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Medalha Militar de Valor, 1863, Grau Ouro

A segunda condecoração por coragem face ao inimigo (a primeira sendo a Ordem da Torre e Espada), variante assinada por S. SILVA, foi criada por decreto de 2 de Outubro de 1863. Este modelo especifico vigorou até 1910, mas a condecoração existe ainda hoje com o mesmo desenho de fita.

Até os anos 20, só existia em graus ouro e prata, mas depois foi-lhe adicionado o grau cobre.

Notem a suspensão giratória, característica das medalhas portuguesas de meados do século XIX até 1920's.

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Medalha de D. Pedro V (ou Medalha de Angola)

Medalha criada em 1861, para comemorar a Expedição a Angola, em 1860, levada a cabo por uma força expedicionária da Armada Portuguesa, comandada pelo Almirante Baptista de Andrade para pacificar o Reino do Congo, no norte de Angola.
Esta expedição é notória, entre outras coisas, por nela ter participado enquanto oficial o futuro Rei D. Luís I.

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Medalhas de Campanhas do Exército Português
(barra "No Mar 1916-1917-1918")

Condecoração criada por decreto de 30 de Novembro de 1916, muito por influência da participação portuguesa na I Guerra Mundial, mas fundamentalmente para substituir a medalha da Rainha D. Amélia, das campanhas do ultramar, que vigorou de 1895 até 1910.

Inicialmente tinha 3 graus, ouro para oficiais superiores (major para cima), prata para oficiais subordinados, e cobre para sargentos e praças. Em 1946, fica com um grau só.

A barra "No Mar 1916-1917-1918" foi a quinta barra a ser aprovada (em 3/1/1919) para premiar todos os que prestaram serviço embarcados durante a I Guerra Mundial.

Este modelo, assinado por J. SERGIO, é do tipo II, de 1919 (o tipo I é de 1917).

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Medalha Militar de Comportamento Exemplar, 1921, grau Cobre

Embora exista desde 1863, esta corresponde ao modelo de 1921.
A condecoração servia para premiar os praças ou sargentos que cumprissem 4 anos de serviço sem nota disciplinar (hoje em dia, precisa 6 anos e é dada a qualquer militar).
Assim, é a medalha mais comum de encontrar no panorama de medalhas portuguesas.

O fabrico e venda das medalhas portuguesas nunca esteve sob a alçada de uma casa central, mas sim das várias lojas militares. Assim, cada loja, com base no modelo de lei, criava cunhos sensivelmente diferentes.
Parte do desafio em coleccionar estas medalhas é interpretar as pequenas (ou grandes) diferenças dentro de cada tipo. Por exemplo, na medalha militar (valor, bons serviços e comportamento exemplar) de 1863, eu já detectei em volta de 6 modelos diferentes, uns assinados, outros não.

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Medalha Comemorativa das Campanhas das Forças Armadas Portuguesas

Esta é um exemplar posterior, de 1971.
Notem que, no anverso, em vez de "TROPAS" está escrito "FORÇAS ARMADAS".
No reverso, a figura humana central, em vez de ser um Cipaio, é um piloto da Força Aérea.

Curiosamente, na ultima legislação de 2002, algum distraido colocou o desenho de 1946 (com o Cipaio), em vez de copiar a de 1971. Agora eu não sei se as lojas replicaram ou alguém viu o erro...

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Cruz de Guerra - 1917

Criada em 1917, com 4 classes, premeia actos de coragem em campanha.
Esta nunca foi atribuída e vinha numa saqueta de papel da época.
A classe é indicada por um 'device' no centro da fita, uma cruz miniatura em cobre (4.ª classe), prata (3.ª classe), ouro (prata dourada - 2.ª classe), ou de ouro com coroa de louros em volta (1.ª classe).

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Medalha da Rainha D. Amélia
Expedição a Moçambique 1894-1895
Cobre (Sargentos e praças)

Infelizmente sem fita, que é preta orlada de vermelho, esta medalha é a antepassada directa da actual Medalha de Campanhas.

Até 1902, por cada campanha relevante no ultramar, uma medalha especifica era cunhada, com o mesmo anverso - a rainha D. Amélia, mas com um reverso diferente assim como a cor central da  fita (sempre orlada de vermelho).

A partir de 1902, adopta-se uma medalha única, mesmo anverso, mas o reverso "Campanhas do Ultramar", e a colocação de 'passadeiras' (barras) com as campanhas.

Especificamente, a Expedição a Moçambique em 1894-1895, comandada pelo Coronel Galhardo, consistiu em 3 colunas com o objectivo de derrotar o Império de Gaza, ao sul de Moçambique, liderado pelo grande Gungunhana, que acabou por ser preso, acabando os seus dias nos Açores.

Esta expedição foi muito popular entre os portugueses, fazendo recuperar muito do orgulho perdido por causa do ultimatum inglês, alguns anos antes. Criou um heroi popular chamado Major Mouzinho de Albuquerque, hoje patrono da Cavalaria, que entrou com alguns oficiais na aldeia onde Gungunhana estava e prendeu-o.

Se quiserem saber mais, vejam esta página: http://www.algarves.org/mmp/rainhadamelia.html

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Medalha Militar de Bons Serviços, 1921, Cobre

Uma das 3 'classes' da Medalha Militar criada em  1863, a segunda entre a Valor e a Comportamento Exemplar.
Serve para "galardoar serviços de carácter militar, relevantes e extraordinários, ou actos notáveis de qualquer natureza ligados à vida da instituição militar, de que resulte, em qualquer dos casos, honra e lustre para a Pátria ou para a própria instituição" (da Lei, 2002).

