A unica coisa oficial neste momento é que há uma comissão que estuda a utilização operacional do navio na marinha portuguesa.
Eu não queria ter que fazer parte dessa comissão :lol:
Principalmente porque a dita comissão tem que determinar, considerando o orçamento disponível, quais as alterações a efectuar no navio.
E é no orçamento que está o problema (como sempre).
A USS Sides, é muito diferente das Vasco da Gama, com as quais terá que operar.
Começando pela sua peça de 76mm (não existe na nossa marinha, embora as corvetas João Coutinho utilizem munição de 76mm, e a munição tenha o mesmo peso, não sei se serão compativeis).
O principal problema no entanto é o lançador Mk13.
Nas Perry, o Harpoon é lançado deste lançador. Isto não tería grande problema se não fosse verdade que é este mesmo lançador que também lança os misseis anti-aéreos, que no caso são os SM-1 (máximo de 36 deles)
Ora as Vasco da Gama utilizam os Sea-Sparrow, mais modernos em lançadores octuplos separados.
De aqui resulta que temos que operar dois tipos de misseis anti-aéreos (Sea-Sparrow e SM-1), ou seja duplicação de logística para os lançadores e ao mesmo tempo duplicação de munições.
OS torpedos são os mesmos mas os sonares embora equivalentes, não são os mesmos.
Será necessário garantir que os navios se conseguem entender (comunicar entre si). O radar Raytheon SPS-49(V)2 de longo alcance, tem um alcance maior que o das Vasco da Gama (quase o dobro) é das poucas vantagens que estes navios têm sobre as actuais fragatas portuguesas. Não será simples, organizar as coisas de forma a ter radares diferentes a funcionar conjuntamente, no entanto não é impossível.
O meu vaticinio, assim de longe, e considerando os € 80 milhões disponíveis é o seguinte:
Se se confirma que o Barhein, decidiu não operar uma segunda fragata Perry, a USS George Philip (FFG-12), porque para um país com a população de Lisboa, duas fragatas, duas corvetas e quatro patrulhas equipados com misseis, são suficientes com o Iraque “domado”, então podemos eventualmente contar com esta segunda unidade.
Aliás, o mesmo vaticínio diz que é com essas duas unidades que vamos ficar, e não virá mais nenhuma.
O efectivo da marinha ficará a contar com duas Perry, e três Vasco da Gama.
Os € 80 milhões podem assim ser gastos mais generosamente e haverá mais dinheiro para fazer o mínimo necessário para dar alguma operacionalidade a estes dois meios que, de qualquer forma, substituem as João Belo com grande vantagem, pois na realidade hoje, nós não temos seis fragatas (ou cinco, dado a Hermenegildo Capelo ser abatida dentro de dias). Na realidade nós temos há dez anos, apenas três fragatas. Portanto o numero de fragatas da marinha passa de três para cinco.
O que vamos ouvir dos nossos iluminados e excelsos governantes:As Perry, não são navios modernos, isso será assumido, mas são navios imensamente mais modernos que aqueles que vêm substituir. Duas fragatas Perry, são um disuasor em qualquer lugar do mundo, enquanto que as três ou quatro João Belo, só serviam para que a nossa marinha fosse uma anedota.
A capacidade do radar das fragatas Perry, é superior ao radar das Vasco da Gama, e o lançador de misseis SM1, não sendo o mais moderno, permite lançar até 36 misseis contra alvos distantes até quatrocentos kilometros. (claro que o facto de o SM-1 ter um alcance de 25 Km e de uma ameaça aérea ser de misseis em vez de aviões e se deslocar a uma velocidade tal que precorre esse percurso em 10 ou 12 segundos, sendo que nesse periodo de tempo o lançador da Perry só conseguir lançar dois misseis, não será referido)
Para quem não entender, os lançadores verticais modernos, conseguem lançar misseis quase simultaneamente, de forma a responder a ataques por saturação.
O sistema funciona para protecção se tiver um unico alvo, mas se o ataque vier de varios pontos e ainda por cima com misseis sea-skimming (misseis rasantes) a defesa será muito dificil, ficando nas mãos do CIWS-Phalanx, que parece que não é assim tão eficiente.
De qualquer forma, o radar é melhor que os das Vasco da Gama, e é assim que nos serão apresentadas as nossas futuras fragatas anti-aéreas que vão servir como escoltas do futuro LPD.
São duas e não três porque se poupa em efectivos e porque futuramente – na marinha toda a gente sabe disso – terão inevitavelmente que ser substituidas, então sim, por navios apropriados para issso, lá para 2020. Nessa altura as primeiras Arleigh Burke terão 30 anos, e mantendo boas relações com os americanos, estaremos na lista para receber dois desses navios. A marinha já operará o LPD, e já terá experiência na operação de navios de dimensões maiores. Além do mais, temos gente para dois navios, mesmo considerando que esses navios têm muito mais tripulação, uma vez que não vamos operar Tomahawk’s, a tripulação dum Arleigh Burke poderá ser reduzida para 250, ou seja, um total de 500, contra os 800 necessários para operar quatro João Belo.
Como já referi, estas fragatas serão mantidas em grande parte, com logística que será fornecida pela marinha espanhola, que opera navios idênticos em termos de equipamentos, com misseis iguais, sonares e radares.
Não serão provavelmente adquiridos helicopteros, podendo eventualmente ser comprado mais um, ficando o total em seis. Portanto, um para cada Vasco da Gama e um para cada Perry, mais um de reserva, a juntar a um que sobre quando uma Perry ou uma VDG estiverem em manutenção.
Não acredito que a história venha a andar muito distante disto...
Aguardemos
Cumprimentos