Eu votei na Marinha e votaria na FAP se houvesse essa opção.
No fundo acho que a reestruturação, mas mais importante o reequipamento é necessário aos 3 ramos.
Acho que cada um com as suas missões, mas com uma FA's curtas, há que garantir a inter-operacionalidade entre os 3 ramos, e julgo que isso tem sido bem conseguido de uns anos a esta parte.
Porquê a marinha e a FAP?
Porque como já tenho escrito, hoje as fronteiras já não se defendem mais em Elvas ou Vilar Formoso, mas por vezes a muitas muilhas de distância.
Interesses só nacionais, ou no âmbito das alianças e esferas geo-estratégicas em que nos inserimos.
Por isso a Marinha e a Força Aérea terão (ou deveriam ter) os instrumentos essenciais para afirmar uma politica de Defesa que pudesse ser instrumento para alicerçar uma politica externa que não se limitasse à nossa integração europeia.
Portugal, ao ser um país pequeno, periférico, o que pode dar à Europa?
Pouco.
A sua grande mais-valia no seio da UE será uma relação priveligiada com o mundo lusófono, quer através de participações e investimentos económicos, mas também por uma politica cultural e linguística, e sobretudo por uma cooperação militar estreita que crie novas realidades geo-estratégicas no Atlântico.
Portugal se esquecer isso perderá a sua dimensão atlântica tradicional e perder-se-á, desaparecerá no seio da Europa dos 25.
Por isso a vertente atlântica, através de uma ligação estratégica aos EUA e sobretudo ao mundo lusófono é primordial para que Portugal possa representar no seio da UE algo mais que um pobre país periférico, pequeno e só com 10 milhões de habitantes.
A Marinha e a Força Aérea serão os instrumentos para a afirmação dessa soberania e projecção, através da aquisição de meios de projecção de poder (as fragatas que quanto a mim deveriam ser mais que 5 e sobetudo melhores) e sobretdo através de meios de projecção de forças, que acredito que ficará limitada se tivermos futuramente apenas um único LPD.
Daí as posições que tenho defendido, quando falo dos meus ideiais para um dispositivo naval.
Ao nível aéreo, já que a terceira dimensão deve ser preservada, acho um erro crasso que Portugal assentue a sua já pouca capacidade para defender os seus céus passando de 40 F-16 para apenas 28, sem MLU.
Quando se fala em sacrificar a quantidade pela qualidade, como fica explicada esta decisão de não só reduzir a quantidade mas sobretudo a qualidade, se se anuncuia que os 12 F-12 a aliener serão exactamente os MLU?
E uma politica continuada de recrutamento e gestão de recursos humanos que limite e cerce a capacidade da FAP em operar mais que poucas unidades.
O que se passa relativamente ao Puma's é a vergonha de um país que não pode nem quer ter meios para Protecção Civil, operados pela FAP e prefere vender esses 10 aparelhos a um país que aparentemente ainda acredita que esse helis poderão dar capacidades a esse país.
Mas mais importante, o não investimento em meios de projecção verdadeiramente estratégicos.
Julgo que Portugal poderia por si e no seio da NATO compenasar a sua pouca prestação ao nível de meios de ataque, através da aquisição de meios de projecção e daí que eu defenda o aumento da frota de C-130 de 6 para 8, e eventualmente estudar a sério a possibilidade de compra de 2 C-17, como o que a Boeing nos propôs em 2003.
Porque duvido muito das vantagens em comprar apenas 4 ou 5 A-400M.