Saudações guerreiras.
O Expresso desta semana chama a atençao em primeira pagina para um destacado membro dum grupo de oposiçao iraniano, ao qual eu ja me referi, por ser assistente do deputado socialista europeu portugues em Bruxelas Paulo Casaca, em que aparecia classificado como membro de 'organizaçao terrorista'
Costumo comprar só de vez em quando o "Espesso". Desta vez falhei. Entretanto andei atrás dessa notícia, mas não consegui lê-la para ter uma melhor ideia.
Quem é que o classifica como terrorista? São os EUA? Existe alguma reação, mesmo que oficiosa, por parte da comissão europeia ou um departamento qualquer?
Não vou entrar em especulações, porque nem tenho jeito para isso, mas de certeza que, para as secretas, este indivíduo não passou despercebido!! Antes pelo contrário, não por ser sequer suspeita de, mas sim pelo lugar que ocupa numa instituição tão importante como qualquer instância da União Europeia, acho isso básico. Ainda vou mais longe, suponho que qualquer funcionário deve ter sido investigado, Zezoca incluído.
A troika europeia (Inglaterra, França e Alemanha) que, apesar de aparentemente não terem conseguido resultados práticos nas negociações com o Irão na questão do nuclear, é o elo que não convém que seja fechado pelos iranianos, porque são eles que mais diretamente beneficiam, se bem que as notícias relativas a esta questão (que tem algumas semanas) fizeram com que Teerão ficasse mais isolada, pois as negociações falharam. Não sei porquê, mas para mim, isso também é algo enigmático e não menos preocupante.
Numa coisa quero acreditar, para bem de todos nós, as negociações podem ter falhado, mas não os contactos permanentes informais e/ou secretos.
Para o Irão recusar algo que lhe poderia trazer um enorme benefício caso aceitasse as condições da troika na questão do nuclear, foi porque chegaram á conclusão que no fundo não ganhariam nada com isso ou então estão mesmo muitos desconfiados das posições americanas e israelitas ou então perderam a cabeça, o que não é de excluir.
É verdade que cada país tem o direito a desenvolver tecnologias para proporcionar bem- estar á população, mas o que é certo é que o Irão tem feito muita coisa á socapa e por isso não deixa entrar inspeções da Agência Internacional da Energia Atómica, apesar da forte ajuda tecnológica pública da Rússia. Isso obviamente levanta fortes suspeitas
de toda a gente, com os EUA na frente, que só tem uma resposta: eles querem desenvolver armas nucleares. Eu até aposto que já as têm. Os arsenais nucleares na antiga URSS foram devassados e não é de suspeitar que o Irão tenha conseguido 1 ou 2 engenhos do tamanho de uma mala de negócios.
Não menos verdade é que, mais uma vez , como de costume, há uma grande hipocrisia da parte dos EUA. A questão do nuclear vem por arrasto, mas seguramente, aquilo que tem vindo a acontecer desde o 11 de Setembro é um puro suicídio planetário, porque se é compreensível a reação dos EUA em retaliar contra aquilo que lhe era hostil, não fez certamente a melhor gestão, tirando a questão do Afeganistão (aí dou-lhes todo o meu apoio), porque na prática levou cada vez mais os países a investir em armamento e os próprios EUA a explorarem bodes expiatórios para tentarem resolver as borradas com décadas de manipulação que também dão sempre os seus frutos. Não é só Espanha espanhóis que lhes é conhecida a soberba, aí os EUA são mil vezes piores.
Outra coisa muito, muito grave, foi (ou continua a ser) o total desrespeito do EUA para com a ONU e o direito internacional, quando estão em jogo os seus interesses. Uma coisa inadmissível, mas que é um facto consumado, lá isso é.
Um caso que também poderá dar que falar, pelo menos, publicamente e pelos maus motivos (espionagem EUA através da Agência de Energia Atómica), é o desenvolvimento do Brasil nesta área. Não propriamente na questão do armamento, pois julgo que o Brasil nunca venha a desenvolver armamento nuclear, em si, mas porque consegue produzir energia nuclear mais barata que os EUA. Os EUA com o mesmo argumento utilizado para o Irão (as inspeções da AIEA) tentam, deste modo, aceder a tecnologia (estudos) considerada mais avançada do que é a atualmente desenvolvida pelos EUA. (e isto também é "guerra")
Só um aparte: as duas centrais nucleares do Brasil estão a precisar de reforma. São antigas e daí todos os cuidados na questão da segurança serem poucos e altí$$imos.
Cumprimentos