Lula e o NY times

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JQT

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« Responder #15 em: Maio 12, 2004, 11:54:30 pm »
Se os EUA reagissem assim sempre um jornal de outro país publicasse uma daquelas fotos escolhidas do W Bush a molhar os lábios, ou a Rússia quando se noticiavam as bebedeiras do Yeltsin...

Eu não morro de amores pelo NY Times, mas isto foi o típico comportamento comunista por parte do PT. Pior a emenda que o soneto. Sem isto, o artigo tinha passado despercebido.

JQT
 

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Guilherme

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« Responder #16 em: Maio 13, 2004, 12:05:15 am »
Texto longo, mas vale a pena:

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Terça-feira, Maio 11, 2004

Posted 22:59 by Alexandre
Essência de Ditadura


Perder a Razão

Há erros de um lado e erros do outro. E há aqueles erros que fazem você perder a razão.

Larry Rohter fez uma reportagem pouco elogiosa ao presidente. Alguns alegam que foi má-fé. Que seja. Ele estava no seu papel de correspondente.

O governo, e seus aliados, também estavam no seu papel quando fizeram o maior alarde, rufaram os tambores patrióticos e disseram que iriam processar alguém com certeza, o jornalista ou o jornal, ou ambos.

Até aí, tudo bem.

Mas o governo Lula quando não faz na entrada, faz na saída. Como na expulsão do piloto que mostrou o dedo, novamente, nosso governo foi longe demais.

Perdeu a razão.

Visto de Larry Rohter, no NYT, É Cassado

O visto temporário do jornalista Larry Rohter acabou de ser cancelado pelo Ministério da Justiça. Eis a nota divulgada pelo Ministério:

"Em face de reportagem leviana, mentirosa e ofensiva à honra do presidente da República Federativa do Brasil, com grave prejuízo à imagem do país no exterior, publicada na edição de 9 de maio passado do jornal The New York Times, o Ministério da Justiça considera, nos termos do artigo 26 da Lei nº 6.815, inconveniente a presença em território nacional do autor do referido texto. Nessas condições, determinou o cancelamento do visto temporário do sr. William Larry Rohter Junior."

A mensagem do governo Lula à toda a comunidade de correspondentes estrangeiros residentes no Brasil é clara. Sintam-se à vontade para elogiar. Escrevam o que quiserem sobre Lula ser a renovação da política latino-americana ou a esperança que venceu o medo no continente. No Brasil, sua liberdade de expressão é constitucionalmente garantida - desde que, claro, vocês expressem elogios. Ousem criticar o messias e podem ser sumariamente expulsos.

No resto do mundo, até ditaduras deslavadas têm receio em coibir assim a atuação dos jornalistas estrangeiros. Criam todo tipo de hipocrisias e jogos de cena para esconder dos jornalistas o fato de que eles não têm, de fato, liberdade para escrever sobre o que bem entendem. Ainda bem que o governo Lula não tem medo de nada. Esse governo tem colhão!

A Folha entrevistou a presidente da ACE (Associação dos Correspondentes Estrangeiros) de São Paulo, Verónica Goyzueta. Eis alguns trechos:

"É muito triste e séria essa decisão do governo brasileiro. Haverá uma reação muito negativa entre os correspondentes e no exterior", disse Goyzueta.

Segundo a jornalista, atualmente existem mais de 250 correspondentes estrangeiros trabalhando no país. A maioria (130) está instalada no Rio --outros 110 em São Paulo e 15 em Brasília.

"Vamos discutir o caso e realizar manifestações em São Paulo e no Rio contra essa retaliação", disse a presidente da ACE.

Segundo Goyzueta, a decisão de cancelar o visto do jornalista do "Times" vai prejudicar os esforços do governo Lula de melhorar a comunicação com os correspondentes estrangeiros.

"A nossa situação de trabalho fica complicada. É uma ameaça à liberdade de imprensa, pois se você escrever algo que desagrada o governo corre o risco de ser perseguido e retaliado com a perda do visto", afirmou Goyzueta.

Ela diz lamentar que a decisão seja tomada por um governo que tem, entre seus representantes, políticos que foram perseguidos na época da ditadura militar."

Não Há Liberdade de Imprensa Quando Governo Pune Jornalista por Criticá-lo

Sempre tive simpatia pelo Lula. Votei nele.

