ENVC - Estaleiros Navais de Viana do Castelo, S.A.

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Luso

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« Responder #30 em: Abril 18, 2009, 10:53:42 pm »
E mais um bocadinho de arqueologia noticiosa, desta vez oficial.

http://www.missaorussia.gov.pt/noticias_noticia_01.asp

Comércio: Empresas portuguesas devem aproveitar oportunidades na Rússia - ICEP
As trocas comerciais entre a Rússia e Portugal ainda são pouco significativas, mas as potencialidades são grandes, disse hoje o delegado do ICEP em Moscovo, Ernesto Martins, em entrevista à Lusa.

(...)

Ernesto Martins considerou, no entanto, que, no último ano, as autoridades e os empresários portugueses revelaram "um interesse muito maior" para com o mercado russo.

(...)

Quanto aos sectores mais prometedores para as empresas portuguesas, Ernesto Martins sublinhou que, "além dos produtos tradicionais - calçado, confecções, têxteis e cortiça -, voltou a haver oportunidades boas na construção naval, na construção civil e obras públicas e no turismo".

(...)

25/05/2007 | JM., Lusa/Fim
Ai de ti Lusitânia, que dominarás em todas as nações...
 

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PedroM

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« Responder #31 em: Abril 18, 2009, 11:57:47 pm »
A mim também me faz uma certa confusão porque motivo o Governo Regional dos Açores haveria de ficar com um navio que incumpre flagrantemente o que foi contratado. Um navio não é um bem para 6 meses ou um ano, mas para dezenas de anos.
A marinha, independentemente de ser ou não ela própria, fonte de muitos problemas na construção dos NPO, também não os aceitou e aceitará, se não estiverem de acordo com o que pretende. Porque o haveria de fazer o GR dos Açores?

Ah! Já sei... obviamente porque são todos uns corruptos, alvitra o José Maria Martins, essa sublime e inenarrável figura da blogosfera nacional.

Siga a feira!!
 

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Luso

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« Responder #32 em: Abril 19, 2009, 12:28:47 am »
Não desconverse que não consegue.
Veja as citações da imprensa e faça desses o seu comentário.
O Pedro bem tenta fazer spin mas não consegue.
Olhe, porque não procura o contratozinho e veja se não há faseamentos e fiscalização do trabalho por parte do adjudicante.
Nem que seja por este ponto, já que pelos visto insiste em ignorar os factos.
Essa de usar o "estilo" para condenar a ideia (como fazem os fracos advogados), comigo  - e muito boa gente - não chega.
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Lampuka

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« Responder #33 em: Abril 19, 2009, 01:31:23 am »
Interessante todo este zumzum acerca do navio Atlântida e mais recentemente o Anticiclone. Melhor ainda as duvidas, insinuações e argumentos dos "pseudo-defensores da pátria". Dá vontade de rir (ou de chorar, até fico confuso). Então lança-se o concurso para dois navios, com determinadas características, e o mesmo é ganho por determinado concorrente. Este atrasa-se "só" um ano, projecta e constroi um navio que ainda antes de navegar já não cumpre com as regras de segurança internacionais e que obrigam a alterações no mesmo que "apenas" lhe retiram performances, capacidade de carga e operacionalidade. E ainda há "dúvidas" em relação ao procedimento a tomar??? Então está escrito que teria de atingir 19 nós a 80% da potência e nem a 100% lá chegam. O melhor que se conseguiu foram 16 nós a 85%. Sabem o que isso significa? São milhares de toneladas de combustivel gastos a mais na vida útil do navio e, por exemplo, numa viagem Ponta Delgada-Flores o navio perder aproximadamente o tempo equivalente a ir de Ponta Delgada a Santa Maria (55 milhas). Falámos em horas de viagem, multiplicadas pela vida útil programada de um navio que será (no mínimo) 15 a 20 anos. Falámos de menos muitas toneladas de carga e viaturas. De se tornar "inoperacional" em alguns portos previstos e, sobretudo, de não cumprir aquilo que estava estipulado.
Todo o processo do transporte maritimo de passageiros e viaturas inter-ilhas tem sido uma trapalhada. Desde o inicio. Agora, esta foi a primeira atitude acertada que foi tomada. Não serve, não nos serve , e tudo o resto é folclore...
Quanto aos estaleiros e ao seu futuro, se calhar o melhor é começarem a perceber o porquê de tanta barracada. É que já não é a primeira, por muito que se queira omitir. A irresponsabilidade de continuar a construção do Anticiclone apesar das várias chamadas de atenção do Governo Regional por existirem duvidas acerca do projecto que o IPTM acabou por confirmar é o exemplo de que alguma coisa não está a funcionar bem.
E os interesses "obscuros", esses não devem ser da região. Tanto se tem falado do jogo e ainda nada se viu do mesmo. Mais um "moinho de vento".
Os navios são, para os Açores e os Açoreanos, demasiado importantes para se andar a brincar. Doa a quem doer. Não vamos ser nós, mais uma vez, sacrificados em nome do bem estar de outros. Apurem-se responsabilidades, condenem os culpados, mas não nos queiram "enfiar o barrete".
João Pereira
 

