para efetuar diferentes missões. E não, não as pode efetuar ao mesmo tempo, como já disse para isso seria necessário um navio mágico e não um polivalente.

E fico com a impressão de que, o maior problema do navio polivalente logístico, não é o preço, porque é mais barato que a maioria dos outros meios, não é a dimensão da guarnição, que é pouco mais de metade da de uma fragata, o problema, parece ser o de que não faz coisas mágicas, como servir de navio hospital para apoio civil, ao mesmo tempo que serve de plataforma para desembarque ...

Tudo isto naturalmente só tem lógica, partindo sempre do principio de que só faz sentido possuir navios e ter uma marinha se os navios estão operacionais, ou pelo menos indisponíveis por razões de manutenção ou modernização devidamente programada.

E é o mesmo navio. Não são precisas mais estruturas de comando, mais comandantes, segundos etc. etc. etc.

Creio que um navio polivalente é menos apreciado por causa disso. Um só navio, implica a necessidade de menos postos de comando, e esse parece ser um dos pontos mais negativos do LPD...
Não há tanto tacho, para os senhores no topo.

O custo do navio logístico, sempre foi inferior ao dos outros navios. É mais barato que um submarino, muito mais barato que uma fragata, mais barato que algumas corvetas que por aí vemos sendo incorporadas em marinhas do mundo inteiro.
A questão do custo é portanto falsa, porque não podemos comparar preços de ontem com os preços de amanhã, que serão sempre os que vamos pagar.

Portanto, a expressão de mega-navio só serve para tentar criar uma ideia errada do que na realidade é...
Uma forma de, pela polivalencia, evitar a necessidade de um numero maior de navios e portanto um numero maior de postos de comando, e administrativos necessários para garantir a operacionalidade do meio.

Se ocorrer uma tragédia quando o navio está inoperacional...

Isso pode sempre acontecer, em qualquer circunstância. Acontecerá com o navio petroleiro, que se avariar não poderá reabastecer de combustível a nossa gigantesca esquadra,  ou acontecerá com um Ferrie Boat.

O navio logístico é apenas isso. Um navio que pode ser utilizado para várias coisas, dependendo das circunstâncias.
Não faz nada de magico, mas será sempre mais barato que três ou quatro navios parados em Lisboa à espera...

Era como termos ambulancias para transportar pessoas com pernas partidas, ambulancias para transportar queimados e ambulâncias para transportar feridos de emergência.
Em vez de uma ambulância só, que pode responder a qualquer destes problemas.

Ainda assim, a ambulancia só pode resolver um problema de cada vez. Se houver dois acidentes, uma ambulancia não chega.
Mas que é mais barata, isso é ...

Uma mega-ambulância  :mrgreen:

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Re: LPD- Navio Polivalente Logístico
« Responder #5359 em: Março 05, 2023, 06:58:52 pm »
Do que se tem visto, os desenhos apresentados mostra sempre 8 VLS. É possível que arranjem forma de expandir esta capacidade para 16. O que não se sabe mesmo, é se poderiam ser Mk-41 Strike Length, que são obrigatórios para qualquer outra coisa que vá para lá de defesa própria com ESSM e o SM-2 sem o booster. AA de maior alcance, BMD, LRASM e/ou Tomahawk, já exigem o Strike Length.

Claro que existiria a possibilidade de conseguir instalar uns Mk-57, por exemplo, num dos lados do hangar. Mas isto só mesmo perguntando ao fabricante para saber se é possível. E é claro que, se de alguma forma cada navio pudesse levar 16 Mk-41 Strike Length, abrir-se-iam muitas mais possibilidades.

De qualquer das formas, devia-se olhar para os XO, da mesma forma que os dinamarqueses olham para as suas Absalon. Navios de combate modernos, mas que representam o "Low" num misto Hi-Low.


Na minha opinião, mesmo o MK41 mais "curto" é mais do que suficiente para ESSM e SM2, visto a principal função dos navios, 16 celulas seriam suficientes.
8 para ESSM e 8 para SM2. Complementado por um sistema CIWS. Não há razão para pensar em opções overkill para navios que apesar de combatentes são mais segunda linha/apoio logistico.
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Re: LPD- Navio Polivalente Logístico
« Responder #5360 em: Março 05, 2023, 07:29:42 pm »
Do que se tem visto, os desenhos apresentados mostra sempre 8 VLS. É possível que arranjem forma de expandir esta capacidade para 16. O que não se sabe mesmo, é se poderiam ser Mk-41 Strike Length, que são obrigatórios para qualquer outra coisa que vá para lá de defesa própria com ESSM e o SM-2 sem o booster. AA de maior alcance, BMD, LRASM e/ou Tomahawk, já exigem o Strike Length.

