Na minha opinião este conflito foi nitidamente “encomendado” pela Irão coadjuvado pela Síria.
As operações em que foram sequestrados os soldados israelitas poderiam simplesmente terem-se saldado pela morte dos mesmos, a não ser que o objectivo fosse (e era) capturar os soldados para como é habitual no povo judeu em «não deixar ninguém ficar para trás», provocar uma reacção israelita que, “apimentada” com ataques inéditos e bem coordenados contra cidades do interior de Israel, só poderia ser contundente. Está reacção contundente de Israel criaria um conflito na região que provocaria um desgaste na opinião pública internacional e retiraria qualquer margem de manobra política para o lançamento de uma ofensiva militar contra o Irão pela continuação do seu programa nuclear.
Não podemos esquecer que Israel já tinha iniciado um plano de paz ambicioso (iniciado por Ariel Sharon) que inevitavelmente levaria à liberdade a maior parte dos prisioneiros que o Hezbollah e sobretudo o Hamas dizem querer trocar pelos soldados israelitas. Como tal, a teoria de que o sequestro dos soldados israelitas tinha por objectivo a sua troca por outros prisioneiros na posse de Israel, cai por terra.
O Líbano por outro lado não tem capacidade para se impor ou desarmar o Hezbollah, que recebe entre 300 a 500 milhões de dólares por ano do Irão e tem a retaguarda protegida pela Síria.
A sua população está a pagar, infelizmente, um preço elevado pela atitude miserável do Hezbollah em ocultar armas e operacionais no meio de instalações civis. Ainda ontem um canal britânico mostrava o que restava de 4 rampas de lançamento de mísseis montadas sobre camiões, que Israel acabara de destruir, em pleno centro de um bairro cristão de Beirute.
Não são os israelitas que estão atingir civis, pelo menos directamente, é o próprio Hezbollah que os utiliza como garante da segurança do seu armamento (a maior parte dele oculto em instalações civis) e dos seus próprios operacionais.
Provavelmente Israel será forçado a lançar uma ofensiva terrestre com vista a eliminar os objectivos (entre 40% a 50% dos mísseis do Hezbollah estão ainda “intactos” segundo fontes de inteligência israelitas) que sobreviveram à campanha aérea.
Entretanto o programa nuclear iraniano prossegue na máxima velocidade, ao coberto de uma “nuvem de pó” que os dois últimos e mais perigosos cancros do médio oriente souberam de forma quase eximia levantar; Os governos do Irão e da Síria.
Isto faz-me acreditar cada vez mais nas palavras que foram tornadas públicas de um agente dos serviços secretos alemães: «é uma questão de meses para que o Irão possua a sua primeira bomba atómica» Eles os “meses” estão a consegui-los. Se conseguirem o resto será uma tragédia para a humanidade, não tenham dúvidas.