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pmdavila

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« Responder #34 em: Abril 19, 2009, 01:43:22 am »
Bem dito, caro João.
Com os melhores cumprimentos,
pmdavila

"Antes morrer livres que em paz sujeitos"
 

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Get_It

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« Responder #35 em: Abril 19, 2009, 01:51:35 am »
O que achei mais engraçado é que foi logo o Ministro da Defesa que veio logo pedir um inquérito. Mesmo fazendo os ENVC parte da Empordef fica um bocado estranho.

Enquanto inquéritos sobre os atrasos dos NPO...

Cumprimentos,
:snip: :snip: :Tanque:
 

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Luso

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« Responder #36 em: Abril 19, 2009, 01:22:07 pm »
Citar
É que já não é a primeira, por muito que se queira omitir. A irresponsabilidade de continuar a construção do Anticiclone apesar das várias chamadas de atenção do Governo Regional por existirem duvidas acerca do projecto que o IPTM acabou por confirmar é o exemplo de que alguma coisa não está a funcionar bem.


Falou muito bem, mas isso já é algo que aqui se tem vindo a dizer a própósito dos NPO´s.

1 - Se essas chamadas de atenção ocorreram (num contrato bem elaborado, a fiscalização por parte da entidade adjudicante deve ser salvaguardada), o Governo Regional tem, e repito-me, todo o direito a recusar a recepção da "empreitada", uma vez que não é cumprido o objecto do contrato.

2 - Não é normal numa empresa normal, saudável que queira sobreviver e que prescinda sucessivamente de garantir os seus direitos, caso tenha razão;

3 - Se os ENVC têm razão e a administração abdica de lutar pelos seus direitos, essa administração está a fazer gestão danosa;

4 - Se os ENVC não têm razão, então a administração permitiu que isso pudesse vir a acontecer. Isso é gestão danosa;

5 - Se os ENVC tiveram de facto conhecimento das objecções do adjudicante e continuaram a execução da obra e sem garantias de vir a ser recessido pelo trabalho executado e por quebra do contrato mais imagem negativa daí resultante, isso é gestão danosa.

Enquadramento geral:

NPO´s: adiamentos sucessivos por causa de motores, alterações de projecto sucessivas feitas pela Marinha, etc. Consequência: mea culpa dos estaleiros.

Navios para os Açores: projecto russo, certamente resultado dos acordos bilaterais celebrados com a Rússia durante a visita de Sócrates em Maio de 2007. Essa possibilidade ocorre se tivermos em conta o que afirmou a comissão de trabalhadores dos ENVC.

Gestão: Os ENVC é uma sociedade anónima de capitais maioritáriamente públicos. http://pt.wikipedia.org/wiki/Estaleiros ... do_Castelo. A escolha dos seus gestores é feita por nomeação política;
O Governo dos Açores é o Estado (é PS);
O Estado é... o Estado (é PS).

