Invasão da Ucrânia

  • 6693 Respostas
  • 377089 Visualizações
*

LuisPolis

  • Especialista
  • ****
  • 1141
  • Recebeu: 395 vez(es)
  • Enviou: 568 vez(es)
  • +182/-2271
Re: Invasão da Ucrânia
« Responder #3720 em: Agosto 08, 2023, 03:45:12 pm »
Artigo sobre as lições (postos de comando e logística) de hoje.

Citar
Drone-guided artillery strikes have made Ukraine “the graveyard of command posts”

Citar
On tomorrow’s battlefield, there’s no safe place for ammo dumps or command posts. Drones will buzz constantly overhead, AI-powered algorithms searching for any sign of life — movement, body heat, wireless signals — that they can target for precision strike. So how can commanders and their staffs survive this new threat, when their very function requires communication?

https://breakingdefense.com/2023/08/the-cloud-fiber-optics-and-hiding-in-basements-army-races-to-adapt-to-new-command-post-threats/
 

*

Icterio

  • Especialista
  • ****
  • 1131
  • Recebeu: 492 vez(es)
  • Enviou: 115 vez(es)
  • +2289/-1255
  • Mais vale ser sortudo do que ser bom
Re: Invasão da Ucrânia
« Responder #3721 em: Agosto 08, 2023, 03:55:37 pm »
Um navio civil é civil. Não o faz militar devido ao cliente. O proprietário pode ser sancionado como qualquer outra empresa.

Um navio civil se for usado para abastecer militares (ou requisitado para o efeito) passa a ser um alvo legítimo.
Correcto. Passa a ser um alvo militar legítimo (definido pelos militares) mas não político/legal. Neste momento tem-se uma ordem mundial legítima, já não se está nos tempos da 2GM.

De qualquer das maneiras, o problema aqui não está no acto em si mas no facto de os Ucranianos terem feito uma festa para todos verem. E as festas servem de exemplo ...

O comportamento dos russos (e o seu respeito pelas regras e tratados) tem mostrado uma realidade bem diferente.
 

*

LuisPolis

  • Especialista
  • ****
  • 1141
  • Recebeu: 395 vez(es)
  • Enviou: 568 vez(es)
  • +182/-2271
Re: Invasão da Ucrânia
« Responder #3722 em: Agosto 08, 2023, 05:34:31 pm »
Um navio civil é civil. Não o faz militar devido ao cliente. O proprietário pode ser sancionado como qualquer outra empresa.

Um navio civil se for usado para abastecer militares (ou requisitado para o efeito) passa a ser um alvo legítimo.
Correcto. Passa a ser um alvo militar legítimo (definido pelos militares) mas não político/legal. Neste momento tem-se uma ordem mundial legítima, já não se está nos tempos da 2GM.

De qualquer das maneiras, o problema aqui não está no acto em si mas no facto de os Ucranianos terem feito uma festa para todos verem. E as festas servem de exemplo ...

O comportamento dos russos (e o seu respeito pelas regras e tratados) tem mostrado uma realidade bem diferente.
Exactamente. Se os Russos saem impunes o mundo muda (especialmente para os pequenos como nós - Portugal). Se se faz igual aos gajos, o mundo também muda (talvez mais depressa e de forma mais assimétrica).

Parece que o conflito Ucraniano está a deixar de ser um problema para passar a ser um dilema.

Este é um artigo do actual Chefe dos Serviços de Informações Militares Francês sobre o problema dos exemplos (do nosso lado). É de Maio mas até parece que o gajo estava a adivinhar o que se está a passar no Níger por exemplo.

Citar
“The concern is of course that the longer this war of attrition lasts, the more it will benefit Moscow, while the undermining of the global order and balance exacerbates conquering prospects and temptations by competitive players on the international scene, endangering not only our homelands, but also our overseas territories” he said. “This is why it is absolutely essential to ‘zoom out’ from Ukraine, so we are not overtaken by surprise.”

https://breakingdefense.com/2023/05/french-military-intelligence-office-reorganizing-post-ukraine-with-360-degree-threat-analysis/
 

*

Icterio

  • Especialista
  • ****
  • 1131
  • Recebeu: 492 vez(es)
  • Enviou: 115 vez(es)
  • +2289/-1255
  • Mais vale ser sortudo do que ser bom
Re: Invasão da Ucrânia
« Responder #3723 em: Agosto 08, 2023, 05:36:54 pm »
Poder Aéreo Russo na Invasão da Ucrânia – Factos e Mitos (Parte 6) (Penúltima)

O aspecto mais significativo do falhanço das VKS na Ucrânia, e geralmente negligenciado pelos analistas antes da invasão, foi a incapacidade dos pilotos Russos e do pessoal de terra em planear, organizar e executar aquilo que a NATO designa como COMAOs (Composite Air Operations).  Em termos genéricos significa missões compostas por múltiplos tipos de aeronaves, em acções coordenadas, com objectivos militares específicos (local e tempos de execução) e que envolvem 20 a 100 aviões/helicópteros. 

