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Forças Armadas e Sistemas de Armas => Força Aérea Portuguesa => Tópico iniciado por: Marauder em Maio 23, 2006, 08:31:50 am
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CDS propõe 12 anos de serviço para pilotos da Força Aérea
O CDS/PP quer aumentar de oito para 12 anos o tempo mínimo de permanência ao serviço dos pilotos da Força Aérea, sob pena de ser posta em causa a operacionalidade deste ramo por «ruptura de pilotos aviadores».
Numa proposta de alteração legislativa entregue esta segunda-feira na Assembleia da República, o grupo parlamentar do CDS/PP sustenta que a Força Aérea necessita de 294 pilotos para «cumprir exemplarmente a sua missão», tendo neste momento apenas «cerca de 200».
A carência de pilotos da Força Aérea estará essencialmente relacionada com a «enorme pressão do mercado», sobretudo de companhias de aviação civil, para a contratação de pilotos deste ramo das Forças Armadas, explicou à Lusa o deputado do CDS/PP João Rebelo, primeiro subscritor da proposta.
A esta razão, disse ainda João Rebelo, acrescem factores como os critérios «muito exigentes» de ingresso na Academia da Força Aérea ou a «baixa remuneração» suplementar que os pilotos recebem por hora de voo realizada.
Na fundamentação do projecto de lei, o CDS/PP salienta que «o Estado, através da Força Aérea, investe muitos milhões de euros na formação dos pilotos aviadores do seu Quadro Permanente», pelo que «deverá também esperar que o tempo mínimo de serviço efectivo seja proporcional ao investimento que realiza na formação».
Para os democratas-cristãos, «a situação de carência de pilotos poderá num futuro próximo colocar em causa a Missão da Força Aérea», havendo ainda a necessidade de «adaptar a legislação portuguesa à realidade da maioria dos países da NATO».
O CDS/PP propõe, por isso, uma alteração ao Estatuto dos Militares das Forças Armadas para que o tempo mínimo de serviço efectivo seja de 12 anos para o caso do «quadro especial de pilotos aviadores».
Diário Digital / Lusa
22-05-2006 17:00:00
de:
http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?s ... ews=228799 (http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?section_id=12&id_news=228799)
A falta de pilotos realmente é um problema grave da FAP..uma medida assim deste género talvez pudesse resolver o problema. E afinal, a TAP pode os ir recrutar a outros países, outras companhias...
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Acho que era uma excelente medida, todos nós pagamos a formação desses pilotos, por isso acho que esse tempo extra na FAP é uma excelente forma de, por um lado, reduzir o déficit de pilotos e por outro rentabilizar o investimento feito pelo estado Português.
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Finalmente uma boa proposta.
Cumprimentos
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Há que ouvir os Pilotos da FAP.
A ideia parece bem intencionada, mas quer de itenções quer de parecenças, está o inferno cheio.
Isto faz sentido no contexto geral de diminuição de regalias da função pública (FAS incluídas), pelo que opino em que o nº de anos tem de estar em equilíbrio com as necessidades e com os sacrifícios de todos porque ninguém merece servir de expiação pelo mal de todos. Assim insisto em que os Pilotos da FAP devam ser ouvidos.
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Para quê ouvir os pilotos da fap, então primeiro estão os interesses do país ou dos pilotos.
Aquilo é uma academia ou sucursal da tap ou quê, não é o que até agora têm feito os ex-pilotos da fap, que com os mais diversos expedientes têm se safo ás obrigações do juramento feito...
Que eu saiba nas forças armadas a democracia é o interesse da NAÇÃO
e não o de grupos de pessoas, por muito respeito que nos mereçam os pilotos da fap.
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Também concordo com esta medida tomada pelo governo.
O mal é que a medida não foi tomada pelo governo, mas sugerida pelo CDS/PP. Esperemos que o governo tenha a decencia de a aceitar ou apresentar ideia parecida. Deixar em "águas de bacalhau" como tem sido até ao momento é que não..
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O CDS descobriu a pólvora.
Há muito tempo que eu ando por aqui a falar disso e a referir que a falta de pilotos para a FAP, (quer para os caças, quer para os helis e aviºões de transporte) não é uma fatalidade divina, mas decorre de uma politica de recursos humanos diferente, que se exige.
