REFORMAR E MODERNIZAR AS FORÇAS ARMADAS

  • 3195 Respostas
  • 426369 Visualizações
*

dc

  • Investigador
  • *****
  • 8615
  • Recebeu: 3960 vez(es)
  • Enviou: 727 vez(es)
  • +4996/-798
Re: REFORMAR E MODERNIZAR AS FORÇAS ARMADAS
« Responder #3105 em: Abril 06, 2024, 03:36:26 pm »
Por acaso, e relativamente à percentagem real do PIB usado na Defesa, achei curioso ontem o tweet reproduzido em baixo, até por não ser a primeira vez que vejo os valores assim discriminados:

Citar
Rojas Quintas
@Carlitosgalatic

Já era bom que 1,4% do PIB, fossem exclusivos das FAAS,muitos não sabem,mas nesses são incluídos os IMI'S das Unidades militares e campos de treino,para não falar da GNR que fica com 0,5 dos 1,4,ou seja, sobram 0,87% do PIB, que são verdadeiramente gastos no meio militar...destes 0,87% do PIB, aproximadamente 600 M são gastos com pessoal, ou seja, 75% do bolo que sobra. Na verdade o investimento nas FA é nulo ou quase nulo. Quem quer defender a profissionalização das FA deve ter a honestidade intelectual de pedir 4% PIB no próximo OE para a Defesa.

https://twitter.com/Carlitosgalatic/status/1776271958713250192

Sim, já se tinha falado aqui várias vezes, da questão das "rendas" relativamente à área (em m2) ocupada pelas unidades militares, que serve apenas para inflacionar os "gastos" com a Defesa, já que na prática o dinheiro sai do Estado para o Estado, logo não se gasta nada, mas conta na mesma para o Orçamento de Defesa.
Também se tinha falado das despesas com a GNR serem contabilizadas (mesmo que estas não tenham funções sequer parecidas às da National Guard americana para a Defesa, mas é da Defesa que sai o dinheiro).
Recentemente até surgiu num orçamento ou lá o que foi, que uns 100 milhões, só neste ano, iam para o aluguer de meios aéreos de combate aos fogos.

Essencialmente o Orçamento de Defesa tem que pagar quase tudo, desde os salários da GNR (e provavelmente também pagam tudo o que é equipamento e meios, ou seja, navios de patrulha para a GNR seriam pagos pelo OD), "rendas" dos quartéis, funções de Guarda Costeira pela Marinha, combate aos fogos, seja no aluguer de meios aéreos, seja agora na operação e manutenção dos meios que vão sendo adquiridos para a FAP para esse fim.

Assim, nem mesmo os 2% do PIB safavam, e se querem continuar a financiar todas essas vertentes e não só a Defesa, então convinha subir para 3% do PIB.

Por mim, um dos passos mais assertivos para reformar e modernizar as nossas FA´s era acabar com a LPM. Ontem.
Passar a LPM para um livro branco de Defesa Nacional anual, Onde se analisam as capacidades presentes e intenções/necessidades de aquisição para o ano em questão/seguinte. Como se faz noutros países.
O resto seria um orçamento anual, de onde "sai" tudo o que é despesa. Os investimentos demasiado onerosos para um só orçamento anual seriam parcelados plurianualmente, ou sujeitos a um reforço de verbas para esse compromisso de aquisição.

Isso era o ideal, mas seria bom demais para ser verdade. Mas neste momento, já me contentava com um orçamento suplementar à LPM, e a partir de 2034 abordar um novo conceito.
 