As COMAOs, centrais na forma como os EUA e a NATO usam o poder aéreo, envolve coordenação complexa entre meios de combate e meios de apoio.  Aqui vemos bombardeiros B-1B a serem reabastecidos em voo enquanto alguns Gripen esperam pela sua vez.


As VKS iniciaram a invasão com cerca de 400 aviões polivalentes genuinamente modernos (Su-35S, Su-30SM e Su-34) e 300 aviões mais antigos mas modernizados (Su-25SM, MiG-31BM e MiG-29SMT).  Por conseguinte, muitos analistas simplesmente assumiram que estas frotas impressionantes seriam empregues em missões COMAO - compensando as deficiências e potenciando as vantagens de cada aeronave numa força combinada.  Esta presunção cristalizou apesar das VKS nunca terem demonstrado verdadeiramente essas capacidades na prática.  Por exemplo, na Síria, a vasta maioria das missões Russas foram executadas por apenas um ou dois aviões, geralmente em patrulhas de caça ou no lançamento de bombas simples de média altitude.  O treino nas VKS são quase sempre exercícios em pequenas formações que envolvem simples voos de navegação, lançamento de armas não guiadas em campos de tiro e intercepções controladas por terra – uma herança dos tempos da URSS.  Além disso, o típico piloto Russo acumulava 80-100 de voo por ano antes da invasão e os regimentos da VKS não tem acesso a simuladores modernos que as Forças Aéreas Ocidentais usam cada vez mais para treinos “sintéticos” complexos.  Quando vistos em conjunto, estes factores explicam a incapacidade das VKS em executarem COMAOs.

Coordenar elementos diversos de múltiplas Forças Aéreas da NATO (e de outros aliados) exige treinos constantes e realistas – como o TLP (Tactical Leadership Programme) e outras iniciativas semelhantes.


As COMAOs são críticas na forma como os EUA e a NATO utilizam poder aéreo em espaço contestado.  Ao combinar caças polivalentes em missões de caça ofensiva e defensiva, aviões de alerta antecipado (AWACS) e apoio electrónico, aviões de reabastecimento com meios de perturbação electrónica (EA-18G ou Tornado ECR), capacidade DEAD e os sempre presentes meios CSAR, é possível criar uma força com uma capacidade agregada muito superior ao que a soma das partes poderia sugerir.  Mas executar missões complexas deste género, contra um inimigo capaz, exige instrutores e pilotos líderes de formação altamente experientes e qualificados a nível de esquadrão para planear, informar o briefing, liderar e recapitular num debriefing detalhado tudo o que se passou (de bem e de mal) após cada missão.  Cada piloto tem se ser capaz de adaptar rotas, calcular perfis de combustível, planear as comunicações e decidir “em cima do joelho” quando surge alguma coisa inesperada – seja acção inimiga, falha mecânica ou mau tempo.  E, mais importante, após tudo isto, tem de ser capaz de cumprir o objectivo que lhe foi designado – no local certo e á hora certa.  Este tipo de piloto não se treina de um dia para o outro – tem de fazer parte do ADN do treino de uma Força Aérea e exige exercícios constantes e realistas.

Nesta ilustração evocativa dos tempos da guerra fria, vemos dois F-16 a serem perseguidos por SAMs soviéticos.  A doutrina das forças do Pacto de Varsóvia assentava numa defesa anti-aérea robusta, com múltiplas camadas e coordenada centralmente – a ameaça da aviação da NATO assim o exigia.

