REFORMAR E MODERNIZAR AS FORÇAS ARMADAS

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LM

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Re: REFORMAR E MODERNIZAR AS FORÇAS ARMADAS
« Responder #3075 em: Abril 03, 2024, 08:24:10 pm »
Este governo estará sempre dependente do PS (e do Chega, sendo que aqui acredito ser mais fácil) para poder investir mais na Defesa; pode (e deve ) ir falar com o PS e tentar - o milagre - de este não fazer "politiquice" e apoiar sem "mas" esse investimento.
Quidquid latine dictum sit, altum videtur
 

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dc

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Re: REFORMAR E MODERNIZAR AS FORÇAS ARMADAS
« Responder #3076 em: Abril 03, 2024, 10:56:34 pm »
Vão ser tempos cruciais, e vai ser preciso que as chefias militares também colaborem no processo de fazer chegar ao poder político as reais necessidades de investimento na Defesa. Vai ser preciso deixar o lambe-botismo de lado, e as agendas individuais, para procurar soluções para que num prazo relativamente curto, consigamos ter FA minimamente decentes.

Existem vários programas que são cruciais e que têm de começar já a ser executados, existindo inclusive vários que justificam plenamente um "orçamento extraordinário" (como a Alemanha se comprometeu a fazer por exemplo), em que se arranja X centenas de milhões ou Y mil milhões para alguns programas primários. Isto, claro, se não quiserem cumprir os 2% na Defesa .

É olhar para possíveis compras em segunda-mão, possíveis programas de modernização que se justifiquem, e claro compras novas, com um maior peso estratégico. É preciso também reerguer de alguma forma a indústria de Defesa, desde as munições, aos drones, da construção naval à de veículos.

É preciso definir prioridades para lá do que está inscrito na LPM (que é claramente insuficiente).
 

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P44

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Re: REFORMAR E MODERNIZAR AS FORÇAS ARMADAS
« Responder #3077 em: Abril 04, 2024, 06:49:05 am »
Sejamos pragmáticos.

Vocês não estão a ver isso a acontecer pois não?
"[Os portugueses são]um povo tão dócil e tão bem amestrado que até merecia estar no Jardim Zoológico"
-Dom Januário Torgal Ferreira, Bispo das Forças Armadas
 
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Re: REFORMAR E MODERNIZAR AS FORÇAS ARMADAS
« Responder #3078 em: Abril 04, 2024, 08:41:08 am »
Sejamos pragmáticos.

Vocês não estão a ver isso a acontecer pois não?

Obviamente que não...há muita ironia no que o dc escreveu....

alguma vez na pip da vida as chefias militares vão levantar a garupa e colocar em risco o subsidio extra que recebem de há muito tempo para cá...quando as Forças Armadas estão dependentes do orçamento de estado para sobreviverem?

Quanto mais fragil o Governo mais decadente e frágil se torna a sustentabilidade das Forças Armadas.

O Montenegro da já pede à oposição que o deixem governar.... tudo o que é associações lhes vão cair em cima... até a tropa já se mete em bicos de pés (sempre os ultimos mas é o que é)...

e vamos ter dinheiro para o quê?

vai ser continuidade do que temos é o que é...

no limite este ano ficamos sem carreiras de tiro ar solo (campo de tiro...de benavente) e pouco mais...
Um abraço
Raphael
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Re: REFORMAR E MODERNIZAR AS FORÇAS ARMADAS
« Responder #3079 em: Abril 04, 2024, 10:16:00 am »
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papatango

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Re: REFORMAR E MODERNIZAR AS FORÇAS ARMADAS
« Responder #3080 em: Abril 04, 2024, 10:16:44 am »
https://www.forumdefesa.com/forum/index.php?topic=13296.msg432764#msg432764
Do tópico sobre politica, já que a discussão é especificamente sobre o Serviço Militar Obrigatório:



Citação de: CruzSilva
(O SMO)  Vai servir para repor os recursos humanos que as nossas FA precisam.
O número de militares para cada ramo das FA já está definido.
O objetivo é garantir a operacionalidade das unidades e respetivo poder de combate quando aplicável.
As funções já estão definidas.