Como já vi esta cena acontecer demasiadas vezes, o que se passa é o seguinte:

a) Não se quer efectivamente uma coisa, arranjam-se argumentos para a evitar ou adiar (NPO´s). Ter um gestor nomeado políticamente serve para conseguir isso sem barulho. Esses gestores são escolhidos por "confiança política" logo a fidelidade ao partido sobrepõe-se aos interesses da empresa;

b) Uma opção política superior (os acordos celebrados com a Rússia) revelam-se desatrosos. Logo, é obrigação da gestão nomeada políticamente de proteger "a mão que a alimenta". Primeiro aceita o projecto, pelos vistos sem sentido crítico. De seguida, passa à construção; finalizando faz mea culpa, absorvendo a culpa - que morre sempre solteira - protegendo o superior político. Não há ruído, não há imagem danificada para este último. Óptimo para o gestor nomeado políticamente: do princípio ao fim não fez barulho e não fez ondas. Quando surgirem problemas sérios será demitido e colocado noutra empresa pública onde podrá continuar a ser o fantoche bem remunerado e intocável.

c) - Uma administração de nomeação política normal não faz ondas, e TUDO serve para esse efeito. NÃO INTERESSA A EFICÁCIA NEM COMPETÊNCIA, NEM A SOBREVIVÊNCIA DA EMPRESA. Numa nomeação política é obedecer ao dono e NUNCA FAZER ONDAS, CUSTE O QUE CUSTAR PARA A EMPRESA.

Não gostam?
É assim por esse país fora. E num país onde o Ministério Público está minado até ao tutano, o crime compensa.
Até um dia.
Ai de ti Lusitânia, que dominarás em todas as nações...
 

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PedroM

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« Responder #37 em: Abril 19, 2009, 10:09:32 pm »
Citação de: "Luso"
Não desconverse que não consegue.
Veja as citações da imprensa e faça desses o seu comentário.
O Pedro bem tenta fazer spin mas não consegue.
Olhe, porque não procura o contratozinho e veja se não há faseamentos e fiscalização do trabalho por parte do adjudicante.
Nem que seja por este ponto, já que pelos visto insiste em ignorar os factos.
Essa de usar o "estilo" para condenar a ideia (como fazem os fracos advogados), comigo  - e muito boa gente - não chega.


Luso,

Olhe lá, mas isso de procurar o contrato e certificar-se se de facto existem ou não motivos válidos para o denunciar, não era aquilo que você deveria ter feito em primeiro lugar, antes de vir para aqui com mais um dos seus delírios?

Aquilo que o José M Martins diz e que você aqui vem propagandear não tem ponta por onde se lhe pegue. Então você acha que o Governo Regional dos Açores encomendou o navio, só para que depois o pudesse recusar e ser assim acusado de ser corrupto? É isso? Pense lá um bocadinho... grande lógica a sua!

Outra coisa. Não é pelo facto de você não concordar com a minhas opiniões, que elas são desconversa ou spin. Aprenda isso.

Gostava era que você fundamentasse o porquê do GRA não dever, neste caso concreto recusar o navio. E porque recusá-lo nestas circunstâncias os torna suspeitos de corrupção.

Ou será que vai ficar á espera da próxima entrada do blog do JM Martins? Ou será que esse vai ser o próximo tema do Jornal Nacional da TVI? É que dadas as ligações entre o JM Martins e a Direcção de Informação da TVI, não me admira que isso venha a acontecer. Vamos lá a ver é se apresentam algo de concreto e não meras suspeitas e calúnias como na chachada do Freeport.
 

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Luso

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« Responder #38 em: Abril 19, 2009, 10:37:21 pm »
Venham daí mais dessas, Pedro!
Sempre é bom para o pessoal saber o que anda por aí!
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PedroM

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« Responder #39 em: Abril 19, 2009, 10:56:01 pm »
Citação de: "Luso"
Venham daí mais dessas, Pedro!
Sempre é bom para o pessoal saber o que anda por aí!


Não faça grande festa por isso.
Talvez para a sua maneira de ver as coisas, assim a meio caminho entre o esoterismo e a banda desenhada série Mandrake, isso possa causar alguma agitação, mas toda a gente que conhece o "Zé Martins", ou simplesmente o "Zé", sabe disso, não é segredo nenhum.
 