Em termos simples, as VKS nunca treinaram os pilotos para operar da mesma forma como a RAF, USAF, Luftwaffe ou outras Forças Aéreas da NATO fazem há décadas.  Os Russos privilegiam missões mais específicas, em pequenas formações e com comando e controlo apertado.  Assim compreendemos melhor porque as VKS foram incapazes de combinar eficazmente missões de caça com o esforço SEAD/DEAD e com as missões de ataque na invasão da Ucrânia.  Mas nada disto deveria constituir uma surpresa – é a doutrina tradicional do papel das VKS dentro das Forças Armadas Russas.  Desde o início da guerra fria o bloco Soviético tem apostado numa extensa e integrada rede de defesas anti-aéreas terrestres para enfrentar o superior poderio tecnológico da aviação da NATO.  A eficácia devastadora das Forças Aéreas da NATO ficou demonstrada nos vários conflitos de baixa e média intensidade desde os anos 90.  Sem surpresas, a Rússia têm investido boa parte dos recursos financeiros e tecnológicos em defesas anti-áreas – e ajustado a doutrina operacional de acordo.  Em contra-ciclo, a NATO tem desinvestido em defesas anti-aéreas modernas desde o fim da guerra fria – mesmo sistemas como o Patriot PAC-3 e o THAAD são optimizados para defesa contra mísseis balísticos.  A conclusão de tudo isto, é que o inimigo “tradicional” e doutrinal das VKS, e para o qual se prepararam e treinaram durante décadas, eram as Forças Aéreas da NATO enquanto na Ucrânia enfrentaram um sistema anti-aéreo robusto (nas mesmas linhas Soviéticas) para o qual não estavam preparados – principalmente na capacidade SEAD/DEAD.
 

*

Hammerhead

  • Analista
  • ***
  • 783
  • Recebeu: 150 vez(es)
  • Enviou: 590 vez(es)
  • +49/-3124
Re: Invasão da Ucrânia
« Responder #3724 em: Agosto 08, 2023, 06:20:54 pm »
Dados do world bank, 2022. Rússia é a maior economia da Europa e a quinta do mundo. Sanctions are working.
https://databankfiles.worldbank.org/public/ddpext_download/GDP_PPP.pdf

Quando temos os avençados a afirmarem que a rússia passou a ser a maior economia da Europa, conseguimos perceber o nível de credibilidade! Conseguiu ultrapassar a França, Reino Unido e a Alemanha sem estes darem pelo míssil económico!

 :mrgreen:

O que vale é que é tudo avençado, burro e comunista....
Só suas excelências é que são detentores da verdade absoluta ...

Cambada de velhos ressabiados  :mrgreen: :mrgreen: :mrgreen:


Velhos ressabiados, e como costumo dizer, eles sofrem do síndroma do Titanic... tão confiantes nas suas verdades que, mesmo quando se afundam(era impossivel), são incapazes de aceitar a realidade devido a um ego sobredimensionado. Continuam a tocar a mesma partitura até ao último momento das suas existências.

Entretanto, no campo de batalha, vão chegando as wunderwaffen Abrams e, mais tarde, F16... será certamente magnífico... como foi e continua a ser para os Leo's e de outras sucatas tecnológicas da NATO... nem vou falar do treino e tacticas NATO  :mrgreen:

Ao mesmo tempo, nos USA, parece que existe un virus a volta dos Clinton... ja vamos em mais de 38 "suicidios"...
Tambem temos un um ex-presidente a ser perseguido por motivos políticos para o impedir de voltar a ser presidente... e acreditem que voltará a sê-lo em 2024.
Sem esquecer o pequeno Biden júnior... o investidor e "agente" da CIA Hunter Biden, que parece mais do que protegido e acima da lei.
Mas é claro que o problema são os comunistas, Putin e a China.
Nem sequer vou mencionar o que está a acontecer em África neste momento, o que sugere que a besta imunda está a começar a entrar em pânico e a contorcer-se.
O barco continua a afundar-se... e é maravilhoso, porque para eles, era impossível... é impossível  :mrgreen:
O verdadeiro sinal de inteligência não é o conhecimento, mas sim a imaginação.

 
Os seguintes utilizadores agradeceram esta mensagem: embaixada

*

Icterio

  • Especialista
  • ****
  • 1131
  • Recebeu: 492 vez(es)
  • Enviou: 115 vez(es)
  • +2289/-1255
  • Mais vale ser sortudo do que ser bom
Re: Invasão da Ucrânia
« Responder #3725 em: Agosto 08, 2023, 06:33:06 pm »
 :mrgreen: :mrgreen: :mrgreen: :mrgreen: :mrgreen:

Embaixada e hammerheed desaparecem ambos exactamente a 6 de fevereiro e agora, passados meses, renascem ao mesmo tempo...