*

CruzSilva

  • Investigador
  • *****
  • 1381
  • Recebeu: 550 vez(es)
  • Enviou: 2229 vez(es)
  • +682/-119
Re: REFORMAR E MODERNIZAR AS FORÇAS ARMADAS
« Responder #3106 em: Abril 06, 2024, 03:58:12 pm »
Por acaso, e relativamente à percentagem real do PIB usado na Defesa, achei curioso ontem o tweet reproduzido em baixo, até por não ser a primeira vez que vejo os valores assim discriminados:

Citar
Rojas Quintas
@Carlitosgalatic

Já era bom que 1,4% do PIB, fossem exclusivos das FAAS,muitos não sabem,mas nesses são incluídos os IMI'S das Unidades militares e campos de treino,para não falar da GNR que fica com 0,5 dos 1,4,ou seja, sobram 0,87% do PIB, que são verdadeiramente gastos no meio militar...destes 0,87% do PIB, aproximadamente 600 M são gastos com pessoal, ou seja, 75% do bolo que sobra. Na verdade o investimento nas FA é nulo ou quase nulo. Quem quer defender a profissionalização das FA deve ter a honestidade intelectual de pedir 4% PIB no próximo OE para a Defesa.

https://twitter.com/Carlitosgalatic/status/1776271958713250192
Com apenas 0,87% do PIB a ser gasto não admira que muito do equipamento acabe por ser encostado e o mais antigo até mesmo apodreça. E já nem vou falar das instalações.
« Última modificação: Abril 06, 2024, 04:59:23 pm por CruzSilva »
"Homens fortes criam tempos fáceis e tempos fáceis criam homens fracos - homens fracos criam tempos difíceis e tempos difíceis criam homens fortes."
 

*

dc

  • Investigador
  • *****
  • 8615
  • Recebeu: 3960 vez(es)
  • Enviou: 727 vez(es)
  • +4996/-798
Re: REFORMAR E MODERNIZAR AS FORÇAS ARMADAS
« Responder #3107 em: Abril 06, 2024, 04:52:29 pm »
E ainda me estava a esquecer da artimanha arranjada pelo PS, de que uma boa parte do investimento estava dependente de receita própria!!! Tal como me esqueci de falar da Busca e Salvamento, que também sai tudo do OD.

Agora, olhando para a LPM:


Conseguimos ver que com o planeamento actual, a despesa anual com os 3 ramos nem sequer chega aos 500 milhões, ou seja, menos de 0.2% sai da LPM, que é suposto permitir modernizar as FA.

Mas depois temos chefias militares que têm a lata de dizer que a LPM aprovada é a suficiente para responder às necessidades.  ::)
 

*

Turlu

  • Membro
  • *
  • 228
  • Recebeu: 105 vez(es)
  • Enviou: 203 vez(es)
  • +37/-1
Re: REFORMAR E MODERNIZAR AS FORÇAS ARMADAS
« Responder #3108 em: Abril 06, 2024, 05:34:22 pm »
Programa Frente a Frente, da RDP Açores, hoje sobre a reintrodução do SMO.

https://www.rtp.pt/play/p1339/frente-a-frente

 

*

NVF

  • Investigador
  • *****
  • 5392
  • Recebeu: 4036 vez(es)
  • Enviou: 10098 vez(es)
  • +8453/-245
Re: REFORMAR E MODERNIZAR AS FORÇAS ARMADAS
« Responder #3109 em: Abril 07, 2024, 01:45:06 am »
O orçamento da GNR não vem da DN, mas sim da Administração Interna. Só é "contabilizado" na Defesa para enganar os camones, porque outros, como a Itália ou França também o fazem. A diferença é que nesses países essas forças, ao contrário da GNR, tem funções verdadeiramente militares, dispondo até de várias unidades de combate.
Talent de ne rien faire
 
Os seguintes utilizadores agradeceram esta mensagem: Lightning

*

Lightning

  • Moderador Global
  • *****
  • 11107
  • Recebeu: 2364 vez(es)
  • Enviou: 3279 vez(es)
  • +741/-1033
Re: REFORMAR E MODERNIZAR AS FORÇAS ARMADAS
« Responder #3110 em: Abril 07, 2024, 12:32:20 pm »
NVF era o que eu ia suspeitar.
Nunca se ouviu falar da GNR receber ou não receber verba do MDN, sempre foi o MAI a tratar disso.