Hoje, como a Regina Duarte, começo a ficar com medo. Tenho medo de um governo que não tem estrutura emocional ou amadurecimento para aceitar críticas. Tenho medo de um governo que já apele de cara para medidas tão drásticas. Tenho medo de que, amanhã, alguma emergência à la 9/11 seja a desculpa para o governo Lula fechar o Congresso, controlar a Imprensa, coibir liberdades individuais.

Não se enganem: o que acabou de acontecer foi gravíssimo.

Não há verdadeira liberdade de imprensa quando um governo pune um jornalista por criticá-lo. O jornalista pode ser brasileiro ou estrangeiro. O jornalista pode estar certo ou errado. A punição pode ser cair na malha fina ou ir pro paredón. O princípio é o mesmo.

Processar Larry Rohter sim. Tirar até suas calças, se for o caso, ok.

Cassar seu visto, jamais.

Fazer o Intolerável e o Impensável, por Jogo de Cena

Fica pior. Ou melhor, dependendo do seu ponto de vista.

Alguns jornais mencionaram (não consegui confirmar) que Larry Rohter é casado com uma brasileira. Mesmo que o governo brasileiro casse seu visto de trabalho (reparem que estou especulando), ele ainda assim pode continuar no Brasil em sua condição de cônjuge de uma cidadã.

Ou seja, um governo que faz o impensável e o intolerável por convicção já é ruim. Mas um governo que faz o impesável e o intolerável só por jogo de cena, sabendo que não vai dar em nada, isso é muito pior.

Ou melhor, dependendo do seu ponto de vista. Já não sei mais de nada.

Um Presidente que Não Sabe Aceitar Críticas Abriu Precedente Perigosíssimo

Agora, quem está com medo sou eu.

Temos um presidente que foi criado politicamente em ambiente de unanimidade em torno de si, cercado de puxa-sacos que babam seu ovo e concordam com tudo o que ele diz.

Lula, e a esquerda de modo geral, não tem nenhuma prática nem inclinação para o debate. Os petistas falam infindavelmente entre si, mas não são debates, são reuniões onde todos concordam com todos. E, como se consideram os donos da verdade, da bondade e da boa vontade, desqualificam e vilificam quem discorda deles. Logo, se eximem da necessadidade de debater com os representantes do mal.

Dá saudade do Sarney, do Itamar, do Collor, do FHC, todos incansavelmente, às vezes perversamente, muitas vezes justamente, perseguidos pela imprensa, zoados e caçoados de tudo quanto foi jeito, mas que jamais chegaram perto de fazer o que o governo Lula fez hoje.

Hoje, 11 de maio de 2004, um presidente que não sabe aceitar críticas abriu um precedente perigosíssimo.

De agora em diante, é ladeira abaixo.

Um Fato Inédito

Pra encerrar, meu pai acabou de ligar e ficou 10 minutos literalmente gritando comigo no telefone. Disse que a culpa é toda minha. Você tem 20 anos de estudo, ele bradou, e votou em um metalúrgico que não sabe cuidar do próprio dedo. Olhaí, deu no que deu!

Aconteceu uma coisa raríssima durante essa ligação. Se não me falha a memória, talvez tenha sido a primeira vez. Só quem me conhece entenderá a enormidade desse precedente:

Baixei a cabeça e ouvi calado.

30 comentários e crescendo

Posted 15:30 by Alexandre
Presidente Movido à Álcool


Quando o Baby Bush invadiu o Iraque, teve gente que parou de beber Coca-cola em protesto. Não entendo bem a relação entre as duas coisas. Vai ver essas pessoas também pararam de beber Guaraná Antartica em protesto contra as altas taxas de juros.

Naturalmente, a Coca-cola tem tanto a ver com a invasão do Iraque quanto a Ambev com o os juros.

Agora, depois da reportagem no NYT, já tem gente vendo conspirações por todo o lado, aí tem dedo do governo americano, é retaliação contra a decisão da OMC sobre o algodão, os gringos querem desacreditar mais uma liderança da esquerda no continente, essas besteiras. Os tambores patrióticos e antiamericanistas voltaram a ribombar.

Segundo O Globo, o líder do PT na Câmara, Arlindo Chinaglia (SP), chegou a dizer que [Rohter] "assumiu o papel de porta-voz das trevas de um movimento golpista, mas aqui a democracia está consolidada."

Mas, naturalmente, uma reportagem assinada no NYT tem tanto a ver com o governo americano quanto a invasão do Iraque e a Coca-cola.

Se acharam a matéria absurda, critiquem o NYT, critiquem o jornalista. O governo americano, e seu povo, não tem nada a ver com isso.