 :mrgreen: :mrgreen: :mrgreen: :mrgreen: :mrgreen: :mrgreen: :mrgreen:
 
Os seguintes utilizadores agradeceram esta mensagem: Clausewitz

*

papatango

  • Investigador
  • *****
  • 7550
  • Recebeu: 992 vez(es)
  • +4678/-885
Re: Invasão da Ucrânia
« Responder #3726 em: Agosto 08, 2023, 06:44:45 pm »
Citação de: ”Luis Polis”
Passa a ser um alvo militar legítimo (definido pelos militares) mas não político/legal. Neste momento tem-se uma ordem mundial legítima, já não se está nos tempos da 2GM.
Peço desculpa, mas parece haver aqui alguma confusão.
O dicionário de Lingua Portuguesa da Porto Editora, edição de 2020 diz que:

Legítimo (adj) – O que é conforme a Lei. O que é fundado no Direito, na Razão ou na Justiça.

Portanto, um alvo legítimo, é por natureza e definição um alvo legal. Não são os militares que definem a Lei e os militares ucranianos já mostraram muito mais sangue frio e disciplina que o que é preciso para acharmos que há qualquer tipo de acção descontrolada.

A Ucrânia, não é a Russia, onde o presidente, há umas semanas atrás, andava de cuecas na mão, de avião de um lado para o outro, a fugir de um homem, que umas semanas antes tinha dito que o Putin acabaria como o Kadafi (sodomizado com uma Ak-47).

Os pontos nos i's

Temos que tentar entender o que se passou e reconstruir vários passos, para entender que o ataque contra os dois navios militares russos, não tem nada de aventureiro, foi aparentemente pensado e muito bem pensado.

Quarta-feira 19 de Julho

O ministério russo da defesa, publicou uma nota oficial em que informava que, a partir da meia noite do dia seguinte. 20 de Julho, qualquer navio que se dirija a portos ucranianos, será potencialmente considerado como um transporte de carga militar.

Todo o mundo se fez eco desta declaração russa feita com grande fanfarra.
Os bloggers russófilos festejaram esta gloriosa demonstração de força e de desafio aos cães americanos e aos nazis.
Estou certo que até o Alexandrinho ex-Sic deve ter feito lives com o Scott Ritter, para... enfim... aliviar a tensão... arterial ...

O problema, é que no meio dos bombardeamentos russos e da preparação para a visita dos dirigentes africanos, o que se passou a seguir, quase que não foi notíciado.

Quinta-feira 20 de Julho

O ministério ucraniano da defesa, publica uma nota oficial, em que avisa que, qualquer navio que tenha passado em qualquer porto russo do Mar Negro, será considerado um transporte de carga militar, com todos os riscos inerentes.

Durante uma semana, os russos atacaram portos ucranianos, e mesmo um porto colado à fronteira com a Romenia não escapou.
A Ucrânia estava a ser atacada e os bloggers do costume, como sempre, previram o fim do regime de Kiev em uma semana.

Passou a cimeira Russia-Paises africanos e o aviso ucraniano caiu no esquecimento, também por causa dos ataques de drones ucranianos contra a capital russa. E afinal a Ucrânia nem marinha tem, por isso as ameaças dos ucranianos são ameaças vãs, como disse tão sabiamente o nosso cabo Agostinho numa das suas sessões de propaganda num canal de televisão.

Bomba

E depois claro, na madrugada do dia 5 de Agosto, depois de ter atingido um LST russo, os ucranianos atacam o transporte de combustivel para aviação Sig, navio cujo armador tem acordos com as forças armadas russas, para o transporte de combustível. Os ucranianos sabiam exactamente que navio atacar, onde e quando.

Inicialmente os russos negaram tudo (como sempre fazem) e afirmaram que todos os drones tinham sido destruidos, mas as evidências começaram a avolumar-se e foram obrigados a reconhecer que tinham sido severamente danificados dois navios, um militar e o outro um navio auxiliar de transporte.

Bloggers russos em transe

Depois de mais de uma semana de comemorações, o ataque nas barbas do maior porto russo do mar negro, Novorossisk, foi um balde de água fria, como eles não sentiam há muito tempo.