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Luso

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« Responder #40 em: Abril 20, 2009, 09:21:11 am »
Sim, Pedro, sim...
Você muito esbraceja e insiste no JMM (cujos argumentos gostaria que fossem desmanchados por quem vive nos Açores) mas não o vejo a contradizer com factos o "negócio russo". Parece mesmo evitar o assunto. Aliás, não o vejo a dizer nada de jeito, sobretudo desde que atinja o seu querido de Vilar de Maçada mas enfim...

Quanto a si, meu amigo...

Citar
What is an Internet Troll?

Some trolls don't use subtlety at all and go straight for insults. These trolls are easy to spot, as they come right out of the gate with inflammatory language. For example, a troll visiting a message board about Star Wars might create a thread that says "Star Trek Rocks! Star Wars Bites!" The goal isn't to actually start a debate or conversation -- instead the troll just wants to encourage Star Wars fans to lose their tempers and post angry messages.

(...)

Citar
What do you do? If you're simply a member of the community, the best a­dvice is to ignore the troll. The troll's goal is to disrupt the community and rile up its members. By ignoring the troll, you deny him or her a victory. There's a common phrase that dates back to the early days of Usenet: Don't feed the trolls. Trolls love attention -- depriving them of it usually means they'll lose interest and move on to a different community.


http://computer.howstuffworks.com/troll.htm/printable

Um beijinho!
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Feinwerkbau

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« Responder #41 em: Abril 20, 2009, 01:59:37 pm »
Estaleiros de Viana em crise por atraso de cinco minutos em ligação, trabalhadores ainda acreditam..l
Written by Paulo Julião  
Apr 20, 2009 at 12:00 AM

Por "eventuais atrasos" de "cinco minutos", o Governo Regional dos Açores rejeitou um "hotel de cinco estrelas", acusou ontem o porta-voz da Comissão de Trabalhadores dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC), que ainda acredita numa solução de entendimento entre as partes, sobre o polémico ferry-boat Atlântida.

"Num momento de crise, é inacreditável o golpe que se está preparar para esta empresa. Acredito que os órgãos da Nação ainda vão rever este processo, temos que ter essa esperança", afirmou Manuel Cadilha, porta-voz dos trabalhadores, dizendo-se "confiante em que o bom-senso venha a imperar". "Só quem já viu o navio é que pode falar", aponta. O Governo Regional dos Açores decidiu rescindir o contrato com os ENVC com vista à construção do Atlântida alegando o incumprimento contratual da velocidade estipulada para o navio, que deveria ser de 18 nós, tendo as provas de mar revelado uma velocidade máxima de 16,6 nós. "Estamos a falar de uma diferença que, a provocar algum atraso, nunca seria superior a dez minutos na ligação entre ilhas", apontou Manuel Cadilha, lembrando que a empresa se disponibilizou a corrigir os "pequenos problemas de velocidade", durante a campanha que o navio deveria iniciar a 13 de Maio. Para além do Atlântida, este contrato envolvia um segundo, o Anticiclone, no entanto o Instituto Portuário e dos Transportes Marítimos (IPTM) comunicou ontem que chumbou o projecto, revelou fonte da AtlânticoLine, empresa que gere o serviço público de transporte marítimo de passageiros entre as ilhas do arquipélago dos Açores. A AtlânticoLine já teria sugerido por três vezes aos ENVC que não avançassem com a construção enquanto os planos do barco não fossem aprovados. Sugestões que não terão sido acatadas pelos estaleiros, que decidiu continuar os trabalhos de construção do casco. A decisão dos técnicos do IPTM deverá estar relacionada com as alterações introduzidas ao projecto inicial do Anticiclone para corrigir os erros nos cálculos de estabilidade, a exemplo do que já tinha acontecido com o Atlântida.

http://www.radiogeice.com/site_radio/index.php?option=com_content&task=view&id=7136&Itemid=42

Entrevista Audio http://www.radiogeice.com/noticias/Atlantida_Trabalhadores_ENVC.mp3
 

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Vicente de Lisboa

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« Responder #42 em: Abril 20, 2009, 02:59:49 pm »
Numa coisa dou razão ao Luso: Empresas públicas e respectivos gestores nomeados politicamente são uma boa maneira de garantir incompetência.