Claro que existiria a possibilidade de conseguir instalar uns Mk-57, por exemplo, num dos lados do hangar. Mas isto só mesmo perguntando ao fabricante para saber se é possível. E é claro que, se de alguma forma cada navio pudesse levar 16 Mk-41 Strike Length, abrir-se-iam muitas mais possibilidades.

De qualquer das formas, devia-se olhar para os XO, da mesma forma que os dinamarqueses olham para as suas Absalon. Navios de combate modernos, mas que representam o "Low" num misto Hi-Low.


Na minha opinião, mesmo o MK41 mais "curto" é mais do que suficiente para ESSM e SM2, visto a principal função dos navios, 16 celulas seriam suficientes.
8 para ESSM e 8 para SM2. Complementado por um sistema CIWS. Não há razão para pensar em opções overkill para navios que apesar de combatentes são mais segunda linha/apoio logistico.
 :-P

Com  8 células podes por 32 ESSM2 Quad Packed.

Se os XO não tiverem 7 m disponíveis e quiseres mísseis AA de médio alcance podes por um Sylver A50 que só precisa de 5 m para os Áster 30. Usava-se Áster 15/30 e MICAs.
« Última modificação: Março 05, 2023, 07:31:50 pm por Visitante123 »
 

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Re: LPD- Navio Polivalente Logístico
« Responder #5361 em: Março 05, 2023, 08:12:22 pm »
Do que se tem visto, os desenhos apresentados mostra sempre 8 VLS. É possível que arranjem forma de expandir esta capacidade para 16. O que não se sabe mesmo, é se poderiam ser Mk-41 Strike Length, que são obrigatórios para qualquer outra coisa que vá para lá de defesa própria com ESSM e o SM-2 sem o booster. AA de maior alcance, BMD, LRASM e/ou Tomahawk, já exigem o Strike Length.

Claro que existiria a possibilidade de conseguir instalar uns Mk-57, por exemplo, num dos lados do hangar. Mas isto só mesmo perguntando ao fabricante para saber se é possível. E é claro que, se de alguma forma cada navio pudesse levar 16 Mk-41 Strike Length, abrir-se-iam muitas mais possibilidades.

De qualquer das formas, devia-se olhar para os XO, da mesma forma que os dinamarqueses olham para as suas Absalon. Navios de combate modernos, mas que representam o "Low" num misto Hi-Low.


Na minha opinião, mesmo o MK41 mais "curto" é mais do que suficiente para ESSM e SM2, visto a principal função dos navios, 16 celulas seriam suficientes.
8 para ESSM e 8 para SM2. Complementado por um sistema CIWS. Não há razão para pensar em opções overkill para navios que apesar de combatentes são mais segunda linha/apoio logistico.
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Mesmo começando a ideia por 8 MK41= 32 ESSM e o SeaRam com 21 misseis, completado com artilharia de 76mm e de 30mm, não haverá muitas dúvidas. Digo eu

Nos desenhos aparecem 2 Millenniun 35mm, mas nada indica não poder ser Ram e outra coisa já usado por cá


No Fundo é um navio de muita capacidade logística e projectar alguma força e, com armamento bem superior às fragatas actuais, por isso nem precisa de escolta


Não serve, é pouco disruptivo e contraria o desinteresse em meios combatentes, num País mole e fofo
 
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Re: LPD- Navio Polivalente Logístico
« Responder #5362 em: Março 05, 2023, 10:09:05 pm »
Só uma correção,o Bérrio veio substituir o São Gabriel, que navegou até 1990

http://alernavios.blogspot.com/2010/08/sao-gabriel.html?m=1

Verdade, eu tinha-me esquecido do São Gabriel...
Lá vou ter que acender uma vela para  me redimir ...

Na verdade no entanto, é, como o Sam Brás, um navio petroleiro fabricado em Portugal, quando a nossa capacidade de reabastecimento era minima. As ilhas atlânticas eram vinte e quatro (duas duzias) ...
Em fiagens longas, os navios seriam reabastecidos, mas os viveres, os marinheiros tinham que pescar ...
O Bérrio, já tinha alguma capacidade para transportar viveres e não apenas petróleo.
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Re: LPD- Navio Polivalente Logístico
« Responder #5363 em: Março 06, 2023, 01:16:10 am »
Relativamente à questão do Navio de Apoio Logístico, não posso fazer grandes comentários sobre as questões que se levantam da comparação entre os meios portugueses e os meios dos espanhóis, porquanto, o orçamento de defesa da Espanha foi no ano de 2021 de €11,500 milhões de Euros, quando no mesmo ano, o orçamento português foi de €2,480 milhões, portanto, a Espanha gastou quase cinco vezes mais que nós, o que se compreende pela dimensão.

