A Guarda Nacional Republicana está a formar uma unidade de 24 mergulhadores especializados na investigação de crimes ambientais em lagoas, albufeiras, rios estuários e águas costeiras pouco profundas.
Esta nova unidade – que será integrada no Serviço de Protecção da Natureza e Ambiente (SEPNA), comandada pelo major Jorge Amado – começa a receber treino, já esta segunda-feira, em Viana do Castelo. O curso prolonga-se por três semanas e, além das técnicas de mergulho, os operacionais vão aprender a fiscalizar artes de pescas e descargas ilegais de esgotos.
A formação inclui, ainda, disciplinas como o mergulho nocturno em águas pouco profundas e calmas, recolha subaquática de imagens e colheita de amostras. Depois da recolha dos resíduos, os agentes vão aprender a averiguar a sua proveniência e o tratamento a dar-lhes. Mais tarde, depois de terminada a primeira fase do curso, a unidade vai estar apta a mergulhar sob condições extremas, em águas lamacentas e entre correntes fortes.
Só então fica apta a colaborar, por exemplo, com a Polícia Judiciária na investigação de outros crimes que necessite de mergulhadores para buscas à procura de armas ou droga – missão que até aqui tem sido assegurada, nas vezes em que o mergulho é arriscado, pelo Destacamento de Acções Especiais, uma restrita força de elite dos Fuzileiros.
Operações de busca e salvamento estão também incluídas na formação. “Apesar de estar mais direccionada para o mergulho ambiental, a formação também vai dar conhecimento ao nível de salvamento”, afirma o major Jorge Amado, acrescentando que “não faria sentido os agentes estarem perante uma situação de emergência e não poderem fazer nada para a resolver”. Por enquanto, o responsável pelo planeamento do curso descarta a hipótese de recrutar mais agentes da GNR.
A formação destes novos ‘polícias do mar’ visa combater o elevado nível de poluição nas águas portuguesas.
correio online de 25/09/2006