E se o Governo efectivamente quer, tem que pagar.
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Falta de pilotos na Força Aérea controlada até ao fim da década
Manuel Carlos Freire
O número crescente de pilotos milicianos ao serviço da Força Aérea Portuguesa (FAP) tornará residual, dentro de dois anos, o crónico problema da falta daqueles especialistas nos seus quadros, disseram ao DN altas patentes do ramo.
"O problema centra-se [actualmente] na falta de pilotos-comandantes", afirmou um general, referindo-se aos chamados pilotos-aviadores (PILAV) formados na Academia da FAP e cuja saída do ramo para as companhias aéreas civis deixou a Força Aérea, há quase uma década, com menos uma centena desses operacionais num quadro de 300 efectivos.
A FAP tem actualmente 47 pilotos milicianos, admitidos desde 1999 em regime de voluntariado e por períodos máximos de seis anos, informou o porta-voz do ramo. Segundo o major Paulo Gonçalves, esse número corresponde a cerca de "21%" face ao conjunto dos PILAV que estão nos quadros permanentes. Actualmente estão mais 48 contratados em formação na base aérea de Beja, havendo ainda 20 vagas em aberto para este ano. As lacunas levam a Força Aérea a admitir jovens com o 12.º ano de escolaridade (área de matemática) para esse quadro.
Os milicianos tiram um curso de ano e meio e podem ascender ao posto de tenente durante o tempo de permanência nas fileiras, que a FAP pretendia ver alargado para os oito anos como forma de rentabilizar o investimento feito. Os PILAV tiram uma licenciatura de cinco anos e podem chegar ao generalato, depois de comandar bases aéreas e desempenhar funções de Estado-Maior.
Os dados existentes são uma consequência da política assumida em 2004 pelo então chefe do Estado- -Maior da Força Aérea (CEMFA), general Taveira Martins, ao decidir "formar o maior número possível de pilotos milicianos" para limitar o problema. Além de suprir as faltas existentes na FAP, esses contratados iriam diminuir a pressão sobre os quadros permanentes da Força Aérea por serem obrigatoriamente colocados no mercado de trabalho civil ao fim de alguns anos.
Recorde-se que, até 2001, muitos PILAV usavam um subterfúgio legal (concorrer a eleições) para deixar as fileiras sem perda de regalias. E quando a lei foi alterada, naquele ano, houve quem preferisse perder todas as regalias porque eram compensadas pelos salários das companhias aéreas. Essa sangria contínua levou o deputado João Rebelo (CDS/PP), em 2006, a propor o alargamento - dos oito para os 12 anos - do tempo mínimo de permanência dos PILAV nas fileiras, suscitando fortes críticas da Associação de Oficiais das Forças Armadas (AOFA).
Fonte: http://dn.sapo.pt/2007/03/05/nacional/f ... olada.html (http://dn.sapo.pt/2007/03/05/nacional/falta_pilotos_forca_aerea_controlada.html)
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Uma coisa que eu nunca percebi foi o porque de impor uns criterios de selecção para a academia tão exigentes que nunca se consegue preencher todas as vagas?
Nos outros paises tambem é assim? penso que não a pouco tempo tive a falar com uns pilotos da UN que até oculos usavam. Alguem sabe responder?
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É bem feito! Muitos destes senhores aprovitam-se da AFA/FAP e dos impostos que nos pagamos para tirar um curso grátis de pilotagem, e depois ir "cursar" para outro lado, para os lados da Portela.. Sem dúvida que os critérios na Academia são rigorosos eu própio passei por eles. Nos dialogos que tive nas salas de espera para os testes tive alguns dialogos com camaradas " alguns dos quais frequentam o curso de PILAV" e que me confidenciaram que o seu objectivo seria fugir para a TAP..Acho que todo o processo de selecção deveria ser revisto, para alem das capacidades intelectuais e de coordenação, deveria ser dada uma maior enfâse ao verdadeiro "amor" que os candidatos tem a FAP e a Pátria e não aos euros que recebem ao fim do mês.. Mas por outro lado se tivessemos uma FAP equipada com meios modernos e com capacidade de combate, provavelmente teriamos mais pessoas a querer continuar nas fileiras...