A questão não é o que se gasta, é o que não se gasta. Eles gastam isso, mas de forma consistente, o que lhes permite ter umas FA modernizadas a praticamente todos os níveis. Nós fingimos que gastamos na Defesa, misturado com truques, mais cativações, mais uma percentagem absurda com custos com pessoal, ao qual se soma a despesa da GNR, e para agravar a situação, andamos sempre atrasados em tudo, e de repente (década de 20 e 30 do séc.XXI) nós temos dezenas de programas urgentes, todos eles por resolver, porque durante anos tudo sofreu adiamentos ou cancelamentos. Os NPOs é um exemplo, de algo para estar resolvido no máximo até 2020. Com planeamento bem feito, as coisas substituem-se gradualmente (novos caças na década X, novas fragatas na década Y, novos submarinos na década Z, e por aí fora), e isto é de grande importância para os programas de grande dimensão.

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O fato de os chineses priorizarem o afundamento de LPD's americanos não me parece ter grande importância no nosso caso a não ser que nos preparemos para retomar Macau.

Os chineses estão-se a borrifar para os LPDs americanos. O plano dele passa por eliminar os navios auxiliares, nomeadamente os AORs, e demais navios deste tipo, que permitam aos CSG e os respectivos navios ficar no mar durante mais tempo. Quem se importa com destruição de LPDs e outros meios de desembarque, é Taiwan, que aí sim correm risco de ser alvo de um desembarque anfíbio.

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Também devo confessar que  não sei o que é um XO.
Não posso fazer análises sobre conceitos, e sobre navios que não existem, ou que apenas existem em papel, sendo que não sei (e aparentemente ninguém sabe) qual será a doutrina de utilização.

É só pesquisar. Já a Marinha, pode pedir informações ao fabricante. Também podem pedir "dicas" aos dinamarqueses, que optaram por algo parecido, ao invés de um NRP Mama Recursos.
Todos os navios a certo ponto só existiram no papel, é uma não questão.

Quanto às doutrinas, qual seria a doutrina do ElPêDê na MGP? Sem ser operações civis, não o podes usar em mais lado nenhum, logo não há qualquer doutrina se o resto da Marinha não for igualmente melhorada. Bom, uma doutrina já eu sei qual é: enviar o mega logístico, e pedinchar à NATO que o protejam e abasteçam!

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O Bérrio, nunca foi utilizado na função para a qual foi construido, mas independentemente disto, um seu substituto, é aparentemente essencial para termos uma marinha, que só o vai utilizar, se enviarmos uma esqudra  para reconsquistar Macau.

Outra vez arroz? Então mas não tinha sido já concluído que um AOR faz muito mais do que servir de extensão do alcance dos navios? Permitindo que uma força naval ao largo de Moçambique (por exemplo) consiga lá ficar a operar durante mais tempo, sem sair da área de missão? Até na nossa própria ZEE pode ser útil, permitindo que um navio permaneça na sua área de missão durante muito mais tempo. Além de ser um navio muito mais útil para a NATO que qualquer LPD.

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No entanto, nos dias de hoje, com apenas dois submarinos, numa força que chegou a incluir quatro (embora apenas durante alguns anos) temos mais capacidade que alguma vez tivemos.

2 submarinos que são unanimemente considerados poucos. O mínimo deviam ser 3. Quanto a ter mais capacidade do que antigamente, é o normal em todo o lado. A diferença, é que o termo de comparação não pode ser "o que tínhamos ontem", mas sim as ameaças de hoje, e até do amanhã. Se é verdade que a tecnologia do meio moderno X é superior ao seu antecessor, também é verdade que o nível de ameaças também é muito superior. E nós, estamos tão atrasados, que ainda estamos a pensar em ser capazes de nos defender das ameaças que havia nos anos 90 e inícios dos anos 2000, e ainda nem sequer vislumbramos as ameaças de hoje e muito menos de amanhã. Basta ver que já lá vão vários conflitos e outros "acontecimentos" onde se tem visto a real ameaça de drones, e não é por isso que nas FA se mudou alguma coisa (até se deram ao luxo de adiar o programa dos SHORAD).

