Caro NVF.
Os meus dados dizem que as Burke têm 303 tripulantes, no seu complemento total, incluindo a tripulação destinada a controlar os misseis de cruzeiro Tomahwak.
Em 2015 (DOIS MIL E QUINZE) a Burke serão navios já “não muito modernos) e as maiores marinhas do mundo já terão introduzido sistemas de combate AEGIS ou identicos ao AEGIS.
A Espanha, França, Italia, Holanda, Reino Unido e Alemanha, já terão este tipo de navios (ou melhores).
Se a marinha quer ter dois navios, não tem muitas hipoteses. Ou compra dois contra-torpedeiros novos á Holanda ou á Alemanha, ou então tem que se contentar com um navio com características anti-aéreas aos Estados Unidos. Portanto não é uma questão de Twilight Zone. Estamos a discutir cenários futuros que são inevitáveis.
Qual será mais factível: Contra-torpedeiros americanos em segunda mão, ou fragatas/contra-torpedeiros novinhos em folha e pagos a dinheirinho vivo por Portugal?
Não creio que isto seja “Twilight Zone” nenhuma.
É preferivel que comecem a entregar cruzadores a Taiwan, porque em 2015 as Arleigh Burke começam a ficar encostadas, se os americanos começarem a introduzir o novo conceito de destroyer stealth.
Não sei como estão as coisas com Taiwan. Os quatro Destroyers KIDD, armados com SM-2 só devem estar prontos em 2006. Se os E.U.A. vendem mais dois ou três Tyco a Taiwan, os chineses vão-se amandar ao ar.
Outros países que podem estar interessados nesses navios são: a Grécia, a Turquia e a Polonia.
O custo com os cruzadores não é só com o pessoal, é com a manutenção de um navio que tem um deslocamento quase tão grande quanto todas as Vasco da Gama juntas. Sistemas muito mais complexos.
Depois, não pense que vai colocar os marinheiros das corvetas ou das fragatas João Belo num cruzador Tyconderoga. Essas contas não se podem fazer. A formação que tem que se dar para manter a tripulação de um cruzador é muito diferente da que tem que se dar para manter a tripulação de cinco corvetas.
Um cruzador Tyco, é uma plataforma de fogo macissa, e a sua grande vantagem é o missil SM-2 para defesa anti-aérea além do sistema AEGIS. Entre um Tyco e toda a nossa esquadra de corvetas Baptista de Andrade, João Coutinho e fragatas João Belo, vai um oceano de diferênças e de custos de manutenção.
Devo qcrescentar que a desclassificação de cruzador para contra-torpedeiro, sería lógica, dado os navios deixarem de ter os misseis Tomahawk, e passarem a ser escoltadores puros, pelo que na prática, automaticamente passaríam a contra-torpedeiros pela sua missão de protecção.
O outro problema é o custo (naturalmente) e o facto de o casco durar por mais uns 20 anos. Logo, a sua substituição ocorrería ao mesmo tempo das Vasco da Gama.
Eu tenho a impressão de que li algures que as Spruance foram consideradas como uma opção para Portugal, mas que foram consideradas um exagero por Portugal. Aliás a sua oferta ao Brasil também foi cogitada, bem como ao Chile. Mas a verdade é que são navios demasiado grandes e com poucas vantagens relativamente ás Perry. Os mesmos sistemas, os mesmos misseis AA das Vasco da Gama, os mesmos radares das Perry, num esqueleto muito maior. Se me dessem a escolher entre duas Spruance, e duas Perry eu também optaria pelas Perry.
Quando de aqui a uns anos, os nossos cinco principais navios forem “relativamente” modernos, estaremos em melhores condições para fazer a evolução natural para navios mais eficazes e tecnologicamente mais avançados. Hoje, a mudança sería tão cara que a marinha não tería dinheiro para introduzir um Tyco, quanto mais dois. Mas dentro de dez anos, tudo será diferente.
Cumprimentos