* * *

Minha opinião: leio as matérias de Rohter há anos e ele sempre me foi simpático.

Acho que ele errou ao noticiar uma pretensa preocupação nacional com os hábitos de bebida de Lula, preocupação essa que nunca percebi.

Mesmo assim, o homem não caluniou ninguém. Entrevistou uma série de pessoas e reproduziu suas opiniões. A calúnia, se existe ou não, foi dos entrevistados. E daí que não foram ouvidos os amiguinhos do presidente? Todos sabemos o que iriam dizer.

Pra terminar, tentativas mesquinhas de desqualificar os outros só desqualificam quem as faz. Assim como é patético tentar desqualificar um adversário apontando seus erros de português, também foram patéticas as tentativas de desqualificar o Cláudio Humberto lembrando que ele foi porta-voz de um governo democraticamente eleito há mais de 15 anos.

E daí? Ninguém está dizendo que o Collor foi um bom presidente. Mas será que Cláudio Humberto ter sido porta-voz de um péssimo presidente (digamos) realmente significa que, 15 anos depois, suas opiniões políticas não são válidas ou não devam ser levadas a sério?

O homem vem cobrindo política a vida inteira. Se suas opiniões sobre política não são válidas, então ele vai poder opiniar sobre o quê? Apicultura?

http://liberallibertariolibertino.blogspot.com/
 

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« Responder #17 em: Maio 13, 2004, 12:25:03 am »
Acho que se o "Salvador da Pátria" e o resto da cúpula do PT gostam de encher o rabo com destilados e fermentados nas festanças no Palácio da Alvorada e na Granja do Torto, não é problema meu.

Quando eles fazem licitação para o Palácio da Alvorada abastecer seus estoques com 600 litros de vinho, 3 mil latas de cerveja, whiskey escocês, licores e copos de cristal de vários tipos, com o dinheiro que eu e meus compatriotas pagamos de impostos, que representam 37% do PIB (181 bilhões de dólares em impostos), então o problema é nosso. Eu não acordo de segunda à sexta, às 7:00, e volto para casa às 19:00, para financiar bebedeira de marmanjo com meu trabalho. :evil:
 

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« Responder #18 em: Maio 13, 2004, 01:54:07 pm »
Olá Pessoal,

A notícia que segue abaixo saiu no dia de hoje (13/05/2004) no jornal "Folha de São Paulo".

Um abraço a todos.

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Governo requer estudo sobre "NYT" e Brasil
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RICARDO WESTIN
do enviado especial da Folha de S.Paulo a São José dos Campos

A Secom (Secretaria de Comunicação de Governo e Gestão Estratégica) requisitou ontem à pesquisadora da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) Regina Parreiras Martins um estudo por meio do qual ela concluiu que o "New York Times" trata o Brasil com desprezo e preconceito.

O interesse surgiu um dia depois de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ter determinado que um correspondente do jornal americano fosse expulso do Brasil por ter escrito uma reportagem afirmando que há uma preocupação nacional por causa de um suposto vício de Lula em bebidas alcóolicas.

"Segundo eles [assessores da Secom], o ministro [Luiz Gushiken] quer o trabalho", disse a pesquisadora, que foi contatada por telefone em São José dos Campos (SP).

Feito com base em reportagens que o "NYT" publicou sobre o Brasil entre 1985 e 2000, o trabalho conclui que os americanos lêem versões preconceituosas sobre os brasileiros.

Ela acredita que seu estudo possa ser usado pelo Planalto como argumento para justificar a decisão de cancelar o visto do correspondente Larry Rohter. O governo americano reagiu --acusou o país de violar a liberdade de imprensa.

A assessoria de imprensa de Gushiken, no entanto, afirma que a solicitação do estudo "faz parte da rotina" e que ele deve ir para os arquivos da Secom.

Martins passou quatro meses pesquisando na biblioteca do Congresso americano para sua dissertação de mestrado em lingüística. Segundo ela, os temas mais recorrentes sobre o Brasil são miséria, violência, carnaval e misticismo --muitas vezes com cunho racista.

"Em 88, o "New York Times" atribuiu a passividade política dos brasileiros a um misticismo exagerado. Argumentou que um assessor do [então] presidente José Sarney era astrólogo", diz ela. "Quando diz que Lula é um bêbado, só reforça a visão deturpada que os americanos já têm do Brasil."