Imediatamente os bloggers, raivosos, foram buscar todo o lixo de fake news para lançar contra a Ucrânia e o Zelensky. Só não puseram ainda a circular a tese de que é um reptiliano, mas como vimos neste fórum, vários ataques de rajada foram registados pelos do costume.

Uma das formas de medir a raiva dos russos é pelas declarações da Kzarina Medvedeva, que começa a expelir bombas atómicas por todos os seus orificios sempre que as coisas correm mal.

Qual a importância do ataque ?

Embora alguns não tenham entendido as consequencias, o ataque foi o mais devastador ataque contra a Russia desde a perda de Kherson, ou o afundamento do cruzador Moskva.

Os ucranianos, limitaram-se a mostrar que quando disseram que qualquer navio que tocasse portos russos ou portos da Ucrânia ocupada, poderia ser atacado, não estavam a fazer Bluff.

O governo da Ucrânia, avisou que o faria. Fez o que os russos já fizeram anteriormente, e para raiva dos russos, mostrou que tinha capacidade para o fazer, atingindo dois navios em menos de 24 horas.

Objetivos:

A Ucrânia essencialmente neste assunto, pretende apenas que a questão dos cereais seja resolvida, porque é vital, e colocou uma pedra no sapato de Putin, para que quando este último visitar a Turquia dentro de duas ou três semanas, ele seja obrigado a aceitar um novo acordo.

A coisa ficou mais complicada para Putin, porque mais uma vez, se tiver que aceitar o acordo, ele ficará no papel de quem ladra muito, mas depois não tem capacidade para morder da mesma maneira, dado já estar ocupado com uma guerra que está a correr mal.

A Ucrânia não precisa de fazer muito mais para condicionar o transito de navios, porque o problema  é o mesmo que para o acesso ao porto de Odessa.

As companhias de seguros.
É muito mais fácil enganar uma pessoa, que explicar-lhe que foi enganada ...
 
Os seguintes utilizadores agradeceram esta mensagem: Fil53

*

Fraz

  • Membro
  • *
  • 68
  • Recebeu: 28 vez(es)
  • Enviou: 254 vez(es)
  • +42/-39
Re: Invasão da Ucrânia
« Responder #3727 em: Agosto 08, 2023, 07:05:00 pm »
Um navio civil é civil. Não o faz militar devido ao cliente. O proprietário pode ser sancionado como qualquer outra empresa.

Um navio civil se for usado para abastecer militares (ou requisitado para o efeito) passa a ser um alvo legítimo.
Correcto. Passa a ser um alvo militar legítimo (definido pelos militares) mas não político/legal. Neste momento tem-se uma ordem mundial legítima, já não se está nos tempos da 2GM.

De qualquer das maneiras, o problema aqui não está no acto em si mas no facto de os Ucranianos terem feito uma festa para todos verem. E as festas servem de exemplo ...

O comportamento dos russos (e o seu respeito pelas regras e tratados) tem mostrado uma realidade bem diferente.
Venho aqui relembrar os acontecimentos durante a guerra das Falklands, existiram mais navios ingleses civis afundados pelos argentinos do que navios militares (RN e RFA), e nunca vi os ingleses chorarem de crime de guerra ou algo do género.

Há a nuance que esses navios foram requisitados ou alugados pelo governo inglês para transportarem Material, equipamento, suprimentos, combustível para a Task Force que se formou, mas existem muitas similitudes com o caso russo do SIG.

Eu trabalhei 5 anos no navio civil MV Pride of Hull, da P&O Ferries e os marinheiros ingleses explicaram-me que o dito ferrie (58.000 tons) que fazia a travessia Hull City (UK) - Roterdão (NL) em caso de necessidade do Ministério da Defesa inglês estava no topo da lista de navios a requisitar, a empresa recebeu ajudas financeiras á sua construção e esse navio tinha algumas diferenças ao seu gemeo (Pride of Rotterdam), pois tinha os decks de transporte (para camiões) reforçados de forma a poderem suportar os Challanger.
Se o navio fosse requisitado (alugado??) pelo governo inglês, todo o pessoal não inglês teria que sair e seriam chamados os profissionais ingleses pertencentes ao outro shift (2 weeks on, 2 weeks off) para complementar/reforçar a tripulação.
Os marinheiros referiram ainda que era pratica corrente no UK e que por exemplo na invasão do Iraque em 2003, o paquete Queen Elizabeth II passou semanas a transportar tropas para o golfo pérsico.

ps. uma particularidade: P&O Ferries, P&O significa Peninsular & Oriental e as cores na bandeira são o vermelho e amarelo (Espanha) + branco e azul (Portugal), ou seja a génese da companhia P&O tem alguma ligação aqui aos iberos.
 
