A criação de um "Battlegroup" de que Portugal seja o núcleo, não é nada de extraordinário.
Um "Battlegroup" não é uma força colocada no estrangeiro como as forças na antiga Jugoslávia.
É um agrupamento militar em que as principais forças são baseadas em Portugal.
É possível a Portugal criar tal força, quanto a isso não há grande dúvida.
Outra coisa é haver vontade para o fazer por parte de quem quer que seja que não goste de grandes mudanças.
Para isso o país precisa do navio de apoio logistico. Tal grupo pode deslocar-se nesse navio com o apoio de navios de outros países e de outras forças anfíbias.
O pequeno grupo de carros de combate Leopard-2A6, permite a Portugal deslocar 12 tanques e apoiar essa força com outros veículos como eventualmente os Pandur-II para transporte de pessoal e outras funções de apoio técnico, desde ambulância a radares e eventualmente capacidade de protecção anti-aérea.
Se houver coragem para fazer o que é preciso fazer nas Forças Armadas, e que não é muito diferente do que tem que ser feito na Função Pública, não há nenhum problema de dinheiro! ! !
O problema, não é o dinheiro, mas sim o numero de militares. Se o exército deverá ter três brigadas, e se as brigadas têm de 1500 a 3000 homens, então para que é que ainda temos 24.000 homens e mulheres no exército ?
Três brigadas na sua máxima força representa um total de 9.000 homens.
Estes numeros, naturalmente não representam na sua totalidade combatentes.
O pessoal de apoio é tão importante como as pessoas que têm armas na mão, mas mesmo assim, a brigada de 3.000 homens, consdeguirá colocar no terreno de 1.000 a 1500 militares combatentes.
Um total de 200 carros Pandur-2 podem transportar 2.000 homens.
Um esquadrão de carros de combate (12 a 15 carros) tem cerca de 50 a 60 homens, dependendo da forma como está organizado.
Quando começamos a fazer contas e a considerar o total de equipamentos que podemos colocar no terreno, mesmo considerando que teremos mais tripulações que militares, começa a ficar evidente que o dispositivo que o exército desenhou para garantir as missões que hipoteticamente lhe serão confiadas é (continua a ser) baseado na velha ideia do exército de carne-para-canhão, baseado na infantaria apeada.
Caso contrário, não havendo meios terrestres para transportar os excedentes, só há uma conclusão a tirar:
O restante pessoal é pessoal das bandas militares, dos hospitais do exército, dos serviços de saude típicos de tempo de Páz, dos cozinheiros que deveriam ser substituidos por empresas de catering com contratos especiais (como existem nos Estados Unidos que impedem por exemplo o direito à greve para o pessoal de empresas que trabalhem para as F.A.).
Se alguém quiser arriscar-se e tiver coragem de colocar as estrutura militares na linha, então meus senhores, não haverá falta de dinheiro, porque basta analisar as estatisticas dos nossos gastos militares para concluir que o dinheiro até existe, o que temos é uma estrutura pesada, em que ninguém quer aceitar que a sua capelinha, o seu departamentosinho ou o seu pequeno gabinete, já não tem razão de existir.
Como na sociedade civil, as corporações lutam até à morte contra a tentativa de mudança, como acontece por exemplo com o célebre sindicato dos professores que tinha quase 1500 professores a receber salário, e sem dar uma unica aula há décadas.
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Portanto, o "Battlegroup" até faz sentido.
Portugal até tem capacidade para o organizar
Resta saber se quem não gosta de mudanças, deixará que aconteça.
Provavelmente teremos que fazer como a Holanda.
Reduzir drasticamente os meios militares, para que de uma vez por toda se entenda que não há unidades nem meios para colocar todos os militares.
Por isso, provavelmente 37 tanque até é uma boa ideia.
Os 28 F-16MLU também são provavelmente uma boa ideia, porque de facto parece que não temos capacidade para ter muito mais que isso.
É preferivel um exército com 37 Leopard, 260 Pandur, 20 ou 30 M-113 modernizados, algumas poucas unidades de defesa anti-aérea, 28 F-16 eficazes e com armamentos, e 5 fragatas, que muito mais meios que estes, que depois não temos meios para por em funcionamento.
A defesa do território, deixem-na para a Guarda Repúblicana, que de qualquer forma, terá sempre mais homens e maior grau de operacionalidade.
Cumprimentos