Academia Militar (170 anos)

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Academia Militar (170 anos)
« em: Janeiro 12, 2007, 07:00:36 pm »
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Academia Militar: Falta de emprego e vontade de liderança motivam candidatos

Por Elsa Resende, da Agência Lusa

     

     Lisboa, 12 Jan (Lusa) - A falta de emprego, a vontade de liderança ou o de sejo de aventura levam os jovens, a maioria homens, a concorrer à Academia Milit ar, instituição universitária que prepara oficiais do Exército e GNR, e que hoje comemora 170 anos.

     De acordo com estatísticas facultadas à Agência Lusa pelo estabelecimento  de ensino, o número de candidatos subiu nos últimos três anos, tendo ascendido,  em 2006, aos 1.578, mais 300 do que em 2005 e mais 384 do que em 2004.

     Em declarações à Lusa, o chefe da Secção de Psicologia Aplicada da Academi a Militar, major Palma Rosinha, manifestou-se convicto de que haverá "uma tendên cia para o crescimento estabilizar", embora a oferta de cursos disponíveis possa continuar a suscitar interesse nos potenciais candidatos.

     Ainda assim, apenas foram admitidos, no ano passado, 127 candidatos, tanto s quantos as vagas disponíveis.

     "A taxa de reprovação dos alunos é relativamente baixa", assegura Palma Ro sinha.

     Além dos cursos de Armas (Infantaria, Artilharia e Cavalaria), a Academia  Militar lecciona, em alguns casos com a colaboração de universidades civis, Admi nistração Militar, Engenharia (Mecânica, Transmissões e Electrotécnica), Ciência s Farmacêuticas e Medicina (Médica, Veterinária e Dentária).

     A esmagadora maioria dos alunos, 88 a 90 por cento, são homens, sendo que  as mulheres optam, preferencialmente, pelos cursos de Administração Militar, Med icina e Engenharia.

     Um dos requisitos de admissão dos candidatos é, em ambos os sexos, terem m enos de 22 anos, independentemente de serem civis ou militares.

     Além da formação específica na área leccionada, comportamental e novas tec nologias, os alunos têm obrigatoriamente de cumprir um programa de treinos físic os e instrução militar.

     De acordo com Palma Rosinha, que também é psicólogo, a dificuldade em arra njar trabalho fora da instituição militar, o gosto pela liderança de uma equipa  ou pelo risco de participar num cenário de conflito no estrangeiro levam os jove ns a concorrer à Academia.

     "Há os que querem encontrar alguma estabilidade e vêem que as ofertas no m ercado de trabalho não são tão favoráveis, os que querem fazer carreira e revela m capacidade de comando, pela forma como trabalharam em grupo nas escolas, em co lectividades ou nos escuteiros e os que se sentem cativados pelo factor risco, a ventura associado à condição militar", enumerou.

     "Há também candidatos com trabalho cívico feito, para quem os treinos oper acionais e as missões de paz e ajuda humanitária são cativantes", reforçou.

     A ideia de "servir voluntariamente a Pátria" ou a identificação com os "va lores militares, como a lealdade e a responsabilidade", aparecem igualmente na " listagem" das motivações dos candidatos.

     Contrariamente aos alunos das universidades civis, os cadetes da Academia  Militar são dos estudantes mais privilegiados: têm alojamento e alimentação grat uitos nas suas instalações, apoio social, assistência médica, medicamentosa e ho spitalar.

     Estão também isentos do pagamento de propinas, matrículas e inscrições e a inda recebem uma bolsa de formação, que pode ultrapassar os 1.000 euros nos últi mos anos lectivos.

     A instituição, que actualmente forma oficiais do Exército e da GNR, prepar ou em tempos oficiais da Guarda Fiscal (quando esta era autónoma da GNR) e da Ma rinha e Força Aérea.

     O estabelecimento adoptou a designação de Academia Militar em 1959, tendo  os seus antecedentes históricos na Escola do Exército, fundada a 12 de Janeiro d e 1837 pelo Marquês de Sá da Bandeira, do qual existe a prótese de um braço e um a espada no museu da instituição.

     As suas instalações dividem-se pelo aquartelamento/sede, em Lisboa, que oc upa o Palácio da Bemposta, datado do século XVIII, e pelo destacamento da Amador a, de construção mais recente.