Os seguintes utilizadores agradeceram esta mensagem: LuisPolis

*

Icterio

  • Especialista
  • ****
  • 1131
  • Recebeu: 492 vez(es)
  • Enviou: 115 vez(es)
  • +2289/-1255
  • Mais vale ser sortudo do que ser bom
Re: Invasão da Ucrânia
« Responder #3728 em: Agosto 08, 2023, 07:14:14 pm »
Venho aqui relembrar os acontecimentos durante a guerra das Falklands, existiram mais navios ingleses civis afundados pelos argentinos do que navios militares (RN e RFA), e nunca vi os ingleses chorarem de crime de guerra ou algo do género.

Curioso que também me lembrei desse cenário das Falklands e as tensões (e dúvidas) sobre navios civis na zona de exclusão.  No tópico que criei sobre os BAe Harrier nas Falklands pesquisei várias coisas sobre isso.  O SS Nordland foi requisitado para uso militar e transportou os "paras" e muitas outras unidades.
Mas também li que existiam dúvidas sobre as responsabilidades (e perigos) para essas tripulações civis.

MV Norland, Atlântico Sul, meados de Maio 1982 (Episódio 3)

“Como o espaço habitável no SS Atlantic Conveyor era muito limitado ficamos a saber que iríamos embarcar no MV Norland, um ferry civil da empresa North Sea requisitado pela Marinha.  O pessoal do 18 Squadron (Chinook) e do 848 Naval Air Squadron (Wessex) iria nos acompanhar (6 pilotos mais o chefe) na viagem até ás Falklands.  Mas para “colorir” o quadro, quase mil homens do 2 Para (os famosos pára-quedistas ingleses, também conhecidos como Red Devils) também seguiram connosco no Norland. O nosso grupo de 7 ficou instalado em duas cabinas de 1ª classe no convés superior.  Um arranjo mais confortável do que o esperado; cada cabina tinha chuveiro e WC e a comida era bastante boa.  Mais importante ainda, dispúnhamos de um camarim onde os oficiais podiam relaxar, com uma caneca de cerveja, enquanto discutíamos sobre todos os aspectos da operação em curso.” 

“Fiquei admirado quando descobri que todos os homens e mulheres da tripulação eram civis, para o que era ainda uma missão muito incerta.  Recebiam um pagamento extra pelo serviço mas nesta altura ninguém sabia quão perto das Falklands estes barcos civis iriam operar.  Só muito mais tarde na viagem as tripulações entenderam que os barcos seriam enviados até ao litoral, tornando-se alvos prioritários para os ataques aéreos Argentinos…  Uns dias depois de partirmos, o HMS Fearless (navio comando das operações anfíbias) e o HMS Intrepid juntaram-se ao comboio, junto com duas fragatas de escolta, a Ardent e a Argonaut. Também se juntou a nós o SS Camberra, que levava quase 3000 homens da 5 Brigada. Para nós pilotos da RAF era quase surreal navegar para a guerra num comboio naval nas belas águas tropicais do Atlântico Sul.  Lembrei-me das histórias do meu pai, que serviu na Royal Navy na Segunda Guerra, e que escoltou nove comboios de abastecimentos até á Rússia.  Era difícil conciliar essas experiências com os nossos banhos de sol no convés do Norland, mas as coisas iriam animar durante a viagem.  No entanto, o prazer do nosso “cruzeiro” era temperado com a necessidade diária de “saltarmos” até ao Atlantic Conveyor para assistir a intermináveis briefings junto com os colegas do 809 NAS.”