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Portugal está incorporado numa aliança militar defensiva, que tem por base o Atlântico.

Sim, Atlântico esse (e os arquipélagos nele inseridos) que é preciso defender, e que nós não temos capacidade de o fazer.

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Os holandeses deixaram de fabricar submarinos, mas os seus navios de superfície são de topo,  os suecos deixaram-se da ideia de fabricar tanques, mas a sua artilharia é de topo, os alemães não têm uma fábrica de aeronaves local, mas os seus submarinos são os convencionais mais sofisticados e os seus tanques, os melhores do mundo.

Deixar de fabricar, é bem diferente de simplesmente não ter. É natural que muitos destes países não fabriquem todo o tipo de meios, pois as quantidades a adquirir não o justificam. Até munições muitos deixaram de fabricar, quanto mais submarinos e afins, que só mantém uma linha aberta durante tempo muito limitado se não conseguirem exportar.

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Exemplos que demonstram, que a Europa será mais forte se, cada um dos seus membros contribuir não com um pouco de tudo, mas com alguma coisa que de facto conte …

A Europa será mais forte, se os seus países forem fortes. Cada país depois terá exigências e necessidades diferentes em termos de meios. Um país que 90% do território é mar, deverá ter mais foco nos meios navais e aéreos. Um país que seja o inverso, poderá investir mais no seu Exército. Portugal não passa a contribuir mais para a Europa, se andar com fragatas velhas e mais o mega logístico, do que se tivesse 5 fragatas modernas 2 ou 3 delas com capacidade logística.

É só fazer uma pergunta hipotética à NATO: preferem que Roménia, Estónia, Letónia, Lituânia, Albânia, Bulgária, Croácia, etc tenham um LPD ou um Crossover? As respostas seriam óbvias, já que o segundo navio, oferece tanto capacidades logísticas, como de combate. Achar que a NATO vai preferir um meio que está 100% dependente de escoltas (escoltas essas que há em falta), é viver numa fantasia. Excepção seria, se fosse um LHD com caças embarcados, mas aí já são outros 500.

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Esta ideia, choca completamente com a ideia de que Portugal necessita de um numero de fragatas e navios que não sabemos exactamente para que servem, mas que, pelo seu número, nunca vão ser navios importantes no contexto da aliança. Poderão servir para "fazer número", como as nossas gloriosas catorze fragatas mas apenas isso.

Para fazer número, tens as fragatas obsoletas. Se em vez de 4/5 fragatas obsoletas, tiveres 4/5 fragatas modernas, estas já não vão lá só fazer número. Falar das "14 fragatas" há meio século é irrelevante, pois essas 14 estavam armadas apenas com canhões (tendo havido a opção de equipar parte delas com mísseis anti-navio e até AA, e nem isso fizeram).

E sim, uma Marinha com 5 fragatas, pode contribuir com qualquer coisa para a NATO. Até porque não é só uma questão de atirar um navio para encher uma força tarefa, também é ter navios modernos que consigam desempenhar escolta aos navios logísticos, defesa de corredores marítimos (ou no nosso caso, quase meio Atlântico), para não falar que uma NATO num conflito à larga escala, terá várias forças tarefas, e todas elas precisarão de ser defendidas (com escoltas) e abastecidas (com AORs e demais navios).

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A ideia de uma marinha com cinco coisas que flutuam e que não sabemos o que são, mais um navio reabastecedor de esquadra, para os desembarques que vamos fazer na China, mais um navio Ferrie Boat, para fingir que temos um navio logístico, é a ideia de uma marinha não da década de 1990, mas sim da década de 1960, quando o país se preparava para a guerra em África.

Falso. Sabe-se muito bem o que são as 5 fragatas, tal como as suas funções. Se dessas 5, 2 ou 3 delas fossem XO, daria no mesmo, acrescentado apenas uma capacidade de desembarque anfíbio e de transporte logístico. Um reabastecedor de esquadra que já está mais que esclarecido acerca do que faz ou pode fazer. E o Ferrie Boat, AKA, deduzo um par de LSTs (?), apenas seriam opção se não se optasse pelos XO, e preferissem fragatas convencionais.
Todas estas opções seriam muito superiores ao LPD, pelas razões já descritas várias vezes.

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Essa opção foi feita à medida para uma marinha velha, que não quer saber da sua função para nada.

What?