Claro que acredito é que tal como disse, o orçamento da GNR é somado ao das FA para mostrar lá fora, ou como o ditado português diz, "para inglês ver".

Mas se ainda fizessemos esta "esperteza" para chegar aos 2%, o miserável é que nem assim estamos nos 2%. Assim é que vemos bem a capacidade de combate que certos países que chegam aos 2% tem, e nós não quase nada.
« Última modificação: Abril 07, 2024, 12:35:10 pm por Lightning »
 

*

Lightning

  • Moderador Global
  • *****
  • 11107
  • Recebeu: 2364 vez(es)
  • Enviou: 3279 vez(es)
  • +741/-1033

*

CruzSilva

  • Investigador
  • *****
  • 1381
  • Recebeu: 550 vez(es)
  • Enviou: 2229 vez(es)
  • +682/-119
Re: REFORMAR E MODERNIZAR AS FORÇAS ARMADAS
« Responder #3112 em: Abril 07, 2024, 01:25:31 pm »
O orçamento da GNR não vem da DN, mas sim da Administração Interna. Só é "contabilizado" na Defesa para enganar os camones, porque outros, como a Itália ou França também o fazem. A diferença é que nesses países essas forças, ao contrário da GNR, tem funções verdadeiramente militares, dispondo até de várias unidades de combate.
Quem afirmou que a GNR recebia o seu orçamento do MDN?
"Homens fortes criam tempos fáceis e tempos fáceis criam homens fracos - homens fracos criam tempos difíceis e tempos difíceis criam homens fortes."
 

*

dc

  • Investigador
  • *****
  • 8615
  • Recebeu: 3960 vez(es)
  • Enviou: 727 vez(es)
  • +4996/-798
Re: REFORMAR E MODERNIZAR AS FORÇAS ARMADAS
« Responder #3113 em: Abril 07, 2024, 05:05:05 pm »
Fui eu que disse que saía do Orçamento da Defesa, erradamente, em vez de dizer da % do PIB associado à Defesa.

Para efeitos práticos, a partir do momento em que valores associados à despesa com pessoal da GNR, são usados para inflacionar os valores apresentados pelo Governo como parte da percentagem do PIB investido na Defesa, é virtualmente a mesma coisa. Até porque qualquer aumento para 2 ou mesmo 3%, seria quase garantidamente às custas destes "truques".

Do Orçamento de Estado para 2023, a verba para a Defesa foi de 2447 milhões, portanto nem a 1% chega.
 

*

PereiraMarques

  • Moderador Global
  • *****
  • 7936
  • Recebeu: 1272 vez(es)
  • Enviou: 346 vez(es)
  • +5176/-235
Re: REFORMAR E MODERNIZAR AS FORÇAS ARMADAS
« Responder #3114 em: Abril 08, 2024, 10:47:37 am »
60 vagas, destaca-se Polícia Aérea com 14

Aviso n.º 7347/2024/2
Defesa Nacional - Força Aérea - Gabinete do Chefe do Estado-Maior da Força Aérea
Concurso para admissão aos estágios técnico-militares para ingresso nos quadros permanentes de Praças da Força Aérea 2024.

https://diariodarepublica.pt/dr/detalhe/aviso/7347-2024-859640382
 
Os seguintes utilizadores agradeceram esta mensagem: CruzSilva

*

raphael

  • Investigador
  • *****
  • 1691
  • Recebeu: 400 vez(es)
  • Enviou: 351 vez(es)
  • +100/-45
Re: REFORMAR E MODERNIZAR AS FORÇAS ARMADAS
« Responder #3115 em: Abril 08, 2024, 02:49:16 pm »
Serão bons cobaias...
Um abraço
Raphael
__________________
 

*

Cabeça de Martelo

  • Investigador
  • *****
  • 20305
  • Recebeu: 3009 vez(es)
  • Enviou: 2256 vez(es)
  • +1362/-3469
Re: REFORMAR E MODERNIZAR AS FORÇAS ARMADAS
« Responder #3116 em: Abril 09, 2024, 04:58:46 pm »
Participação cívica alargada e imperativa ou Serviço Militar Obrigatório?


