É muito difícil aplicar os princípios da procura do lucro, ou pelo menos do não-prejuizo nas empresas de transportes públicos.
Até as empresas privadas de transporte rodioviáris dão prejuizo em muitas linhas, o que obriga o Estado a garantir as chamadas indeminizações compensatórias.
É que há uma coisa que se chama "serviço público de transportes".
Não se pode querer sol na eira, e chuva no nabal.
Se se quer estimular as pessoas a preferirem os transportes públicos em detrimento do automóvel, há que garantir 2 coisas.
Transportes públicos de qualidade e confrotáveis, com horários bons e uma rede de carreiras que sirva os eixos sobre-lotados, mas também os que têm menos procura.
Se para aumentar o lucros subirem as tarifas de transporte, e não se investe em melhorias na qualidade do serviço, como é que se incentiva o transporte público na vez do automóvel particular?
No caso da CP, há linhas suburbanas que dão lucro, e outras no interior que nem tanto.
Mas é para isso que o Estado serve:
Para servir os cidadãos, e não para ele ser uma entidade que se regule pela lógica do Mercado, e que lucre com um serviço que se quer público e de preferencia não muito caro.
Uma coisa que nunca ninguém me conseguiu explicar é o caso do Metropolitano de Lisboa, Metro do Porto e linhas suburbanas da CP.
Todos estes transportes circulam com base na electricidade.
Ora todos sabemos que a electricidade em 2006 apenas subiu 2,6% que foi o valor calculado para inflacção.
Então como é que se justifica a subida intercalar do preços dos transportes com base na justificação no aumento dos preços dos combustíveis fósseis?
Coisas da vida.