No entanto, ela disse jamais ter visto no "NYT" nada tão "pesado": "Nunca um presidente brasileiro foi tão humilhado como Lula agora".
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« Responder #19 em: Maio 13, 2004, 02:15:30 pm »
Lula durante a Oktoberfest de Blumenau, Santa Catarina (cidade a 100 km daqui):



:rir:  :rir:  :rir:  :rir:  :rir:  :rir:  :rir:  :rir:  :rir:  :rir:  :rir:  :rir:  :rir:  :rir:  :rir:  :rir:
 

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« Responder #20 em: Maio 13, 2004, 02:53:21 pm »
FOLHA DE SÃO PAULO de hoje:

"Ministro da Justiça diz a interlocutores que não quer episódio de expulsão de jornalista do "NYT" em seu currículo

Contrariado, Bastos ameaça deixar cargo
KENNEDY ALENCAR
ANDRÉA MICHAEL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, que está na Suíça, ameaça deixar o posto caso não consiga convencer o presidente Luiz Inácio Lula da Silva a reconsiderar a decisão de cancelar o visto temporário do jornalista Larry Rohter, do "New York Times".
Bastos disse a interlocutores que não quer colocar no seu currículo esse episódio. Advogado com longa militância na defesa de direitos humanos e de perseguidos pelo regime militar de 1964, ele acha que ainda pode fazer algum tipo de acordo com o jornal americano para que seja suspenso o cancelamento do visto de Rohter. Se não tiver sucesso, ele poderá sair do cargo, disseram à Folha amigos do ministro da Justiça."
 

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« Responder #21 em: Maio 13, 2004, 02:59:28 pm »
"Que Constituição?

O jornalista Ricardo Noblat revelou ontem em seu blog, na internet, detalhes da reunião que decidiu punir o jornalista do New York Times. Informado de que, pela Constituição, o americano não poderia ser expulso porque é casado com brasileira, Lula afirmou: “F(*)-se a Constituição!”. A assessoria de Lula negou, mas Noblat apurou o fato junto a participantes da reunião."

http://www.claudiohumberto.com.br/

Que lindo, “F(*)-se a Constituição!”.  :evil:
 

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« Responder #22 em: Maio 13, 2004, 05:20:17 pm »
De facto, não sei o que pensar. Por um lado, não é habitual um jornalista estrangeiro tratar assim um presidente de um país supostamente amigo. O que nos leva a meditar sobre o que vai na cabeça dos políticos americanos, em relação ao Brasil.

Como sabemos, os americanos não gostam de dirigentes estrangeiros que não compreendem, ou não podem controlar. E, quer se goste do Lula, ou não, o que é um facto é que ele veio continuar e acentuar políticas que concedem um maior grau de autonomia do Brasil face aos EUA — por exemplo, a posição brasileira relativamente à produção dos fármacos anti HIV. Ora, todos nós conhecemos — pelo menos de ouvir dizer — o tipo de relacionamento que une a administração americana às grandes indústrias...

Por outro lado, a reacção da administração brasileira é completamente descabida, terceiro-mundista, anti-democrática e, ao que parece, ilegal.
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« Responder #23 em: Maio 13, 2004, 06:15:44 pm »
O mais extraordinário é que o NY Times é um jornal liberal, próximo do partido Democrata, portanto em princípio com mais afinidades com Lula.

Se o governo Brasileiro não tivesse esta reacção desproporcionada, nem sequer se tinha ouvido falar desta notícia. Os assessores de comunicação do governo de Lula da Silva não devem ser grande coisa !
 

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Guilherme

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« Responder #24 em: Maio 13, 2004, 06:18:06 pm »
Eu espero que haja uma crise institucional, que a mesma vá se agravando, e ele seja obrigado a renunciar.

É notória a inépcia do PT em conduzir o governo federal, esta reação exagerada ao NY Times soma-se a mais uma de suas burradas.
 

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« Responder #25 em: Maio 14, 2004, 12:35:56 am »
Olá Pessoal,

Segue abaixo mais uma notícia do jornal "O Estado de São Paulo".

Um abraço a todos.

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“Vou arcar com as conseqüências”, afirma Lula sobre jornalista


Brasília - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva estava tranqüilo hoje de manhã no encontro, do qual participaram também o ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, e o da Coordenação Política, Aldo Rebelo, e firme na sua decisão de suspender o visto do repórter do New York Times, Larry Rohter, de acordo com relato de participantes do encontro. "Ele estava muito firme", disse um dos participantes da reunião. O presidente mostrou que estava muito indignado, principalmente por tocar em questões de sua família.

