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21-12-2004 15:18:00. Fonte LUSA. Notícia SIR-6612355
Temas: política frança defesa
Mediterrâneo: 5+5 acordam reforçar segurança e defesa na região
Paris, 21 Dez (Lusa) - Os responsáveis da Defesa dos dez países da orla do Mediterrâneo, o grupo 5+5, assinaram hoje, em Paris, um acordo para reforçar de forma "progressiva, pragmática e concreta" a segurança e defesa da região.
O ministro da Defesa português, Paulo Portas, mostrando-se convencido do êxito da iniciativa, alertou para a necessidade de garantir que o mar "continue a ser um espaço de liberdade".
"A luta contra o terrorismo, contra diversos tráficos ilegais, catástrofes ecológicas, como naufrágios de navios, ou naturais, como terramotos, inundações ou incêndios" são os desafios que se colocaram aos responsáveis dos países signatários da Declaração, afirmou a anfitriã e impulsionadora da iniciativa, a ministra da Defesa francesa, Michele Alliot-Marie.
O grupo 5+5 integra Portugal, Espanha, França, Itália e Malta, do lado europeu, e pela Argélia, Líbia, Marrocos, Mauritânia e Tunes, em representação do Magrebe.
"O que pretendemos é reforçar os nossos meios quer de protecção preventiva, a nível aéreo e marítimo, quer de acção, quando aconteçam dificuldades ou ameaças nos nossos países", sublinhou.
Trata-se de estabelecer um "diálogo informal para falar entre os países que integram o grupo muito livremente e com confiança", ao mesmo tempo que são realizadas acções de maneira "progressiva e pragmática para actuar" e "relançar uma nova dinâmica de colaboração entre as duas orlas do Mediterrâneo", acrescentou Alliot-Marie.
A responsável francesa adiantou que foram definidas três áreas (protecção civil, vigilância marítima e aérea) e outros tantos níveis de actuação: um encontro anual a nível ministerial, um comité director e tantos comités de peritos quantas as acções a resolver.
"Prova da vontade de actuar rapidamente e de maneira concreta" é - destacou Alliot-Marie - que o comité director, que terá uma periodicidade de encontros bianual, vai reunir-se pela primeira vez no primeiro trimestre de 2005.
Os seus membros deverão supervisionar as acções postas em marcha por decisão ministerial e propor novos planos de acção.
Alliot-Marie mostrou-se "convencida de que este dispositivo vai reforçar o espírito de associação e de confiança mútua" entre os países do Mediterrâneo ocidental.
Este sentimento é partilhado pelos responsáveis dos países signatários desta iniciativa de segurança e defesa que "reforça e complementa" o diálogo multilateral aberto pelo processo de Barcelona da União Europeia (UE) e o diálogo Mediterrâneo no seio da NATO, bem como os laços entre as duas orlas do Mediterrâneo.
"Une-nos o desejo de viver juntos e em paz e esta iniciativa caminha nessa direcção, é um passo simples que há-de transformar-se numa meta importante", destacou o ministro da Defesa espanhol, Jose Bono.
Também o responsável tunisino, Hedi M+Henni, afirmou estar convencido de que a iniciativa terá "êxito" e levará "à paz, cooperação e segurança no Mediterrâneo".
O ministro do Interior argelino, Nurediine Zerhuni, assinalou a "eficácia" da nova colaboração que terá a vantagem de estabelecer o "costume de trabalhar em conjunto" e "criar redes de informação entre os países".
"Trata-se de estabelecer uma rede de colaboração, um foro de entendimento para enfrentar as ameaças", disse, por seu lado, o ministro delegado da Defesa de Malta, Anthony Abela.
O representante líbio, o major general Ahmed Mahmud Az Zwai, confirmou a vontade de o seu país trabalhar para que o Mediterrâneo Snão seja um espaço de guerra, mas sim de comércio e troca".
Estiveram também presentes no encontro os ministros da Defesa de Itália, Antonio Martino, e da Mauritânia, Baba Ould Sidi, e o ministro delegado marroquino, Abderaman Sbai.
EJ.
Lusa/fim