Especialista descarta mudanças radicais na política externa de ObamaAs mudanças na política externa dos Estados Unidos, após a vitória eleitoral do democrata Barack Obama, não serão mudanças de fundo, devido aos compromissos de longo prazo herdados do governo de George W. Bush e ao impacto da crise financeira, destacou a revista especializada londrina
Jane's.
O editor responsável pelos Estados Unidos nessa publicação, Robert Munks, apontou que, apesar das promessas do presidente eleito em fazer mudanças significativas, a diferença entre a sua política externa e a do governo republicano de George W. Bush "será mais na apresentação do que na essência".
Obama "tentará mudar as percepções negativas no exterior", em relação aos Estados Unidos, acrescentou Munks.
As mudanças na política externa norte-americana não serão dramáticas devido "aos efeitos da crise económica" e "aos actuais compromissos de longo prazo herdados da Administração Bush", explicou o analista.
Munks disse ainda que o futuro chefe da Casa Branca irá colocar "maior ênfase no multilateralismo, utilizando as ferramentas de um 'soft power' e até recorrendo a uma diplomacia directa com medidas das quais Bush se mantinha afastado".
O especialista destacou, contudo, que a política externa de Obama pode apresentar mudanças significativas em relação a alguns países, entre eles Cuba, Colômbia, Paquistão, Rússia e Síria.
Ao nível estratégico, Obama dará, provavelmente, "uma maior atenção à independência energética" dos Estados Unidos e a temas ambientais, assim como a factores que afectam a segurança nacional, destacou Munks.
Em muitos dos grandes temas de política externa americana haverá, porém, uma "continuidade geral", como no caso do Iraque, completou Munks, prevendo que Obama manterá um compromisso maior com o Afeganistão.
Além disso, de acordo com Munks, o futuro presidente dos EUA tentará conter as supostas ambições de armas nucleares do Irão e promoverá um "compromisso cauteloso" com Pequim, baseado, principalmente, no comércio.
Sapo