Eu sigo a evolução da industria militar russa ainda o Gorbachov era presidente da URSS. Depois do fim da URSS, foram anunciados os mais variados planos de recuperação.
Eu acho que você não entendeu, que a Russia não é exactamente uma economia tão emergente quanto os americanos achavam quando criaram o conceito BRIC.
Os russos riem-se, quando comparam a Rússia com a China, Índia ou Brasil. Eles dizem que devem ser o «The broken BRIC», ou mais recentemente «The Sick BRIC».
http://www.tradingeconomics.com/Economi ... Symbol=RUBO Medvedev tem tentado inverter a tendência que se agravou com o Putin, mas não tem havido resultados. Por enquanto, as notícias ainda são fortemente censuradas pela estrutura da antiga KGB controlada pelo Putin, mas a verdade acaba vindo ao-de-cima.
Portanto, repito:
Programas de modernização já não chegam as duas mãos para os contar. São propaganda do Putin, para tentar criar a ideia de que está a desenvolver a Russia.
Mas o que mais aumenta na Russia, é o consumo de artigos de luxo. Há milhares de Mercedes, BMW e Rolls Royce nas ruas de Moscovo. As lojas de joias e de alta costura sucedem-se. A Russia importa quase tudo e não produz praticamente nada que não seja petróleo e armas para os países do terceiro mundo, onde a concorrência da China está a comer os antigos mercados.
Relativamente aos testes de armamento, o que eu lhe posso dizer é que normalmente os manuais de operação indicam os valores garantidos e não os valores máximos.
Não é tradição das industrias dos países ocidentais apresentarem os valores máximos porque os militares não podem contar com o ovo no xx da galinha.
Os militares querem garantias. Querem saber que qualquer que seja o número de série da munição, ela vai pelo menos chegar ao ponto X. Um míssil anti-aéreo Sea-Sparrow, tem um alcance de 12a 15km. Mas você sabe até onde é que já chegaram alguns Sea Sparrow ?
Já os russos, são condicionados por uma prática completamente diferente e que vem do período soviético. Os donos das fábricas e os chefes de projectos construiam protótipos e pré-séries, que apresentavam aos militares para aprovação.
Os pré-série eram fabricados nos gabinetes de desenvolvimento, com uma quantidade de extras e seguranças, que permitiam prestações relativamente boas, mas além disso os russos divulgavam os valores máximos obtidos nem sequer valores médios.
Um relatório russo, diria qualquer coisa como:
«Camarada presidente do Comité Central.
É com o maior orgulho que informamos que a nossa peça de artilharia
anti-tanque nr. XPTO, conseguiu atingir um alvo a 3,000m de distância»
E pronto. Estava feito !
O XPTO ficava oficialmente com um alcance de 3,000m.
Depois escolhia-se a fábrica soviética onde a peça seria construida.
Mas a peça que saia da fábrica, se não rebentasse no primeiro disparo, atingia um alvo a 1,000m.
Esse é o problema dos generais russos, e é o que faz a afirmação publicada pela imprensa russa ainda mais disparatada. Esse problema vem da era soviética e NÃO FOI RESOLVIDO ! ! !
Os generais russos estão carecas de saber que em testes, alguns sistemas russos até podem ter capacidades que se aproximam dos ocidentais.
O problema é que quando as unidades de série começam a ser entregues, nada têm a ver com o que foi visto nas demonstrações.
Ponha isto na cabeça : Os russos não têm sistemas eficazes de qualidade de controlo e não possuem uma organização de produção e das linhas de montagem sequer organizada de forma metódica para os poder implementar.
Os generais russos já sabem disso há muito tempo, só que nos últimos tempos isso passou a ser conhecido.
E passou a ser conhecido, quando os russos tiveram que apertar o cinto, receberam ordens para organizar um exército como o ocidental, com muito menos efectivos e material de melhor qualidade.
Mas como os russos sabem que a qualidade dos seus sistemas é desastrosamente baixa por causa das deficiências da industria russa, preferem olhar para outro lado. E o lado para onde olharam foi para a Alemanha.
Ninguém os pode criticar por isso.
Mas os donos e gestores das fábricas russas não gostam, porque estão a colocar o seu posto de trabalho em causa.
É por isso que tentam provar o que é impossível de provar.
São sempre os militares que testam e provam a qualidade do material no terreno.
Os militares russos já disseram o que acham.
Eu sei que há sites na Internet, que afirmam o contrário, ocorre que muitos desses sites não são de russos e quando o são, nada têm a ver com os militares.
Talvez consigamos ver aqui o mesmo que aconteceu com o PAK FA, e a junção dos projectos do MiG-1.42 e do Su-47. Quem sabe não se veja aqui a junção do T-95 com o T-80UM2, mas estou apenas a especular.
Desculpe-me, mas você vive em que mundo ?.
Há uma diferença entre a especulação e o delírio !
O Sukhoi T-50, o projecto que os russos escolheram para a especificação PAK-FA não tem nada de MiG 1,42, e muito menos de Su-47.
Trata-se de um Su-27, com roupagem nova.
Uma solução engenhosa e muito mais barata, mas de nenhuma maneira se trata de uma junção de projectos.
Para sua informação, a fábrica de Omsk, onde era fabricado o T-80 e derivados, está neste momento a produzir tractores agrícolas e máquinas de lavar roupa.
A não ser que tenham começado a desenvolver hibridos que tanto servem de tanque-de-guerra como tanque-de-lavar-roupa não estou a ver como é que se vão juntar projectos.