Se as funções os objetivos e os números já estão definidos no atual contexto, então devemos encontrar formas de resolver os problemas dentro do atual enquadramento juridico e politico, em vez de criar um serviço alternativo, secundário, complementar, que dificilmente serviria de alguma coisa.
O SMO que dá uma recruta e treino militar básico, não poderá nunca servir para encontrar especialistas e técnicos que cada vez vão ser mais necessários.



Citação de: CruzSilva
A menos que optemos pela neutralidade ou passemos para outro bloco geopolítico a Federação Russa permanece como adversário estratégico e portanto as nossas FA deverão ser modeladas de acordo.

Teriamos que discutir a nossa opção africana, se vamos ou não vamos servir de muleta a alguns dos estados falhados africanos de lingua portuguesa. Nem tudo passa pela NATO.

Em termos gerais isto pode parecer simples na teoria, mas da teoria à prática vai uma enorme diferença. A título de exemplo, nem na Russia os recrutas do serviço militar obrigatório é suposto irem para a linha da frente, se não for declarada guerra ou mobilização geral.

Para que vãos servir as forças de pessoal do SMO ?
Se houver necessidade de projeção, espalham-se os militares do SMO pelas unidades?
Criam-se unidades especificas só de reservistas do SMO ?
Quando se começa a ter que responder a perguntas simples, a coisa fica muito, mas realmente muito complicada...

Quantas armas adicionais são necessárias ( A Finlandia tem uma centena de tanques Leopard, mais uma centena de reserva por exemplo)
Ter um SMO e um exército de reservistas, implica que quando se chamam os reservistas, há viaturas, fardamento, armas, logistica de alimentação e tudo o mais, preparado para eles. Nós temos dificuldade em organizar essa logistica para a atual força, quanto mais para um SMO.

Na maioria dos países, o SMO é apenas uma forma de treinar uma parte da população para  qualquer eventualidade.
O SMO é pouco mais que um serviço de treino de reservistas.
Pensar que o SMO pode servir para preencher lugares técnicos, não parece fazer muito sentido.
E se é para treinar reservistas, então não precisamos mais que um ou dois meses de treino militar para homens e mulheres e pronto.

E neste caso, não vamos colocar este pessoal em unidades operacionais, porque nunca haveria tempo para os tornar realmente operacionais. Até na Finlândia, o SMO vai de cinco meses e meio a onze meses e meio, no máximo.

O nosso problema, não são as forças que poderiam ser constituídas com reservistas, o nosso problema é que nem a estrutura base (que vai precisar sempre de contratados para funcionar) consegue ter os efetivos necessários.

Mesmo que pudéssemos ter dois ou três SMO's ao mesmo tempo, se não tivermos dinheiro para pagar a quem preencha lugares de maior exigência técnica, vamos ficar exatamente como hoje.


« Última modificação: Abril 04, 2024, 10:22:09 am por papatango »
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PereiraMarques

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Re: REFORMAR E MODERNIZAR AS FORÇAS ARMADAS
« Responder #3081 em: Abril 04, 2024, 11:50:53 am »
No outro dia coloquei aqui os dados referentes às incorporações do SEN (SMO) nos últimos 4/5 anos da sua existência. Esta questão do tempo de formação e de proficiência na função é importante. Não é à toa que a Força Aérea já não incorporava ninguém nesta forma de prestação de serviço e que na Marinha era algo residual, na casa das dezenas (200/300 por ano).

O SEN/SMO de 4/6 meses não irá melhorar grandemente a operacionalidade das Forças Armadas, mesmo no caso do Exército existem cada vez mais especialidades técnica e tecnologicamente complexas que precisam de largos meses de formação e outros tantos meses de "on the job training" para atingir um nível de operacionalidade "decente".