A viagem dos pilotos da RAF a bordo do Norland, um confortável ferry civil requisitado para o transporte de pessoal e carga, tinha tudo para ser um prazeroso cruzeiro pelas belas águas do Atlântico Sul…


“Nessas “estadias” ajudamos a “ensacar” os Harrier em protecções de plástico feitas á medida.  Quando regressávamos ao Norland descobrimos os homens do 2 Para ocupados com treinos de armas.  Lançavam um pedaço de plástico ou esferovite para a água preso com uma corda, e a uma determinada distância começavam a disparar com espingardas, metralhadoras e até com mísseis Milan!  Qualquer hipótese de passar uma tarde descansada ou fazer uma sesta era para esquecer.  Este tipo de treino de armas tornou-se uma ocorrência diária, e o entusiasmo era tão palpável que ficamos preocupados se iriam gastar a munição toda ainda antes de encontrar o inimigo.  No Domingo foi óptimo para relaxar, os pára-quedistas estavam mais sossegados e apanhamos bastante sol e brisa no convés.  Ao passar a latitude 20º Sul a temperatura desceu perceptivelmente apesar de ser ainda possível ver os peixes a saltar na proa.  Durante a tarde houve algum drama, o comandante do 809 NAS foi chamado de urgência para preparar o Sea Harrier de imediato.  Aparentemente recebemos informação (sabe Deus de onde…) que um Boeing 707 de reconhecimento dos Argentinos voava na nossa direcção e a Marinha tinha ordens para o abater.  Um avião-tanque Victor descolou de Ascensão para apoiar a saída (com a descolagem vertical o Sea Harrier iria necessitar de sumo muito rapidamente caso a intercepção fosse longa) mas depois de uma espera de uma hora no convés foi tudo cancelado, a ameaça tinha mudado de rumo.”

…Excepto pela companhia de quase 1000 paraquedistas do 2 Para, que ocupavam metade do tempo em treino de armas e a outra metade em correrias e exercícios pelos corredores do navio. 
Segundo Jerry Pook, a única coisa a fazer era sair do caminho.
 
Os seguintes utilizadores agradeceram esta mensagem: LuisPolis

*

Fraz

  • Membro
  • *
  • 68
  • Recebeu: 28 vez(es)
  • Enviou: 254 vez(es)
  • +42/-39
Re: Invasão da Ucrânia
« Responder #3729 em: Agosto 08, 2023, 07:17:16 pm »
:mrgreen: :mrgreen: :mrgreen: :mrgreen: :mrgreen:

Embaixada e hammerheed desaparecem ambos exactamente a 6 de fevereiro e agora, passados meses, renascem ao mesmo tempo...

 :mrgreen: :mrgreen: :mrgreen: :mrgreen: :mrgreen: :mrgreen: :mrgreen:
A Embaixada russa voltou a libertar verba... e toda a gente sabe que gerir uma segunda conta não dá o dobro do trabalho... só se tem que ler os outros comentários uma vez... se a embaixada pagar a dobrar por mais 30 ou 40% de trabalho este gajo é um caso de esperteza rara entre os camaradas..
 
Os seguintes utilizadores agradeceram esta mensagem: Hammerhead

*

LuisPolis

  • Especialista
  • ****
  • 1141
  • Recebeu: 395 vez(es)
  • Enviou: 568 vez(es)
  • +182/-2271
Re: Invasão da Ucrânia
« Responder #3730 em: Agosto 08, 2023, 07:18:28 pm »
Citação de: ”Luis Polis”
Passa a ser um alvo militar legítimo (definido pelos militares) mas não político/legal. Neste momento tem-se uma ordem mundial legítima, já não se está nos tempos da 2GM.
Peço desculpa, mas parece haver aqui alguma confusão.
O dicionário de Lingua Portuguesa da Porto Editora, edição de 2020 diz que:

Legítimo (adj) – O que é conforme a Lei. O que é fundado no Direito, na Razão ou na Justiça.

Portanto, um alvo legítimo, é por natureza e definição um alvo legal. Não são os militares que definem a Lei ...
Não discordo de si.

Mas a minha interpretação é:
Num cenário de guerra total (como é a percepção Ucraniana) os militares regem-se por regras e processos próprios e muitas das vezes a distância entre um comando local e o comando superior é muito alta (e não há maneira de a encurtar em tempo operacional). O resultado passa a ser mais importante do que o método e o comando local toma a iniciativa sem pruridos. Se as coisas correm mal arranja-se um culpado, se correm bem glorifica-se a pátria (e os políticos associados).

A legitimidade militar (guerra total) é diferente do conceito de legitimidade civil.

Eu sei que os Americanos e a ONU têm um calhamaço com regras (a tal legitimidade civil a controlar e a prever os acontecimentos) mas duvido que os Ucranianos e os Russos tenham gasto tempo e dinheiro com esse expediente.
 

