Quanto a mim, não tenho dúvidas.
Acredito que havendo possibilidade de gastar mais €120 milhões (ou seja cerca de 25% do preço de um submarino) Portugal deveria apostar naquilo que as marinhas europeias estão agora a considerar como o futuro, ou seja:
LHD de deck corrido.
O projecto espanhol é para mim melhor que os projectos holandeses.
A sua capacidade de transporte é de grande importância.
O objectivo sería assim um navio com:
Tripulação: 200
= = = = = = = =
Grupo de comando e controlo de força: 30
Hospital: 40 camas (10 de cuidados intensivos)
Helicopteros:
= = = = = = =
Operação simultanea de 6 EH-101
Operação conjunta com mais 4 ou 6 NH-90
Forças terrestres:
= = = = = = = =
Fuzileiros, com equipamento leve, no máximo PIRANHA/PANDUR/AMV (carros 8x8) com peças de 105mm e morteiros de 120mm modernos.
Possibilidade de transportar um destacamento da BMI, com
14 tanques Leopard-II-A5
2 veiculos de engenharia e manutenção
até 48 carros 8x8 standard, com metralhadora 12.7
16 carros de comunicações, apoio de fogo, controle do campo de batalha e defesa anti-aérea (a determinar conforme a missão)
48 veículos ligeiros (tipo Land-Rover e IVECO, ambulância, carro de comando e controlo e patrulha policial).
Grupo terrestre com um total de 900 homens
Possibilidade de operar aviões
= = = = = = = = = = = = = = =
Aqui tudo pia mais fino. A operação de um pequeno grupo de asa fixa, implicaría a aquisição de 4 ou 6 Harrier, equipados para controlo da área (defesa contra outros aviões que pudessem atacar os navios).
Isto implca, além do mais, instalações apropriadas e a eventual necessidade de aplicar uma rampa Sky-jump, prevista no projecto espanhol.
Para operar aviões, haveria necessidade de reduzir a capacidade de transporte de tropas, pois um grupo aéreo com quatro aviões, implicaría um destacamento de mais 80 a 120 homens.
Depois, a compra dos aviões, aumentaría o preço em mais 120 a 150 milhões, sendo que o dinheiro gasto me parece muito para o beneficio, essencialmente porque pouco acrescentaríamos a qualquer força internacional, e as possibilidades de tal força operar isoladamente são quase nenhumas.
Além de tudo isto, os custos disparam se se acrescentar a este LHD, equipamentos mais sofisticados de protecção.
Portanto, um LHD como deve ser, para o que eventualmente seríam as nossas necessidades, ficaría por qualquer coisa como € 600 milhões, quando o orçamento actual anda abaixo dos €300 milhões.
Claro que poderíamos sempre optar por uma introdução faseada. Adquirir um LHD, opera-lo com os mesmos meios previstos para o LPD e, se houvesse possibilidade, acrescentar-lhe mais capacidades, nomeadamente as aéreas, que poderíam, eventualmente esperar pelo JSF na sua versão VTOL (se tal versão alguma vez vir a luz do dia, porque os americanos estarão pouco interessados em facilitar a marinhas pequenas a operação de aviões de asa fixa).
= = = =
Claro que estamos a teorizar. Fico com a impressão que introduzir na marinha um navio com um deslocamento que chega ás 27.000 Ton, podería ser demasiado. No entanto, quando algumas vozes na NATO disseram (eventualmente) que outros meios eram mais necessários á aliança, provavelmente consideraram que para Portugal gastar quase € 1.000 milhões nos submarinos, tería feito melhor negócio, adquirindo um LHD com tudo em cima.
Mas opções são opções, e os submarinos não deixam de ter a sua razão de ser, para um país que não tem mais nada para “meter medo” a alguém.
Cumprimentos