Uns meus dedinhos de opinião.
Problema de eleições e atentado terrorista.
Não creio que seja argumentação adequada, porque estaríamos a condicionar TODAS as eleições. Por esta ordem de razões, uma vez que pode haver um atentado terrorista antes de cada eleições, a única forma de evitar atentados era acabar com as eleições
A legitimidade dos deputados
Embora nos andem a dizer o contrário há quase trinta anos, fazendo campanha para "primeiro-ministro" a verdade é que nas eleições legislativas os portugueses elegem duzentos e trinta homens e mulheres a quem dão um mandato de quatro anos, para durante esse período, essas duzentas e trinta pessoas representem o povo. É por isso que se chama "Democracía Representativa"
Quem foi para Bruxelas foi um dos deputados
O deputado Durão Barroso foi para Bruxelas e esse é o único que tem que ser substituido. Aliás a questão nem se coloca, porque quando o deputado Durão Barroso passou a ser primeiro ministro, o seu lugar de deputado, foi substituido pelo seguinte na lista.
São os deputados que elegem o governo
Embora a prática (tantas vezes contrária á lei) diga que são os portugueses que elegem o primeiro ministro, são de facto os deputados e deputadas que elegem o governo que lhes é submetido pelo Presidente da República. Os deputados são a representação proporcional da realidade nacional no inicio do periodo de uma legislatura de quatro anos.
O periodo da legislatura
Quando os portugueses votam, elegem deputados por um período de quatro anos. Se começarmos a reduzir os periodos da legislatura estamos a subverter o sistema e as leis, achando que as legislaturas deixaram de ser de quatro anos, para passarem a ser de dois.
Se aceitamos legislaturas de doisa anos, dentro de pouco tempo estaremos a aceitar legislaturas de seis meses
O que diz a História
A História diz-nos que as lutas "intestinas" dentro dos partidos politicos pelo poder interno e as lutas entre partidos, pelo poder sempre demonstraram uma ABSOLUTA E MISERÁVEL falta de respeito pela estabilidade política, unica forma de garantir o desenvolvimento do país.
Basta ver a bandalheira a que este país chegou no período entre 1890 e 1926. A demoníaca sede de poder das máfias partidarias, colocou a necessidade dos corruptos acima do interesse nacional. O que interessava era chegar ao poder. O que interessava era a possibilidade de NOMEAR AMIGOS, o que interessava era o "Status" de "ESTAR MINISTRO". Toda a minha gente queria "ESTAR MINISTRO", era uma espécie de concurso.
O resultado é que o povo cansou-se e em 1926 aceitou uma revolução militar para impor a ordem.
Nunca se esqueçam de que a revolução de 28 de Maio de 1926, também foi uma revolução sem sangue, efusivamente aclamada nas ruas pela população.
Se continuamos a achar normal a instabilidade provocada por sucessivas eleições, (como no periodo do fim da monarquia e da primeira républica) e sucessivos governos, estaremos a dizer que não aprendemos nada com a História.
Está mal Durão Barroso, ao aceitar ir para Bruxelas provocando uma crise política, está mal Jorge Sampaio por ter aceite a demissão nestas circunstâncias, está mal o PS porque critica no PSD exactamente o mesmo tipo de comportamento do seu anterior líder. Está mal o PSD ao ter como unica solução para a governação do país (que legítimamente lhe pertence) um líder que é tudo menos uma garantia de estabilidade.
Os sintomas que esta crise apresenta são graves. Não há presidência da União Europeia que cure os problemas que mais uma crise estão a provocar.
Um povo que não sabe ler a História e que se esquece dela, está condenado a vivê-la de novo.
No entanto, há que reconhecer que o sistema da forma como está feito, dá ao Presidente da Républica o direito de decidir. O que quer que o Presidente decida, será sempre legal, porque os portugueses votaram num homem para tomar este tipo de decisões, e deram-lhe um mandato de CINCO ANOS. E os mandatos são válidos pelo periodo que está descrito na Lei e na Constituição.
Cumprimentos