*

Hammerhead

  • Analista
  • ***
  • 783
  • Recebeu: 150 vez(es)
  • Enviou: 590 vez(es)
  • +49/-3124
Re: Invasão da Ucrânia
« Responder #3731 em: Agosto 08, 2023, 07:23:08 pm »
:mrgreen: :mrgreen: :mrgreen: :mrgreen: :mrgreen:

Embaixada e hammerheed desaparecem ambos exactamente a 6 de fevereiro e agora, passados meses, renascem ao mesmo tempo...

 :mrgreen: :mrgreen: :mrgreen: :mrgreen: :mrgreen: :mrgreen: :mrgreen:

Obrigado por teres feito exatamente o que eu esperava... é tão fácil manipular-te que até se torna aborrecido...

Não te preocupes, eu não sou o Embaixada, não preciso de contas "falsas" . Tambem jà nao vou participar como antes. Só estou aqui no fundo para ler as tuas tretas e as do velho empregado falhado da imprensa escrita.

Estou aqui apenas para fazer print screens para enviar a quem possa estar interessado... como fiz para o site Areamilitar... e funcionou lindamente  c56x1

Já agora, obrigado à moderação e mais precisamente àquele que está do nosso lado... as tuas informações foram e são muito úteis.

Icterio e Tangas... Cuidado com as vossas vpn e outros cookies  :mrgreen:
« Última modificação: Agosto 08, 2023, 07:27:46 pm por Hammerhead »
O verdadeiro sinal de inteligência não é o conhecimento, mas sim a imaginação.

 

*

LuisPolis

  • Especialista
  • ****
  • 1141
  • Recebeu: 395 vez(es)
  • Enviou: 568 vez(es)
  • +182/-2271
Re: Invasão da Ucrânia
« Responder #3732 em: Agosto 08, 2023, 07:25:11 pm »
Venho aqui relembrar os acontecimentos durante a guerra das Falklands, existiram mais navios ingleses civis afundados pelos argentinos do que navios militares (RN e RFA), e nunca vi os ingleses chorarem de crime de guerra ou algo do género.

Mas nesse caso esses navios não estavam integrados na Task Force Britânica? Nesse caso nem seguro havia ou melhor o seguro era o Estado (como acontece com as Forças Armadas).
 

*

Icterio

  • Especialista
  • ****
  • 1131
  • Recebeu: 492 vez(es)
  • Enviou: 115 vez(es)
  • +2289/-1255
  • Mais vale ser sortudo do que ser bom
Re: Invasão da Ucrânia
« Responder #3733 em: Agosto 08, 2023, 07:35:55 pm »
Estou aqui apenas para fazer print screens para enviar a quem possa estar interessado... como fiz para o site Areamilitar... e funcionou lindamente  c56x1

Já agora, obrigado à moderação e mais precisamente àquele que está do nosso lado... as tuas informações foram e são muito úteis.

Icterio e Tangas... Cuidado com as vossas vpn e outros cookies  :mrgreen:

 :mrgreen: :mrgreen: :mrgreen: :mrgreen: :mrgreen: :mrgreen: :mrgreen: :mrgreen:
 

*

papatango

  • Investigador
  • *****
  • 7550
  • Recebeu: 992 vez(es)
  • +4678/-885
Re: Invasão da Ucrânia
« Responder #3734 em: Agosto 08, 2023, 07:49:28 pm »
só para memória futura

:mrgreen: :mrgreen: :mrgreen: :mrgreen: :mrgreen:

Embaixada e hammerheed desaparecem ambos exactamente a 6 de fevereiro e agora, passados meses, renascem ao mesmo tempo...

 :mrgreen: :mrgreen: :mrgreen: :mrgreen: :mrgreen: :mrgreen: :mrgreen:

Obrigado por teres feito exatamente o que eu esperava... é tão fácil manipular-te que até se torna aborrecido...

Não te preocupes, eu não sou o Embaixada, não preciso de contas "falsas" . Tambem jà nao vou participar como antes. Só estou aqui no fundo para ler as tuas tretas e as do velho empregado falhado da imprensa escrita.

Estou aqui apenas para fazer print screens para enviar a quem possa estar interessado... como fiz para o site Areamilitar... e funcionou lindamente  c56x1

Já agora, obrigado à moderação e mais precisamente àquele que está do nosso lado... as tuas informações foram e são muito úteis.

Icterio e Tangas... Cuidado com as vossas vpn e outros cookies  :mrgreen:
É muito mais fácil enganar uma pessoa, que explicar-lhe que foi enganada ...