Em primeiro lugar, não me parece que este tópico seja o mais adequado para colocar tal questão.
No entanto, provavelmente a resposta mais simples, é a mais óbvia:
Não podemos determinar porque perdemos a guerra, pelo simples facto de que não a perdemos.
A ditadura do politicamente correcto, leva a que os meios oficiais falem de guerra colonial em vez de ultramarina e leva muitos sectores a insistir na tese de que a guerra estava perdida.
Que a guerra estava perdida para Portugal, tinham os americanos previsto em 1961. Segundo os americanos, os portugueses não aguentariam nem seis meses e seriam expulsos da África.
Seis anos depois, os portugueses continuavam lá, como continuavam lá 12 anos depois.
A guerra contra Portugal não podia ser ganha, e para a União Soviética isso ficou claro quando os republicanos chegaram ao poder em Washington.
É a partir daí, que as coisas começaram a correr mal para os chamados movimentos de libertação.
Hoje, já há muitos dirigentes africanos que perderam o «brio» e afirmam sem grandes problemas, que mesmo na Guiné as coisas estavam muito complicadas. As populações civis estavam claramente divididas e cada vez mais próximas dos portugueses. A população guineense de origem muçulmana estava completamente com os portugueses e apenas franjas junto à fronteira controlavam áreas de mato.
A famosa independência em Madina do Boé, foi uma farsa. Madina do Boe, a gloriosa capital da Guiné Bissau independente, nunca passou de um conjunto de tabancas, protegidas pela vegetação. A «cidade» está (e estava) na região mais despovoada da Guiné.
É verdade que a tropa estava em muitos casos com os nervos em franja e cansada. Nenhum país aguenta 13 anos de guerra, de mortos, de feridos, sem que isso deixe marcas.
Mas a politica de africanização do conflito estava a dar resultados.
Portugal não perdeu a guerra em África!
Portugal perdeu a guerra nas ruas de Lisboa em 25 de Abril de 1974. E mesmo aí, podemos discutir muito, porque é duvidoso que a maioria dos militares que participaram no golpe fossem favoráveis ao desastre que aconteceu depois.
O homem que chegou ao poder em 1974 foi Antonio de Spinola, que era tudo menos comunista e que já tinha feito propostas no sentido da criação de um estado federal. A proposta poderia não ter nem pés nem cabeça, mas não temos como saber se poderia resultar.
Não podemos menosprezar o cansaço de um país farto de uma guerra com mais de dez anos, mas aparentemente esquecemos o cansaço do outro lado. Os dois lados estavam cansados, a situação estava num impasse, era preciso um apoio qualquer que permitisse garantir a saída dos portugueses de África.
O ano de 1975 foi decisivo e entre Março e Novembro, o periodo vital que antecedeu as independências.
Quem mandou em Portugal nesse período crítico ?
Quem contribuiu para o encerramento do jornal O Século ?
Quem autorizava José Saramago a censurar notícias e a perseguir jornalistas no Diário de Notícias ?
Quem controlava a televisão e transmitia as paradas militares na Praça Vermelha no horário nobre da RTP ?
Quem organizava o boicote às empresas, tentando paralisar a economia ?
Quem organizava bloqueios e cercos ao parlamento, tentando garantir a tomada do poder ?
Quem organizava a ocupação selvagem de terras, mesmo de terras produtivas, com a alegação de que era para ganhar a batalha da produção ?
Portugal pura e simplesmente não perdeu a guerra.
Um grupo de portugueses organizados em partido político, financiados pelos interesses da Rússia Soviética e de grupos de ladrões organizados, conseguiram levar a um processo de descolonização, que continuará escrito na História, como o mais vergonhoso momento da História de Portugal.
A ideia de que a guerra estava perdida, é apenas uma patética tentativa de esconder a vergonha e o ultraje que foi o chamado Verão Quente, onde um partido controlado por uma potência estrangeira, condicionou o futuro do país e entregou os territórios portugueses nas mãos de grupos de genocidas criminosos.
Essa é a verdade !
A verdade politicamente incorrecta, mas mesmo assim, a verdade.