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Temos cinco fragatas, com cinco lugares de capitão de fragata, então temos que substitui-las uma por uma, para garantir que vai continuar a haver pelo menos cinco lugares …
o glorioso AOR, não servia para nada, mas ainda assim precisamos dele, porque sim … precisa ser substituido, para evitar mudanças na estrutura do pessoal.

Falso. Em parte alguma estamos preocupados com quantos lugares haverá para capitão de fragata. Além de que, temos capitães de fragata a comandar NPOs, por isso... É irrelevante para a questão.

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O Navio Logístico, poderia servir para operações anfíbias por parte do exército ?
Aqui D'Elrey que os fuzos coitados, vão morrer de fome e vai acontecer a mesma coisa que com os paraquedistas, quando sairam da Força Aérea para o Exército.

Qual logístico? O LPD? Convém chamar as coisas pelos nomes, porque muita coisa pode ser chamada de navio logístico. E sim, se a conversa for sobre o LPD, sim, pode desembarcar meios do Exército. Infelizmente para os estrategas pró-LPD, o navio ia desembarcar o Exército no fundo do mar, porque sem escoltas, sem draga-minas, sem nada que se pareça, o navio nem perto da zona de desembarque chega. Se, por sorte, chegar, existem mil e uma lacunas no EP que inviabilizam a sua operação em ambiente hostil de forma independente.

Mais uma vez, e é preciso entender, o LPD seria meramente um navio para funções civis, porque não teríamos capacidade de o usar de outra forma. Dizer que o AOR é inútil, e o LPD extremamente útil, é puro fingimento.

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O conceito de uma marinha com dois navios do tipo fragata, é completamente disruptivo, no verdadeiro sentido da palavra.

É uma Marinha de cortes orçamentais, se queremos chamar isso de "disruptivo". É uma "belginização" da Marinha, algo que não faz sentido num país que tem das maiores ZEEs da Europa, e tamanhas responsabilidades na segurança do Atlântico, contra as ameaças não só de hoje, como de amanhã.

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Dois navios com capacidade de defesa aérea, nos seus três vetores, que pode servir como um dos principais meios navais de uma força da NATO.
Seriam a nossa participação em caso de necessidade. Uma participação que pelo seu valor teria sempre que ser considerada.
E em termos politicos, isso é importante.

Uma fragata para ser um dos principais meios navais da NATO, teria que ser uma bela e poderosa fragata, algo na ordem de uns Arleigh Burke, e mesmo assim... Convinha fazer contas à vida, e ver o quanto custava essas 2 super-fragatas, mais 4 a 6 "corvetas ASW", mais o mega-logístico. Se calhar, sai mais barato uma Marinha "normal" com 5 ou até 6 fragatas modernas, que incluísse 2 ou 3 XO e 2 ou 3 fragatas na linha de umas ASWF, F110, Constellation...

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Depois há o escalão seguinte. Navios que possam efetivamente defender as águas da mais provavel ameaça futura, os submarinos. E não estou a pensar nos russos, estou a pensar nos chineses.
Esses navios deveriam ser corvetas, com capacidade anti-submarina eficaz, tendo também alguma capacidade para se defender, como uma peça de 76 ou 57mm e ou um sistema de defesa contra ameaças aéreas próximas.
Precisa no entanto ser capaz de perseguir um navio submerso.
Isto coloca os atuais NPO's literalmente fora da corrida.

"Corvetas" essas que custariam no mínimo 300 milhões cada uma, que dificilmente seriam tão eficazes ou versáteis como fragatas. Não faz sentido. Navios desse só fazem sentido numa Marinha que já tenha fragatas em número suficiente, e use este tipo de corvetas como complemento. Cortar nas fragatas, para apenas duas, para depois tapar os buracos deixados com navios de guerra improvisados, e que não seriam nada baratos, não tem lógica.

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A estes meios, adiciona-se naturalmente um navio com capacidade logística, que possa ser utilizado no ambito de operações da NATO. Tal só poderia ocorrer neste ambito, já que este tipo de operações necessita proteção adicional, que sozinha a marinha portuguesa não tem nem nunca vai ter.

Pois, navio com capacidade logística, que tem que ser, forçosamente, um LPD. Porquê? É um mistério, ou como se costuma dizer "porque sim". Realmente uma MGP com capacidade logística dividida por várias plataformas (2 XO + AOR por exemplo), não chegava para o nível de ambição. A incapacidade de escoltar e defender um navio de alto valor, é culpa própria, desde logo porque se anda sempre com fantasias de mega-navios, antes de ter sequer uma Marinha minimamente equilibrada.