Segundo um dos presentes ao encontro, Lula disse não se importar que critiquem o seu governo, mas não aceita que falem de sua família ou de sua honra. "Não sou nenhum alcoólatra, todos sabem que bebo prazerosamente, bebo e fumo, mas ninguém pode dizer que tomei uma decisão de governo porque bebi ou não bebi", teria dito o presidente. "Foi um desabafo grande", disse o interlocutor. Embora aceite rever sua decisão caso o jornal ou o repórter peçam retratação da reportagem publicada, Lula disse estar disposto a bancar sua decisão.

"Vou arcar com as conseqüências", disse, argumentando que havia muito preconceito no tratamento dado pelo jornal. Na única vez que falou, Dirceu apoiou o presidente e com um exemplar do NYT nas mãos mostrava nota em que seus editores ratificavam as informações de Rohter. "Olha aqui, eles estão ratificando a posição", teria dito Dirceu. Ontem, os ministros do Palácio do Planalto esperavam que houvesse uma iniciativa do jornal de fazer a retratação, mas isso não aconteceu.

Os líderes da oposição - que não chegaram a comparecer ao encontro como se pretendia ontem - só admitiam a possibilidade de comparecer hoje ao Palácio do Planalto caso o presidente Lula acenasse ainda ontem com a possibilidade de um recuo. Ao serem informados de que não havia nenhuma combinação neste sentido com o presidente, eles preferiram não comparecer ao encontro. O presidente do Senado, José Sarney, chegou a receber a delegação para levar a Lula a solidariedade dos oposicionistas.

James Allen
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« Responder #26 em: Maio 14, 2004, 11:21:03 pm »
Olá pessoal,

Parece que a razão e o bom senso prevaleceram:

===============================================

Governo recua de punição a correspondente do "NYT"

da Folha Online

O governo revogou o cancelamento do visto temporário do correspondente do jornal americano "New York Times" Larry Rother, autor de reportagem sobre o suposto hábito de abusar de bebidas alcóolicas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A informação foi confirmada pela assessoria da Presidência da República.

De acordo com a assessoria, Rohter enviou uma carta com um pedido formal de desculpas, que foi aceito pelo presidente.

A revisão da decisão foi negociada pelo ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, que desembarcou nesta tarde em São Paulo após viagem à Suíça. Thomaz Bastos, por telefone, convenceu Lula --que também está em SP-- que a carta equivalia a um "pedido de desculpas". Ontem, a senadores, Lula já havia admitido rever sua decisão caso o jornal se retratasse.

Na carta, o jornalista nega que teve a intenção de ofender Lula e que tem consideração pelo Brasil.
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« Responder #27 em: Maio 15, 2004, 12:45:50 am »
TSF:

Citar
BRASIL
Jornalista pede desculpa a Lula da Silva
«O Brasil não é governado por um alcoólico», sublinhou Lula da Silva em reacção ao artigo do «New York Times» sobre o seu alegado consumo excessivo de álcool. O jornalista já pediu desculpas numa carta dirigida ao presidente brasileiro.  

  Em entrevista ao semanário «Isto É», Lula da Silva reafirma a decisão do seu executivo em cancelar o visto ao jornalista. O correspondente do jornal norte-americano escreveu um artigo onde afirma que o gosto de Lula pelas bebidas alcoólicas é uma «preocupação nacional».
«Primeiro, não sou Lula, sou o presidente da República, é uma instituição. Segundo, não conheço o cidadão Larry Rohter, que nunca esteve comigo, nunca me viu na minha vida diária. Não pode transmitir ao exterior que o Brasil é governado por um alcoólico», disse Lula da Silva.
«Poderia dizer o que acontece. Que o presidente brasileiro vai a 'cocktails' e que bebe, que vai a jantares e bebe 'whisky'. Até poderá acompanhar-me e notar as quantidades, até pode fazer um cálculo para o Instituto Brasileiro de Estatística, mas não pode afirmar que o Brasil corre um risco e que o povo está preocupado. Esse é o problema», acrescentou o chefe de Estado.
Segundo a presidência brasileira, citada pela Agência France Presse esta sexta-feira, o jornalista já pediu desculpas numa carta endereçada ao presidente Lula da Silva e estas foram aceites.
A televisão Globo News revela que o governo já anulou a decisão de cancelar o visto do jornalista norte-americano.
 
 

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Guilherme

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« Responder #28 em: Maio 18, 2004, 07:03:29 pm »


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