Agora se o objetivo for "apenas" ter alguns milhares de cidadãos com um treino militar mínimo capaz de garantir alguma resistência em caso de invasão, ai sim, 3/4 meses serão "suficientes". Mas ai provavelmente não estariamos a falar de incorporações "formais" em determinado ramo, fazendo mais sentido criar uma organização tipo "Forças Territoriais", "Guarda Territorial", "Força de Reserva", etc., etc.
 
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papatango

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Re: REFORMAR E MODERNIZAR AS FORÇAS ARMADAS
« Responder #3082 em: Abril 04, 2024, 05:32:59 pm »


Uma das razões de eu achar o SMO um disparate, não tem a ver com análises, história ou o que quer que seja, para lá de ter visto em primeira mão o funcionamento dele, quando já se tentava modernizar e ainda tinha oficiais e sargentos do tempo da guerra em África.

Uma das coisas que se notava, é que a Forçla Aérea e a Marinha na prática já não tinham SMO e aparentemente as coisas funcionavam melhor que no exército.
O SMO era essencialmente um desperdicio de mão de obra, que faria muito melhor em ter ficado na vida civil e continuar com muitos pequenos negócios que a vida militar acabou por destruir ou atrasar.

Nem os oficiais nem os sargentos do SMO eram utilizados para nada que fizesse sentido e das preças que vinham essencialmente para guardas, então nem se fala.
Só tinham funções ligadas aos serviço da unidade, oficiais e sargentos no máximo contratados, e a partir de Tenente, porque Alferes normalmente não dava para nada que não fosse comandante de companhia.
No caso das praças, formavam-se especialidades, e por isso era preciso "importar" praças para as funções mais básicas e havia uma CCS com metade de todo o pessoal.

No computo geral, fazia-se o serviço com um terço do pessoal. Mas como havia três vezes mais pessoal que o que faria sentido, isso implicava mais pessoal para guardas, mais pessoal para o parque auto, mais pessoal para as cozinhas.

Um monstro, que se justifica a si próprio.
Confesso que nos dias de hoje, não consigo compreender a lógica por detrás de uma eventual volta de um sistema, que já não funcionava, muitos anos antes de ter acabado.
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Re: REFORMAR E MODERNIZAR AS FORÇAS ARMADAS
« Responder #3083 em: Abril 04, 2024, 05:53:47 pm »
Vocês só se focam no que correu mal e no que pode vir a correr mal.

Há tantas maneiras de usar o sistema para ajudar tanto as FAs como a população. Tanta gente fala disto como se osse um castigo. Incluindo muita gente ligado aos militares. Acho que pode haver benefícios físicos para a população e benefícios sociais por serem apresentados a uma estrutura que falta muitas vezes em casa. E não é preciso obrigar toda a gente a ir. Penso que  ninguém falou em reverter aos SMO de antigamente. Há várias possibilidades hibridas. Já falei nos miúdos com 20 anos e mais que andam em cursos atrás de cursos porque têm que acabar o 12º ano e até são contraproducentes para o restante corpo escolar. Há algum problema em fazerem serviço militar? E se por exemplos o pessoal até os 30 ou 35 anos e que tenham esgotado o subsídio de desemprego e antes de ir para o RSI lhe seja estendida a possibilidade de ter mais 3 ou 4 ou 6 meses de subsídio de desemprego se forem para a recruta com hipótese de continuar em caso de gostarem e ser benéfico para todos? E se as FAs assumirem alguns cursos de robótica, metalomecânica, mecânica, informática, culinária, jardinagem ou logística que estão nos centros de emprego? E se as FAs estenderem à população cursos iniciais de manuseamento e utilização de armas de guerra numa ideia meramente defensiva e com vertentes milicianas e não puramente militares?
« Última modificação: Abril 04, 2024, 06:07:31 pm por Visitante123 »
 
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Re: REFORMAR E MODERNIZAR AS FORÇAS ARMADAS
« Responder #3084 em: Abril 04, 2024, 07:43:09 pm »
Acho que uma coisa interessante é não termos um SMO antigo, em que o pessoal tinha um treino militar básico, e passava os restantes meses em trabalhos do dia-a-dia no quartel e a aprender a fazer quadrados e outros formações de ordem unida para os desfiles.