É perfeitamente plausível ter uma capacidade de escolta interessante, com 2 submarinos e 5 fragatas (tudo moderno), na pior das hipóteses, para cenários de média intensidade. Alta intensidade está aberto a interpretação. Para nós um conflito com Marrocos ou semelhante, seria de alta intensidade, já para a USN, seria um passeio.

Se tens um mega-logístico, AKA o NRP Mama Recursos, e não consegues assegurar a sua protecção numa missão no Golfo da Guiné, temos um problema.

 
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Re: LPD- Navio Polivalente Logístico
« Responder #5364 em: Março 06, 2023, 02:03:01 am »
A marinha identificou há muito tempo esta necessidade e o grande problema, é que embora relativamente barato, o navio nunca chegou a ser construido.

Neste momento, vota-se por unanimidade, que o que a Marinha identifica ou não como necessidade, é irrelevante. As más decisões foram tantas (Lynx sem FLIR, e estamos a falar de uma despesa minúscula, é um exemplo), que não há qualquer credibilidade.

Realmente, o barato é relativo. 300 milhões há 15 anos, era tudo menos pouco dinheiro. Os holandeses tentaram vender um JSS por um pouco mais que isso (penso que não chegava aos 400 milhões), mesmo sendo muito maior e que incluía capacidades equivalentes a um AOR, novo, e ninguém o quis.

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A questão de se é um LPD ou não também nunca foi determinada. O Landing Platform Dock, é polivalente, como o seria um Landing Helicopter Dock - LHD.
A opção pelo LPD, resulta de ser o mais pequeno e o mais barato e mais adequado às nossas possibilidades.

A Thyssen Krupp chegou a fornecer um design, MRD-150, que era um LPD com estética/capacidade de operação de meios aéreos mais perto de um LHD. A Marinha não quis, e preferiu um LPD "estilo Rotterdam". Dizer que nunca ficou definido se se queria um LPD, é mentira, porque perante a opção, escolheu-se o LPD de estilo mais clássico que havia.

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Para haver um navio do tipo, ele é suposto ser POLIVALENTE, o que implica ter várias funções e para isso tem que ser mais complexo, ainda que os navios da classe “Enforcer” tenham em média uma centena de militares de guarnição.

Não tem nada a ver com complexidade, tem a ver com tamanho.

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Um navio do tipo, poderá ter utilização militar, ser utilizado em conjunto com países da NATO, ao mesmo tempo que, em tempo de paz e no caso de necessidades humanitárias, pode ser empregue rapidamente, porque se trata de um navio que é suposto estar ao serviço.

Todos esses argumentos podem ser igualmente associados a um XO. A única diferença é o tamanho, e o facto do XO ser um meio com capacidade de combate, a troco de capacidade de transporte. Tem ainda outra vantagem, de ser muito mais rápido que o lentinho do LPD, o que numa situação de resposta a emergências onde o tempo seja um factor importante...

Uma Marinha que queira ser completa, e não tiver capacidade financeira nem de pessoal para operar muitos navios, prefere investir numa opção, mais versátil, colmatando duas lacunas de uma assentada (e aí recorre ao Absalon ou XO). Na pior das hipóteses, opta por algo mais pequeno, que pese menos no orçamento e que possa ser adquirido numa quantidade superior, ou abdica de todo de navios militares para certas funções, comprando um navio civil, como um navio hospital, que sai muito mais barato (e o orçamento vem de outro lado, não dos poucos recursos da MGP).

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De entre as suas valências estaria a capacidade para ser utilizado como hospital para emergências. Esta capacidade, é útil tanto em operações militares, em operações de manutenção de paz, ou como resposta a emergências humanitárias.

Tem capacidade para operações com forças helitransportadas, e naturalmente capacidade para evacuação médica.

Sim, tem capacidade de se tornar um navio hospital. E daí? Sai mais barato fazer isso com um navio civil dedicado, que não custa 300/400/500 milhões, nem tem uma guarnição de mais de 100 pessoas (militares ainda por cima, que é algo que não temos propriamente com fartura).

Onde realmente se "perde", é na capacidade de operação de meios aéreos. Mas também num país que praticamente não tem helicópteros militares, nem consegue assegurar a sua sobrevivência em ambiente hostil, nem se justifica, se é para estar limitado a funções civis. No fim de contas, sempre sai mais barato que futuros navios (desde fragatas ao AOR) venham desde logo preparados para operar os Merlin, e assim faz-se exactamente o mesmo. Alguns AOR até podem levar 2 helicópteros.