Brigadeiro-general Duarte da Costa
Presidente da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC)


Declaração inicial: discutir a existência de um Serviço Militar Obrigatório (SMO) em Portugal, obriga-me a um exercício de equilíbrio entre razão e emoção por forma a não me deixar influenciar por análises superficiais e soluções que apontam apenas para a resolução de problemas num dos segmentos de uma cadeia de valor muita mais ampla e abrangente, ou seja, não se pode pretender resolver questões da defesa militar, deixando de fora da equação a questão da segurança como um todo. E quando nos arrojamos para opções que interferem com a vida e a liberdade das pessoas, fatores identitários de cidadania, temos também de estar preparados para discutir essa mesma cidadania e a segurança da nossa própria comunidade, tal como a conhecemos.

Como um dos participantes no atual processo de revisão do Conceito Estratégico de Defesa Nacional, sempre defendi uma leitura abrangente do conceito alargado de Segurança do Estado, que envolve pilares como a defesa, a segurança interna e a segurança humana, entre outros. E é nessa mesma ótica que tento analisar a questão do SMO e que razões ponderáveis nos poderiam, ou não, levar a reconstituir um modelo do passado, adaptado às exigências do mundo atual.


Várias são as razões que apontam para a viabilidade ou mesmo necessidade da reintrodução do SMO em Portugal. A saber:
- numa altura em que o voluntariado está em crise e que as forças militares lutam com uma gritante falta de efetivos, pode garantir um aumento no efetivo das Forças Armadas, ajudando a fortalecer a capacidade de defesa do país num ambiente global incerto e potencialmente hostil. Este tem sido o argumento mais difundido, e levanta-se aqui a questão do emprego operacional destes militares na defesa das fronteiras de segurança externas de Portugal (emprego fora do território nacional);

- quando tanto se fala em resiliência do país, em caso de emergências nacionais, desastres naturais, ameaças terroristas ou outros cenários de crise, um contingente adicional de cidadãos treinados e preparados poderia ser fundamental para uma resposta mais eficaz do Estado em complemento dos sistemas de proteção civil e emergência;

- pode promover a integração de jovens de diferentes origens sociais, culturais e económicas, contribuindo para a coesão social e o sentimento de pertença à Nação e, de uma forma abrangente, à totalidade da comunidade nacional, contribuindo para o fortalecimento de um sentimento de cidadania participativa;

- pode ser uma oportunidade para transmitir valores cívicos, éticos e de responsabilidade aos jovens, promovendo o sentido de dever para com a comunidade e o país;

- Pode proporcionar aos jovens capacitação em diversas áreas, como liderança, trabalho em equipa, disciplina, gestão do tempo e resolução de problemas, que pode ser valiosa nos seus desempenhos futuros, tanto no âmbito profissional quanto pessoal.

Mas também se encontram diversas razões que desaconselham a reintrodução do SMO. A saber:
- o SMO pode ser visto como uma restrição à liberdade individual dos cidadãos, obrigando-os a dedicar um período de suas vidas a atividades militares, mesmo que não tenham interesse ou aptidão para tal;

- o recrutamento de voluntários permite que as Forças Armadas selecionem candidatos com base em critérios específicos de aptidão e capacidade, resultando em uma força militar potencialmente mais eficiente e bem treinado, ao invés do produto operacional do SMO;

- o recrutamento voluntário é também potencialmente mais económico do que o SMO, que implica custos adicionais para fardamento, equipamento, treino e alojamento de um grande contingente de recrutas;


- o cenário de conflitos e ameaças à segurança mudou significativamente nas últimas décadas, com a ascensão de novas formas de conflito, como ciberataques, terrorismo internacional e ameaças híbridas. Neste contexto, as Forças Armadas precisam de contar com pessoal altamente especializado e treinado em áreas específicas, sendo, neste sentido, mais eficaz o recrutamento voluntário. Basta recordar o quão específico e especializado é hoje a utilização dos modernos sistemas de armas;

- o SMO pode levantar questões de discriminação e exclusão, especialmente em relação a minorias étnicas. Ao invés, um recrutamento voluntário promove a diversidade e a inclusão nas Forças Armadas, refletindo a sociedade como um todo.