Podia-se ter um serviço militar em que se faz o treino militar (melhor que antes se possível), mas porventura pode-se dispensar desses trabalhos de manutenção do quartel e do treino de ordem unida (o pessoal não fica para lá a comsumir recursos e à espera que os meses passem), já não estamos nas guerras napoleónicas em que o pessoal tinha que combater todos alinhadinhos e disparar à ordem do oficial.

Este pessoal pode formar forças territoriais ou com outro nome, milícias, etc, ficavam mais cedo livres do treino militar e podiam voltar à vida civil mais cedo. Podendo ir fazer treinos ao fim de semana ou férias, estilo National Guard Americana.
« Última modificação: Abril 04, 2024, 07:45:32 pm por Lightning »
 

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papatango

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Re: REFORMAR E MODERNIZAR AS FORÇAS ARMADAS
« Responder #3085 em: Abril 04, 2024, 08:12:56 pm »
Citação de: Lightning
Podia-se ter um serviço militar em que se faz o treino militar (melhor que antes se possível), mas porventura pode-se dispensar desses trabalhos de manutenção do quartel e do treino de ordem unida (o pessoal não fica para lá a comsumir recursos e à espera que os meses passem), já não estamos nas guerras napoleónicas em que o pessoal tinha que combater todos alinhadinhos e disparar à ordem do oficial.

completamente de acordo, mas a questão, na minha interpretação, é que neste caso não estamos a falar na volta do Serviço Militar Obrigatório, mas sim na introdução de um novo paradigma que seria o Treino Militar Obrigatório, para toda ou a esmagadora maioria da populaçao, masculina e feminina.

Mas não podemos é pensar que isto é uma forma de reduzir os custos e despesas militares, muito, mas muito pelo contrário.

Estariamos a criar uma capacidade para chamar reservistas, que teria que ter como contraponto a existência de grande numero de reservas de armamento.
Continuariamos a ter um exército de primeira linha, com o mesmo tipo de exigências e necessidades que temos hoje, e ao mesmo tempo, em caso de necessidade, um numero considerável de cidadãos que poderiam ser chamados em menos de uma ou duas semanas.

Estas pessoas só poderiam servir em funções de defesa territorial.
O exército de primeira linha, poderia, e deveria, ter capacidade para ser projetado em caso de necessidade.

Um SMO e um exército profissional eficiente, excluem-se mutuamente, e um não pode servir para tapar os buracos do outro.
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dc

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Re: REFORMAR E MODERNIZAR AS FORÇAS ARMADAS
« Responder #3086 em: Abril 04, 2024, 10:28:00 pm »
Mais uma vez esbarramos no problema do custo/benefício de qualquer uma dessas medidas. Numa situação extrema, em que a integridade do nosso território estivesse em causa, não só deparamo-nos com muitos mais problemas (que levaram até essa situação), como percebemos que esse tipo de treino consegue ser aplicado num prazo relativamente curto, perante o surgimento de uma ameaça real.

Agora, não faz sentido estarmos a falar de SMO a "meio gás", para defesa territorial, e ao mesmo tempo usar a desculpa de que "não temos ameaças ao território" para justificar o não investimento nas forças convencionais. Se consideram que há ameaça directa ao nosso território, que justifica um SMO em qualquer módulo, então a dita ameaça justifica a compra de stocks de munições bastante chorudo, uma completa modernização de praticamente todos os sectores das FA, e até expansão de capacidades, nomeadamente as que têm real peso dissuasor. Querem SMO, então é bom que se vá comprar ao mesmo tempo 200 AMRAAM, 200 AIM-9X, e por aí fora. É uma fantochada querer SMO, mas manter uma política de reservas de guerra de "mínimos".