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E fico com a impressão de que, o maior problema do navio polivalente logístico, não é o preço, porque é mais barato que a maioria dos outros meios, não é a dimensão da guarnição, que é pouco mais de metade da de uma fragata, o problema, parece ser o de que não faz coisas mágicas, como servir de navio hospital para apoio civil, ao mesmo tempo que serve de plataforma para desembarque ...

É só mesmo impressão então. É que não só o LPD não leva "pouco mais de metade da guarnição de uma fragata" (uma fragata moderna pode levar entre os 100 e os 130 elementos), como o LPD não é mais barato que outros meios alternativos (LST com 100 ou 120 metros) nem que outros meios que fazem falta à Marinha (AOR), nem que outros navios com muito mais capacidade de transporte de material, abdicando da capacidade anfíbia (Ro-Ro).

O problema é mesmo o LPD, no seu todo, ser um mama recursos, que vai empastelar o (já de si praticamente nulo) progresso que se pode/deve fazer na Marinha, vai piorar ainda mais os problemas em termos da falta de pessoal (mais um navio para guarnecer, sem que se aumente o pessoal da Marinha), vai pesar muito no orçamento para operação e manutenção dos meios da Marinha (que, sem o dito navio, já é 30 a 40% a menos do que o necessário para manter o que temos hoje).

Depois, para defenderem o grandioso LPD, ainda vêm falar de reduzir ainda mais nas fragatas (reduzir para 4 modernas ainda vá, agora para 2 é ridículo), para tentar viabilizar à força toda a vinda deste navio. E quando se tenta arranjar alternativas a este navio, que permitam à Marinha manter uma frota de 5 combatentes de superfície, AOR e ganhar ao mesmo tempo capacidade logística/anfíbia, dizem que não chega/não serve, e que tem que ser estritamente o LPD.

Isto apenas nos diz que não passa de uma birra, por causa de uma obsessão por um tipo de navio que, além de caro, vai acabar por ser adquirido estritamente para funções civis.

O problema com o LPD, é que ninguém se chateava, se ele viesse para uma Marinha com 3 submarinos e 4 fragatas modernas, (ou 2 + 5 respectivamente, ou 4+4). Agora para vir para uma Marinha de chaços, onde se finge que tudo está bem, e que a vinda do LPD resolve tudo (sim, os discursos muitas vezes eram estes, que só faltam NPOs e LPD à Marinha, e tudo o resto está bem).
 

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Re: LPD- Navio Polivalente Logístico
« Responder #5365 em: Março 06, 2023, 07:23:42 am »
Só relembrar que o Scirocco ficava por 80M e tinha capacidade de RAS

As bestas que o recusaram mereciam ser empalados no pau de bandeira mais próximo
"[Os portugueses são]um povo tão dócil e tão bem amestrado que até merecia estar no Jardim Zoológico"
-Dom Januário Torgal Ferreira, Bispo das Forças Armadas
 
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Re: LPD- Navio Polivalente Logístico
« Responder #5366 em: Março 06, 2023, 12:49:24 pm »
Não ignorando o resto do texto do Papatango, vou focar-me naquilo que me parece exactamente ser crucial neste momento, para decidir o que poderá ser a Marinha no futuro.

A frota de superfície deve contar com navios para combate ASW, isso parece ser mais ou menos unânime, e uma visão apoiada pelos parceiros internacionais. Que navios podem desempenhar essa função, sabendo que os NPO estão claramente excluídos da equação?
Corvetas como as Gowind, MekoA100, Sigma, não incluo projectos (EPC), serão ser o ideal? Ou será necessário algo ainda mais robusto para esta função, como as MekoA200, que deve ser a melhor plataforma actual para o efeito? Ou será ainda possível cumprir essa função com um navio mais leve como MMPV da Lurssen, mais económico mas com apenas 13,5m de boca e, possivelmente, menor capacidade para enfrentar mar revolto?

Creio que aqui é que se define tudo, porque será necessário investir nesta capacidade, e esse investimento vai impactar em tudo o resto. Ou seja, será possível adquirir 3/4 destes navios e a estes acrescentar mais 2 (número mínimo que acho insuficiente) navios de grande capacidade, vulgo fragatas AAW?
Ou seremos obrigados a fundir as duas funções numa só plataforma, de forma a conseguir manter, pelo menos 4 cascos?