Desta forma, embora o estado de conflitualidade que hoje em dia se vive possa levantar a discussão sobre a validade do SMO, ainda existem argumentos válidos contra a sua implementação, que devem ser considerados à luz das necessidades e valores de cada sociedade, num determinado momento.

Importa referir, como comecei por dizer, que não se pode pretender resolver questões da defesa militar recorrendo ao SMO e deixando de fora da equação a questão da segurança como um todo e, nesse aspeto, valores como cidadania, pertença e identidade têm de ser equacionados para a relevância deste assunto. E parece ser por demais evidente o distanciamento da generalidade dos jovens de hoje em dia face a questões de identidade nacional, de valor da comunidade e da partilha do esforço comum para um bem social maior.

Acredito que os valores humanistas e de liberdade democrática em que acreditamos não nos podem fazer desligar dos deveres de cidadania ativa e de pertença à comunidade, e importa, na minha opinião, mais do que falar do SMO, assumir a mais-valia de uma participação cívica alargada e imperativa, por um determinado período, de todos os jovens cidadãos que vivem em Portugal, e que relevasse uma participação social e integrada dos mesmos em serviços do Estado que promovam a partilha de um sentimento comum de pertença ao País e que, numa conceção alargada de segurança, contribui para a consciencialização dos jovens na importância da defesa de Portugal e do seu modelo de sociedade.

Neste sentido, a implementação de uma participação cívica alargada e imperativa em vez de um SMO pode ser considerada vantajosa por várias razões:
- pode envolver uma variedade de atividades e projetos que vão além das competências militares, permitindo que os participantes contribuam de acordo com as suas aptidões e interesses, resultando numa força de trabalho mais diversificada e eficaz;

- pode ser direcionada para projetos que beneficiam diretamente a comunidade local e nacional, como assistência social, educação, saúde, preservação ambiental, proteção civil e defesa militar (sim, também a defesa militar para os que quiserem cumprir essa participação nas Forças Armadas), entre outros, promovendo um senso de responsabilidade cívica e fortalecendo os laços entre os cidadãos e suas comunidades;

- pode proporcionar oportunidades de desenvolvimento pessoal, como o aperfeiçoamento de aptidões de liderança, trabalho em equipa, empatia e resolução de problemas;

- pode ser estruturado de forma a promover a igualdade de género, inclusão de minorias e respeito da diversidade, criando um ambiente mais inclusivo e equitativo para todos os participantes;

- em alguns contextos, pode ser uma alternativa mais pacífica e construtiva ao SMO, promovendo a resolução de conflitos de forma não-violenta e incentivando a cooperação e o diálogo.

No entanto, considero que a implementação de uma participação cívica alargada e imperativa também pode ter desafios a serem abordados, como a logística e recursos para a sua implementação, o financiamento adequado dos programas, a garantia dos direitos dos participantes, a criação de incentivos, tais como créditos de habilitações (elementar e/ou universitária) e a qualidade das atividades oferecidas.

Importa ressaltar que o regresso do SMO levanta questões éticas, de Direitos Humanos e de liberdade individual, e que a implementação de tal medida deve ser cuidadosamente ponderada, levando em consideração os valores democráticos e os interesses da sociedade como um todo. E a decisão sobre a sua validade e implementação não pode ser deixada à mercê de conjeturas ideológicas, mas sim da essencialidade de tal medida para a sobrevivência da nossa sociedade tal como a conhecemos.

https://www.dn.pt/392393198/participacao-civica-alargada-e-imperativa-ou-servico-militar-obrigatorio/
7. Todos os animais são iguais mas alguns são mais iguais que os outros.