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citação:
Mas por outro lado se tivéssemos uma FAP equipada com meios modernos e com capacidade de combate, provavelmente teríamos mais pessoas a querer continuar nas fileiras...
É precisamente isso, mais o chico esperto que quer o curso de borla.....
Quem tem um trabalho, ou serviço sem motivação, perde aos poucos o entusiasmo pelas funções que desempenha....
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Sim, a desmotivação crescente é um factor de saída.. Valha a TAP a estes senhores..
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A FAP Possui apenas 200 Pilotos?! :roll:
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200 pilotos operacionais para uma duzia de aviões também operacionais, mas se conhecer o EMFA devem ser mais 2000 (dois mil) pilotos de esferografica......
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Perfeito exagero Viritao...
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Não sei se será assim tanto exagero, assima de Major (inclusive) há por lá muitos, é só dar um pontapé numa porta e encontra-se logo PILAV's e então daqueles que nem uma hora de voô fazem e €€....
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Decreto-Lei n.º 310/2007, D.R. n.º 175, Série I de 2007-09-11
Ministério da Defesa Nacional
Altera o Estatuto dos Militares das Forças Armadas, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 236/99, de 25 de Junho, aumentando o tempo mínimo de serviço efectivo na especialidade de piloto aviador de 8 para 12 anos
http://dre.pt/pdf1sdip/2007/09/17500/0644706447.PDF (http://dre.pt/pdf1sdip/2007/09/17500/0644706447.PDF)
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Não é isso que os vai impedir de sair, há sempre a opção de indemninzação, com valores a rondar os 150000€, há mesmo quem faça um empréstimo para poder sair e depois com o ordenado com que ficam dá para rentabilizar esse valor
Exemplos de militares que chumbam na academia em pilav, depois optam por Pil, fazem os mínimos em aeronaves plurimotores, nomeadamente Casa C-212, ou seja as horas que a TAP exige e depois dão o salto para a aviação civil!
Até mesmo pilotos de F-16 o fazem, na maior parte das vezes por razões familiares e depois também por questões de carreira, porque ao chegar a Major (alguns até antes) saltam do cockpit para a secretária e isso causa desmotivação. Comparando com os americas que mantêm Coroneis em missões operacionais com jactos!
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Até mesmo pilotos de F-16 o fazem, na maior parte das vezes por razões familiares e depois também por questões de carreira, porque ao chegar a Major (alguns até antes) saltam do cockpit para a secretária e isso causa desmotivação. Comparando com os americas que mantêm Coroneis em missões operacionais com jactos!
Qual é causa disto, o facto de termos poucos aviões?
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Em parte pode ser isso, porque acabam por ter de dar lugar aos mais modernos, aos alferes e tenentes que após o brevetamento são colocados nas esquadras de vôo e a progressão na carreira é a um ritmo fora do comum, comparando com as outras especialidades, nomeadamente as especialidades técnicas, conseguimos ter majores com 35 anos, mas muitos saem em capitão porque os favorece no ínicio de carreira na aviação civil.
Mas lá está a dimensão do país também não nos permite ter muito mais, até pelas reduções no orçamento. Mas o maior atractivo além do continuar a voar é sem dúvida a remuneração monetária, que no universo da força aérea favorece os Pilav, Pil, Nav em relação aos restantes, mas mesmo assim é francamente inferior ao auferido na aviação comercial.
E mesmo assim há falta de pilotos, nomeadamente nos EH-101 e C-130 que provoca taxas de esforço desmesuradas, mas todas as esquadras têm as suas dificuldades, mesmo os jactos, com o F-16 porque têm de assegurar o Alerta Aéreo disponível H24 com duas aeronaves, também o Falcon 50, tem cada vez mais sido usado para missões urgentes de transporte de orgãos ou feridos graves, enfim é uma multiplicidade de missões, em que havendo mais pilotos aptos reduziria a taxa de esforço dos actuais, permitindo que as familias dos visados não sejam afectadas pelas ausências prolongadas.
Nesse aspecto na TAP é uma vidinha bem mais descontraída e bem mais compensadora!
A ver vamos o que a reformulação das carreiras militares nos vai trazer em 2008 (já não se usa o nunca pior, porque isto tem tendência a piorar mesmo).