Exemplificando,
podemos ter 4 MekoA200, abdicando de corvetas ASW e fragatas de 1a categoria.
Podemos ter 2 Sigmas e 2 ASWF.
Podemos ter 4 MMPV, e 2 ASWF.
Podemos ter apenas 5 Sigmas.

destas 4 opções, a segunda que é a mais dispendiosa, só permite, de qualquer modo, ter 4 navios..

Isto mantendo a centralidade na capacidade ASW e contando sempre com orçamentos acima dos 2000 milhões, mesmo nas opções mais simpáticas.

Os XO, sendo polivalentes, iriam tornar improvável a manutenção desta capacidade. 
 

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Re: LPD- Navio Polivalente Logístico
« Responder #5367 em: Março 06, 2023, 12:59:16 pm »
Se fosse só o Siroco. O caso dos Wave é tão ou mais grave.

Mas também, sem haver aumento orçamental, ou sem arranjarem mais pessoal, a vinda do Siroco teria arruinado o que resta da Marinha. Se sem o LPD, e com 2 fragatas em modernização na Holanda, o orçamento não dava para manter as restantes 3 fragatas a navegar/colocar a sua manutenção em dia, o que dizer se houvesse LPD?

Quando se debate a necessidade/vontade de adquirir um meio em Portugal, também é necessário avaliar as consequências da sua aquisição. As do LPD já nós sabemos, que sempre foi dito que seria um risco ou até necessidade, cortar pelo menos uma das fragatas para o ter. Se este corte, ainda fosse através da substituição das actuais "5" fragatas, por 4 modernas + o LPD, ainda vá, agora menos que isso, é brincar à Defesa.

Para mim o pior mesmo, é a resistência a alternativas. Alternativas essas que davam à Marinha capacidade logística, sem queimar o que resta da já pouca capacidade de combate.
 
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Re: LPD- Navio Polivalente Logístico
« Responder #5368 em: Março 06, 2023, 01:14:16 pm »
Os modelos que indiquei são meramente exemplos, pode ser qualquer outro navio da mesma classe. E as quantidades referidas são os mínimos de forma a não explodir orçamentos..
 

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Re: LPD- Navio Polivalente Logístico
« Responder #5369 em: Março 06, 2023, 01:37:35 pm »
Não ignorando o resto do texto do Papatango, vou focar-me naquilo que me parece exactamente ser crucial neste momento, para decidir o que poderá ser a Marinha no futuro.

A frota de superfície deve contar com navios para combate ASW, isso parece ser mais ou menos unânime, e uma visão apoiada pelos parceiros internacionais. Que navios podem desempenhar essa função, sabendo que os NPO estão claramente excluídos da equação?
Corvetas como as Gowind, MekoA100, Sigma, não incluo projectos (EPC), serão ser o ideal? Ou será necessário algo ainda mais robusto para esta função, como as MekoA200, que deve ser a melhor plataforma actual para o efeito? Ou será ainda possível cumprir essa função com um navio mais leve como MMPV da Lurssen, mais económico mas com apenas 13,5m de boca e, possivelmente, menor capacidade para enfrentar mar revolto?

Creio que aqui é que se define tudo, porque será necessário investir nesta capacidade, e esse investimento vai impactar em tudo o resto. Ou seja, será possível adquirir 3/4 destes navios e a estes acrescentar mais 2 (número mínimo que acho insuficiente) navios de grande capacidade, vulgo fragatas AAW?
Ou seremos obrigados a fundir as duas funções numa só plataforma, de forma a conseguir manter, pelo menos 4 cascos?

Exemplificando,
podemos ter 4 MekoA200, abdicando de corvetas ASW e fragatas de 1a categoria.
Podemos ter 2 Sigmas e 2 ASWF.
Podemos ter 4 MMPV, e 2 ASWF.
Podemos ter apenas 5 Sigmas.

destas 4 opções, a segunda que é a mais dispendiosa, só permite, de qualquer modo, ter 4 navios..

Isto mantendo a centralidade na capacidade ASW e contando sempre com orçamentos acima dos 2000 milhões, mesmo nas opções mais simpáticas.

Os XO, sendo polivalentes, iriam tornar improvável a manutenção desta capacidade.

Dependendo dos XO eles têm torpedos , sonar rebocado, dois Hélis que podem ser ASW, velocidade de 30 nós, contra-medidas e podem levar mísseis anti submarinos se vierem com Mk41.

Não se adequavam mal a essa capacidade. O problema é que sendo PT a encomendar vêm com 2 fisgas e um canhão de carregamento pela culatra.

 
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