Agora, a partir daí vir dizer que os interesses "luminosos" dos Açores ficam servidos é aceitando um navio pior do que foi acordado, com atraso e aumento de custos, é mesmo a força da fé.
 

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Luso

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« Responder #43 em: Abril 20, 2009, 05:25:08 pm »
Vicente, o Governo Regional dos Açores (GRA) deve garantir o cumprimento do contrato. Ponto.
Não faz sentido aceitar um meio novo com pior desempenho que o que o vai substituir.
Mas veja a diferença de atitude: a comissão de trabalhadores propõe a correcção do problema da velocidade enquanto a gestão dá o caso como perdido e já anda à procura de outros compradores, certamente a preço de ocasião.
Não deveria ser ao contrário?

A gestão não faz ondas. Nenhumas.
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Lancero

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« Responder #44 em: Abril 21, 2009, 06:16:33 pm »
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Açores/Navio: Governo Regional diz que só a 9 de Abril havia condições para resolver contrato  



       Horta, Açores, 21 Abr (Lusa) - O Governo Regional dos Açores esclareceu hoje que a decisão de recusar o navio Atlântida foi tomada a 9 de Abril porque "só nessa data" se verificaram as condições que conferiam esse direito, salvaguardando os interesses da região.  

 

    "A decisão de resolver o contrato de construção do navio Atlântida foi tomada a 9 de Abril porque só nessa data se verificaram os pressupostos e as condições que conferem este direito à região e, ao mesmo tempo, tornaram esta a decisão a mais adequada à defesa dos interesses dos Açores", afirmou Vasco Cordeiro, secretário regional da Economia.  

 

    Vasco Cordeiro falava na Assembleia Legislativa dos Açores, onde apresentou hoje uma comunicação do governo regional destinada a esclarecer as razões que levaram as autoridades de Ponta Delgada a recusar aquele navio, que se destinava ao transporte de passageiros entre as ilhas do arquipélago.

 

       O secretário regional começou por salientar que a região, neste processo, "assume o simples papel de um cliente que contratou com uns estaleiros a construção de um navio com determinadas características".  

 

       "Interessa deixar perfeitamente claro que (a decisão de resolver o contrato) não é o resultado de um qualquer somatório de eventuais incidentes que afectassem a construção do navio", frisou, acrescentando que os problemas que surgiram "são normais num processo de construção naval e foram sendo resolvidos".  

 

       Nesse sentido, defendeu que "afirmar-se que se resolveria logo o contrato do navio em Novembro, Dezembro ou Janeiro, teria como consequência não ter navio, dificilmente ter a possibilidade de reaver o dinheiro já pago, não ter o direito a indemnizações e, para além disso, poder vir a ser demandada por danos à credibilidade dos estaleiros".  

 

    "Resolver o contrato contra os interesses da região de forma irreflectida, precipitada e sem fundamento como alguns chegaram a propor criaria a maior trapalhada da história deste processo", afirmou.  

 

    Na sua longa exposição perante os deputados açorianos, Vasco Cordeiro abordou depois várias questões específicas, a primeira das quais relacionada com a data de entrada do navio, salientando que os estaleiros "entraram em incumprimento" a partir de 30 de Setembro de 2008.  

 

    Considerou, no entanto, que esse facto, só por si, "não levaria o governo regional a resolver o contrato", já que, atendendo ao estado de quase conclusão do navio e à gravidade das consequências dessa decisão, essa decisão "não estaria revestida da solidez jurídica desejável", nem seria a mais adequada à defesa dos interesses regionais.  

 

    Segundo Vasco Cordeiro, sempre foi transmitido aos estaleiros que "o que era impreterível era que o navio estivesse nos Açores, devidamente certificado e dotado de todas as caracteristicas contratuais, a 13 de Maio", data prevista para o início das operações de transporte de passageiros por via marítima entre as ilhas açorianas.  

