http://www.letrascomgarfos.net/blog/#linknote-268-1O MacHartismo do Absurdo
Segunda, 8 de Janeiro de 2007
Quando passamos pela blogosfera, vemos opiniões distintas sobre o mesmo assunto, (e ainda bem) o que não significa que não exista razão na diferença.
Sobre a tragédia da Nazaré, escreve-se aqui sobre a falta de consciência cívica dos portugueses; e aqui sobre o grave comportamento moral dos nossos responsáveis.
O problema é que não sei quem nasceu primeiro: o ovo ou a galinha?
Temos os políticos e os mandantes que merecemos. Em nome da estabilidade democrática, já permitimos o absurdo instalado na gestão das coisas públicas. Somos um país de delinquentes; é delinquente o pescador que “não sabe” o que é um colete de salva-vidas, como é um delinquente um almirante, que perante a ineficiência delinquente das suas atribuições, não reconhece a sua delinquência e se demite das suas funções. Um delinquente nunca se reconhece como tal, assim como um bêbado nunca se reconhece como dependente da pinga, ou um jogador inveterado diz sempre que não está agarrado ao casino.
Num país de delinquentes, é delinquente quem não é delinquente – numa espécie de McCarthyism da delinquência. É por isso que, de vez em quando na nossa História, aparece alguém com falas de padre para tomar conta dos meninos. Inevitável.