Se não consideram que existe ameaça plausível a curto/médio prazo à nossa integridade territorial, então que se esqueça a conversa do SMO, e que se invista onde faz falta na Defesa. Tem muito mais valor para a NATO que Portugal tenha F-16 bem equipados (em armamento), fragatas modernas, submarinos, etc, do que Portugal ofereça carne para canhão pouco treinada e com zero valor acrescentado.

Resolvam a falta de pessoal com as medidas adequadas, e incentivem a participação de uma maior parte da população portuguesa nas FA, através da indústria de Defesa e de outras formas de empregabilidade associadas à Defesa, nomeadamente cursos + estágios para manutenção naval e de veículos, em vez de cursos IEFP que praticamente não dão em nada. É também muito mais produtivo para as FA ter civis na indústria de Defesa a produzir munições e equipamento (e rações já agora), coisas que podiam ser facilmente consolidadas com cursos e estágios profissionais.
Querem uma Guarda Nacional, têm a GNR, podem acrescentar-lhe algumas valências de defesa territorial extra se necessário, e de apoio a operações militares em território nacional.

O SMO nem sequer foi implementado, e já vemos as consequências dele. De repente só se fala em SMO em notícias/entrevistas, parece que as FA não têm lacunas gravíssimas e falhas a nível das reservas de guerra, nem que neste momento são uma nulidade contra uma ameaça convencional. Não vejo notícias a chamar a atenção para a necessidade de substituir com urgência as Meko, ou para ter uma capacidade AA terrestre decente.
 

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Re: REFORMAR E MODERNIZAR AS FORÇAS ARMADAS
« Responder #3087 em: Abril 05, 2024, 10:42:20 am »
Quanto ganha um militar? De 821,83€ a 6.558,53€
Nuno Mandeiro

Dois majores-generais desmistificam a remuneração dos soldados que juraram proteger Portugal

O salários dos militares (veja as tabelas remuneratórias no final do artigo) rege-se por uma tabela remuneratória ligada à da Função Pública a que acresce o suplemento de condição militar (SCM), e quanto maior a patente, maior será o salário em questão. No entanto, ficam duas questões: quanto ganharia alguém que fosse convocado num eventual regresso do Serviço Militar Obrigatório ou até no improvável caso de uma mobilização de emergência em Portugal? E serão os salários que estão a afastar os jovens das Forças Armadas?

Para o major-general Isidro de Morais Pereira, a resposta à segunda pergunta é clara: "Paga-se muito mal aos militares e tem de se pagar mais." "O que é que leva um jovem de Bragança ou Vila Real a vir para o desterro de Santa Margarida para receber o mesmo do que numa caixa registadora?", questiona o especialista militar, lembrando que "neste momento, os jovens militares ganham quase o salário mínimo".

O salário bruto do militares em 2024 (sem impostos deduzidos), de acordo com os dados da Associação de Praças, variava entre um mínimo de 821,83€ (única escalão sem SCM), de um soldado recruta, e um máximo de 6.558,53€ (valor que já inclui um SCM de 1.176,42€), pertencente ao Chefe do Estado-Maior do Exército, almirantes e generais. No caso dos praças, há 20 escalões diferentes que variam entre os 821,83€ e os 2.015,82€; nos sargentos há 19 escalões, em que a remuneração mais baixa é de 1.253,68€ e a maior de 2.593,73€; por fim, nos oficiais, as variações oscilam entre 30 escalões de 1.321,07€ e 6.558,53€.


