Estão lá só para a vista porque pertencem todas aos mesmos partidos!
Não necessariamente.
O numero de deputados É ABSOLUTAMENTE IRRELEVANTE quando se pesa as consequências de ELES NÃO SEREM ELEITOS MAS SIM COOPTADOS.
Eles estão lá só para vista, porque na realidade não são eleitos e não têm qualquer vínculo com o eleitor.Se até o cabeça de lista é um outsider, o que não acontece com os outros boys ?
Esse problema - e não o número de deputados - é que é realmente o problema que leva a que tenhamos em São Bento 230 lesmas estúpidas que o líder facilmente esmaga.
A Ferreira Leite manteve o Passos Coelho fora das listas há dois anos, porque tinha poder para isso. O PSD ganhou com isso ?
É claro que não. Passos Coelho nunca teve a possibilidade de enfrentar Sócrates.
Nas listas do PS, mais do mesmo. O Sócrates só mete nas listas quem quer e acima de tudo quem não o critica.
O problema não é os deputados serem muitos, o problema é que eles não passam de um grupo de inúteis que abanam a cabeça conforma a voz do dono.
Depois há o problema das danças entre círculos. Estou a lembrar-me do João Soares do PS, que é candidato por Faro, quando foi durante anos presidente da câmara de Lisboa e tanto quanto sei mora em Lisboa. O João Soares é candidato pelo Algarve, porque quando era jovem brincava na Praia do Vau.
Eu advogo que um candidato por um círculo eleitoral, só possa concorrer pelo circulo onde tem residência.
Só com esta medida super-simples, dava-se um mínimo de moralidade ao sistema.
Evitava-se o escândalo de uma pessoa residente em Paris ser candidata por Lisboa, para depois pedir subsídios para cobrir as deslocações.
Depois é mais necessário modificar o sistema de listas fechadas e passar para um sistema de listas abertas.
O sistema é igual ao actual, utilizando o método de Hondt, mas a ordem de eleição das listas não é a determinada pelo chefe do partido, mas sim pelo voto dos cidadãos.
Os politicos instalados, fogem do sistema de listas abertas como o diabo da cruz. E falo de TODOS OS POLITICOS INSTALADOS, dos dois partidos comunistas até ao CDS.
tem de haver uma maneira eficaz, uma optimização, para diminuir o numero de deputados, mas favorecendo a possível eleição de deputados de outros partidos...
Há uma forma de fazer isso.
Reduzir o numero de deputados eleitos pelos circulos para 130 e criar um círculo eleitoral nacional com 50 deputados, eleitos pelo método de Hondt com lista fechada.
Neste caso, mesmo os votos dos partidos pequenos em circulos eleitorais que elegem menos de 10 deputados, contariam para o círculo nacional.
De qualquer forma, ainda temos o roblema da extrema fracturação do espectro politico.
Eu sou favorável a sistemas eleitorais onde ganha quem fica em primeiro. Esse tipo de sistemas reduz a possibilidade de instabilidade politica.
Na Grã Bretanha, perguntaram aos eleitores se queriam um sistema eleitoral com maior proporcionalidade e eles deram um rotundo não como resposta.
Os britânicos perceberam que a estabilidade do sistema politico depende da facilidade com que um partido pode ganhar com maioria absoluta. Ali existem círculos uninominais e num sistema com três partidos, um deputado pode ser eleito com 35% dos votos. Ou seja: 35% dá direito a 100% dos deputados.
Há uma solução intermédia que é a da votação para deputados em circulos uninominais (só se elege um deputado por circulo) mas onde existe uma segunda volta, entre o primeiro e o segundo classificado nos círculos onde ninguém consegue mais de 50% dos votos (seria como uma eleição presidencial).