O problema é que em questões de política externa não podemos andar aos zigue- zagues.
Portugal apoiou a deposição do antigo regime iraquiano, enviou para lá tropas, e não é só porque agora as coisas estão “complicadas” que vamos pura e simplesmente fechar uma embaixada.
O sinal que estamos a dar é de que não acreditamos que se irá encontrar uma solução para um problema que ainda por cima contribuímos para o provocar. Estamos também a dizer indirectamente que pouco nos importa as dezenas de pessoas que lá morrem todos os dias.
É uma decisão triste e lamentável, especialmente quando Portugal se prepara para assumir a presidência da União Europeia. Custa-me acreditar como é que diplomaticamente pode existir tanta inabilidade para lidar com um assunto destes.
É arriscado estar por lá? Pois é! Mas penso que os GOE estão preparados para lidar com a situação tendo plenamente consciência dos riscos, e os embaixadores existem não só para assistirem a cocktails!
Se necessário for, reforcem-se os meios, mas fechar pura e simplesmente uma embaixada…
Nada está mais longe da verdade: a diplomacia é um ziguezaguiar constante.
Acho muito bem terem fechado a embaixada. Não havia contrapartidas que justificassem o perigo diário do pessoal diplomático e de segurança.
Estamos a confundir conceitos.
A diplomacia é a arte de conduzir as relações exteriores ou os negócios estrangeiros de um determinado Estado ou outro sujeito de direito internacional.
A política externa é o conjunto de objectivos políticos que um determinado Estado almeja alcançar nas suas relações com os demais países do mundo.
Como podemos ver, a diplomacia é a que de facto, como instrumento prático da política externa, pode sofrer alterações com o intuito de alcançar os objectivos delineados por essa mesma política externa.
A política externa de um país não pode depender da cor ou orientação política de um determinado partido que ocupe o poder conjunturalmente. Esta deve ser transcendente e imune a esse tipo de questões.
Se assim não for, esse mesmo país perde a “confiança” e “seriedade” perante os outros, tendo isso consequências nefastas para as políticas de alianças tanto económicas como as outras de índole estratégico-militares.
Perante o mundo, Portugal com este encerramento só deixa uma imagem clara: a de oportunista. E assim meus amigos, não faremos negócios, nem estamos a cimentar as nossas alianças.
Talvez influencias das políticas à la Zapatero…