Nas Forças Armadas há três tipos de profissionais: os militares profissionais – oficiais e sargentos que pertencem aos quadros; os militares do serviço militar obrigatório – que são conscritos, ou seja, estão alistados sem um contrato, sendo que após o período de obrigatoriedade abandonam a vida militar; e voluntários – que têm um contrato a termo e no final desse período ou passam para os quadros ou abandonam a vida militar. Existem ainda os mercenários, como é o caso do Grupo Wagner, que "são puros profissionais, sendo esta uma estrutura paralela às forças tradicionais, quase privada", aponta Agostinho Costa.

O major-general Agostinho Costa explica que noutros países, e antigamente em Portugal, o que que acontece é que, no serviço militar obrigatório (SMO), "os recrutas recebem um pré-salário e não um salário". "De certo modo semelhante ao que acontece nas empresas com os estágios", diz o especialista militar, acrescentando que "no fim desse período a empresa [neste caso, o ramo das Forças Armadas] decide se quer ficar com o estagiário [o recruta] e, aí sim, começa a pagar-lhe um salário completo".


No caso de uma mobilização de emergência, o cenário é diferente e os convocados recebem uma compensação monetária semelhante àquela que os voluntários - cidadãos que se alistaram por livre vontade e ficam com um contrato a termo com as Forças Armadas - recebem, esclarece Agostinho Costa, lembrando que não poderia ser de outro modo: "Apesar de terem sido convocados para o serviço militar, os cidadãos continuam a ter obrigações económicas."

O major-general Isidro de Morais Pereira defende que é imperativo "tornar as Forças Armadas suficientemente atrativas" e que com "boas instalações, equipamentos de qualidade e com bons salários, muitos jovens estarão dispostos a alistarem-se".

"O problema número um, neste momento, é monetário. Se pagássemos mais, tínhamos mais voluntários. O grande problema é fundamentalmente o dinheiro e a falta de dignificação. A Europa está a acordar de um verdadeiro pesadelo e precisa de um complexo militar capaz e de conseguir mobilizar os seus cidadãos", sublinha Isidro de Morais Pereira.


Existem ainda subsídios pagos consoante cada situação. Agostinho Costa explica que, independentemente de como foram parar às Forças Armadas, "quem for destacado para uma zona de combate recebe uma compensação extraordinária, algo que não se aplica aos que fiquem na retaguarda, nas zonas logísticas de cargas e descargas". O major-general lembra ainda que, em todos os casos, "as famílias receberão ainda uma compensação em caso de morte".

"O país tem a obrigação de olhar pelos familiares dos militares", acrescenta Isidro de Morais Pereira, referindo-se ainda aos apoios pagos, como nas missões da ONU, em que, para além do acréscimo, os países comprometem-se a isentar de impostos os militares em missão - contudo, tanto durante o treino como a preparação, o imposto mantém-se.

Tabela remuneratória (Fonte: Associação de Praças)



https://cnnportugal.iol.pt/recrutamento-obrigatorio/soldados/quanto-ganha-um-militar-de-821-83-a-6-558-53/20240405/660e7757d34e0498921f5e36
7. Todos os animais são iguais mas alguns são mais iguais que os outros.

 

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Cabeça de Martelo

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Re: REFORMAR E MODERNIZAR AS FORÇAS ARMADAS
« Responder #3088 em: Abril 05, 2024, 12:48:18 pm »
Uma outra opção usada em muitos países, incluindo Espanha, uma força de reservistas.

 :arrow: https://www.defensa.gob.es/Galerias/defensa_yodocs/RV-HazteReservista.pdf

França (neste caso no 2º REP):





7. Todos os animais são iguais mas alguns são mais iguais que os outros.

 

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nelson38899

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Re: REFORMAR E MODERNIZAR AS FORÇAS ARMADAS
« Responder #3089 em: Abril 05, 2024, 03:16:12 pm »
"Que todo o mundo seja «Portugal», isto é, que no mundo toda a gente se comporte como têm comportado os portugueses na história"
Agostinho da Silva