« Responder #2 em: Novembro 13, 2007, 04:04:59 pm »
Exportações portuguesas para Angola aumentaram 40,7% até SetembroAs exportações portuguesas para Angola aumentaram 40,7 por cento até Setembro, para 1,188 milhões de euros, o que faz deste país o 8º mercado externo de Portugal e o 2º fora da União Europeia, foi hoje anunciado.
Segundo dados da AICEP Portugal Global, hoje divulgados no Porto durante a conferência "O Mercado Angolano da Construção - Construir Oportunidades. Cimentar Parcerias", Angola absorveu 79 por cento das exportações portuguesas para os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), quatro vezes mais que o somatório das vendas de Portugal para todos os outros países BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China).
Números que, segundo Luísa Agapito, da AICEP, fazem de Portugal o principal fornecedor de Angola, seguido dos EUA, Brasil, China, África do Sul, França e Japão.
Conforme salientou, entre 2001 e 2006 as exportações portuguesas para Angola "mais do que duplicaram", destacando-se entre os principais produtos vendidos as cervejas malte, vinhos, móveis, veículos automóveis de mercadorias, máquinas automáticas e materiais de construção.
Entre os sectores onde os empresários portugueses dispostos a investir em Angola devem apostar, Luísa Agapito apontou a reconstrução de infra-estruturas públicas nos sectores energético, das telecomunicações, ferroviário e rodoviário e a construção civil e obras públicas, sector imobiliário, de saneamento básico e materiais de construção.
Os produtos alimentares, o mobiliário, os medicamentos, equipamento, logística, formação profissional e serviços de consultadoria nas tecnologias de informação e educação foram outras das áreas destacadas.
Defendendo que Angola se tem mostrado "muito receptiva ao investimento português", Luísa Agapito notou, contudo, que o investimento directo português em Angola representou apenas, na última década, 1,8 por cento do total de investimento directo de Portugal no estrangeiro.
Ainda assim, disse, nos anos 2005/2006 "quase se duplicou" o que foi investido em 1999/2000.
Também presente na conferência, organizada pela Associação Portuguesa dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas (AICCOPN), o presidente da Agência Nacional para o Investimento Privado de Angola (ANIP) destacou o elevado dinamismo da economia Angola para justificar a aposta dos industriais portugueses da construção.
"Em 2006 Angola registou a mais elevada taxa de crescimento do produto interno bruto (PIB) em África", salientou Carlos Fernandes, apontando ainda a diminuição da ainda assim elevada taxa de desemprego (25,2 por cento em 2006) e o controlo da inflação em curso (10 por cento estimados para 2007).
Segundo referiu, o Governo angolano tem vindo a apostar na concretização de infra-estruturas que permitam "viabilizar o investimento no sector privado" e "facilitar a circulação de pessoas e bens".
Adicionalmente, os investidores em Angola, nacionais ou estrangeiros, poderão beneficiar de um "quadro legal muito atractivo", com isenções totais por vários anos, dependendo de cada caso, dos direitos aduaneiros, impostos sobre aplicação de capitais e imposto de sisa.
Na sessão de abertura da conferência, o presidente da AICCOPN, Reis Campos, voltou a alertar para a "degradação contínua" do sector da construção em Portugal, que nos últimos seis anos já acumula uma quebra superior a 22 por cento.
"Nenhum outro sector da economia portuguesa tem sentido tanto a crise que afecta o país e as restrições orçamentais para conter o défice e a dívida públicos", alertou, voltando a reclamar um "choque de investimento" como essencial ao seu relançamento.
"A falta de obras é dramática para o sector, mas também o é para o país", sustentou Reis Campos, apelando a uma desburocratização na aprovação de projectos, melhoria do quadro legal (incluindo o novo Código dos Contratos Públicos, que não é ainda o "desejável") e alteração ao regime do IVA aplicável à construção, particularmente à reabilitação urbana.
Relativamente à internacionalização do sector, que considera imprescindível dada a crise instalada no país e possível independentemente da dimensão das empresas, o responsável apontou Angola como "um mercado muito atractivo e de grandes potencialidades".
Ainda assim, alertou ser "importante que as autoridades dos dois países desenvolvam as acções necessárias a facilitar o incremento dos negócios", intensificando, para isso, as relações mútuas.
"Angola é um dos mercados que, pela sua dimensão e por todas as potencialidades que encerra, não pode deixar de ser considerado prioritário, não só por aquilo que representa, mas, de igual modo, pelas portas que certamente abrirá junto de outros mercados do continente africano", sustentou, defendendo que "a internacionalização é uma opção estratégica fundamental para o sector português da construção".
Lusa