 

*

dc

  • Investigador
  • *****
  • 8615
  • Recebeu: 3960 vez(es)
  • Enviou: 727 vez(es)
  • +4996/-798
Re: REFORMAR E MODERNIZAR AS FORÇAS ARMADAS
« Responder #3117 em: Abril 09, 2024, 10:57:00 pm »
É impressionante é que se fala em fazer frente a um presente e futuro mais conflituoso, e a única coisa que se fala é participação cívica vs SMO. E que tal, sei lá, ter umas FA feitas para dissuadir ou mesmo ganhar um conflito, e uma indústria de Defesa que gera emprego, gera dinheiro e consegue contribuir também para a Defesa?

Aquilo que vejo a acontecer, é quererem uma espécie de SMO, e depois em caso de conflito de larga escala, seja apenas numa frente (Europa) ou várias (outras regiões e/ou continentes), termos uma participação similar à I Guerra Mundial, que se resume ao envio de militares mal equipados e com treino mínimo, para servir de carne para canhão.

Querem mais pessoal? Valorizem as carreiras (salários), ajustem certos critérios supérfluos (idade), melhorem as condições do alojamento, as condições de trabalho e do equipamento (material moderno), de forma a que quem ingressar, sinta orgulho no que está a fazer e confiança nas FA.
Querem mais participação do resto da população (ou parte dela) na Defesa? Criem uma indústria de Defesa minimamente decente, para determinadas áreas deste sector, e consequentemente terão mão de obra civil a participar directamente na Defesa do país e defesa colectiva das alianças em que estamos envolvidos.
 
Os seguintes utilizadores agradeceram esta mensagem: Charlie Jaguar, Srgdoido, PTWolf

*

Charlie Jaguar

  • Investigador
  • *****
  • 5607
  • Recebeu: 5596 vez(es)
  • Enviou: 3720 vez(es)
  • +10067/-2648
Re: REFORMAR E MODERNIZAR AS FORÇAS ARMADAS
« Responder #3118 em: Abril 10, 2024, 05:44:36 pm »
Ainda é cedo, mas para já aparenta ser tudo muito vago no programa do Governo.

Citar
Defesa promete "melhoria significativa das condições salariais" nas Forças Armadas

O Governo não incluiu no Programa a revisão do Estatuto dos Militares das Forças Armadas, como pediu o Presidente da República este fim de semana, mas promete uma negociação das condições salariais dos militares, principalmente de praças.

Anotando a “menor renovação geracional” nas FA, o Governo promete desenvolver um processo de negociação para a "melhoria significativa das condições salariais em geral e, em particular, da categoria de praças", com o objetivo de garantir o recrutamento de voluntários necessários para atingir os efetivos autorizados.

O ministério de Nuno Melo vai ainda, de acordo com o documento, "estudar outras formas de recrutamento voluntário" e pretende também "procurar reforçar os incentivos para os militares contratados", assim como "ponderar o alargamento do apoio social complementar aos militares em regime de voluntariado, contrato e contrato especial".

https://expresso.pt/politica/2024-04-10-Programa-de-Governo-tem-60-medidas-de-outros-partidos-aprovada-atualizacao-do-Programa-de-Estabilidade-deixada-por-Medina-2543ced3
Saudações Aeronáuticas,
Charlie Jaguar

"(...) Que, havendo por verdade o que dizia,
DE NADA A FORTE GENTE SE TEMIA
"

Luís Vaz de Camões (Os Lusíadas, Canto I - Estrofe 97)
 
Os seguintes utilizadores agradeceram esta mensagem: Duarte

*

P44

  • Investigador
  • *****
  • 18349
  • Recebeu: 5571 vez(es)
  • Enviou: 5998 vez(es)
  • +7191/-9563
"[Os portugueses são]um povo tão dócil e tão bem amestrado que até merecia estar no Jardim Zoológico"
-Dom Januário Torgal Ferreira, Bispo das Forças Armadas
 
Os seguintes utilizadores agradeceram esta mensagem: Duarte, PTWolf