Insatisfação com o Governo dá maioria absoluta à esquerdaPublicado ontem
Miguel Conde Coutinho
A onda de descontentamento com o Governo que varreu o país nas últimas semanas tem agora uma expressão numérica clara. Se as eleições fossem hoje, o PSD não iria além dos 24%, segundo uma Sondagem da Universidade Católica elaborada para o JN.
No anterior barómetro realizado pelo Centro de Estudos e Sondagens de Opinião daquela universidade, em junho de 2012, o PSD contava com 36% dos votos do eleitorado.
Os inquéritos de setembro foram realizados dias 15, 16 e 17, já depois do anúncio das novas medidas de austeridade que tanta polémica têm levantado, concretizando a fissura entre o eleitorado e o partido do Governo, que caiu 12 pontos percentuais, para os 24%.
Recorde-se que o PSD ganhou as últimas eleições legislativas com 38,7%, votação que, somada aos 11,7% obtidos pelo CDS, lhes permitiu formar uma coligação com maioria absoluta. Nessas eleições, o PS só conseguiu 28,1% dos votos. Este barómetro de setembro indica que os socialistas conquistariam 31% dos eleitores.
Mas não foi o PS o que melhor capitalizou a descida do partido laranja. Apesar de passar para a frente nas sondagens, o partido liderado por António José Seguro
caiu em relação a junho de 2012, na percentagem de votos, de 33% para 31%.Os partidos mais à esquerda são os que mais aproveitaram a insatisfação do eleitorado com a condução governativa do país. A CDU subiu de 9% para 13% nos resultados eleitorais, e o Bloco de Esquerda cresce de 9% para 11%.
A subida dos partidos mais à esquerda conduz a outra conclusão: todos somados, os votos no PS, CDU e BE são suficentes para dar à Esquerda uma maioria absoluta.
O CDS, partido coligado com o PSD no Governo, obtém também uma ligeira subida, de 6% para 7%, embora não seja, segundo a informação enviada pela Universidade Católica, estatísticamente relevante.
Outro resultado digno de nota é a impressionante subida dos que votariam branco ou nulo. Não houve uma sondagem nos últimos anos com uma percentagem de brancos/nulos tão elevada: 11%, número que cresce dos 4% registados no barómetro de junho.http://www.jn.pt/PaginaInicial/Politica ... 07&page=-1------------------
Sondagem Universidade Católica
PSD cai a pique mas PS não sobepor Hugo Filipe Coelho Ontem
Uma semana depois do anúncio de mais austeridade e depois de Portas revelar as suas divergências, o PSD surge a cair a pique nas intenções de voto dos portugueses. Os sociais-democratas perderam 12 pontos percentuais face a junho e recebem o apoio de 24% dos eleitores, o mesmo que PCP e BE juntos, de acordo com uma sondagem da Universidade Católica para o DN, JN, Antena 1 e RTP hoje publicada.A penalização eleitoral do PSD não é partilhada pelo parceiro de coligação, o CDS, que, em relação ao começo do verão, até sobe um ponto percentual, para os 7%, mas também não é aproveitada pelos socialistas que caem também eles dois pontos nas estimativas de resultados. Devido à queda do PSD,o PS, mesmo perdendo intenções de votos (dois pontos percentuais), passa para a frente (com 31%).
Quem mais ganha com a descida do partido de Passos Coelho são os partidos anti memorando da troika. O Partido Comunista sobe de 9% para 13%, enquanto que o Bloco de Esquerda - que está a discutir a sucessão de Francisco Louçã - sobe dos mesmos 9% para 11%.
Ao mesmo tempo disparam o número de votos bancos e nulos. A percentagem de eleitores que admite votar dessa forma passou de 4% em junho para 11% - mais do que os que dizem que vão votar no CDS. Não há, nos últimos anos, uma sondagem com uma percentagem tão elevada.
23% dos inquiridos respondeu que de certeza que não iria votar ou que não tenciona ir votar, enquanto que quase um em cada quatro disse não saber em qual partido votaria.
http://www.dn.pt/politica/interior.aspx ... 85&page=-1