Bom dia,
esta é a minha primeira mensagem em foruns portugueses, embora há já vários anos (tenho 40, e desde os 20) participe em discussoes sobre geopolitica e geoestrategia.
Uma observação atenta ao comportamento de Papandreou evidencia numerosas similaridades com o que fez José Sócrates em Portugal nos ultimos tempos do seu consulado: apego ao poder em nome da responsabilidade, autocracia e autismo desenfreados, e controle das cupulas do Estado, que lá como aqui representa uma fatia importante da população "activa", isto é, que é subvencionada a troco da brandura nos costumes.
Por ter tido essa mesma informação, acerca de ser já expectável há meses, por parte de amigos gregos, concordo que dever-se-ia ler com cepticismo qualquer extrapolação sobre a troca de chefias militares efectuada esta semana. Contudo, o facto de estar prevista e ter havido leaks quanto à sua realização não deve conduzir à conclusão de ser desconexa da situaçao politica tal como se desenvolveu nos ultimos dias...
“Let your plans be dark and impenetrable as night, and when you move, fall like a thunderbolt.”
― Sun Tzu
Se há algo que é certo na Grécia neste momento, é que o partido no poder é incompetente e que as instâncias soba sua alçada atingiram massa critica, e falo em numero bruto de gente e de ramificações a "mamar à conta", algures no inicio deste ano. O mesmo vai acontecer em Portugal com a recusa obstinada de alguns sectores (construção, empresas publicas, etc.) em compreenderem que adiar a contracção e o desbaste, permanecendo num rumo expansionista como se ainda vivessemos na Terra do Nunca cuja ilusão começou com Guterres, vai ter um custo hediondo quando a realidade embater de frente. Em Atenas isto já se percebeu, finalmente, mas ninguem quer ser o primeiro a largar o osso. Conjecturo que Papandreou pensava contar com apoios que entretanto tera perdido, e agiu de imediato no sentido de conter mais uma frente de combate que nao pode deixar abrir.