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Academia Militar: Do dicionário ao capacete-simulador do "stress de guerra"

Por Elsa Resende, da Agência Lusa

     

     Lisboa, 12 Jan (Lusa) - Um dicionário com vocábulos militares, uma munição

de combate a incêndios florestais ou um capacete-simulador do "stress de guerra " são alguns dos projectos em curso no Centro de Investigação da Academia Milita r, que se debate com escassez de verbas.

     Criado em 2001, o Centro de Investigação da Academia Militar (CINAMIL) coo rdena projectos de investigação científica e desenvolvimento tecnológico do Exér cito, contando com o apoio académico e financeiro de algumas instituições de ens ino superior civis e militares e empresas.

     Além de conduzir os projectos apresentados pelas várias instituições ou em presas associadas, o organismo assegura a construção de protótipos e o registo d e patentes, com o intuito final de ser fabricado um produto para o mercado, nest e caso o Exército.

     O CINAMIL promove ainda seminários, conferências, estágios e cursos de for mação.

     O Centro tem um Conselho Científico, formado por oficiais da Academia Mili tar e professores civis, que aprova a qualidade técnica dos projectos.

     Posteriormente, uma comissão de avaliação e acompanhamento encarrega-se de apreciar a viabilidade financeira e os contributos do trabalho de investigação  para o Exército.

     A esta estrutura compete igualmente supervisionar a realização dos project os, após aprovação do Chefe de Estado-Maior do Exército.

     "O nosso grande problema é a falta de verbas", revelou à Lusa o vice-presi dente do CINAMIL, tenente-coronel Carlos Ribeiro, acrescentando que, por esse mo tivo, muitos projectos arrastam-se no tempo, acabam em relatórios finais e publi cações ou simplesmente não são financiados.  

     "O orçamento é relativamente reduzido. No ano passado, obtivemos 300 mil e uros, este ano teremos um pouco menos, na ordem dos 200 mil euros", justificou,  exemplificando que há projectos que atingem quase esse valor.

     A acreditação do Centro de Investigação pela Fundação para a Ciência e Tec nologia é uma das grandes "batalhas" da Academia Militar, uma vez que esse recon hecimento, na opinião do responsável, abriria caminho para outras fontes de fina nciamento ou para outras parcerias com instituições de investigação e empresas n acionais e estrangeiras.

     A criação de um secretariado permanente que permitisse acelerar a condução dos projectos, para posterior aprovação, é outra das metas do CINAMIL.

     Engenharia, Psicologia, Sociologia, Gestão, História Militar, Ambiente, Se gurança e Defesa são algumas das áreas científicas que são estudadas.

     Entre os projectos de investigação a decorrer contam-se a avaliação das co mpetências do oficial do Exército e da GNR, para efeitos de selecção de futuros  candidatos e elaboração de novos currículos, e a adaptação de uma munição, com e nchimento de um químico apropriado, para combate a fogos florestais.

     A configuração de um programa de simulação de situações de catástrofe, com o incêndios, inundações e sismos, com recurso a um sistema de informação geográf ica e imagens digitalizadas a três dimensões, e a edição de um dicionário biling ue (em português e inglês) com 10.000 termos militares do Exército são outros do s projectos em curso.

     O vice-presidente do CINAMIL admite que, dependendo da aceitabilidade do d icionário, cuja execução está a cargo da Academia Militar com o apoio da Escola  Superior de Comunicação Social, poderão ser editados outros com léxico próprio d a GNR, Marinha ou da Força Aérea.

     A elaboração de um manual de procedimentos de reciclagem de materiais em f im de vida, como viaturas, computadores, armamento, máscaras ou fatos de protecç ão, também figura na lista de projectos de investigação do CINAMIL.

     Em fase de teste encontra-se o capacete-simulador do "stress de guerra", p rojecto co-financiado pelo Centro de Psicologia Aplicada do Exército, Hospital J úlio de Matos e laboratórios Pfizer.

     Na prática, trata-se de um capacete ligado a um simulador que projecta ima gens virtuais de situações potencialmente traumáticas para o soldado em campo de batalha, como o rebentamento de uma mina, uma emboscada, a morte ou o ferimento de um companheiro.

     Os "teatros de guerra" que serviram de modelo são os das antigas colónias  portuguesas em África (Angola, Moçambique e Guiné Bissau).

     "O objectivo é estudar o comportamento do militar, ver as suas reacções qu ando é um dos intervenientes nos cenários de guerra", salientou o tenente-corone l Carlos Ribeiro.
"Portugal civilizou a Ásia, a África e a América. Falta civilizar a Europa"

Respeito