 

       Vasco Cordeiro recordou depois que as provas de velocidade do Atlântida realizaram-se entre 24 e 26 de Março, altura em que se concluiu que o navio, nas condições contratuais, ou seja, a 85 por cento de potência dos motores apenas atingia a velocidade de 16,6 nós.     

 

    "A velocidade contratada era de 19 nós, sendo certo que, abaixo desse valor e até aos 18 nós, funcionariam as cláusulas indemnizatórias. Abaixo de 18 nós, a região poderia recusar o navio", afirmou.  

 

    O secretário regional salientou, ainda sobre esta matéria, que os estaleiros admitiram, a 8 de Abril, introduzir alterações no navio que permitiriam resolver o problema, mas frisou que "essas propostas não foram consideradas aceitáveis".  

 

    As alterações poderiam ser feitas em duas fases, sendo a primeira imediata, "em resultado da qual se estimava que o navio, a 100 por cento da potência dos motores atingisse uma velocidade entre os 17,8 e os 18 nós", mas, segundo Vasco Cordeiro, "estas estimativas teriam ainda de ser comprovadas através de estudos e provas de mar".  

 

    Depois desta primeira fase, o navio seria entregue em regime de comodato, decorrendo a segunda fase depois do final da operação de 2009, ou seja, depois do final do Verão, estimando-se que o navio viesse a atingir 18,7 nós de velocidade, "ainda abaixo da velocidade contratual".  

 

    Caso as autoridades regionais não quisessem receber o navio já, os estaleiros estimavam necessitar de sete a nove meses para executar todas as alterações propostas.  

 

    Vasco Cordeiro frisou que as condições não foram aceites por várias razões, sendo uma delas o facto de "não ter sido celebrado um contrato de afretamento, mas um contrato de construção de um navio com características essenciais que o Atlântida não tem".  

 

    Por outro lado, "as intervenções propostas não se afiguravam realistas, quer em termos de eficácia, quer em termos de prazos", além de que algumas das alterações propostas iriam traduzir-se em "alterações substanciais à memória descritiva do navio e introduziriam novos custos na sua exploração".

 

    Havia ainda a questão dos prazos, apontando os estaleiros, mesmo que a região concordasse com a realização imediata das alterações, para uma entrega com um atraso de mais de 12 meses relativamente à data contratualmente fixada.  

 

    "Tudo isto ponderado, o governo decidiu dar instruções para a recusa da recepção do navio, para a resolução do contrato e para o accionamento dos mecanismos necessários para a região ser ressarcida de todos os prejuízos, bem como receber os montantes já pagos a título de adiantamento de pagamento do preço, no valor de 31.710.000,00 euros, recorrendo, se necessário, às garantias bancárias existentes sob a modalidade de first demand", afirmou Vasco Cordeiro.  

 

    Na sua exposição, o secretário regional deixou ainda claro que, "em todo o processo de construção, sempre foi referido que a velocidade era um requisito essencial do navio", acrescentando que "sempre foi expressamente garantido que o navio cumpriria com a velocidade acordada".  

 

    Por outro lado, relativamente ao segundo navio contratado, depois de ser conhecido que o IPTM não aprovou os desenhos das alterações propostas pelos estaleiros para resolver os problemas de instabilidade, Vasco Cordeiro salientou que as autoridades açorianas "aguardam uma comunicação sobre a matéria, da parte de quem tem essa responsabilidade", ou seja, os Estaleiros Navais de Viana do Castelo.  

 

    A finalizar, Vasco Cordeiro assegurou que o governo regional está a "desenvolver todos os esforços" no sentido de assegurar que a operação de transporte marítimo de passageiros tenha inicio, como previsto, a 13 de Maio.  

 

    "Neste momento, com os dados de que dispomos hoje, esta continua a ser a data que apontamos para o início do transporte marítimo de passageiros e viaturas no corrente ano", afirmou.  

 
"Portugal civilizou a Ásia, a África e a América. Falta civilizar a Europa"

Respeito