O SU-32 é aquilo que podemos chamar de bombardeiro naval. Um avião de ataque, destinado a garantir o dominio aéreo sobre o mar. Portanto, como é obvio não se coloca a possibilidade de ataque a alvos terrestres, embora tal não fosse completamente impossível
Hum, não é bem assim! O Su-32 vai substituir os Su-24, Mig-27, Su-17 nas missões de ataque "ordinárias" num futuro mais ou menos próximo. O Flanker Su-27 ( talvez SU-35) será o caça de superioridade aérea, e o Mig-29 um caça polivalente.
Ainda é pouco claro se vai substituir o Tu-22M Backfire ( um avião bastante maior) nas missões anti-navio.
Outra diferênça, naturalmente são os sistemas electrónicos e sensores, que no SU-32 estão especialmente adaptados para utilização no mar. O SU-32 é em grande medida uma espécie de P-3 Orion, armado. Ele pode detectar o "Snorkel" ou mesmo boias de comunicações de submarinos a muitos quilometros de distância (pelo menos segundo os dados que os russos disponibilizam).
Mas continuam a ser sempre aviões de classes diferentes! Um Su-32 nunca terá a autonomia nem o conforto suficiente para a tripulação para poder efectuar missões ASW a baixa altitude durante horas a fio. Nem, pelo seu tamanho, poderá transportar a mesma quantidade de sono-bóias ou equipamentos de detecção tão potentes.
Claro que é duvidoso que os Russos vão disponibilizar este missil facilmente.
Uma outra possibilidade, é adaptar o missil Harpoon, o que implicaría alterações ao nivel do software, o que não deve ser nada fora do alcance de empresas portuguesas especializadas em comunicações e software.
Taiwan (e os franceses) já pensou em adaptar os AMRAAM aos Mirage2000. Mas para efectuar isto era necessária a colaboração dos americanos, para fornecerem porções fundamentais do código de software do AMRAM. Qualquer outra coisa é pirataria informática ( perguntem aos chineses...)
Mas acho que um melhor míssil seria o NSM norueguês, com um guiamento final por sensores térmicos passivos, e bastante mais difícil de derrotar que os mísseis actuais como o Harpoon com guiamento final por radar. Além que estes mísseis ocidentais são (em princípio) muito mais resistentes a contra-medidas que os russos.
Os seus principais mísseis AS deverão ser Kh-31, Kh-35, Kh-61/65 ( designações russas, um destes é o tal Yakhont). Em alternativa, o Brahmos indiano ( baseado em tecnologia russa)
No entanto, considero que não sería uma má compra, se tivessemos alguns destes equipamentos.
Já vi uns rumores que o Su-32 por enquanto vai ser apenas para a Russia, e os Su-30 ( Flankers de dois lugares com equipamento de ataque ao solo) para exportar ( os chineses e os indianos já os compraram)
A possibilidade de os utilizar para missões de bombardeamento, também podería eventualmente ser considerada, dado o avião poder transportar oito JDAM para ataque a alvos terrestres.
Teríamos de adoptar bombas guiadas pelo GPS russo ( GLONASS, que funciona mal) por enquanto. No futuro seria perefeitamente possível utilizar todo o sistema AASM ( uma família de bombas com várias cabeças de guiamento, que se podem alterar na hora) francês, baseado no GALILEO. Esta sistema AASM está a ser elogiado pelos americanos pela sua modularidade.
Em termos estratégicos, tal aquisição provocaría um certo desiquilibrio no Atlântico Norte, porque transformaria a marinha portuguesa, numa arma provavelmente demasiado poderosa, nas proximidades do estreito de Gibraltar. Este tipo de avião, juntamente com o software de comunicações para o fazer "falar" com fragatas e submarinos, transformaria o chamado triangulo estratégico continente-madeira-açores num triangulo das Bermudas nas mãos das forças armadas portuguesas.
Como já disse acima, a questão seguinte é "como detectar os alvos?". A área a cobrir é demasiado grande para os radares das fragates ( devido às limtiações impostas pela curvatura do horizonte), e seriam preciso dezenas de submarinos para cobrir e enviar dados. Já agora, não é muito "saudável" ter um submarino a emitir radiação para o ar, porque assim seria imediatamente detectado.
Os helis não têm nêm o radar nem a autonomia para a missão. O P-3 é demasiado vulnerável: assim que activar o seu radar para procurar alvos ( algo obrigatório) o avião AEW da frota inimiga detecta-o a centenas de km de distância, destacando imediatamente caças para a sua intercepção. Se não liga o radar, não há alvos e os Su-32 ficam em terra ( seria suicído usar os aparelhos de ataque para procurarem os seus alvos completamente às escuras).
Portanto volto a dizer, para uma opção de ataque tão completamente temos que ter o resto das "ferramentas" disponíveis. Os russos que os digam, que tinham tantos bombardeiros navais como aparelhos de reconhecimento naval de longo alcance, e mesmo assim viam-se "à rasca" para encontrar as enormes "carrier task forces" americanas.
Já agora, parece que a designação actual é Su-34 ( -27IB era oo 1º protótipo e -32 o 2º)
Cumptos