Nomes:
1863-1946 - Bons Serviços
1946-hoje - Serviços Distintos

Pode receber uma palma na fita, para indicar que foi ganha em operações militares.

Este exemplar foi dos primeiros em cobre, pois este grau só foi adicionado ao ouro e prata em 1919, da mesma forma da Valor, também.

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Passadeiras aprovadas para a Medalha de Campanhas (1917-1975)

* SUL DA ANGOLA, 1914 A 1915 (Decreto n.º2941, 18/1/1917)
* MOÇAMBIQUE, 1897-1898 (Decreto n.º2965, 1/2/1917)
* TIMOR, 1912-1913 (23/9/1918)
* MOÇAMBIQUE, 1914 A 1918 (Decreto n.º5060, 30/11/1918)
* NO MAR, 1916-1917-1918 (Decreto n.º5086, 3/1/1919)
* FRANÇA, 1917-1918 (Decreto n.º5400, 12/4/1919)
* LUNDA, 1911 (14/5/1919)
* CONGO, 1914-1915 (14/5/1919)
* DEFESA MARÍTIMA, 1914-1918 (Decreto n.º5799, 28/5/1919)
 * NO MAR, 1916-1917-1918 (Decreto n.º5983, 31/7/1919) + DEFESA MARÍTIMA, 1914-1918
* OCUPAÇÃO DO DISTRITO DE MOÇAMBIQUE, 1906-1913 (Decreto n.º6546, 8/4/1920)
* CUANZA-SUL, 1917-1918 (30/4/1920)
* ALÉM CUNENE, 1904 (Decreto n.º6731, 8/7/1920)
* CUANHAMA, 1915 (Decreto n.º7433, 25/6/1920)
* SATARY, 1912 (Decreto n.º7434, 18/7/1920)
 * C.E.L., DEFESA MARÍTIMA, 1916-1918 (Decreto n.º1123, 4/3/1921) + FUNCHAL, DEFESA MARÍTIMA, 1916-1918 + PONTA DELGADA, DEFESA MARÍTIMA, 1916-1918
* BISSAU 1915 (10/9/1920)
* CABO VERDE 1917-1918 (Decreto n.º8613, 3/2/1923)
* DEMBOS 1918-1919 (Decreto n.º8791, 1/5/1923)
* LUNDA 1922-1923 (12/7/1924)
* LUNDA 1920 (Decreto n.º10442, 31/12/1924)
* CONGO 1918 (Decreto n.º15026, 13/1/1928)
* NORTE DE ANGOLA (anos civis desde 15/3/1961) (Decreto n.º19683, 4/2/1963)
* GUINÉ (anos civis desde 1/3/1963) (Decreto n.º20564, 7/5/1964)
* MOÇAMBIQUE (anos civis desde 1/8/1965) (Decreto n.º21941, 6/4/1966) (ver foto em cima)
* ANGOLA (anos civis desde 23/12/1966) (Decreto n.º22838, 21/8/1967) (extingue a legenda NORTE DE ANGOLA)

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Passadeiras aprovadas para a Medalha da Rainha D. Amélia (1895-1910)

* 23/11/1895 - [EXPEDIÇÃO A] MOÇAMBIQUE 1894-1895
* 23/11/1895 - [EXPEDIÇÃO À] INDIA 1895
* 28/8/1897 - [EXPEDIÇÃO CONTRA OS] NAMARRÃES 1896
* 4/11/1897 - [EXPEDIÇÃO À] INDIA 1896
* 8/11/1897 - [CAMPANHA DE] TIMOR 1896
* 14/12/1897 - [OPERAÇÕES EM] GAZA 1896
* 31/12/1897 - [GUERRA DE] TIMOR 1895
* 19/1/1899 - [CAMPANHA DO] HUMBE 1898
* 19/7/1901 - [GUERRA DE] TIMOR 1900
* Data desconhecida - ZAMBEZIA 1897
* Data desconhecida - ZAMBEZIA 1898
* Data desconhecida - NYASSA 1899
* 11/12/1902 - OIO 1902
* 11/12/1902 - BAILUNDO 1902
* 11/12/1902 - BARUÉ 1902
* Data desconhecida - SELLES 1902-1903
* Data desconhecida - MULONDO 1905
* Data desconhecida - CUAMATO 1907
* Data desconhecida - DEMBOS 1907
* Data desconhecida - DEMBOS 1907-1908
* Data desconhecida - GUINÉ 1908
* Data desconhecida - ANGOCHE 1910

Até 1902, cada medalha tinha fita diferente assim como reverso diferente.
A partir de 1902 (especificamente da passadeira OIO 1902", a negrito), a medalha passou a funcionar como geral, com o reverso "Campanhas no Ultramar".

Todas estas passadeiras poderam passar a ser utilizadas por quem de direito na nova Medalha de Campanhas de 1917.

[Cabeça de Martelo]

Este tópico é deveras interessante. Continua que estou a gostar.

[Jorge Pereira]

Este tópico é deveras interessante. Continua que estou a gostar.

Sem dúvida alguma. Muito obrigado quintanova.

[PereiraMarques]

Já não posso é por agora condecorações nacionais no "Jogo do Reconhecimento"

[quintanova]

Vou ver se ponho aqui uma gravura do Saldanha, para o pessoal tentar identificar cada uma das condecorações que ele tem ao peito.

A nível moderno, o General Mourato Nunes é uma mina para o estudo das condecorações, com aquelas condecorações colectivas (mini fourrageres) que ele tem no peito direito.

[PereiraMarques]

Já agora, a título de curiosidade, consegue confirmar que o TGEN Almeida Bruno seja o "recordista nacional" em número de condecorações?